terça-feira, setembro 04, 2012

O novo enfoque atual.




por Herman Glanz

O enfoque sobre a política global, (não mais mundial), deve ser atualizado. De um lado, temos o Irã, que não deixa de dizer a que veio, declarando explicitamente ter interesse em destruir o Estado de Israel e, evidentemente, os judeus. Caso se tratasse exclusivamente do Estado de Israel não teria promovido ataques a alvos judaicos mundo afora, como foi o caso da AMIA, em Buenos Aires.

E o governo iraniano não tem nenhum pudor, como fez diplomata do Irã no Brasil, publicando artigo no jornal “Folha de São Paulo”, em 20 de agosto passado, demonstrando a intenção de seu país eliminar Israel, e que mereceu repúdio na imprensa local. Mas, ao lado de outras ações para sobressair no meio árabe e muçulmano, e no mundo, com a construção da bomba nuclear, o Irã fomenta o Hizbollah, no Líbano e mais ainda, no Sinai, para se introduzir na Faixa de Gaza e cercar Israel também pelo sul.

Lançados de Gaza, dois mísseis feriram dois israelenses hoje mesmo. Portanto, o Irã está na fronteira de Israel por meio de seus representantes. Segundo o diário libanês Al-Joumhouria, o Hizbollah colocou 10.000 homens de sua tropa de elite em manobras no Líbano, para se preparar para uma guerra contra Israel, que será decidida pelo Irã. O jornal kuaitiano Al-Seyassah informa que o Hizbollah está implicado nos atos de terror no Sinai. A célula do Hizbollah no Sinai, sob o comando de Zial Al-Kachache, mandado por Talal Hamieh, responsável pelas operações no exterior do Hizbollah, tem duas finalidades: perturbar as relações de Israel com o Egito e fincar um pé em Gaza.

Todavia, entre as preocupações do mundo ocidental, capitaneado pelos Estados Unidos, com vistas à segurança global, estão os problemas com a Rússia e a China, que estão se armando e colocando seus esquemas de combate em situações estratégicas, para atrair os Estados Unidos, em caso de guerra, para posições mais próximas das próprias bases russas e chinesas. Tais preocupações incluem ainda Israel na disputa, para ganhar a hegemonia do poder global. A Rússia ajuda o Irã e a Síria, e a China vende armas para a Síria e Irã, também disputa ilhas com o Japão, numa escalada que provoca instabilidade mundial; entretanto a situação de Israel com os palestinos é apresentada como desestabilizadora da paz.

Desde o início sabia-se no Ocidente que os árabes muçulmanos se mostravam contra o reconstruído Estado de Israel. Já o provaram em 1948 quando atacaram o recém reconstruído Israeç. Depois os árabes buscaram o apoio da então União Soviética para seu pan-arabismo e posições antiocidentais. Nesta semana lembramos dos três “nãos” da Liga Árabe de 1º de setembro de 1967 – não à paz, não reconhecimento e não negociações com Israel. As coisas começaram a mudar com a paz firmada por Israel com o Egito, e, a seguir, começaram as intifadas do finado Arafat, até os Acordos de Oslo, que acabaram conduzindo à apresentação d os palestinos como “coitadinhos” maltratados por Israel.

Não importa que os fatos tenham sido falseados e a história deturpada, mas Israel ficou sendo o problema, devendo sempre ceder às exigências palestinas e ao mundo árabe. Israel é que provoca os atentados terroristas árabes pelo tratamento cruel dispensado aos palestinos, assim se destaca na mídia. É dessa forma que se apresenta a postulação do reconhecimento unilateral pela ONU de um Estado Palestino, contra a situação já existente do reconhecimento de Israel pela Carta das Nações Unidas; é substituir um pelo outro, que muitos não percebem.

A “Primavera Árabe” veio mudar a situação, com a passagem do Egito para o poder da Irmandade Muçulmana. O Sinai não é mais uma zona tampão do Tratado de Paz do Egito, se seus dirigentes já se falam em mudar o Tratado com Israel. Diz-se que se irá tomar Jerusalém, dispondo de milhares de mártires para marcharem àquela cidade. Segundo a mídia, o Presidente do Egito, na sua viagem ao Irã, para a Cúpula dos Não Alinhados, passará pela China para comprar armas nucleares. As eleições americanas trabalham a favor do Irã, que poderá detonar uma bomba ainda antes das eleições, se Israel não se adiantar.

É um dilema difícil, mas as opções devem ser estudadas, porque os fatos mudam rapidamente e é preciso ficar alerta diante do novo enfoque.

Fonte: Pletz.

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