Segundo o canal televisivo de notícias Globovisión os estudantes foram sequestrados pouco depois das 17:30 horas locais de sexta-feira, num centro comercial de Barquisimeto.
"Três estudantes da Universidade Fermin Toro estavam distribuindo informação contra a reforma constitucional, quando apareceu uma carrinha Blazer de cor preta, sem matrícula, com pessoas armadas que levaram dois deles", disse a Globovisión.
Segundo o canal os dois estudantes foram libertados durante a noite da última sexta-feira depois "de golpeados fortemente no rosto e com queimaduras de cigarros nos braços".
A Globovisión transmitiu imagens dos jovens depois de torturados e precisou que as queimaduras de cigarros foram feitas durante um interrogatório sobre as intenções do movimento de jovens universitários que nas últimas semanas tem promovido acções de rua contra a reforma constitucional.
A polícia venezuelana reprimiu, nas últimas semanas e nalgumas ocasiões violentamente, marchas de estudantes nas cidades de Caracas, Barquisimeto, Arágua, Táchira, Mérida e Valência.
A 2 de Dezembro os venezuelanos vão às urnas para decidir sobre a reforma aprovada pela Assembleia Nacional, que prevê alterar 69 artigos da Carta Magna, 33 deles sugeridos pelo presidente Hugo Chávez.
A reforma inclui mudanças polémicas, como a reeleição presidencial indefinida, o alargamento de seis para sete anos do mandato do chefe de Estado, o fim da autonomia do Banco Central e a introdução de novos conceitos de propriedade pública, social (comunal ou estatal), colectiva e privada.
Contempla ainda uma nova geometria do poder baseada em distritos, municípios e territórios federais e a criação de distritos insulares em que a unidade política primária assenta em cidades formadas por comunas ou células geo-humanas.
Prevê igualmente a atribuição ao Presidente da República de poderes para decretar regiões especiais militares com fins estratégicos de defesa em qualquer parte do território e a transformação das Forças Armadas Nacionais num organismo "essencialmente patriótico, popular e anti-imperialista".
Contempla ainda limitações às garantias processuais e à liberdade de imprensa se for decretado o estado de sítio
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