terça-feira, julho 31, 2012

ABORTO: VOCÊ PAGA E NÃO SABE?.


por Padre Paulo Ricardo

Nas últimas eleições presidenciais, quando a então candidata à presidência da República, Sra. Dilma Rousseff, viu as intenções de voto caírem vertiginosamente após a divulgação da sua posição favorável ao aborto, assinou um compromisso público, no qual firmou a obrigação de não modificar a legislação referente ao aborto. Com isso, conseguiu eleger-se, como é sabido.

Após ser eleita, de fato, a Sra. Dilma Rousseff não tentou modificar as leis que tipificam o aborto, porém, vem trabalhando com afinco e determinação para que o aborto seja implantado no país. Para isso, tem financiado organizações que têm como bandeira o trabalho para a legalização do aborto. Essas organizações lutam pelo que chamam de “direito da mulher” sobre o seu corpo.

Tanto é verdade que a Secretaria de Política para as Mulheres, capitaneada pela sra. Eleonora Menicucci (entrevista aqui), secretária com status de ministra de Estado, está dando quatro milhões e meio de dólares para as seguintes organizações:

CFEMEA (http://www.cfemea.org.br/)
INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO (http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/)
REDE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (http://www.redeh.org.br/)
COLETIVO LEILA DINIZ (http://www.coletivoleiladiniz.org/)
INSTITUTO MULHER NEGRA (http://www.geledes.org.br/)
CUNHÃ COLETIVA FEMINISTA (http://www.cunhanfeminista.org.br/)


A pergunta que não quer calar é a seguinte: qual a razão para que 4,5 milhões de dólares sejam dados para instituições que publicamente trabalham contra a vontade do povo brasileiro?

Somente duas opções podem ser aceitas, nesse caso:

Ou a Sra. Dilma Rousseff, presidente da República, nada sabe sobre as ações da Secretária de Política para as Mulheres e, diante desta denúncia, irá tomar medidas coerentes com o seu compromisso firmado à época das eleições, destituindo peremptoriamente a Sra. Eleonora Menicucci, posto que suas ações não condizem com a palavra dada pela sra. Presidente;

(Nota do Blogando: Essa alternativa não é possível Dilma sabe de tudo e um pouco mais; pode não tomar providências por sua imensurável incapacidade; no caso do aborto não toma providências pois é realmente essa a sua intenção)

Ou a Sra. Presidente sabe exatamente o que está acontecendo na Secretaria de Política para as Mulheres, tem pleno conhecimento das ações da Sra. Eleonora Menicucci, as apoia e, portanto, irá calar-se, omitir-se diante da vontade da maioria esmagadora do povo brasileiro, mostrando com essa atitude que está ciente e de acordo com o que ocorre na referida Secretaria e no Ministério da Saúde. 

Não existe uma terceira alternativa. O país está diante de fatos claros: o Governo Federal insiste em financiar organizações que historicamente já agiram de forma contrária à vontade da população.

A Frente Parlamentar Evangélica protocolou nesta semana, junto à Câmara dos Deputados, em Brasília, o Requerimento nº 2406/2012, assinado pelo Deputado Federal, Sr. João Campos e subscrito por mais vinte e seis parlamentares, solicitando ao Governo Federal que dê explicações detalhadas sobre o destino dado ao valor de 4,5 milhões de dólares (composto de 3 milhões de dolares recebidos da ONU-Mulheres e mais 1 milhão e meio do próprio governo Federal) e sobre o critério de escolha das organizações que estão recebendo parte desse montante.

Além desse requerimento específico, a mesma Frente Parlamentar endereçou um outro ao Sr. Alexandre Padilha, Ministro da Saúde, questionando acerca da norma técnica que permitirá a liberação comercial do medicamento abortivo conhecido como CITOTEC. Qualquer mulher que queira realizar um aborto será orientada pelo Sistema de Saúde - por meio de uma cartilha que está sendo preparada pelo MS - a adquirir este medicamento em qualquer farmácia e administrá-lo. Tão logo os primeiros sintomas apareçam deve encaminhar-se para um Posto de Saúde. O requerimento pede explicações sobre essa ação gravíssima do Ministério da Saúde, subordinado ao Governo Federal, que porá em risco a vida de milhões de bebês.

Incrível é que essa notícia não foi veiculada na grande mídia, nem mesmo no site da Câmara dos Deputados. Apesar do escândalo que esses atos do Governo representam, tais notícias não serão veiculadas na grande mídia. Caso queria inteirar-se, o cidadão deve recorrer ao Pravda (acesse aqui), veículo de comunicação ligado à Federação Russa. Esta é a censura que o país vive.



Colocar em prática a agenda abortista internacional não é algo que começou ontem. Pelo contrário, tão logo acabou o Governo Militar, organizações internacionais passaram a subvencionar institutos nacionais com o fim único de promover a legalização do aborto.
Recentemente, a Organização das Nações Unidas criou um órgão denominado ONU-Mulheres. Este organismo surgiu "a partir de um forte embasamento, pela fusão de quatro organizações da ONU com um sólido histórico de experiência em pesquisa, programas e ativismo em quase todos os países". É interessante perceber como eles são claros ao exporem seus objetivos:
“A ONU Mulheres apoia os Estados-Membros da ONU no estabelecimento de padrões globais para alcançar a igualdade de gênero e trabalha junto aos governos e à sociedade civil para formular leis, políticas, programas e serviços necessários à implementação desses padrões. A ONU Mulheres coordena e promove o trabalho do Sistema ONU no avanço da igualdade de gênero.” http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/onu-mulheres/
No documento chamado "O Progresso das Mulheres: em busca da justiça", a ONU-Mulheres afirma na página 43: os comitês das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos, sobre os Direitos Econômicos e sobre os Direitos das Crianças já declararam que estão preocupados pela legalização do aborto e exortaram várias vezes os Estados-membros que revisassem ou modificassem a legislação. Vários casos judiciais transcendentais confirmaram o direito das mulheres ao acesso a serviços de saúde reprodutivas, incluindo o aborto, em condições seguras. Ou seja, segundo este documento, o aborto é um direito reprodutivo das mulheres; existe jurisprudência para amparar esse postulado; mais que isso, se o Brasil não reconhecer o aborto como um direito, entrará para a lista de países que desrespeitam os direitos humanos.
Trata-se de um ataque frontal à soberania da Nação. Com esse documento, querem dizer como se deve pensar, em que se deve acreditar e como se deve legislar no Brasil. Isso é inadmissível. É um atentado à democracia brasileira. Fundações internacionais interferindo na maneira de se governar um país. E isso por meio do dinheiro, comprando posturas e subvencionando organizações nacionais para trabalharem contra a vontade da população.
Diante disso, incrivelmente existe um silêncio sepucral, nada se fala sobre o assunto na grande mídia. Não existe uma voz que se levante em defesa não só da soberania do país, mas em defesa da vida das crianças nos ventres maternos. Onde estão os defensores da vida, dos direitos humanos? Onde?
As crianças mortas, assassinadas pelas normas técnicas, pelo CITOTEC, pelo dinheiro dessas organizações internacionais são SILENCIOSAS. Não gritam, não podem defender-se e, por isso, todos fingem que nada está acontecendo. É mister que o povo apoie os Deputados e Senadores que estão chamando o Governo a dar explicações de seus atos. Não só isso, é preciso que cada cidadão se pronuncie, tome atitudes concretas diante desse flagelo que está se abatendo sobre o país.
Cada homem, mulher de boa vontade, independente da crença religiosa, raça ou partido político, mas que esteja disposto a por em risco fama, propriedade, nome, família e até mesmo a própria vida para defender essa geração de nascituros que está sendo ceifada, deve entrar em contato com o Senadores e Deputados, pedir satisfações ao Governo Federal. Envie e-mails, contate o seu deputado (lista aqui) e o seu senador (lista aqui)
A voz do povo deve ser ouvida. é preciso romper o silêncio sobre essa atrocidade que está em vias de ser legalizada. Sejamos nós as vozes daquelas crianças que estão correndo o risco iminente de serem assassinadas silenciosamente nos ventres maternos. Sejamos nós aqueles que gritam pelos nascituros, pelos fetos, pelas crianças, pela VIDA. Não podemos nos calar diante de tão eloquente silêncio e dor.

AS PERNAS DA MENTIRA.







por Percival Puggina(*)


Como são longas as pernas da mentira insistentemente repetida por muitos! Uma delas atropelou-me outro dia. Centenas de informações sustentam, na internet, que a anistia de 1979 foi aprovada no Congresso pelo estreito placar de 206 votos a 201. Por essa vantagem mínima, a Arena empurrara a tal anistia goela abaixo da oposição. Diante de informação tão homogênea e coincidente, eu a comprei por boa e passei a repeti-la. No entanto, algo não abotoava. Duzentos e um congressistas, adversários do regime militar, se teriam oposto à anistia? Seria paradoxal. Por que rejeitariam um projeto que beneficiou milhares de parceiros? Pesquisando, tropecei noutra das longas pernas em que essa história caminha através dos anos: o projeto teria sido rejeitado pela oposição porque se tratava de uma auto-anistia que só interessava aos militares.

Oh, verdade! Oh, história! O que fazem com vocês duas em nome da ideologia! Dia desses, soube que o JB disponibiliza um arquivo digitalizado de seus jornais desde os anos 30. A edição do dia 23 de agosto de 1979 quebra a perna dessas mentiras. Coisa feia. Fratura exposta. A véspera, dia da votação da anistia, fora tumultuado no Congresso. Pressão nas galerias. Exaltados discursos. O projeto do governo Figueiredo não anistiava quem tivesse participado de "terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal". Para estes, as duras penas da lei. Mas havia uma emenda do deputado Djalma Marinho que anistiava a todos, ampla, geral e irrestritamente. Essa emenda, levada a votação, foi rejeitada por 206 votos a 201. Ah! Quer dizer que não houve 201 votos contra a anistia, mas 206 votos contra uma emenda que a ampliava? Os 201 votos que se diz terem sido contra o projeto de anistia, na verdade foram a favor de uma anistia muito mais ampla? Sim, foi isso mesmo. Aliás, a maioria parlamentar, a base do governo Figueiredo, entendia que os crimes contra a pessoa, crimes de sangue, não mereciam perdão. Para quem os cometera - a justiça. As penas da lei. Já o projeto em si - Lei nº 6683/79 - foi aprovado em acordo, por voto das lideranças.

O país não se pacificou. Nos seis anos seguintes, continuou a campanha pela anistia ampla, geral e irrestrita, finalmente aprovada, em 22/11/1985, por um Congresso com plena legitimidade democrática, no corpo da emenda que convocou a Constituinte. Apesar de as coisas terem transcorrido desse modo, a história, mal contada e muito repetida, sobre longas pernas, insiste, agora, em que a desejada, pleiteada e ansiada anistia ampla, geral e irrestrita foi uma injustiça. Curiosamente, reproduz a posição da bancada linha dura de 1979 e clama pelas duras penas da lei. Anistia, não! Justiça! Justiça! Também acho injusto que terroristas, guerrilheiros, assassinos e assaltantes responsáveis por mais de uma centena de mortes andem soltos e recebendo gordas indenizações. Digo outro tanto de quem torturou e seviciou. Tais impunidades não são justas!

Mas sei que por esse caminho não chegaríamos à normalidade democrática. O país só foi pacificado, só recuperou saúde institucional quando a Política superou a Justiça através da anistia de 1985. A anistia é um instrumento jurídico a serviço da Política. Da boa Política! Há conflitos, na história, que não se resolvem com Justiça, mas com Política. O passado não tinha conserto. Consertou-se o futuro. Foi esse o bom rumo que o Brasil escolheu e que alguns pernalongas, arrebatados pela ideologia do ódio, querem desandar.


"Também acho injusto que terroristas, guerrilheiros, assassinos e assaltantes responsáveis por mais de uma centena de mortes andem soltos e recebendo gordas indenizações. Digo outro tanto de quem torturou e seviciou. Tais impunidades não são justas!

"Mas sei que por esse caminho não chegaríamos à normalidade democrática. O país só foi pacificado, só recuperou saúde institucional quando a Política superou a Justiça através da anistia de 1985. A anistia é um instrumento jurídico a serviço da Política. Da boa Política! Há conflitos, na história, que não se resolvem com Justiça, mas com Política."

(*)Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões

segunda-feira, julho 30, 2012

OPORTUNISTAS, GRAÇAS A DEUS





Se os EUA são o país das oportunidades - ou foram - o Brasil tem sido, ao longo de sua história, o país dos oportunistas. Começamos com Pero Vaz pedindo a El Rei uma boquinha para seus parentes e terminamos - antes da refundação da ARENA - com a fundação do PSD do prefeito Kassab.

Ao longo da história, não tão longa mas repleta de maracutaias, muitos outros oportunistas apareceram no cenário político brasileiro; da Proclamação da Republica (começando com o proclamador chefe do movimento), passando pela ditadura Vargas (convenientemente escondida pela esquerda recente) e, terminando - será que um dia terá fim? - com a eleição - ou re-reeleição de Lula através da Dilma. 


Pode-se afirmar que o excesso de partidos políticos - ou excesso de oportunistas - é nada mais, nada menos do que, os "oportunistas" se estabelecendo "comercialmente" com direito a verbas públicas, propaganda gratuita na TV e mandatos regiamente pagos; sem nos esquecer de outras facilidades como o enriquecimento ilícito.

A mais nova esperança de uma "direita"- ou a mais recente oportunista - se chama Cibele Bumbel Baginski, gaúcha de 22 anos que organiza o movimento pela refundação da Arena, o partido criado para dar sustentação ao regime militar. Na Veja ela se autodefiniu:

Como surgiu a ideia de refundar a Arena?
Faltam ideologia e pragmatismo na política nacional, os partidos são movidos por interesses e conveniências e não existe direita no Brasil. Queremos oferecer aos brasileiros um partido que represente a genuína direita. Faremos isso assim que reunirmos o número de assinaturas necessárias para obter o registro da Arena, o que deve ocorrer no ano que vem.

Você pretende copiar o ideário do partido original?
Vamos nos inspirar nos fundamentos da Arena, sim. Existe um marketing para dizer que ser de direita é ruim e retrógrado, mas ser de direita é ter respeito às pessoas, é promover mudanças econômicas e sociais de maneira ordeira, sem caos, pensando no progresso do país em primeiro lugar.

O que vocês defendem?
Somos conservadores e nacionalistas. Estruturalmente, seremos uma sigla de alianças, como a original, e abarcaremos outras ideias, como o integralismo, por exemplo.

Por que você acha que o projeto será bem recebido?
As pessoas mais velhas, que têm saudade da Arena, certamente vão gostar. Um general me procurou e elogiou a iniciativa. Os jovens que já buscaram conhecer a história do país também vão abraçar a causa. Meus amigos de esquerda é que não curtiram.

Nas páginas do Facebook ela também se definiu:

- Religião:Católica não praticante (como a maioria dos católicos)
- Preferência política:Monarquia (será? Mas vejamos o que a atrai no monarquismo)
"sim, eu gosto de militarismo, porém sim, eu também gosto das coisas do jeito mais tradicional, e eu ainda quero um título de nobreza um dia porque é bonitinho, ok. não, eu não digo isso sem saber o que falo, mesmo que pareça somente mais um comentário de uma garotinha que não entende de política... é só o meu jeito de lidar com as coisas.
e sim, eu sou a favor de algumas leis mais rígidas ou da velha guarda, porque naquele tempo ou as coisas se resolviam ou alguém levava chumbo... por exemplo, eu gosto do Código Civil Brasileiro de 1916, permitia o duelo... e o mais irônico, ele ficou por aí até 2002, me admira que os juízes não usassem esse dispositivo legal!
pensem o que quiserem, e entendam como quiserem, sobre tudo eu posso dialogar, e é pra isso que estou aqui, afinal se eu fosse uma eremita não teria feito um facebook. beijos"

Cibele Bumbel Baginski tem blogs:
http://ladybaginski.blogspot.com.br/ - http://chamanachincha.blogspot.com.br/ e uma página http://meadiciona.com/ladybaginski onde exibe onde pode ser encontrada em todas as redes sociais.

Tão jovem e tão volúvel politicamente?:

com Olívio Dutra PT

Com Tarso Genro, o execrável ex-ministro da justiça e atual governador do RS
Com Renato Rebelo, presidente nacional do PCdoB

Com Manuela D'Avila do PCdoB

Pelos "amigos" que possui, Cibele se encaixaria perfeitamente num novo PCdoBcomB:


"Eu não sou a pessoa mais legal do mundo, mas eu conheço piores.
Eu não sei falar de mim, mas eu consegui escrever um livro (publicado, fora o resto...).
Eu posso ter um ego maior que eu às vezes, mas as pessoas que me conhecem sabem que eu amo elas.
Eu sou amaldiçoada a transformar meus sentimentos em palavras e se me conheceres talvez um dia faça parte de um de meus livros, mas mesmo assim... não me cobre royalties, ok?"

Será que realmente Cibele tem o perfil da velha Arena? É sentar - em berço esplêndido - e esperar para as primeiras "alianças" políticas se e quando o partido sair da prancheta. 


(*) Apenas lembrando um livro de Zélia Gatai (Anarquistas, graças a Deus).

domingo, julho 29, 2012

COTAS RACIAIS - UMA IDEIA ELITISTA.




por Percival Puggina(*)




A Universidade Federal do Rio Grande do Sul avaliou o desempenho acadêmico dos alunos cotistas e não cotistas e concluiu, segundo matéria de Zero Hora em 25 deste mês, que "os cotistas negros apresentam índices consideravelmente piores". Para cada aluno admitido pelo ingresso universal em 2008, com desempenho insuficiente, há 2,4 cotistas negros na mesma situação. Em percentuais, o mau desempenho é de 14,8% no sistema geral e de 34,8% entre os autodeclarados negros.

Tal informação contradiz o que ouvi em sucessivos debates ao longo dos últimos anos, segundo os quais tudo ia muito bem, graças a Deus. Não havia diferença entre cotistas e não cotistas. Sabe-se agora que há, sim, como seria previsível. A universidade não serve - e não deve, mesmo, servir - para suprir deficiências na escolaridade anterior de seus alunos.

As desigualdades sociais em meio às quais vivemos excedem, em muito, o tolerável, mesmo se considerarmos que há uma efetiva desigualdade natural entre os indivíduos. Nosso índice Gini (que mede a distribuição da renda nos países) é comparável ao das sociedades com desenvolvimento mais retardado. Chega a ser um disparate alguém observar o Brasil nessa perspectiva e deduzir que o mal está no acesso às universidades públicas. Não está! É na base do sistema de ensino, no bê-á-bá da cadeia produtiva da Educação, que ele se aloja e opera.

Só os gênios que comandam a Educação nacional não sabem que na vida real, na vida do mau emprego, do subemprego e do desemprego, no mundo do trabalho árduo e do salário baixo, para cada graduado de cor negra que recebe seu diploma no último andar do sistema, dezenas de crianças estão entrando pelo térreo para padecer as mesmas deficiências que inspiraram a ideia das cotas. Atrás do conta-gotas racial percebido nos atos de formatura, há uma hidrelétrica de alunos negros e pobres, recebendo o precário tipo de educação que a nação fornece a seus alunos pobres e negros. E ninguém vê isso? De nada nos servem os tantos bons exemplos de outros povos que superaram desigualdades internas maiores do que as nossas e emergiram como potências no cenário industrial e tecnológico, através de um bom sistema de ensino, do trabalho e do mérito?

Ademais, o próprio STF, ao contrário do que vem sendo repetido equivocadamente, deixou implícito que o sistema de cotas raciais é inconstitucional. "O quê?" perguntará espantado o leitor. "Mas não foi exatamente o contrário?". Estive bem atento durante toda a sessão em que o STF admitiu o sistema. Percebi que os ministros falaram muito mais sobre Sociologia, História do Brasil, Antropologia e Política do que sobre a Constituição. Nesse particular, nesse pequeno detalhe, seguiram o voto do relator, ministro Lewandowski. Quanto a este, era inevitável que, em algum momento, abrisse a Carta da República e topasse ali com coisas como a igualdade de todos perante a lei e com o preceito (quase universal no mundo civilizado) de que ninguém será discriminado, entre outras coisas, por motivo de raça. Como saiu o ministro dessa enrascada? Afirmou que um sistema de cotas raciais precisa ser transitório, temporário, devendo viger até que desapareça a situação que lhe deu causa. Não sendo assim, seria inconstitucional. Ora, isso significa que o conta-gotas funcionará até que se esvazie a hidrelétrica. O preceito da não discriminação persiste, mas perde vigência por prazo impreciso, embora não infinito. Ah! Se isso não é um truque na cartola do politicamente correto, então vou ter que pedir para voltar à universidade por um sistema de cotas para deficientes mentais. E mais: doravante, pelas letras da mesma oratória, todo concurso para magistratura, todo certame intelectual ou cultural, toda prova de habilitação, que não previr cotas raciais será provisoriamente inconstitucional. Arre, STF!

O Brasil importa técnicos e trabalhadores qualificados de nível médio porque não oferece esse tipo de formação aos seus jovens! Enquanto isso, as políticas de desenvolvimento social via universidade fazem o quê? Reproduzem a estúpida estrutura, tão do agrado da elite brasileira: um bacharelado, um canudo, um título de doutor, uma festa de formatura. E está resolvido o problema dos pobres. Até parece ideia de rico de novela.



(*)Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões

sábado, julho 28, 2012

Sessenta Anos de Miséria no Egito.

Rei Faruk (de 1936 a 1952)


Sessenta Anos de Miséria no Egito.


por Daniel Pipes
24 de Julho de 2012

Original em inglês: Egypt's Sixty Years of Misery
Tradução: Joseph Skilnik





Esta semana marca os 60 anos desde que os autoproclamados Oficiais Livres do Egito derrubaram a monarquia constitucional do Rei Faruk – e o primeiro aniversário que se imagina ser o fim do despotismo militar que por tanto tempo castigou o país. Lamentavelmente, o que provavelmente o substituirá, trará um governo ainda pior.


O período da monarquia foi repleto de falhas, de injustos níveis de renda a movimentos violentos (sendo o mais importante entre eles, a Irmandade Muçulmana) porém uma era de modernização, de crescimento da economia e aumento de influência no mundo. Foi o inicio da indústria, das mulheres que deixaram de cobrir a cabeça e o poder de influência do Egito teve um enorme impacto nos países de língua árabe. Tarek Osman lembra dessa época em seu excelente livro Egypt on the Brink: From Nasser to Mubarak (Yale) como um período "liberal, glamoroso e cosmopolita".


O sombrio domínio dos generais e coronéis começou em 23 de julho de 1952, liderado pelo ambicioso Gamal Abdel Nasser (de 1954 a 1970). O grandioso Anwar el-Sadat (de 1970 a 1981) o seguiu e finalmente o empolado Hosni Mubarak (de 1981 a 2011). Nasser, de longe o pior do trio, dançou a dança dos demônios do ressentimento anticapitalista e da frustração anti-imperialista, seu governo promoveu confiscos debilitantes de propriedades no setor privado e aventuras externas insensatas (com a Síria contra Israel, e no Iêmen), afundando em dívidas que o país ainda está pagando.

Presidente Mohamed Naguib (de 1953 a 1954).



O regime se especializou em fraudes. A junta se vestiu de mufti mesmo durante o avanço dos  
militares na economia, nos serviços de segurança, no legislativo e no judiciário. A união com a Síria mascarou uma amarga hostilidade. A ostentosa rivalidade contra os islamistas ocultava uma sórdida competição em torno dos despojos. A paz com Israel disfarçava a luta contínua através de outros meios.

Durante o longo, árduo e regressista reino das forças das botas, o Egito regrediu de acordo com qualquer índice que seja, do padrão de vida ao peso diplomático, ainda que a população tenha quadruplicado de 20 para 83 milhões e a ideologia islamista tenha florescido. Egito e Coréia do Sul, observa Osman, encontravam-se no mesmo patamar socioeconômico em 1952, agora o Egito está bem atrás. Ele explica como a "sociedade não progrediu" sob o regime militar e sim ao contrário, "em muitas áreas na realidade regrediu". Ele mostra que desde 1952 "há um predominante sentimento de fracasso, de derrota nacional". De partidas de futebol a poesia, há a sensação de derrotismo.





Presidente Gamal Abdel Nasser (de 1954 a 1970).




Com a aproximação do 30º ano no poder, o Faraó Mubarak decidiu, em um ataque de orgulho, colocar de lado seus colegas militares. Ele almejava roubar ainda mais dinheiro, mesmo que isso significasse negar aos oficiais a parte deles, e (sob pressão da sua esposa) empenhou-se em colocar, não outro oficial militar e sim seu filho, o banqueiro Gamal, para sucedê-lo como presidente.

Os ultrajados oficiais esperaram a hora certa. No início de 2011, quando jovens corajosos, seculares e modernos anunciaram sua impaciência com a tirania na Praça Tahrir, a junta valeu-se deles e pôs Mubarak para fora. Os liberais imaginaram que a vitória fosse deles, porém serviram meramente como ferramenta e pretexto para que os militares se livrassem do seu aversivo mestre. Tendo servido seu propósito, os liberais foram colocados de lado enquanto oficiais e islamistas disputavam o espólio.



Presidente Anwar el-Sadat (de 1970 a 1981).




O que nos trás ao presente: O Conselho Supremo das Forças Armadas ainda governa o país, a Irmandade Muçulmana quer colocá-lo de lado. Qual dessas forças autocráticas e infames irá vencer? O SCAF (Conselho Supremo das Forças Armadas) tem, no meu modo de ver, 80 por cento de probabilidade de se manter no poder, querendo dizer que os islamistas triunfarão somente se apresentarem muito talento. O SCAF inteligentemente excluiu o líder mais capaz e carismático da Irmandade Muçulmana, Khairat al-Shater baseando-se em razões técnicas duvidosas (seu encarceramento pelo regime de Mubarak). O que deixou o bem menos competente Mohamed Morsi como líder da irmandade e novo presidente do país. Suas primeiras semanas de governo mostraram-no como desajeitado e desengonçado, sem nenhuma aptidão de travar uma batalha política até mesmo contra o quadro da incompetente equipe do SCAF.

À medida que os egípcios vão suportando a passagem do 60º aniversário da tomada de poder pelos militares, é pouca a esperança quanto ao futuro. Se mais comemorações celebrando o 23 de julho estiverem a espera deles, pelo menos não estarão passando pelo sofrimento do primeiro aniversário de domínio islamista. Melhor estar sob o domínio de soldados gananciosos do que sob o domínio de ideólogos islamistas.

Mesmo assim, os egípcios e seus partidários no exterior podem ansiar por dias melhores. Os liberais que se reuniram na Praça Tahrir continuam sendo a única esperança do país e os únicos aliados do Ocidente, eles merecem apoio. Por mais afastados que estejam dos corredores do poder, seu levante proporciona de forma inigualável o antídoto contra os sessenta anos de tirania e declínio.


sexta-feira, julho 27, 2012

Os privilégios que só Israel tem na mídia.



por André Cardon (para o deOlhonamídia.org.br)


A mídia, de uma forma geral, costuma ser anti-israel de um jeito ridículo e nojento, para dizer o mínimo.

A única democracia do Oriente Médio e o único país na região no qual os jornalistas estão seguros para escrever e falar do que quiserem é, paradoxalmente, o mais criticado.

Israel é exemplo em economia, desenvolvimento e direitos humanos. É esta nação que eles criticam sem escrúpulos de forma irresponsável e leviana.

Alguém poderia argumentar que meu artigo é tendencioso , porém, eu provo através de fatos, e não opiniões, o que eu defendo.

Como alguém, mesmo um leigo, pode deduzir que a mídia é parcial ? Pela forma como as notícias são tratadas diferentemente, dependendo de quem é o assunto. Alguns exemplos:

- Enquanto o Exército de Israel mata e assassina, os israelenses nunca são assassinados. Israelenses morrem devido a "explosões", "foguetes caseiros rudimentares", etc.

- No lado árabe palestino são enfatizados os eventos quando os mortos ou feridos são mulheres e crianças, já no lado israelense eles se tornam apenas números. Além disso, ainda são distinguidos, pois se o israelense que mora na Judéia e Samária sofre algo, ele não é um judeu, nem israelense, ele é apenas um "colono"!

- Israel pode ser atacado com 10 foguetes, ou 20, ou 30, ou 100, não importa. Enquanto Israel não retaliar, este fato não vira notícia. Porém, após 100 foguetes atirados contra Israel, veja o que acontece quando Israel ataca e mata UM palestino: 
O mundo inteiro repercute a noticia e ainda chega ao ponto de dizer, como ocorreu recentemente, que os 100 foguetes tiveram como causa o assassinato, que ocorreu depois destes inúmeros ataques !

- No caso da famosa flotilha (aqui), o exército israelense foi vistoriar as mercadorias que seriam entregues em Gaza. Não barrar, não impedir, apenas fiscalizar para que entrasse comida, remédios e outros bens de consumo mas não armas. Os soldados foram obrigados a se defender, reagir e matar nove tripulantes do navio. Esta notícia ficou meses no noticiário. Agora, veja por quanto tempo a notícia de um ataque aéreo da Turquia, que matou dezenas de curdos de forma premeditada, fica na mídia. E a Turquia bombardeia sistematicamente aldeias de refugiados curdos sem ninguém criticar!

- Há também comentários absolutamente ridículos sobre o conflito:

- Atacar Israel de Gaza com 5 mil foguetes desde a total retirada do exército e moradores de lá não é empecilho para a paz

- Matar soldados israelenses não é empecilho para a paz

- Seqüestrar israelenses não é empecilho para a paz

- Ignorar a existência do Estado Judeu nos livros escolares árabes palestinos não é empecilho para a paz

- Criar colônias de férias como o Hamas faz, onde parte das brincadeiras consiste em seqüestrar um soldado israelense não é empecilho para a paz

Empecilho para a paz é a construção de uma casa para uma família israelense na Cisjordânia !!! Pasmem !!! Israel tem 20% da sua população composta por árabes-israelenses com os mesmos direitos que um israelense, disputando lugares nas universidades, mercado de trabalho, etc. Porém, o Estado Palestino, segundo a Autoridade Palestina, não pode ter nenhum judeu, mesmo que não interfira em nada, seja disputando lugares nas escolas ou trabalho, o que for. Neste momento que a mídia, de forma crítica, deveria apurar qual o real interesse deles: criar um Estado ou destruir um?

E o caso dos imigrantes ilegais africanos ocorrido recentemente.

Todos países do mundo podem deportar pessoas, Israel não.
Todos os países podem recusar abrigo a quem eles quiserem, Israel não.
Todos países do mundo podem ter fronteiras fortalecidas e alta fiscalização, Israel não.

Ou seja, quando se trata de Israel, além de todas as mentiras e comentários totalmente parciais, ainda temos que agüentar uma crítica distinta de todas as outras feitas sobre todos os outros países (sejam democracias ou até, pasmem, ditaduras), o famoso 2 pesos e 2 medidas.

Todas nações fizeram, fazem e continuarão a fazer, mas quando esta nação é Israel o mesmo ato é condenável, criticado, etc.

Resumindo, é uma hipocrisia só.


quinta-feira, julho 26, 2012

ENTEBBE: A LIÇÃO DE ISRAEL CONTRA O TERRORISMO.


(*) por Julio Severo



Acabei de ler o livro “Entebbe: A Defining Moment in the War on Terrorism” (Entebbe: Momento Decisivo na Guerra contra o Terrorismo), escrito por Iddo Netanyahu, irmão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. O livro, que é fascinante, me foi recomendado por WorldNetDaily.
Fiquei tão empolgado com a leitura que seria injusto não compartilhar com os leitores as proezas da “Operação Entebbe”, nome pelo qual ficou conhecida uma espetacular operação militar, realizada pelas Forças de Defesa de Israel, em julho de 1976.


Compartilharei, pois, essa leitura, a partir de material da Wikipédia, mas com os filtros necessários do livro que li, onde o autor entrevistou os soldados e reféns.
A “Operação Entebbe” tinha como alvo libertar mais de 100 judeus, sequestrados por palestinos islâmicos e alemães comunistas durante um voo comercial. O avião fora desviado para o aeroporto de Entebbe, situado nos arredores de Kampala, capital de Uganda (África), na época sob o governo de Idi Amin Dada, um ditador marxista apoiador do terrorismo islâmico contra Israel, além de adepto do canibalismo e bruxaria africana. Ele era defensor de Adolf Hitler e favorável à extinção do Estado de Israel.
A operação foi originariamente denominada de “Operação Thunderbolt”. Depois, foi rebatizada como “Operação Yonatan”, em homenagem ao comandante da força-tarefa, o tenente-coronel Yonatan Netanyahu (irmão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu), único militar israelense morto durante a ação.

Entretanto, ficou mundial e popularmente conhecida como “Operação Entebbe” e já foi tema de inúmeros livros, documentários e filmes, inclusive inspirando o filme de ação militar Comando Delta (The Delta Force), com Chuck Norris.


É considerada por muitos especialistas como a missão de resgate mais complexa e perfeita de todos os tempos, inspirando as forças armadas dos Estados Unidos a criar equipes de resgate altamente treinadas de acordo com o modelo do resgate de Entebbe. Uma notável tentativa americana de imitar os israelenses foi a Operação Garra de Águia, um resgate fracassado de 53 funcionários da Embaixada dos EUA mantidos como reféns em Teerã durante a crise provocada quando radicais islâmicos tomaram o governo do Irã e a Embaixada dos EUA.

O drama dos reféns judeus começou no dia 27 de junho de 1976, com o sequestro de um Airbus A300 da Air France, que fazia a rota Tel Aviv-Paris, com escala em Atenas (Grécia), e 258 pessoas a bordo.

Oito minutos após a decolagem de Atenas, terroristas palestinos islâmicos e alemães comunistas assumem o controle do avião, que em seguida voa para a Líbia, onde os terroristas palestinos têm uma base. O próprio ditador islâmico da Líbia, Muamar Kadafi, dá apoio aos sequestradores.
Em seguida, o avião parte para Uganda, aterrissando no aeroporto de Entebbe. Ali, os terroristas separam os passageiros, libertando todos os que não eram judeus e israelenses. Restaram pouco mais de 100 passageiros, entre eles dois estudantes brasileiros de sangue judeu.

Os terroristas revelaram que se Israel não libertasse terroristas palestinos em prisões israelenses, os passageiros seriam mortos. A data final era 4 de julho.

O governo de Israel estava na dúvida se negociava ou agia. No fim, a decisão foi pela ação. No Aeroporto Internacional Ben Gurion, quatro aviões Hércules C-130 de transporte começaram a levantar voo a partir das 13h20 do dia 3 de julho, em voo baixo e por regiões distantes a fim de evitar radares russos e árabes.

Devido ao forte calor na baixa altitude, a maioria dos militares israelenses passa mal e vomita. Depois de se distanciar dos radares russos, os aviões partem para altitudes mais elevadas.
Sete horas depois da decolagem, os aviões carregados de militares israelenses aproximavam-se de Entebbe, quase à meia-noite.

Após a aterrisagem, do primeiro C-130 Hercules descem a rampa para pista escura um Mercedes e dois Land Rover, transportando 35 militares israelenses, que iriam tomar de assalto o velho terminal, onde estavam os sequestradores e reféns. Para poder chegar ao terminal sem levantar suspeitas, os israelenses que iam no Mercedes estavam vestidos com uniformes ugandenses.

A 100m do terminal duas sentinelas, com metralhadoras apontadas, ordenaram que o Mercedes parasse, mas foram rapidamente eliminadas.
Os militares de Israel seguiram em frente até uns 50m do edifício. A partir daí, foram a pé, conseguindo chegar ao local de surpresa, impedindo assim que os terroristas explodissem todos os reféns, que estavam deitados no salão principal. Quatro terroristas estavam montando guarda. Apanhados de surpresa, foram mortos imediatamente, e o grupo de assalto 2 subiu pelas escadas.

Vários soldados ugandenses também foram mortos. As ordens eram para tratar os ugandenses como inimigo armado, se abrissem fogo; se fugissem ou abaixassem as armas, seriam poupados. Mas para os terroristas islâmicos e comunistas, a ordem era eliminar por completo.

As tropas que realizaram a ação estavam divididas em cinco grupos de assalto:

* Grupo de Assalto 1: se encarregou da segurança da pista do aeroporto de Entebbe e dos aviões (era formado por 33 médicos que também eram soldados);
* Grupo de Assalto 2: tomou o edifício do antigo terminal e libertou os reféns;
* Grupo de Assalto 3: tomou o edifício do novo terminal;
* Grupo de Assalto 4: impediu a ação das unidades blindadas de Idi Amin (estacionadas em Kampala, a 37 km de distância) e destruiu os aviões de combate ugandenses MiG 17 e MiG 21 estacionados no aeroporto, para impedir uma possível perseguição aérea. Esse grupo também ficou de vigilância na estrada de acesso ao aeroporto, pois sabia-se que o Exército ugandense tinha tanques soviéticos e carros blindados tchecos para transporte de tropas estacionados na capital.
* Grupo de Assalto 5: evacuou os reféns, conduzindo-os para o avião Hercules que estava à espera.
A ação toda levou aproximadamente uma hora e meia.

Do lado israelense os mortos foram quatro: Yoni, que era o comandante e irmão do atual primeiro-ministro de Israel, e três reféns — dois morreram no fogo cruzado com os terroristas e uma senhora de idade, Dora Bloch, que havia sido transferida para um hospital de Uganda e que posteriormente foi assassinada por ordem de Idi Amin. Dos 13 terroristas envolvidos no sequestro, os oito que estavam no aeroporto foram mortos. Os outros estavam fora do aeroporto. Morreram ainda 35 ugandenses na operação. Além disso, um número incerto de soldados ugandenses e autoridades civis do aeroporto foram, posteriormente, executados por ordem de Idi Amin por não terem feito tudo o que puderam para deter os israelenses.

No dia 4, data marcada pelos terroristas para matar os reféns judeus, um C-130 Hercules aterrissa no Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Israel. De suas portas traseiras, 102 pessoas — homens, mulheres e crianças — correm em segurança para se reunir com seus familiares e amigos.

Com a “Operação Entebbe”, Israel deixa para o mundo uma grande inspiração de resgate de inocentes e luta contra terroristas armados — uma luta que Hollywood mostra bem nas telas e na fantasia, como no filme Comando Delta, mas que Israel mostra bem na vida real.
Com informações de “Entebbe: A Defining Moment in the War on Terrorism” e Wikipédia.

(*)Título Original: Entebbe: A solitária e surpreendente luta de Israel contra o terrorismo

quarta-feira, julho 25, 2012

Porque o Hezbollah?.



por Deborah Srour (no Pletz)




O ataque de quarta-feira na Bulgaria foi uma dolorosa lembrança de que uns 70 anos depois do Holocausto os judeus mais uma vez não estão seguros no mundo. O fato de não vermos atos como este todos os dias é devido somente ao esforço sobre humano dos serviços de segurança e não do enfraquecimento do inimigo. Imediatamente após o ataque, que se deu no 18º. Aniversário do ataque ao Centro Comunitário Judaico AMIA em Buenos Aires, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu apontou o dedo para o Irã e seu grupo terrorista em chefe, a Hezbollah.

É muito raro que um chefe de estado faça acusações tão categóricas contra qualquer um, ainda mais um governo, antes de ter em mãos os resultados das investigações. Mas qualquer um que leia os jornais e preste um mínimo de atenção ao que se passa no mundo, sabe que há uma guerra entre o Irã e o mundo ocidental e que se os Ayatollahs colocarem suas mãos em armas nucleares, poderão aniquilar o mundo livre ou exigir sua submissão.

Alguns comentaristas jogaram a possibilidade de Netanyahu ter dito que a guerra do Irã é contra o Ocidente para preparar o terreno para uma ação militar conjunta contra as instalações nucleares iranianas. Acho isso pouco provável. Aqueles “aliados” que deveriam estar preocupados em coordenar tal ação militar estão muito atarefados com os fúteis e improdutivos “diálogos” com Teherã, enquanto os mullas marcham direto para o enriquecimento do urânio.

Sim, estou falando da administração Obama. Mesmo se pudessemos acreditar por um minuto que os Estados Unidos não deixarão os iranianos adiar o momento da verdade indefinidamente, com tantas coisas aparentemente mais urgentes, Israel não consegue que o mundo dê prioridade para o problema da bomba iraniana. Ao norte de Israel, a Síria está transferindo seu arsenal de armas químicas para a Hezbollah no sul do Líbano e os Estados Unidos pediram hoje a Netanyahu de não fazer um ataque preventivo à este arsenal para não dar a Assad uma oportunidade de unir os sírios. Quer dizer, para Obama então é mais importante depor Assad do que proteger Israel de um ataque com armas químicas.

E ao sul de Israel a instabilidade do Egito e sua aproximação com o Hamas complica e estica as defesas do estado judeu. Hoje o gaseoduto entre o Egito, Israel e a Jordania, foi explodido pela enésima vez. Enquanto isso, a secretária de estado Hillary Clinton está ocupada com discursos sobre as dificuldades econômicas do Oriente Médio – apesar deles estarem sentados sobre o petróleo – e como os Estados Unidos continuarão a enviar bilhões de dólares dos seus contribuintes para a região.

Netanyahu sabe que o objetivo principal do Irã é alcançar uma hegemonia com seus vizinhos para liderar uma coalisão muçulmana contra o ocidente restaurando o califato que existia antes da Primeira Guerra Mundial. Uma idéia que ainda é negada e tida como absurda pelo mundo livre. Assim Netanyahu precisa martelar e reiterar o perigo de um Irã nuclear mesmo se Ahmadinejad diz que está pronto a “negociar”.

Alguns analistas disseram que este ataque na Bulgaria reflete a frustração da Hezbollah em não conseguir vencer Israel no campo de batalha e de ter outros ataques prevenidos na India, Georgia, Tailandia, Azerbaijão, Turquia, Chipre e Grécia. Algus outros disseram que este ataque foi em retaliação ao assassinato do terrorista Imad Mughniyeh em Fevereiro 2008 que a Hezbollah atribui ao Mossad. Mughniyeh era um agente senior da Hezbollah responsável por espetaculares ataques terroristas contra alvos Israelenses e Americanos como o ataque ao quartel americano no Líbano em1983 e o ataque à embaixada israelense em Buenos Aires em 1992.

Acho que a desculpa ao ataque, definida como“retaliação” não cabe aqui. Israel negou te-lo matado e ele pode ter sido morto por qualquer outra facção rival do Líbano. Mughniyeh morreu por ter dedicado sua vida a planejar e a cometer assassinatos em massa contra os “infiéis” do Ocidente. A diferença é que a Hezbollah, nesta semana, alvejou um grupo de turistas israelenses num ônibus na Bulgária, como parte de uma estratégia global antisemita de aniquilar ou subjugar judeus. A mesma estratégia que levou Mohamed Mehra a executar uma menina de 9 anos e outros inocentes em Toulouse. O mesmo objetivo do Irã.

A Hezbollah não precisa de uma desculpa para perpetrar um ato de Guerra. Nem Israel poderia fazer algo diferente para evitar a ira dos mullas e seus agentes. É o infinito ódio à própria existência dos judeus e de Israel que faz com que os seguidores de Nasrallah prendam bombas aos próprios corpos e morram só para matar alguns judeus. E isso foi verdade muito antes de Mughniyeh partir deste mundo e ainda o seria se estivesse vivo.

Hoje a França comemorou os 70 anos da prisão e deportação de mais de 13 mil judeus de Paris para Auschwitz e morte. Destes, somente 100 sobreviveram. O presidente francês hoje lembrou a vergonha que seu país teria que carregar já que nenhum soldado alemão participara da operação – conduzida totalmente por policiais franceses. Desde 1995 nenhum presidente francês pensou em marcar desta data. E o antisemitismo volta, com toda a força e com toda a racionalização possível.

E é isso que Netanyahu tem tentando transmitir aos líderes da Europa e Estados Unidos sem qualquer sucesso. Pura e simplesmente. Sem tentar dissecar, analisar, comentar, arrumar explicações ou desculpas para cada evento, cada ataque, em separado. Elas só servem para que o mundo continue a culpar Israel não só por árabes mortos mas por seus próprios mortos também.


Texto publicado no Pletz

Nota Importante: Venezuela e Brasil: principais centros do Hezbollah na América Latina, leia aqui 




Leia mais:

Israel acusa o Irã de introduzir terrorismo na América Latina com apoio de Chávez

terça-feira, julho 24, 2012

Brasileiro paga para celebrarem o Aborto na ONU


por Julio Severo

Durante sua campanha na última eleição presidencial, vendo-se pressionada pela oposição do povo brasileiro ao seu radical histórico pró-aborto, Dilma Rousseff assinou o compromisso de não descriminalizar o aborto (aqui). Foi um sacrifício imenso, pois legalizar o aborto está não só nas entranhas de sua antiga militância comunista, mas também no próprio coração do seu partido, o PT.

Contudo, depois de eleita, Dilma imitou Lula, que em 2002 também havia feito compromisso com 500 líderes protestantes, pentecostais e neopentecostais de não permitir que seu governo promovesse o aborto e o homossexualismo. Semelhante compromisso não foi necessário com a CNBB, companheira na fundação do PT.
Lula nunca conseguiu cumprir seu compromisso e Dilma não parece querer ser infiel aos descompromissos dele.

Além de enviar técnicos de saúde ao exterior para conhecer em detalhes projetos cuja finalidade é garantir o chamado “aborto seguro”, o Ministério da Saúde também tem prorrogado há mais de dois anos convênios com a Fundação Oswaldo Cruz cuja intenção é o estudo para legalizar por completo o aborto no Brasil.

Mais recentemente, Dilma nomeou Eleonora Menicucci como ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). Eleonora, além de ativa feminista e militante pró-aborto, era companheira de atividades terroristas comunistas no passado de Dilma. Seu currículo inclui uma viagem à Colômbia em 1995 para aprender a fazer abortos. De terrorismo contra o governo do Brasil, ambas passaram para o terrorismo contra os bebês em gestação. Hoje, Eleonora é membro do Grupo de Estudos sobre Aborto (GEA), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos.

Fundada no início da década de 1990 por 40 organizações feministas, a Rede cresceu com o apoio da Fundação MacArthur, uma poderosa instituição americana que é um dos principais financiadores do aborto no mundo inteiro. A Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos desempenha um papel importante na mudança das mentalidades na luta pela descriminalização do aborto. Na prática, a Rede tem espaço em vários conselhos de Saúde e é apoiada pela ONU, em Nova Iorque.

Foi para Nova Iorque, neste mês, que a ministra Eleonora Menicucci voou (DOU de 17/06/2012), onde, ao lado da assessora especial Marinei Luiz Bonfim, cumpriu agenda entre os dias 8 e 9. O único motivo da viagem, segundo informa a agenda oficial disponível no site da SPM, foi a celebração dos 30 anos da criação do Committee on the Elimination of Descrimination against Women (CEDAW), ou Comitê da ONU para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. O Comitê tem usado e abusado de questões das mulheres para promover práticas abortivas em países como o Brasil. 

Apesar dos protestos de vários países, o Comitê tem persistido em cobrar a legalização do aborto de governos de várias partes do mundo.

Por motivos óbvios, Eleonora se sente em família no Comitê da CEDAW. Portanto, por nada neste mundo ela poderia perder o aniversário de um órgão tão importante da ONU para as feministas do mundo inteiro.

A data também foi amplamente festejada pela embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Ribeiro Viotti, que abriu, para receber a ministra e convidados, a Residência Oficial brasileira, localizada na Rua 79, em Nova York.

Estimativa feita pelo Portal Fé em Jesus aponta que, para a viagem da ministra e sua assessora, foram gastos aproximadamente R$ 4 mil em diárias e outros R$ 20 mil com as passagens aéreas, levando em consideração o pagamento de bilhetes de ida e volta a Nova Iorque na classe executiva, onde costumam viajar autoridades de Estado e assessores especiais. Na TAM, por exemplo, cada trecho nesta classe sai a R$ 5.768,00 para viagens a Nova Iorque realizadas este mês.

Pesquisas de opinião pública já mostraram que 70 por cento do povo brasileiro não quer que a legalização do aborto. Entretanto, esse mesmo povo banca as despesas e luxo de indivíduos que vão a ONU celebrar o que o povo não defende.

A relação do governo brasileiro com o Comitê da CEDAW não é recente. Em 2005 o governo Lula reconheceu, junto ao Comitê abortista, o aborto como direito humano. Na ocasião, foi entregue ao Comitê o documento intitulado “Sexto Informe Periódico do Brasil ao Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher” onde, nas páginas 9 e 10, ele reconhece o aborto como um direito humano da mulher e reafirma novamente diante da ONU decisão do governo de revisar a legislação punitiva do aborto.

A viagem este mês da ministra Menicucci a Nova Iorque especialmente para o aniversário da CEDAW revela que o governo do PT tem os mesmos interesses e ambições do Comitê da CEDAW, a quem fez a promessa, em 2005, de lutar em favor do aborto livre no Brasil.
Essa é uma promessa que Dilma e suas ministras abortistas estão lutando para cumprir, apesar da vontade oposta do povo e apesar do compromisso assinado por ela em 2010.
O lema socialista delas para o povo parece ser: “Aceite nossas mentiras, que gostamos!”
A resposta do povo, nas urnas que sempre elevam ao governo os mentirosos e suas intenções abortistas sanguinárias, é: “Me engana que eu gosto!”

Gosta mesmo. Está até bancando farras de abortistas brasileiros em Nova Iorque e outros lugares do mundo!

Ô povo que gosta de ser enganado!

(*)Titulo Original Povo paga celebração do governo em Comitê pró-aborto da ONU