sexta-feira, abril 24, 2015

Genocídio Armênio.

















Alemanha, 1939


"Afinal quem fala hoje do extermínio dos armênios ?". A frase é de Adolf Hitler, às vésperas da invasão da Polônia.


E, porquê ao primeiro genocídio da humanidade - o Armênio - pouca ou nenhuma repercussão teve, Adolf Hitler promoveu o Holocausto sob os silêncio das grandes nações.


Oficialmente, o Genocidio Armênio teve início em 24 de abril de 1915, quando dezenas de lideranças armênias foram presas e massacradas em Istambul.





Mewlazada Rifar, membro do Comitê de União e Progresso, em seu livro Bastidores obscuros da Revolução Turca, disse:


"Em princípios de 1915 o Comitê de União e Progresso, em sessão secreta presidiada por Talat, decide o extermínio dos armênios. Participaram da reunião Talat, Enver, o Dr. Behaeddin Shakir, Kara Kemal, o Dr. Nazim Shavid, Hassan Fehmi e Agha Oghlu Amed. Designou-se uma comissão executora do programa de extermínio integrada pelo Dr. Nazim, o Ministro da Educação Shukri e o Dr. Behaeddin Shakir. Esta comissão resolveu libertar da prisão os 12.000 criminosos que cumpriam diversas condenações e aos quais se encarregava o massacre dos armênios".


A cidade de Alepo caiu na mão dos ingleses e foram encontrados muitos documentos que confirmavam que o extermínio dos armênios teria sido organizado pelos turcos. Um destes documentos é um telegrama circular dirigido a todos os governadores:


"À Prefeitura de Alepo: Já foi comunicado que o governo decidiu exterminar totalmente os armênios habitantes da Turquia. Os que se opuserem a esta ordem não poderão pertencer então à administração. Sem considerações pelas mulheres, as crianças e os enfermos, por mais trágicos que possam ser os meios de extermínio, sem executar os sentimentos da conseqüência, é necessário por fim à sua existência. 13 de setembrode 1915". — O ministro do Interior, Talat.


Alguns testemunhos:


"Em geral, as caravanas de armênios deportados não chegavam muito longe. À medida em que avançavam, seu numero diminuía com conseqüência da ação dos fuzis, dos sabres, da fome e do esgotamento... Os mais repulsivos instintos animais eram despertados nos soldados por essas desgraçadas criaturas. Torturavam e matavam. Se alguns chegavam a Mesopotâmia, eram abandonados sem defesa, sem viveres, em lugares pantanosos do deserto: o calor , a umidade e as enfermidades acabavam, sem dúvida, com a vida deles".(René Pineau)


"Por que não nos matam logo? De dia não temos água e nossos filhos choram de sede; e pela noite os maometanos vêm a nossos leitos e roubam roupas nossas, violam a nossas filhas e mulheres. Quando já não podemos mais caminhar, os soldados nos espancam. Para não serem violentadas, as mulheres se lançam à água, muitas abraçando a crianças de peito".


O povo armênio não desapareceu quando estava nos desertos da Mesopotâmia: as mães armênias ensinavam a ler aos seus filhos desenhando as letras do alfabeto armênio na areia.


"É hora, 91 anos depois, de dar a razão a um povo que ainda sofre e cujos descendentes têm uma cicatriz que não se fechou ", disse Shahnour Vaghinagh Aznavourian, o Frank Sinatra francês Charles Aznavour, a favor de uma lei que pune a negação do genocídio do povo armênio por parte dos turcos em 1915.


E hoje, 24 de abril de 2015, quem se lembra do Genocídio Armênio, do Holocausto, de Darfur, de Myanmar, do Tibete...?



Lembrar sempre, para que jamais aconteça.


Nenhum comentário: