Reforma em imóveis e pernada de anão na Petrobras ligam Lula a Collor.
por Claudio Tognolli
Que potência viramos, não? Na era Collor, um Fiat Elba derrubava presidente. E hoje um rombo de 6 bilhões na Petrobras não derruba nem árvore…
A grande reportagem da revista Veja dessa semana, mais um rombaço do Robson Bonin, traz uma dica que todos os brasileiros esperavam: a promessa de vinculação de Lula à construtura OAS.
Quando comecei no jornalismo, a OAS tinha um apelido nas redações: Obras Arranjadas pelo Sogro. É que o chefão da construtora era Cesar Matta Pires, genro do ex-senador baiano Antônio Carlos Magalhães, o Toninho Malvadeza, conseguia contratos milionários no governo graças ao sogrão…
Bom: a reportagem do Robson Bonin diz que Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, preso na Lava Jato, se prepara para fazer delação premiada.
A reportagem estabelece: o Santa Bárbara, de Lula, em Atibaia, de 150 mil metros quadrados, teve sua reforma encomendada a OAS. E o ex-homem forte da OAS estaria disposto a fazer delação premiada contando detalhes disso…
Vejamos um trecho da reportagem de Robson Bonin:
“Desde que deixou o governo, Lula costuma passar os fins de semana em um amplo sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. O imóvel é equipado com piscina, churrasqueira, campo de futebol e um lago artificial para pescaria, o esporte preferido do ex-presidente. Desde que deixou o cargo, é lá que ele recebe os amigos e os políticos mais próximos. Em 2010, meses antes de terminar o mandato, Lula fez um daqueles pedidos a que Pinheiro tinha prazer em atender. Encomendou ao amigo da construtora uma reforma no sítio. Segundo conta um interlocutor que visitou Pinheiro na cadeia, esse pedido está cuidadosamente anotado nas memórias do cárcere que Pinheiro escreve”.
Agora temos dois mesmos fatores a ligarem Collor a Lula: a reforma de um imóvel particular do presidente e também a Petrobrás.
Lembremos:
Outubro de 1990, a Petrobras de Collor
O advogado e administrador público Luis Octávio da Motta Veiga acusou o ex-tesoureiro e o então secretário-geral da Presidência, Marcos Coimbra, de pressionar a estatal para fechar um financiamento de US$ 40 milhões, por meio da BR Distribuidora, destinado à empresa de aviação Vasp.
Pela proposta de PC Farias, recusada por Motta Veiga, a Petrobras liberaria US$ 30 milhões em combustível e US$ 10 milhões em espécie, dívida que seria saldada em dez anos, sem juros.
Em troca, a Petrobras seria a fornecedora preferencial da Vasp. A proposta foi rejeitada pelo conselho da estatal, mas PC Farias teria continuado a pressionar o presidente da empresa, que renunciou.
Junho de 1992, a reforma da casa de Collor
Eriberto França, motorista da secretária particular de Fernando Collor, Ana Acioli, disse em entrevista à revista “IstoÉ” que a empresa Brasil-Jet, de PC Farias, pagava contas da residência presidencial, a Casa da Dinda. O ex-presidente chegou a fazer um pronunciamento para desmentir as declarações do motorista.
Mais tarde, a chamada CPI do PC Farias no Congresso apontou depósitos de PC e de integrantes do “esquema PC” na conta de Ana Acioli. Além disso, localizou-se um cheque fantasma que teria sido utilizado para a compra de um carro Fiat Elba para a primeira-dama, Rosane Collor. O cheque era assinado pelo ex-piloto Jorge Bandeira de Melo, sócio de PC Farias –ex tesoureiro de Collor, que arrancou toda essa grená de suas contas fantasmas.
Relatório da CPI atestou que US$ 6,5 milhões haviam sido transferidos irregularmente para financiar gastos do presidente.
Há mais cousas entre Lula e Collor do que imagina a nossa vã ideologia, não?
Nenhum comentário:
Postar um comentário