terça-feira, abril 28, 2015

Notas sobre uma nota da CNBB.












Notas sobre uma nota da CNBB.
por Dante Mantovani(*)



A nota emitida pela CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) em 21 de Abril de 2015, ao término da 53. Assembléia Geral da CNBB, a despeito de usar muitas vezes a palavra “equívoco”, é ela própria um equívoco, do início ao fim, no que faz jus à origem etimológica do termo: escolha errada.

A começar pela citação bíblica, o único ponto de veracidade do texto que deve ser seguido à risca: “Entre vós não deve ser assim” (Mc 10, 43). De fato, não se deve levar a sério o texto publicado pela antiga cúpula da entidade que encabeça o projeto de reforma política que visa dar amplos, ilimitados e eternos poderes ao PT/Foro de São Paulo.

Já no início da nota, os subscritores Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB; Dom José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo de São Luís do Maranhão e Vice-Presidente da CNBB e Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário Geral da CNBB, deixam transparecer certa apreensão com a realidade brasileira, o que na verdade é a apreensão deles mesmos com situação do partido para o qual trabalham descaradamente, o PT, que está na berlinda e encurralado entre a gigantesca oposição que as ruas lhe tem feito e uma crescente onda de novos intelectuais não alinhados à esquerda que os tem desmascarado de maneira contumaz e sistemática.

A nota fala em “ameaça às conquistas a partir da Constituição Cidadã”, do que se pode entender que a verdadeira ameaça é a perda da hegemonia do esquema de poder do Foro de São Paulo, que começa a ruir no Brasil, que, por sua vez, é seu grande financiador. 

Os subscritores falam ainda em “risco à ordem democrática do País”. Ora, de qual ordem democrática eles falam? Acaso os prelados não estão informados das fraudes nas eleições de 2014 organizadas pela Smartmatic, que já foram amplamente denunciadas diante de jornalistas do mundo inteiro? Somente no Brasil não se fica sabendo de nada, porque aqui a mídia é totalmente comprometida com as subvenções estatais que garantem seu pleno alinhamento aos ditames do Foro de São Paulo.

A corrupção que a CNBB supostamente critica foi praticada em níveis nunca d ´antes vistos nesta terra - exatamente pelo partido que a entidade gerou, embalou e continua vergonhosamente a defender ainda hoje. E essa corrupção não tem a destinação de enriquecimento de seus operadores: visa financiar o esquema comunista mundial, o que é facilmente demonstrado pelos empréstimos secretos que o (dês)governo federal tem feito a ditaduras comunistas genocidas, como a de Cuba, por exemplo. Em seguida, a pérola: "O momento não é de acirrar ânimos, nem de assumir posições revanchistas ou de ódio que desconsiderem a política como defesa e promoção do bem comum".

Para quem não está acostumado com o modo de agir fraudulento de agentes comunistas, é sempre prudente lembrar a essência do modus operandi esquerdista, ditado por Lênin: “acuse-os do que fazes, chame-os daquilo que és”. Ora, a única chance que o PT tem de manter-se no poder é exatamente por meio de acirrar os ânimos, notadamente os de sua milícia para-militar comandada por João Pedro Stédile, que tem todo apoio da CNBB, e que dirige essa milícia armada e inimputável diante da lei brasileira, o MST, que pode fazer o que bem entende sem responsabilização civil nem penal. O Sr. Lula da Silva, um dos fundadores do Foro de São Paulo, em fevereiro deste ano, já conclamou este seu particular exército vermelho à defesa do projeto de poder do qual ele é o chefe no Brasil: o projeto do Foro de São Paulo. Já as aludidas “posições revanchistas”, na verdade são as adotadas pelo próprio PT-CNBB: contra os militares, contra a democracia, contra eleições limpas, contra a própria doutrina da Igreja Católica, conforme fica evidente em trechos subsequentes desta própria nota que estamos comentando. 

Já o uso da palavra “ódio” é muito revelador: revela um truque sujo para atribuir a um adversário inventado uma prévia desqualificação. Qualquer alegação em contrário aos planos comunistas de PT-CNBB é previamente rotulado de “discurso de ódio”, dirige-se a inimigos inventados e revela a total inversão da realidade, pois são eles mesmos – a seguirem o conselho de Lênin – os maiores instigadores do ódio: ódio entre as classes sociais, ódio no campo, ódio entre raças, ódio entre os sexos, ódio entre hetero e homossexuais, ódio entre negros e brancos. O verdadeiro discurso de ódio é da claque esquerdista para quem trabalha a CNBB, aparelhando a mais Sagrada das instituições a finalidades as mais espúrias que se possa imaginar.

Veja-se, por exemplo, o teor neo-paganista, internacionalista e novo-ordista destas declarações: “Projetos, como os que são implantados na Amazônia, afrontam sua população, por não ouvi-la e por favorecer o desmatamento e a degradação do meio ambiente”. Note-se aqui:

1-)Não se falou quais são esses projetos, o que torna o discurso, além de lero-lero propositadamente vago e impreciso, uma prévia proibição a que se pense a ocupação do solo amazônico pelas multidões de despossuídos que há no Brasil, o que demonstra, inclusive, que a CNBB quer que o povo brasileiro permaneça para sempre na miséria.

2-)como pode um projeto inexistente “afrontar” a população? Qual população? Qual o nome, RG , endereço dos afrontados? Percebe-se aqui o flatus vocis, o charlatanismo verbal de quem usa palavras de efeito absolutamente desprovidas de conteúdo e significado, destinadas a despertar uma tomada de posição em prol do projeto anti-brasileiro, novo-ordista e neo-paganista em curso. Dentro do próprio texto divulgado pela CNBB, a entidade confessa que trabalha mesmo é para os maiores inimigos do cristianismo na atualidade.

Na sequência, a nota destila veneno contra os projetos de terceirização em trâmite no Congresso Nacional, como se fossem retirar “direitos sociais”, porém estes são uma impossibilidade, visto que direitos somente podem ser exercidos por indivíduos. Ao falar em “direitos sociais”, a nota da CNBB nega a própria doutrina do livre-arbítrio, pois somente uma decisão livre e soberana do indivíduo pode ativar o exercício de um direito, porque caso contrário tratar-se-ia de mera imposição exterior.

Além do mais, a crise que eles fingem querer ajudar a superar, foi gerada pelo partido que eles sempre apoiaram, o que é, no mínimo, uma postura absolutamente hipócrita e incoerente por parte da CNBB.

A nota não para por aí. Argumenta ainda que a praga da sociedade é a corrupção. Para não repetir que eles ajudaram a criar o maior corruptor da história do Brasil, o PT, de acordo com o próprio magistério da Igreja, a inversão de prioridades é gritante. A vida é o grande bem dado por Deus ao homem, e maior ainda a salvação das almas dos homens nascidos. A CNBB, contudo, nada pronuncia contra a prática do aborto, que é o assassinato de crianças no ventre materno, sem direito de defesa, e sem direito a um batismo cristão, ou seja, a horrenda prática nega não só a vida ao nascituro, mas também a própria possibilidade de salvação de sua alma. Ao não condenar as práticas abortistas do governo que apoia, a CNBB é cúmplice dos que trabalham pela implantação do aborto. É de se duvidar até mesmo que esta ONG esquerdista seja composta por pessoas cristãs, que omitem sobre assunto muito mais grave do que o desvio de dinheiro público.

Nenhuma palavra há na nota da CNBB, igualmente, contra o homicídio de parcelas significativas da população brasileira pelos associados ao narcotráfico internacional, tão defendidos pelo PT e pela própria CNBB, através de sua “pastoral carcerária”, que este ano entrou com pedido no STF para solicitar ao seu presidente, o petista Ricardo Lewandowsy, a libertação de mais de 24 mil presos. Se algum desses 24 mil “coitadinhos” matar alguém, de quem será a responsabilidade?

Na sequência, a nota diz ainda que a PEC 215/2000 é uma afronta à luta histórica dos povos indígenas “que até hoje não receberam reparação das injustiças que sofreram desde a colonização do Brasil”, ou seja, criticam a própria Igreja que dizem representar, que foi a grande responsável pela catequização dos indígenas e por sua cristianização, assim como pelo descobrimento do Brasil.

A CNBB quer dar mais terras aos índios, mais bens materiais, mas não profere uma só palavra sobre iniciativas que levem o Evangelho a esses povos. Nenhuma preocupação com a salvação das almas dos índios, apenas em engordar suas contas bancárias. Nenhuma preocupação também com o povo brasileiro, cristão em sua imensa maioria. Nenhuma preocupação em dar terra ao povo pobre e cristão, pois se não for índio nem integrante do grupo terrorista do MST, não merece ganhar terra, de acordo com o pensamento cenebebista. Esta seletividade diz muito sobre o verdadeiro “mestre” a quem serve a CNBB.

A completa subserviência ao projeto petista de poder não para por aí, pois a nota se posiciona contrariamente também à PEC 171/1993, que propõe a redução da maioridade penal, com o fulminante argumento de que ela “não é solução para a violência que grassa no Brasil”. De fato, não é. A extinção da CNBB seria uma solução melhor, pois ela apoia a libertação de bandidos encarcerados que já mataram, roubaram, estupraram e traficaram drogas, além de apoiar a instalação de uma ditadura comunista que consiste em todo lugar em que foi implantada num verdadeiro morticínio de inocentes. Além de que os “soldados do crime” do PCC são um verdadeiro contingente em prol do caos e da desordem tão apregoados pelos políticos de esquerda, que são tão docilmente apoiados pela CNBB.

Mas vejam a solução que a CNBB aponta: “Investir em educação de qualidade e em políticas públicas para a juventude e para a família(...)” . Que tipo de educação? Uma educação cristã? Que tipo de política, uma política que favoreça a pregação do Evangelho de Jesus Cristo? Porque a CNBB tem tanto medo de mencionar o nome Daquele a quem diz servir? Fica evidente que para essa entidade, CRISTO não é a solução para problema algum, somente o aumento do poder da esquerda continental é que pode ser, para eles, a salvação da humanidade.

Claro que não poderia faltar nesta nota - que muito bem poderia ter sido escrita por qualquer dirigente petista ou socialista - um posicionamento contrário ao Direito Natural à livre defesa.

A nota da CNBB diz que “o projeto de lei 3722/2012, que altera o estatuto do desarmamento, é outra matéria que vai na contramão da segurança e do combate à violência”. Esse argumento é uma perfeita inversão da realidade.

Em três pontos.

1-)a doutrina da Igreja Católica é base do Direito Natural, cujo cujos princípios básicos são : a-)defesa da vida e da família b-)defesa da liberdade; c-)defesa da propriedade. Ora, em um país onde grassa a impunidade, a violência e a depravação moral, como se poderá defender qualquer desses direitos naturais, derivados da própria moral da Igreja, sem a possibilidade do acesso às armas de fogo?

2-)Como a CNBB explicaria, então, o fato estatisticamente comprovado de que em TODOS OS lugares do mundo onde as armas de fogo foram liberadas para os cidadãos de bem, os índices de violência diminuíram drasticamente, inclusive – e principalmente - se comparados com países onde as armas são proibidas aos cidadãos idôneos.

3-) Uma entidade que se diz cristã, não pode defender o genocídio do povo de seu próprio país. Ora, todo governo que desarmou a população civil, logo na sequência praticou contra seu próprio povo o democídio e genocídio. Um milhão e meio de mártires cristãos armênios são prova disso, assim como os milhões de mortos na Alemanha Nazista, na União Soviética e na China de Mao-Tsé-Tung. O império turco-otomano, a Alemanha Nazista, a URSS e a China de Mao também eram contrários ao armamento da população civil, exatamente como a CNBB.

Portanto, é evidente que quem vai na contramão da segurança e do combate à violência é a própria CNBB, que é contra também a doutrina moral e social da própria Igreja Católica, ao dar voz, apoio e amparo institucional a um projeto de poder totalitário, assassino, cleptocrata , e o pior de tudo, anti-cristão, que é o projeto de poder do Foro de São Paulo, cujo tentáculo brasileiro mais vistoso é PT, que é um de seus fundadores, subscritores e em cujas atas de fundação declara apoio explícito ao comunismo.

Somente no penúltimo parágrafo da nota da CNBB é que aparece uma quase envergonhada menção a Cristo, “medida de nossa conduta moral” – o que é falso, e soa como um disfarce, para não dar muito na cara que a CNBB trabalha mesmo é para o reino de César. Um César redivivo, totalitário e totalmente comunista.

Não é a primeira vez na história que a Igreja está povoada desde dentro pelos inimigos que mais a querem destruir, pois conforme demonstra Richard Wurmbrand , em seu livro Marx and Satan, o marxismo é um verdadeiro projeto satânico, que visa não apenas destruir a humanidade, mas até mesmo a Deus. 

A CNBB, infelizmente, com esta nota abertamente pró-comunista e anti-cristã, escolhe mais uma vez apoiar os maiores e mais declarados inimigos da Igreja de todos os tempos e eras: os comunistas. O assunto não é irrelevante, vejam-se as consequências de tal prática para os cristãos: em acordo com o decreto do Papa Pio XII, de 1949, Decretum Contra Communismum, confirmado por São João XXIII, e que está em pleno vigor, quem apoiar o comunismo, usando para isso a estrutura ou a hierarquia da Igreja, está excomungado automaticamente, sem necessidade de sentença.




Decreto do Santo Ofício de 1949:

Q. 1 Utrum licitum sit, partibus communistarum nomen dare vel eisdem favorem praestare.
[Acaso é lícito dar o nome ou prestar favor aos partidos comunistas?]

R. Negative: Communismum enim est materialisticus et antichristianus; communistarum autem duces, etsi verbis quandoque profitentur se religionem non oppugnare, se tamen, sive doctrina sive actione, Deo veraeque religioni et Ecclesia Christi sere infensos esse ostendunt.



Q. 2 Utrum licitum sit edere, propagare vel legere libros, periodica, diaria vel folia, qual doctrine vel actioni communistarum patrocinantur, vel in eis scribere.
[Acaso é lícito publicar, propagar ou ler livros, diários ou folhas que defendam a ação ou a doutrina dos comunistas, ou escrever nelas?]

R. Negative: Prohibentur enim ipso iure



Q. 3 Utrum Christifideles, qui actus, de quibus in n.1 et 2, scienter et libere posuerint, ad sacramenta admitti possint.
[Se os cristãos que realizarem conscientemente e livremente, as ações conforme os n°s 1 e 2 podem ser admitidos aos sacramentos?]

R. Negative, secundum ordinaria principia de sacramentis denegandis iis, Qui non sunt dispositi



Q. 4 Utrum Christifideles, Qui communistarum doctrinam materialisticam et anti Christianam profitentur, et in primis, Qui eam defendunt vel propagant, ipso facto, tamquan apostatae a fide catholica, incurrant in excommunicationem speciali modo Sedi Apostolicae reservatam.
[Se os fiéis de Cristo, que declaram abertamente a doutrina materialista e anticristã dos comunistas, e, principalmente, a defendam ou a propagam, "ipso facto" caem em excomunhão ("speciali modo") reservada à Sé Apostólica?]

R. Affirmative.




(*)Dante Mantovani é doutor em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina, apresentador do programa Música Universal na Rádio Vox e aluno do Seminário de Filosofia do prof. Olavo de Carvalho.


BNDES deu US$ 1,2 bi a empresa julgada por massacre.









por Claudio Tognolli



Apenas em 2012 Angola e Cuba receberam US$ 875 milhões do nosso Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES –e os empréstimos do banco , às empresas investigadas na Lava-Jato, somam R$ 2,4 bilhões. Luciano Coutinho, presidente do BNDES, diz, por exemplo, que os empréstimos bilionários feitos à empresa Sete, construtora de sondas para a Petrobras, foram absolutamente técnicos, e não políticos. Ahan!!!

Vou considerar então que o BNDES empregou critérios “técnicos” na distribuição das tilintantes por aí ( Eichmann, depondo em Jerusalém, também dizia trabalhar sob critérios “técnicos). Vou considerar o BNDES empregou critérios também “técnicos” para emprestar grana a um grupo que é responsável pelo maior massacre da história do Chile.

Carlos Aldana, ministro especial para causas de direitos humanos, da Corte de Apelações de Concepción, vai formalizar acusação de genocídio contra a CMPC, maior conglomerado de papel celulose da América Latina. A CPMC é do grupo Matte: acusado de ter entregue aos Carabineros (PM do Chile) uma lista com nomes de operários, estudantes e ferroviários: devidamente fuzilados por Pinochet. A trairagem foi cometida a 18 de setembro de 1973.

Pois bem: o grupo Matte é o terceiro patrimônio empresarial do Chile, algo como US$ 7,5 bilhões. Em 2013 o Matte levou do BNDES um crédito de US$ 1,2 bilhão (total de US$ 2 bilhões). Tudo para a quadruplicação, em Guaíba, da fábrica Borregard, hoje CMPC-Celulose Riograndense.

Sabe quem cantou vitória sobre esse empréstimo, como ninguém? O ex-governador gaúcho Tarso Genro, ex-ministro da Educação, das Relações Institucionais e, por fim, da Justiça, sob a presidência de Lula. Tarso comemorou que a obra iria gerar 7 mil postos de trabalho, em sua consecução, e 2,5 mil empregos depois que a fábrica ficar pronta, agora no segundo semestre de 2015.

Tocada pela CPMC , menina dos olhos de Tarso Genro, a morte dos 19 operários, simpatizantes da Unidade Popular, fuzilados pelas costas, e enterrados em vala comum, é conhecida como Massacre de Laja:




Nestes primeiros meses de 2015, no Chile, aguarda-se com ansiedade o ato de coragem de um magistrado. Quarenta anos após o fuzilamento pelas costas e enterro em uma vala comum, clandestina, de 19 simpatizantes da Unidade Popular – operários, ferroviários e estudantes-, em decisão inédita desde o fim da ditadura Pinochet, o juiz Carlos Aldana – ministro especial para causas de Direitos Humanos, da Corte de Apelações de Concepción – deverá formalizar a acusação de importante grupo de civis envolvidos com a violação de Direitos Humanos no Chile.

A acusação atingirá em cheio a CMPC, maior conglomerado de papel e celulose da América Latina, pertencente ao Grupo Matte que, em 18 de setembro de 1973, entregou uma “lista negra” com os nomes dos fuzilados à polícia militar chilena. Terceiro maior patrimônio empresarial e familiar do Chile, estimado em 17,5 bilhões de dólares, em 2013, o Grupo Matte teve aprovado pelo BNDES um crédito de 1,2 bilhão de um total de 2,1 bilhões de dólares para a quadruplicação, em Guaíba, da antiga fábrica Borregaard, hoje conhecida como CMPC – Celulose Riograndense.

Com a pretensão de consolidar-se como um dos maiores fornecedores mundiais de celulose branqueada, o investimento foi celebrado pelo então governador Tarso Genro devido à geração de mais de 7.000 postos de trabalho durante as obras, e os 2.500 empregos diretos prometidos pela unidade, que deverá iniciar suas operações no segundo semestre de 2015. É muito improvável que o governador petista e a diretoria do BNDES tivessem conhecimento da participação ativa da CMPC no golpe de Estado que derrubou o presidente Salvador Allende, e das graves acusações que a apontam como protagonista do “Massacre de Laja”, como o crime hediondo é conhecido no Chile, que agora transborda para o Brasil.

“Realmente não tinha essa informação e acho que pode ser verdadeira. As grandes empresas no Brasil, no Chile, na Argentina, tiveram envolvimentos, diretos ou indiretos, nos golpes que ocorreram nas décadas de 1960 e 1970, na América Latina”, declarou Tarso Genro à Revista Adusp. “Dizem que até uma grande empresa jornalística, aqui no Brasil, emprestava veículos para a Operação Bandeirante. Não me surpreende, também, se isso for verdadeiro, já que foram golpes para proteger os interesses do capital.”




A Unidade Popular (UP) foi uma coalizão partidária de esquerda formada para a eleição presidencial chilena de 1970, que governou o país entre 1970 e 1973, sob a liderança do presidente Salvador Allende, morto no golpe de estado de 1973.



A maior piada do século está na explicação que o ex-governador petista deu ao repórter Frederico Fullgraf, da revista da Associação dos Docentes da USP, a Adusp. Disse Genro ao Frederico Fullgraff. “Realmente eu não tinha essa informação e acho que pode ser verdadeira. As grandes empresas no Brasil, no Chile e Argentina tiveram envolvimentos, diretos e indiretos, nos golpes que ocorreram nas décadas de 60 e 70, na América Latina. Dizem que até uma grande empresa jornalística, aqui do Brasil, emprestava veículos para a Operação Bandeirantes. Não me surpreende, também, se isso for verdadeiro, já que foram golpes para proteger os interesses do capital”.

Ahan: acredito que Tarso Genro é um homem de bem e de nada sabia sobre seu partido liberar grana para a empresa que matava operários no Chile e ainda dava o golpe em Allende.


Ahan: acredito que Lula e Dilma não sabiam de nada do que ocorria na Petrobras.

Ahan: acredito que os líderes petistas, tão preocupados em tocar o Brasil, não dispõem de tempo para notar tais esparrelas técnicas.

segunda-feira, abril 27, 2015

No socialismo venezuelano, agora há o risco de acabar a comida e os remédios.





No socialismo venezuelano, agora há o risco de acabar a comida e os remédios.
por Diversos Autores





O que é mais impressionante quando se considera todo o surrealismo da atual situação da Venezuela é que tudo já está virando rotina. As pessoas parecem não mais ter a capacidade de se indignar.

A furiosa hiperinflação que assola o país desde 2013, combinada com uma política de racionamento e de controle de preços implantada pelo governo, esvaziou as prateleiras dos supermercados do país. Itens básicos e rotineiros como xampu, farinha, açúcar, detergente, óleo de cozinhar e o já famoso papel higiênico se tornaram tão escassos no país, que os venezuelanos hoje têm de pedir permissão para faltar ao trabalho e assim poder ficar o dia inteiro em longas filasnas portas dos poucos supermercados que ainda têm tais produtos à venda. 

Além daqueles que se ausentam do trabalho, também há aqueles que acordam de madrugada para ir para as filas. E há aqueles que vão para as filas no horário do almoço. Os venezuelanos estão o tempo todo enviando mensagens de texto no celular para dar informações sobre filas.

Com uma moeda inconversível e que ninguém quer portar, com uma inflação de preços estimada em 327% ao ano, e com rígidos controles de preços, toda a distribuição de alimentos na Venezuela foi colocada sob supervisão militar desde o início de fevereiro.

Segundo essa matéria de capa do Times, enquanto os venezuelanos se aglomeram em filas que normalmente acumulam mais de mil pessoas apenas para conseguir comprar comida, "soldados armados pedem as carteiras de identidade para se certificarem de que ninguém está comprando itens básicos mais de uma vez na mesma semana". 

E prossegue:


Todas as compras feitas pelos venezuelanos são computadas em um sistema de dados para garantir que cada consumidor não tente comprar os mesmos produtos racionados em um período menor do que sete dias.

Soldados patrulham as filas fora dos supermercados, policiais da guarda bolivariana ficam dentro dos supermercados, e funcionários públicos conferem as carteiras de identidade à procura de falsificações que poderiam ser utilizadas para driblar o sistema de racionamento. Procuram também por imigrantes com visto expirado. Um funcionário público da imigração grita alertando que transgressores serão presos. 

[...]

O governo enviou tropas para patrulhar as enormes filas que se estendem por várias quadras. Alguns estados proibiram as pessoas de esperaram fora dos supermercados ao longo das madrugadas, e funcionários do governo estão de prontidão perto das portas de entrada e saída, prontos para prender qualquer um que tenta driblar o sistema de racionamento.



O curioso, no entanto, é que, bem ao estilo da tradição socialista, tudo isso é visto como um exemplo de "boa organização". Além dessa exigência de pedir documentos para evitar que as pessoas comprem mais de uma vez por semana, as autoridades estão ordenando os supermercados a permitirem que os clientes formem filas nos estacionamentos subterrâneos, pois assim eles não correriam o risco de sofrer queimaduras de sol. 




Jornalistas são proibidos de filmar ou tirar fotos das prateleiras vazias. Já os consumidores também estão sob instruções rígidas. Você só pode comprar bens escassos em dias específicos da semana, dependendo do número final na sua carteira de identidade. Sendo assim, se, por exemplo, a sua carteira de identidade termina em zero ou em um, você só pode ficar em uma fila às segundas-feiras. E, ainda assim, isso não significa que o sabonete e o leite que você quer comprar estarão necessariamente disponíveis naquele dia.

[…]

É comum ver pessoas entrando em filas sem nem sequer saber o que está à venda. Elas simplesmente veem a fila, entram nela e então perguntam a quem está imediatamente à frente para o que é aquela fila. E é extremamente provável que essa pessoa à frente também tenha feito exatamente o mesmo com a pessoa que está à frente dela.

Testemunhamos uma fila que só se movia quando algumas pessoas que já estavam lá na frente desistiam de esperar e iam tentar a sorte em outro lugar. Isso significa que as pessoas que estavam lá no fim da fila, dobrando a esquina, não viam isso, e acreditavam enganosamente que estava havendo algum progresso e que a fila de fato estava se movendo. E isso as estimulava a permanecer na fila por mais tempo. 

Só que, para tragédia geral, essa fila não era para absolutamente nada. Simplesmente ouviu-se um rumor de que o supermercado em questão havia recebido uma remessa de algo — ninguém sabia o quê —, e isso bastou para que se formasse uma fila. No final, não havia nada. Apenas mais um dia perdido.




Nessa interessante reportagem, um jornalista da BBC mostra quanto tempo é necessário para comprar apenas 8 itens básicos na Venezuela: 

(SPOILER ALERT: ele só consegue comprar 3, tendo de recorrer ao mercado negro para conseguir o resto; e só no dia seguinte).






Sem comida e sem remédios

Há outro fantasma ameaçando levar ainda mais terror para os venezuelanos: a escassez de dólares no país. 

A queda no preço do petróleo, o principal item exportador da Venezuela, reduziu brutalmente a entrada de dólares no país. E dado que a moeda venezuelana, o bolívar, é inconversível — nenhum estrangeiro está disposto a trocar sua moeda pelo bolívar, pois não há investimentos atrativos na Venezuela —, nenhum empreendedor na Venezuela está tendo acesso a dólares. 

A única entidade na Venezuela que ainda tem dólares é o governo, e é ele quem decide qual empresa pode receber dólares para importar bens. No momento, por causa de sua escassez, a ração de dólares está suspensa.

Consequentemente, a importação de itens básicos está suspensa.

"Há uma forte tempestade se formando devido à falta de dólares. A situação é desesperadora e pode piorar ainda mais", diz Russ Dallen, chefe do Caracas Capital Markets, um banco de investimento local. Russ está há vários anos acompanhando de perto a situação da Venezuela. "Nos próximos dois ou três meses, haverá um grande desabastecimento, muito pior do que estes que estamos vivenciando — não apenas porque os estoques já estão muito baixos, mas também porque a importação de produtos que só serão demandados daqui a 8-12 semanas não está entrando no país."

Segundo reportagem do Latin America Herald Tribune:



"Os estoques, inclusive os das indústrias farmacêutica e alimentícia, estão chegando a níveis críticos", disse Eduardo Garmendia, presidente da Confederação Venezuelana das Indústrias (Conindustria). "Todo o sistema já está sendo afetado pela dificuldade de se conseguiu matérias-primas, mas tudo é ainda pior no quesito bens essenciais, pois estes estão sofrendo um impacto direto; estamos falando de remédios e comida".

No caso dos alimentos, os estoques das principais indústrias do país irão durar menos de um mês, de acordo com dados publicados pela Câmara Venezuelana da Indústria de Alimentos (Cavidea).

"Há empresas de alimentos que, até hoje, neste ano, ainda não conseguiram um único dólar", disse Pablo Baraybar, presidente da Cavídea. "Em algumas linhas de produção, temos estoques para apenas mais 10 ou 20 dias".

Isso certamente tornará as coisas exponencialmente mais difíceis para aqueles venezuelanos que sofrem diariamente para colocar comida em suas mesas.

O que pode ocorrer daqui a apenas algumas semanas é a total paralisação do país após o esgotamento de todos os estoques, pois as empresas não estão recebendo do governo os dólares necessários para pagar pelas importações.

[...]

É por isso que o governo venezuelano vem fazendo uma intensa propaganda sobre a possibilidade de que a China esteja disposta a fornecer um empréstimo de US$ 10 bilhões para projetos de infraestrutura na Venezuela.

"O governo está a todo o momento dizendo 'os chineses estão vindo, os chineses estão vindo; os chineses são os únicos que podem nos salvar desse martírio", disse Russ Dalen.

Só que, quando o dinheiro chinês chegar — caso isso realmente ocorra —, ele só poderá ser utilizado para importar produtos da China ou ser investido em projetos específicos previamente aprovados pelos governos venezuelano e chinês, o que não necessariamente irá trazer alívio para os milhões de venezuelanos, que, dentro de poucos meses, não mais conseguirão obter leite e farinha nas prateleiras dos supermercados após passarem o dia inteiro na fila.



Segundo o The New York Times, o suprimento de remédios está acabando. Salas de cirurgia estão fechadas há meses, não obstante centenas de pacientes estejam na fila de espera para cirurgias. Em uma clínica privada, um cirurgião conseguiu manter a sala de cirurgias funcionando porque conseguiu contrabandear dos EUA, sem que o governo venezuelano soubesse, remédios essenciais.

Paralelos com a Romênia

É interessante constatar que, ao redor de todo o globo, os fracassos do socialismo não apenas se originam das mesmas causas, como também tendem a se manifestar de maneiras incrivelmente similares.

Aproximadamente 30 anos atrás, do outro lado do Oceano Atlântico, os romenos também tinham o hábito de passar várias horas parados em filas que se formavam perante prateleiras vazias. A diferença é que, para os romenos, tal situação rotineira já havia deixado de ser uma mera "crise temporária", que é como a atual situação da Venezuela ainda é descrita pelo governo. Tudo já era tristemente rotineiro.

E, assim como o governo da Venezuela se gaba de sua "boa organização" para controlar as filas dos supermercados e impedir que as pessoas comprem duas vezes na mesma semana, o regime comunista da Romênia, que já estava no poder havia mais de duas décadas, dizia que o racionamento de alimentos era uma medida voltada para promover a saúde e melhorar a qualidade de vida! 

Por exemplo, o ditador Nicolau Ceausescu instituiu, em 1982, um "programa de alimentação científico/racional" para o país, no qual quantidades de leite, ovos, carne, peixe etc. eram listadas, ao mesmo tempo, como recomendações de dieta e quotas permitidas para a compra. À medida que o tempo foi passando, essas rações se tornaram cada vez mais escassas.

A gasolina também foi racionada em apenas 25 litros por mês, e a fila para conseguir o combustível frequentemente envolvia um esforço conjunto, no qual dois amigos se revezavam na fila em turnos diários, dentro do mesmo carro, esperando seu momento para abastecer. Enquanto um ficava na fila, o outro ia trabalhar. 

E para garantir que os romenos não iriam consumir muita gasolina, o governo adotou um rodízio, segundo o qual os carros não poderiam circular nos fins de semana dependendo do número final de suas respectivas placas. 

Por fim, dado que os meses de inverno na Romênia são muito piores do que os da Venezuela, aquecimento e água quente só estavam disponíveis durante algumas horas do dia. Assim como televisão e eletricidade.

À época, as autoridades comunistas gostavam de se gabar dizendo que os cidadãos romenos usufruíam todos os benefícios da vida moderna, mas nenhuma de suas injustiças. O regime de Nicolás Maduro também emite opiniões similares sobre o Ocidente — que represente seu suposto inimigo, a epítome do capitalismo cruel, e o único culpado pelas tribulações do país.

No entanto, em ambos os casos, é o socialismo que está fadado a terminar em colapso e na total destruição da atividade econômica, bem como na desintegração de todo o tecido social. Se a atual situação da Venezuela ainda impressiona alguém, é porque falta conhecimento econômico e histórico. Se o exemplo venezuelano das consequências inevitáveis do socialismo ainda surpreende, isso só mostra como as lições econômicas e históricas são rapidamente esquecidas.

Fora essas lições, resta-nos apenas a esperança de que os venezuelanos, no futuro, irão se lembrar com algum humor dos bizarros momentos deste período. Nos 50 anos em que viveram sob o comunismo, os romenos criaram um vasto folclore de piadas jocosas, muito provavelmente como uma válvula de escape para lidar com a situação tenebrosa em que viviam. Eis uma delas:

O filho de um medalhão do Partido Comunista da Romênia foi estudas nos Estados Unidos. Tão logo chegou aos EUA, ele enviou um curto telegrama ao pai: "Vida longa ao Partido Comunista, já que eu nunca irei retornar."



Autores:

Carmen Dorobat é pós-doutoranda em economia na Universidade de Angers e professora na Bucharest Academy of Economic Studies.

Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.

domingo, abril 26, 2015

Reforma em imóveis e pernada de anão na Petrobras ligam Lula a Collor.















Reforma em imóveis e pernada de anão na Petrobras ligam Lula a Collor.

por Claudio Tognolli



Que potência viramos, não? Na era Collor, um Fiat Elba derrubava presidente. E hoje um rombo de 6 bilhões na Petrobras não derruba nem árvore…

A grande reportagem da revista Veja dessa semana, mais um rombaço do Robson Bonin, traz uma dica que todos os brasileiros esperavam: a promessa de vinculação de Lula à construtura OAS.
Quando comecei no jornalismo, a OAS tinha um apelido nas redações: Obras Arranjadas pelo Sogro. É que o chefão da construtora era Cesar Matta Pires, genro do ex-senador baiano Antônio Carlos Magalhães, o Toninho Malvadeza, conseguia contratos milionários no governo graças ao sogrão…

Bom: a reportagem do Robson Bonin diz que Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, preso na Lava Jato, se prepara para fazer delação premiada.
A reportagem estabelece: o Santa Bárbara, de Lula, em Atibaia, de 150 mil metros quadrados, teve sua reforma encomendada a OAS. E o ex-homem forte da OAS estaria disposto a fazer delação premiada contando detalhes disso…
Vejamos um trecho da reportagem de Robson Bonin:

“Desde que deixou o governo, Lula costuma passar os fins de semana em um amplo sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. O imóvel é equipado com piscina, churrasqueira, campo de futebol e um lago artificial para pescaria, o esporte preferido do ex-presidente. Desde que deixou o cargo, é lá que ele recebe os amigos e os políticos mais próximos. Em 2010, meses antes de terminar o mandato, Lula fez um daqueles pedidos a que Pinheiro tinha prazer em atender. Encomendou ao amigo da construtora uma reforma no sítio. Segundo conta um interlocutor que visitou Pinheiro na cadeia, esse pedido está cuidadosamente anotado nas memórias do cárcere que Pinheiro escreve”.

Agora temos dois mesmos fatores a ligarem Collor a Lula: a reforma de um imóvel particular do presidente e também a Petrobrás.
Lembremos:

Outubro de 1990, a Petrobras de Collor
O advogado e administrador público Luis Octávio da Motta Veiga acusou o ex-tesoureiro e o então secretário-geral da Presidência, Marcos Coimbra, de pressionar a estatal para fechar um financiamento de US$ 40 milhões, por meio da BR Distribuidora, destinado à empresa de aviação Vasp.
Pela proposta de PC Farias, recusada por Motta Veiga, a Petrobras liberaria US$ 30 milhões em combustível e US$ 10 milhões em espécie, dívida que seria saldada em dez anos, sem juros.
Em troca, a Petrobras seria a fornecedora preferencial da Vasp. A proposta foi rejeitada pelo conselho da estatal, mas PC Farias teria continuado a pressionar o presidente da empresa, que renunciou.
Junho de 1992, a reforma da casa de Collor

Eriberto França, motorista da secretária particular de Fernando Collor, Ana Acioli, disse em entrevista à revista “IstoÉ” que a empresa Brasil-Jet, de PC Farias, pagava contas da residência presidencial, a Casa da Dinda. O ex-presidente chegou a fazer um pronunciamento para desmentir as declarações do motorista.
Mais tarde, a chamada CPI do PC Farias no Congresso apontou depósitos de PC e de integrantes do “esquema PC” na conta de Ana Acioli. Além disso, localizou-se um cheque fantasma que teria sido utilizado para a compra de um carro Fiat Elba para a primeira-dama, Rosane Collor. O cheque era assinado pelo ex-piloto Jorge Bandeira de Melo, sócio de PC Farias –ex tesoureiro de Collor, que arrancou toda essa grená de suas contas fantasmas.
Relatório da CPI atestou que US$ 6,5 milhões haviam sido transferidos irregularmente para financiar gastos do presidente.

Há mais cousas entre Lula e Collor do que imagina a nossa vã ideologia, não?

sábado, abril 25, 2015

Modelo para gerar empregos na região paulistana das “zelites” não toca o coração de Haddad.







por Claudio Tognolli





O prefeito Fernando Haddad adora bicicletas e multas. Vejamos:



Multas

Os cofres da Prefeitura de São Paulo fecharam o ano de 2014 com uma arrecadação recorde em multas de trânsito: R$ 898,5 milhões, crescimento de 5,6% em relação a 2013. Um balanço da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) mostra alta de 4,5% das autuações no ano passado.

De janeiro a novembro de 2014 entraram nos cofres públicos do município R$ 791,2 milhões via multas.

Em 2008, quando havia 42 radares fixos na cidade, as multas renderam R$ 387,5 milhões ao município. Hoje, já são 117 equipamentos e uma receita duas vezes maior.

Bicicletas

A gestão Haddad têm como meta entregar, até o final de 2015, 400 quilômetros de ciclovias.

A Prefeitura diz que a implantação das ciclovias teve custo médio de R$ 180 mil por quilômetro até o fim de 2014 - foram 156 quilômetros e um investimento de R$ 28,3 milhões.

Temos uma dupla boa : Haddad defende as bicicletas : e Dilma as pedaladas…

Crime

Como morador dos Jardins, segue um registro deste blogueiro: a fixação de Haddad por bicicletas e multas (eu apoio as bicicletas incondicionalmente) se esquece de outra temática: a segurança.

É infeccionante o número de assaltos nos entornos do Jardim América, Jardim Europa, etc. Óbvio: mansões desocupadas, com o IPTU impagável, nos dois sentidos do termo, tornam a região uma terra de ninguém (nos EUA isso se chama FOT, flying over territory).

Novos empregos: Movimento Zoneamento REAL

Essa terra de ninguém bem que poderia se livrar de bandidos ao mesmo tempo em que aumenta a oferta de empregos na região.

Por que isso não acontece?



Porque as zonas ditas “nobres” tem o comércio vetado em suas franjas, bordas e coração.

Com a força de 30 mil assinaturas de apoio, já entregues oficialmente, foi criado o Movimento Zoneamento REAL, que começa a enfrentar incisivamente o lobby que pretende restringir ainda mais o uso dos grandes corredores comerciais de São Paulo. Neste sábado, 18 de abril, ocorrem reuniões abertas em vários lugares da cidade, junto com as Administrações Regionais, continuam o debate participativo nas mudanças do Plano Diretor que serão votadas em breve na Câmara Municipal. O Movimento Zoneamento REAL estará presente, representando os comerciantes, proprietários, funcionários e usuários das áreas já comerciais do Jardim Europa, em defesa do uso mais diversificado de corredores como os das Avenidas Europa, Cidade Jardim, Rua Colômbia, Alameda Gabriel Monteiro da Silva.

O movimento conta com o apoio da Associação Comercial de São Paulo, entre outros grupos de comerciantes da região nobre da cidade, preocupados com a degradação dos imóveis, subocupação e contra argumentos de restritas e elitistas associações de moradores de sobrenomes poderosos.



“Não podemos permitir que associações que, se somadas em toda a cidade, não passam de 300 pessoas, em nome de seus interesses exclusivos de segregação, se sobreponham à vontade e necessidade de milhares de pessoas que dependem da região e contra o desenvolvimento da cidade”, afirma Geraldine Maia da Silva, advogada do Movimento Zoneamento REAL e especialista em Direito Imobiliário e Direito Urbanístico.

“O que pedimos é absolutamente razoável e concreto, que o interesse público seja posto acima de questões particulares. A instalação de outros tipos de comércio e serviços beneficiará a região como um todo, mas é claro que também estará garantida a preservação das regiões internas, exclusiva de moradias. A cidade é um elemento vivo”, explica Geraldine. “Todos vão sair ganhando: os moradores querem morar e continuarão tranquilos em suas casas, e os comerciantes podem fazer o que precisam, trabalhar”.



Não serão instalados supermercados, shoppings ou grandes estabelecimentos, como estão querendo fazer parecer. O que se pede apenas é que possam ser instalados mais outros serviços, como lojas, restaurantes e boas lanchonetes.

Lei em discussão

A Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo da Cidade de São Paulo é a 13885/2004. Novas mudanças previstas pelo Plano Diretor para os próximos 16 anos estão contempladas na Lei 16050/2014, sancionada em 31 de julho do ano passado. Essas mudanças vêm sendo analisadas em audiências públicas, que discutem as regras que deverão ainda ser votadas e aprovadas na Câmara Municipal de São Paulo. Os corredores são as chamadas Zonas de Centralidade Linear, e se dividem em ZCL-Z1, comércio e serviços de baixa densidade, e ZCL-Z2, serviços de baixa densidade.As propostas desenvolvidas pelo Movimento Zoneamento REAL podem ser melhor conhecidas por vídeo já postado no YouTube:



Post Scriptum: Este blog espera que a liberação das áreas nobres da cidade, para criação de empregos, sensibilize um prefeito que se diz do Partido dos Trabalhadores

sexta-feira, abril 24, 2015

Genocídio Armênio.

















Alemanha, 1939


"Afinal quem fala hoje do extermínio dos armênios ?". A frase é de Adolf Hitler, às vésperas da invasão da Polônia.


E, porquê ao primeiro genocídio da humanidade - o Armênio - pouca ou nenhuma repercussão teve, Adolf Hitler promoveu o Holocausto sob os silêncio das grandes nações.


Oficialmente, o Genocidio Armênio teve início em 24 de abril de 1915, quando dezenas de lideranças armênias foram presas e massacradas em Istambul.





Mewlazada Rifar, membro do Comitê de União e Progresso, em seu livro Bastidores obscuros da Revolução Turca, disse:


"Em princípios de 1915 o Comitê de União e Progresso, em sessão secreta presidiada por Talat, decide o extermínio dos armênios. Participaram da reunião Talat, Enver, o Dr. Behaeddin Shakir, Kara Kemal, o Dr. Nazim Shavid, Hassan Fehmi e Agha Oghlu Amed. Designou-se uma comissão executora do programa de extermínio integrada pelo Dr. Nazim, o Ministro da Educação Shukri e o Dr. Behaeddin Shakir. Esta comissão resolveu libertar da prisão os 12.000 criminosos que cumpriam diversas condenações e aos quais se encarregava o massacre dos armênios".


A cidade de Alepo caiu na mão dos ingleses e foram encontrados muitos documentos que confirmavam que o extermínio dos armênios teria sido organizado pelos turcos. Um destes documentos é um telegrama circular dirigido a todos os governadores:


"À Prefeitura de Alepo: Já foi comunicado que o governo decidiu exterminar totalmente os armênios habitantes da Turquia. Os que se opuserem a esta ordem não poderão pertencer então à administração. Sem considerações pelas mulheres, as crianças e os enfermos, por mais trágicos que possam ser os meios de extermínio, sem executar os sentimentos da conseqüência, é necessário por fim à sua existência. 13 de setembrode 1915". — O ministro do Interior, Talat.


Alguns testemunhos:


"Em geral, as caravanas de armênios deportados não chegavam muito longe. À medida em que avançavam, seu numero diminuía com conseqüência da ação dos fuzis, dos sabres, da fome e do esgotamento... Os mais repulsivos instintos animais eram despertados nos soldados por essas desgraçadas criaturas. Torturavam e matavam. Se alguns chegavam a Mesopotâmia, eram abandonados sem defesa, sem viveres, em lugares pantanosos do deserto: o calor , a umidade e as enfermidades acabavam, sem dúvida, com a vida deles".(René Pineau)


"Por que não nos matam logo? De dia não temos água e nossos filhos choram de sede; e pela noite os maometanos vêm a nossos leitos e roubam roupas nossas, violam a nossas filhas e mulheres. Quando já não podemos mais caminhar, os soldados nos espancam. Para não serem violentadas, as mulheres se lançam à água, muitas abraçando a crianças de peito".


O povo armênio não desapareceu quando estava nos desertos da Mesopotâmia: as mães armênias ensinavam a ler aos seus filhos desenhando as letras do alfabeto armênio na areia.


"É hora, 91 anos depois, de dar a razão a um povo que ainda sofre e cujos descendentes têm uma cicatriz que não se fechou ", disse Shahnour Vaghinagh Aznavourian, o Frank Sinatra francês Charles Aznavour, a favor de uma lei que pune a negação do genocídio do povo armênio por parte dos turcos em 1915.


E hoje, 24 de abril de 2015, quem se lembra do Genocídio Armênio, do Holocausto, de Darfur, de Myanmar, do Tibete...?



Lembrar sempre, para que jamais aconteça.


quarta-feira, abril 22, 2015

Igrejas na Turquia à beira da extinção.






Igrejas na Turquia à beira da extinção.por Uzay Bulut (*)




Enquanto cristãos ortodoxos orientais comemoravam recentemente a Semana Santa, uma igreja de valor histórico inestimável em Istambul, a outrora magnífica cidade cristã de Constantinopla, está testemunhando mais um abuso nas mãos das autoridades ora no poder.

"A catedral e o museu da histórica Istambul, Hagia Sophia, presenciaram a primeira vez que o Alcorão foi recitado sob seu teto no sábado após 85 anos", segundo foi noticiado pela agência estatal de notícias Anatolian News Agency da Turquia. "O Departamento para Assuntos Religiosos inaugurou a exibição "Amor do Profeta", como parte das comemorações do nascimento do Profeta islâmico Maomé".

Muito embora os cristãos sejam uma pequena minoria na Turquia de hoje, o cristianismo tem uma longa história na Ásia Menor, terra natal de diversos apóstolos e santos cristãos, inclusive Paulo de Tarso, Timóteo, Nicolau de Mira (Lícia) e Policarpo de Esmirna.

Todos os sete primeiros Concílios Ecumênicos foram celebrados no que é a Turquia de hoje. Dois dos cinco centros (Patriarcados) da antiga Pentarquia, Constantinopla (Istambul) e Antioquia (Antakya), também estão localizados na Turquia. Antioquia foi o lugar em que pela primeira vez os seguidores de Jesus foram chamados de "cristãos".

A Turquia também é a terra natal das Sete Igrejas da Ásia, para onde foram enviadas as Revelações de João. Nos séculos seguintes inúmeras igrejas foram construídas naquela região.

Uma delas, a Hagia Sophia já foi a maior catedral do mundo cristão, até a queda de Constantinopla nas mãos dos otomanos em 29 de maio de 1453, seguida por três dias de saques desenfreados.[1]

Hagia Sophia não foi poupada. Os saqueadores invadiram a Hagia Sophia destruindo os portões. Sitiados dentro da igreja, congregados e refugiados se tornaram espólio a ser dividido entre os invasores otomanos.

O historiador Steven Runciman relata em The Fall of Constantinople (A Queda de Constantinopla), 1453:

"eles massacraram qualquer um que estivesse nas ruas, homens, mulheres e crianças sem distinção. O sangue jorrava como em rios ruas abaixo das alturas de Petra ao Chifre de Ouro. Rapidamente a ânsia pelo morticínio foi se acalmando. Os soldados logo perceberam que cativos e peças preciosas lhes trariam grande lucro".[2]

Após a queda da cidade, a Igreja Hagia Sophia foi transformada em mesquita.

Uma mesquita com o nome de Hagia Sophia (em grego Ἁγία Σοφία, "Sabedoria Sagrada") é permitido desde que a igreja esteja sob o controle de uma teocracia islâmica. É como se houvesse uma mesquita chamada "A Mesquita Armênia da Cruz Sagrada".

Nos anos 1930, o governo turco a transformou em um museu. Agora, transformá-la em um museu não denota um verdadeiro estado democrático. Uma das características em comum entre o Império Otomano e a Turquia moderna parece ser a intolerância às igrejas.

Em 2013 o vice-primeiro-ministro da Turquia Bulent Arinc, expressou seu desejo de ver o Museu Hagia Sophia ser usado como mesquita, até referindo-se a ele como "Mesquita Hagia Sophia".

"A Turquia não está transformando igrejas em mesquitas porque há uma carência de mesquitas ou porque a Turquia não dispõe de recursos para construí-las", segundo Constantine Tzanos. "A mensagem transmitida por aqueles na Turquia que materializaram a conversão de igrejas cristãs em mesquitas e que preconizam a conversão da Hagia Sofia é a de que a Turquia é um país islâmico e não é tolerada nenhuma outra religião".

Em novembro de 2014, o Papa Francisco foi o quarto Papa a visitar a Turquia. O porta-voz do ministério das relações exteriores da Turquia Tanju Bilgic disse aos repórteres que durante a visita, a questão de uma "aliança de civilizações, diálogo de culturas, xenofobia, a luta contra o racismo e desenvolvimento político na região" fazem parte de agenda do Papa.

A agenda do Papa Francisco devia na realidade incluir as igrejas da Turquia que foram destruídas, danificadas ou convertidas em muitas coisas, inclusive estábulos, como a histórica Igreja Armênia Gregoriana na província de Izmir (Esmirna). "Há cidadãos que colocam suas vacas e cavalos dentro da igreja, ao mesmo tempo que os vizinhos reclamam que a igreja se transformou em antro de viciados e alcoólatras", de acordo com o jornal Milliyet.

Outra vítima da intolerância de igrejas na Turquia, a Igreja Bizantina Agios Theodoros em Istambul, foi primeiro convertida em mesquita durante o governo do Sultão Otomano Mehmed II, recebeu o nome em homenagem a Mollah Gurani, o quarto Sheikh-ul-Islam (a autoridade que governava os assuntos religiosos dos muçulmanos no Império Otomano).

Foi reportado em março de 2014 que a entrada da ex-mesquita/igreja se transformou em uma "casa" e o andar superior em um "apartamento". Uma cabana foi construída em seu jardim. O quarto do padre é agora o banheiro.

Séculos depois, os hábitos dos turcos otomanos, ao que tudo indica, não mudaram.

Hoje a Turquia conta com uma percentagem menor de cristãos em relação a sua população do que a de qualquer um de seus vizinhos, menos que na Síria, Iraque ou Irã. A maior causa disso foram os massacres ou genocídios assírios,armênios e gregos ocorridos entre 1915 e 1923.

Pelo menos 2,5 milhões de cristãos nativos da Ásia Menor foram mortos, abertamente massacrados ou vítimas de deportações, trabalho escravo ou marchas da morte. Muitos deles morriam em campos de concentração, de doenças ou inanição.

Muitos gregos que sobreviveram ao massacre foram expulsos de suas casas na Ásia Menor em 1923, quando da troca forçada da população entre a Turquia e a Grécia.

A devastação física foi seguida pela devastação cultural. Do começo ao fim da história da república turca, inúmeras igrejas e escolas cristãs foram destruídas ou transformadas em mesquitas, depósitos e estábulos, entre outras coisas.

O colunista Raffi Bedrosyan relata no Armenian Weekly que

"sobraram somente 34 igrejas e 18 escolas hoje na Turquia, a maioria em Istambul, com menos de 3.000 estudantes nessas escolas".
...
"Estudos recentes estimam que havia cerca de 2.300 igrejas armênias na Turquia antes de 1915. O número de escolas antes de 1915 é estimado em aproximadamente 700 com 82.000 estudantes. Esses números valem apenas para igrejas e escolas sob jurisdição do Patriarcado Armênio de Istambul e da Igreja Apostólica e, portanto não incluem as inúmeras igrejas e escolas pertencentes às paróquias armênias católicas e protestantes".

Walter Flick, estudioso da International Society for Human Rights na Alemanha, afirma que a minoria cristã na Turquia não usufrui dos mesmos direitos que a maioria muçulmana.

"A Turquia tem aproximadamente 80 milhões de habitantes", segundo ele. "Há apenas cerca de 120.000 cristãos, ou seja, menos de um por cento da população. Os cristãos, sem a menor sombra de dúvida, são vistos como cidadãos de segunda classe. O cidadão de verdade é muçulmano e os que não são muçulmanos são vistos com suspeita".

De acordo com um levantamento de 2014, 89% da população turca disseram que o que define uma nação é fazer parte de uma determinada religião. Entre os 38 países que responderam à pergunta, se fazer parte de uma religião específica (Islã) é importante na definição do conceito de uma nação, a Turquia com 89% da população concordando, ficou em primeiro lugar no mundo. [3]

"De certa maneira a política de Ancara contra os cidadãos cristãos da Turquia acrescentou um viés moderno e uma crueldade sofisticada às normas e práticas otomanas", explica a cientista política Dra. Elizabeth H. Prodromou e o historiador Dr. Alexandros K. Kyrou. "Nas palavras de um hierarca anônimo da igreja na Turquia, temeroso pela vida de seu rebanho, os cristãos na Turquia são uma espécie ameaçada de extinção".

Em 4 abril de 1949, os signatários da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em Washington D.C.anunciaram: "As Partes desse Tratado reafirmam sua fé nos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e no desejo de viver em paz com todos os povos e todos os governos. Elas estão determinadas a salvaguardar a liberdade, civilização e herança comum de seus povos, fundamentados nos princípios da democracia, liberdade individual e estado de direito. Elas procuram promover estabilidade e bem-estar no âmbito do Atlântico Norte. Elas são resolutas quanto à união de seus esforços quanto à defesa coletiva e à preservação da paz e segurança".

Fazer parte da União Européia e da OTAN requer respeitar os valores humanistas, judaicos, cristãos, helenistas e seculares que caracterizam a civilização ocidental e vêm contribuindo para os direitos civis, democracia, filosofia e ciência, dos quais todos podem se beneficiar.

Lamentavelmente a Turquia, membro da OTAN desde 1952 e ao que consta, candidata a membro da União Européia, logrou, quase que por completo, destruir toda a herança cultural cristã da Ásia Menor.

Tudo isso lembra o que o EIIS e demais exércitos jihadistas vêm fazendo no Oriente Médio. Na Turquia a população cristã remanescente, netos dos sobreviventes do genocídio, ainda estão expostos à discriminação. Os velhos hábitos dos turcos otomanos parecem não morrer.

Notas:

[1] Runciman, Steven (1965). The Fall of Constantinople, 1453. Cambridge: Cambridge University Press.

[2] Ibid.

[3] Em 2014, o Professor Ersin Kalaycioglu da Universidade de Sabanci e o Professor Ali ‎Carkoglu da Universidade de Koc conduziram a pesquisa "Nacionalismo na Turquia e no mundo", baseada nas entrevistas de cidadãos turcos com idade acima de 18 anos em 64 cidades por toda a Turquia. "De modo que de acordo com os cidadãos (turcos) nas ruas, turco é aquele que é muçulmano", segundo o Prof. Carkoglu.



(*)Uzay Bulut, muçulmana de nascença, é uma jornalista turca estabelecida em Ancara.

Tradução: Joseph Skilnik
Fonte: Mídia Sem Máscara.

terça-feira, abril 21, 2015

Bolsonaro X Editorial dO GLOBO: Desarmamento.





por Rodrigo Constantino



Sou um admirador dos editoriais do jornal O GLOBO, que têm atacado cada vez mais o lulopetismo e batido nos pontos certos contra o populismo bolivariano na América Latina. Mas, como muitos pensadores da social-democracia, os editoriais pecam, em minha opinião, quando o assunto é Obama, direitos de “minorias” ou desarmamento. Este último foi o tema de hoje, tendo como contraponto um excelente artigo do deputado Jair Bolsonaro. O “progressismo” do jornal ainda é evidente, e isso o afasta do bom senso (e dos fatos) nesses casos.




Eis o editorial:
Bandeira da violência
TEMA EM DISCUSSÃO: Revisão do Estatuto do Desarmamento
POR NOSSA OPINIÃO (O GLOBO)
20/04/2015 0:00



Entre 2003, quando virou lei, e 2012, às vésperas de sua primeira década de implantação, ações práticas (inibição do comércio de armas de fogo, campanhas de entrega voluntária de armas etc.) e o espírito dissuasório do Estatuto do Desarmamento foram diretamente responsáveis por poupar 121 mil vidas no país.

Um ano após sua promulgação, quando foram medidos os primeiros efeitos da lei orgânica, o impacto nos indicadores de violência foi indiscutível: desde a década de 1980, o aumento do número de homicídios no Brasil fora exponencial; deu-se, em 2004, a primeira variação negativa dos indicadores de mortes por armas de fogo desde 1992, com uma queda desse tipo de óbito de 12% em relação a 2003.

São números irrefutáveis que atestam a importância do Estatuto no combate à violência decorrente da criminalidade no país. Mesmo assim, a lei permanece sob constante bombardeio, especialmente no Congresso. Sob patrocínio da chamada “bancada da bala”, grupo de parlamentares cujas campanhas foram financiadas pela indústria armamentista, de tempos em tempos atenta-se contra o desarmamento, na forma de projetos que tentam contrabandear para o corpo da lei mecanismos de flexibilização que a invalidem.

A mais recente investida recém concretizou-se na Câmara, com a instalação de uma comissão especial para discutir um projeto que, na prática, desconstrói todo o arcabouço pacifista do Estatuto. A proposta é aberta e significativamente defendida por fabricantes e distribuidores de armas, que apoiaram financeiramente as campanhas de alguns dos 51 deputados do grupo. É dado importante para desvendar quais os reais propósitos da atual cruzada contra o desarmamento.

O projeto, do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), amplia o leque de pessoas que poderiam andar armadas nas ruas, reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a obtenção do porte de armas, autoriza a compra de até nove unidades de armamento de fogo por pessoa, torna definitivo o registro de armas (pelo Estatuto, ele deve ser renovado a cada três anos) e libera a publicidade de armas e munição em todo o país, entre outras iniciativas deletérias.

Assim, sepulta-se na prática o espírito do Estatuto, já minado por brechas que o fragilizam. A derrota do desarmamento no referendo de 2005 sobre a proibição da venda de armas, por exemplo, abriu um considerável flanco na lei. Permitiu-se, então, a manutenção do comércio legal de armas, de onde saem 93% do armamento que abastece o mercado negro (leia-se, tráfico de armas), responsável pelo arsenal das quadrilhas do crime organizado.

Como se vê, os argumentos da “bancada da bala”, e daqueles que a seguem, em favor da inviabilização do Estatuto não se sustentam nos indicadores. A revogação branca da lei, responsável por significativas melhoras no perfil da criminalidade no país, desatente aos interesses da sociedade. É bandeira de quem aposta na violência.

O editorial repete o mantra da esquerda de que certo apreço pela violência estaria por trás dos motivos daqueles que condenam o desarmamento civil, o que é uma grande besteira e uma desnecessária tentativa de se monopolizar as virtudes e os fins nobres (viver com menos violência). Também cita a queda imediata de indicadores de violência após o Estatuto do Desarmamento, ignorando que logo depois eles voltaram a piorar, como mostram os autores Bene Barbosa e Flavio Quintela em seu novo livro já resenhado aqui.

Jair Bolsonaro rebate o editorial de O GLOBO:



Um direito do cidadão
TEMA EM DISCUSSÃO: Revisão do Estatuto do Desarmamento
POR OUTRA OPINIÃO (nO GLOBO) / JAIR BOLSONARO(*)





Em nome da legítima defesa, a arma de fogo é um direito de todo cidadão. Quanto mais se restringe sua venda legal, mais aumenta a quantidade e a forma cruel dos crimes.

No mesmo sentido, o número de policiais mortos foge à estatística comparativa com qualquer outro país. A legislação lhes nega a retaguarda jurídica para bem desenvolver seu trabalho, pois não faltam propostas para desarmá-los fora de serviço ou na inatividade.

A política de direitos humanos, ao vender uma perfeição hipotética, na prática anestesia a população, inibindo-a de reagir a injustas agressões. Uma verdadeira lavagem cerebral faz o povo aderir à “cultura da paz”, como se a violência pudesse regredir com passeatas ou cruzes fincadas na Praia de Copacabana.

Os casos de execução seguidos de furtos se apresentam como uma nova realidade em nosso dia-a-dia. A certeza de encontrar uma vítima desarmada e a despreocupação de uma pena branda, que não será cumprida em sua totalidade, estimula o crescimento desse lucrativo “negócio”.

O atual Estatuto do Desarmamento, ao exigir “comprovada necessidade” para aquisição de arma, na verdade, pela sua discricionariedade, veta ao cidadão a sua posse.

Uma nova lei se torna imperiosa no sentido de facilitar, àqueles que desejem, a aquisição de arma de fogo para defesa própria, de seus familiares e patrimônio. A população, rural ou urbana, não pode continuar convivendo com o fantasma da insegurança, já que o poder público não é onipresente.

Por ocasião do referendo, em 2005, o governo demonstrou a farsa do desarmamento quando o relator do Estatuto — deputado Luiz Eduardo Greenhalgh — se apresentou como advogado do líder do MST, José Rainha, detido em flagrante portando uma escopeta ilegal. Na prática, ficou caracterizado que o desarmamento somente seria aplicado aos outros, e não àqueles que levam o terror ao campo, bem como aos criminosos urbanos que continuam com armamento e poder de fogo muito superiores ao das nossas polícias.

Em operações mal planejadas ou midiáticas, como a “tomada” do Complexo do Alemão, assistimos a centenas de marginais, fortemente armados, evadirem-se sem serem incomodados, para praticar seus crimes em outras regiões, junto ao nosso povo completamente desarmado pelo malfadado Estatuto.



A atual composição da Comissão de Segurança Pública da Câmara, majoritariamente composta por agentes da segurança pública e com conhecimento de causa, traz a esperança de mudanças profundas na legislação que dispõe sobre a aquisição e porte de armas, contribuindo para garantir melhores condições de defesa do cidadão.


Apesar das críticas e da pecha “bancada da bala”, entendemos que se exauriu a política de que o crime pode ser combatido com medidas que não sejam capazes de levar o medo ao agressor.

(*)Jair Bolsonaro é deputado federal (PP-RJ)



De acordo. Chamar aqueles deputados que representam a maioria da população brasileira de “bancada da bala” não vai adiantar. Tentar incutir na cabeça das pessoas a ideia de que ser contra o desarmamento é ser violento tampouco surtirá efeito. A população sofre no dia a dia os efeitos práticos dessa fantasia dos desarmamentistas, que recolheu ou proibiu as armas somente dos cidadãos de bem, subtraindo-lhes o direito básico de legítima defesa, enquanto os bandidos continuam por aí, livres, leves, soltos e muito bem armados.

Rodrigo Constantino