segunda-feira, julho 31, 2017

Entre a ordem e a malandragem








por Luiz Carlos Azedo(*).




As Forças Armadas estão empregando o conceito de “guerra assimétrica” . Isso tem a ver com combate ao terrorismo. Faz sentido, o tráfico de drogas atua como uma espécie de guerrilha urbana

Desde sexta feira, 28/07/2017, mais de 10 mil homens das forças federais reforçam a segurança no Rio de Janeiro, por decisão do presidente Michel Temer, que resolveu enfrentar o problema da violência e do crime organizado no estado. Em entrevista coletiva, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) permitirá a atuação das Forças Armadas (são 8,5 mil homens do Exército e Marinha, principalmente) com poder de polícia, em caráter permanente, até o fim de 2018 (renovado), com ações de inteligência, operações especiais e patrulhamento preventivo, para desmantelar o crime organizado e desalojá-lo dos territórios que hoje controla.

Há muitas questões envolvidas nessa intervenção que merecem reflexão, a começar pelo fato de que as Forças Armadas, desta vez, estão empregando plenamente o conceito de “guerra assimétrica”. Na doutrina militar, isso tem a ver com combate ao terrorismo. Mas faz sentido, se levarmos em conta que o tráfico de drogas no Rio de Janeiro reúne as condições ideais para atuar como uma espécie de guerrilha urbana: dispõe de uma topografia favorável, uma base social robusta e uma fonte permanente de financiamento.

A iniquidade social nos territórios ocupados pelo crime organizado facilita o recrutamento permanente de crianças e adolescentes, que logo se tornam soldados do tráfico. Além disso, a proximidade de um mercado consumidor com alto poder aquisitivo, principalmente na Zona Sul do Rio, faz da venda de drogas uma atividade econômica importante na economia informal; a recessão e a crise fiscal, porém, fizeram o movimento cair e a alternativa dos traficantes para financiar suas atividades são o roubo de carga e os arrastões em praias, túneis e avenidas da cidade.

Pura ironia da história. Onde fracassou Carlos Marighella, o líder da guerrilha urbana contra o regime militar, vence o traficante Fernandinho Beira-Mar. Com a diferença de que o primeiro foi assassinado pelos órgãos de segurança e o segundo está muito bem protegido de seus inimigos num presídio de segurança máxima. Depois do colapso das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), os morros do Rio de Janeiro voltaram ao controle dos traficantes. Quem mostra bem a realidade do tráfico nas favelas cariocas é jornalista Caco Barcelos, num livro intitulado Abusado, o dono do Morro Dona Marta.

Malandragem

Os cariocas sempre glamourizaram a malandragem e prezam uma cultura de transgressão, o que naturalmente também tem suas consequências. Uma delas é a dificuldade para estabelecer uma justa relação entre a questão da segurança pública e a defesa dos direitos humanos. A esquerda carioca, por exemplo, odeia as forças de segurança pública.

As origens da Polícia Militar do Rio de Janeiro estão bem descritas num clássico do romantismo, Memórias de Um Sargento de Milícias, de Manoel Antônio de Almeida. Escrito em meados do século 19, a trama do livro ocorre no tempo de Dom João VI. Leonardo, o protagonista principal, é um jovem irrequieto e transgressor, que se envolve com a mulata Vidinha e passa a sofrer as perseguições do major Vidigal, um caçador de malandros e vagabundos (àquela época só havia traficantes de escravos).

Para não ser preso, é forçado a se alistar. Mas continua arruaçeiro e desobedece seguidamente ao major. Por isso, acaba preso. Entretanto, consegue a liberdade graças à ação de uma ex-namorada de Vidigal, Maria Regalada, que lhe promete, em troca, a retomada do antigo afeto. Leonardo não só é solto, como é promovido. Com a ajuda do Major, se torna sargento de milícias. Os arquétipos de Leonardo e Vidigal estão vivíssimos na tropa e na oficialidade da PM fluminense.

O problema é que, agora, depois do fracasso das UPPs, o pacto perverso entre a banda podre da polícia e os traficantes se rompeu. Em consequência, policiais militares estão sendo mortos com muita frequência pelos traficantes, que resolveram escorraçá-los de seus territórios.

A crise financeira do estado e a desmoralizaçao completa da elite política local levaram a segurança pública ao colapso. A alternativa encontrada para restabelecer a ordem, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, foi a intervenção das Forças Armadas.

Nessa intervenção, porém, além das inúmeras questões aqui suscitadas, existe um ingrediente político importante. A ação é vista no Palácio do Planalto como uma grande jogada de marketing político, na qual o presidente Temer acredita que pode melhorar a sua popularidade, ao empunhar as bandeiras da ordem e do combate ao crime organizado.

A população aplaude a iniciativa e espera que dê os resultados almejados. De fato, não deixa de ser uma oportunidade para reposicionar sua imagem, em meio ao desgate provocado pelas denúncias da Operação Lava-Jato e às vésperas da votação do pedido de admissibilidade da denúncia contra o presidente da República pela Câmara.

Matéria Relacionada

Recomendamos a leitura da situação das Megacidades, onde foi analisada do ponto de vista militar o Rio de Janeiro e São Paulo. A influenciadas gangues (PCC, Comando Vermelho, etc) e citado como relevante. 
----------------------- 

Série de artigos sobre MEGACIDADES e a análise do Estudo do US Army:MEGACITIES AND THE UNITED STATES ARMY PREPARING FOR A COMPLEX AND UNCERTAIN FUTURE




(*)Jornalista, colunista do Correio Braziliense

domingo, julho 30, 2017

Vitória Palestina no Monte do Templo







por Daniel Pipes(*)
Tradução: Joseph Skilnik



O Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, do Partido Fatah, divulgou um comunicado no último sábado que a "campanha por Jerusalém começou de fato e que não irá parar até a vitória palestina e a libertação dos lugares sagrados da ocupação israelense". O Fatah exigiu a remoção dos detectores de metais e demais dispositivos de segurança da entrada da Mesquita de Al-Aqsa no Monte do Templo. Uma semana antes, dois policiais israelenses foram assassinados por terroristas que haviam escondido suas armas no interior da mesquita.


O comunicado do Fatah não tem lógica, além de ser hipócrita. Muitas mesquitas em países de maioria muçulmana usam essas mesmas medidas de segurança para protegerem fiéis, turistas e policiais. No entanto, o Sr. Abbas conseguiu forçar o governo israelense a remover os dispositivos. A façanha foi alcançada desviando a atenção dos assassinatos dos policiais e, ao mesmo tempo, incutindo medo de uma conflagração religiosa com vastas repercussões.


A crise do Monte do Templo destaca com excepcional nitidez três fatores que explicam porque imutáveis 80% dos palestinos acreditam que podem eliminar o estado judeu: doutrina islâmica, ajuda internacional e timidez israelense.


No bojo do Islã reside a expectativa de que qualquer território que certa vez esteve sob controle muçulmano é uma dádiva que deve, inevitavelmente, voltar para o domínio muçulmano. Essa concepção desfruta de uma força perene: pense no sonho de Osama bin Laden de ressuscitar Andaluzia e a esperança do presidente turco Recep Tayyip Erdogan de reconquistar a influência nos Bálcãs. Os palestinos consistentemente asseveram sua crença segundo a qual o Estado de Israel entrará em colapso em questão de décadas.


O embate em torno do Monte do Templo instiga singularmente esta expectativa, visto que ele vai muito além da população local e desperta as paixões de muitos dos 1,6 bilhões de muçulmanos nos quatro cantos mundo. Os líderes e instituições muçulmanas mais proeminentes apoiaram incondicionalmente o posicionamento do Fatah no tocante às medidas de segurança no Monte do Templo. Vozes islâmicas fora do consenso pró-palestino são raras. Os palestinos se regozijam em seu papel de serem a ponta de uma enorme lança.


                                      

No Vídeo:Entenda o Conflito pelo MONTE do 
TEMPLO em JERUSALÉM

As ilusões de poder dos palestinos desfrutam de considerável apoio internacional. A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura aprova rotineiramente resoluções desfavoráveis dirigidas a Israel. A Universidade de Columbia conta com um Centro de Estudos da Palestina. As corporações mais influentes como o Google e órgãos de imprensa como a British Broadcasting Corp. fazem de conta que existe um país chamado Palestina. A ajuda externa criou uma pseudoeconomia palestina que em 2016 teve uma fenomenal taxa de crescimento de 4,1%.


Na crise do Monte do Templo, o governo dos EUA, os europeus e praticamente todo mundo se alinharam no sentido de apoiar a exigência de retirar os detectores de metais, juntamente com câmeras de alta tecnologia e quaisquer dispositivos para prevenir ataques jihadistas. O Quarteto do Oriente Médio aplaudiu "as garantias do primeiro-ministro de Israel de que o status quo nos lugares sagrados em Jerusalém será mantido e respeitado". Com esse tipo de apoio quase unânime, os palestinos tranquilamente imaginam serem mais fortes do que o estado judeu.


Os serviços de segurança de Israel timidamente evitam tomar medidas que possam incomodar os palestinos. Essa abordagem tolerante não resulta de um idealismo deslumbrado e sim de uma visão extremamente negativa em relação aos palestinos como encrenqueiros irresponsáveis. Consequentemente, a polícia, as agências de inteligência e os militares concordam com qualquer coisa que assegure a calma, ao mesmo tempo em que rejeitam qualquer iniciativa de privar os palestinos de fundos, puni-los mais severamente ou infringir suas inúmeras prerrogativas.


Os órgãos de segurança israelenses sabem que a Autoridade Palestina continuará a incitar e sancionar os assassinatos ao mesmo tempo que procuram deslegitimar e isolar o Estado de Israel. Mas os serviços de segurança categoricamente preferem conviver com esses desafios do que punir Abbas, reduzir seu status e se arriscar a enfrentar outra intifada. O colapso da Autoridade Palestina e o retorno da Cisjordânia ao domínio israelense são o pesadelo dos serviços de segurança. Abbas sabe disso, e o fiasco desta semana demonstra que ele não tem medo de explorar os receios israelenses e nutrir seu sonho de achincalhar e no futuro eliminar o estado judeu.

(*)Daniel Pipes é o presidente do Middle East Forum

sábado, julho 29, 2017

New York Times chama Charlie Gard de “o bebê britânico incuravelmente doente”




por Flávio Morgenstern(*)





O jornal americano The New York Times afirmou que Charlie Gard não tinha cura, tão somente porque... bem, porque o bebê TINHA que morrer.


O jornal The New York Times noticiou a triste morte do bebê Charlie Gard com a chamada “Charlie Gard, o bebê britânico incuravelmente doente, morreu”.






O jornal americano The New York Times vem sofrendo queda de vendas vertiginosa e queda de prestígio na América, tendo de demitir boa parte do staff e vender metade do seu prédio – ironicamente, para o genro de Donald Trump. Contudo, tem aumentado o número de assinaturas, como um bastião da extrema-esquerda progressista em militância contra o Partido Republicano.

Mas seu modo de ação e escrita o fez ser motivo de chacota. O escritor e comentarista Andrew Klavan sempre o chama de “ex-jornal”. E a forma como o The New York Times relata notícias sérias e trágicas como a do bebê Charlie Gard reflete exatamente isso.

Charlie Gard ficou preso na Inglaterra, mesmo seus pais tendo conseguindo arrecadar 1,2 milhões de libras esterlinas (cerca de 4,5 milhões de reais) para um tratamento experimental na América. O tratamento tinha um percentual de recuperação de 10%, o que é altíssimo para tratamentos experimentais. Mesmo assim, a Justiça inglesa sentenciou que os aparelhos que mantinham o bebê vivo deveriam ser desligados.

Na semana passada, um médico americano que conhece o tratamento, o dr. Michio Hirano, afirmou que Charlie Gard tinha entre 11% e 59% de recuperação. Mas com o impedimento da Justiça inglesa, o bebê foi sofrendo danos cerebrais até que seus pais desistiram da batalha judicial.

Todos estes fatos não são apenas ignorados pelo The New York Times. O jornal americano simplesmente coloca um aposto no título de seu artigo afirmando que Charlie Gard era um “bebê incuravelmente doente”. Algo cientificamente impreciso, que só existena cabeça do jornalista.

É comum jornalistas forçarem a barra para defender suas causas, sobretudo em títulos (a única coisa que 95% dos leitores lerão). Assim é que se manipula a opinião pública, moldando paulatinamente sentimentos em uma direção. Mas geralmente se faz com confrontos policiais, no confronto entre Israel e Palestina ou em debates políticos.

O The New York Times deu um passo além e tratou um bebê como “incuravelmente doente” tão somente para dizer que ele deveria morrer, que sua morte foi certa, que os fatos não importam, o que importa é tratar o bebê como um bebê que certamente iria morrer.

Assim que trata a inteligência de seus leitores: não com fatos e argumentos, mas apenas fazendo-os crer que a morte é o melhor remédio. Tão somente porque o jornal queria que Charlie Gard morresse.

A cultura da morte é a norma para esquerdistas como os leitores do The New York Times.


(*)
Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen


quinta-feira, julho 27, 2017

Transgêneros nas Forças Armadas: Por que progressistas querem fazer parte do que mais odeiam?






por Flávio Morgenstern(*).



Trump barrou o ingresso de transgêneros nas Forças Armadas. Do casamento gay aos trans no Exército, por que querem "pertencer" ao que odeiam?


Em um mundo incapaz de ter notícias Trump-free, ele, o presidente americano Donald Trump, após conversa com seu Estado-Maior, decidiu que as Forças Armadas americanas não aceitarão mais cidadãos que se auto-declarem “transgêneros”, ou seja, mulheres que “se sintam” homens e homens que “se sintam” mulheres, e queiram ter tratamento específico do gênero oposto.

A permissão para transgêneros fazerem parte das Forças Armadas como transgêneros veio de Barack Obama, que destruiu décadas de uma norma implícita nas Forças Armadas sobre a questão de sexualidade: don’t ask, don’t tell. Não pergunte, não diga.

O princípio sobre a sexualidade é claro e útil: no Exército, longe de suas famílias, a sexualidade atrapalha por si, e caso alguém sinta atração sexual pelo mesmo sexo, em um ambiente sem privacidade, todas as pessoas no pelotão sentir-se-ão incomodadas e pouco à vontade para tarefas como banhos coletivos ou exercícios corpo-a-corpo que são obrigatórios nas Forças Armadas.

Para evitar leis antigas que proibiam o homossexualismo (e o puniam violentamente), foi criado o princípio don’t ask, don’t tell: guarde a sua sexualidade para si, não a alardeie aos quatro ventos e sete mares, cada um guarde sua jiromba ou seu carpete para funções mais urgentes e menos área de lazer e as Forças Armadas funcionam.

Quando Barack Obama, para satisfazer as assim auto-declaradas “minorias”, permite nas Forças Armadas transgêneros como transgêneros – ou seja, Robert, 1,93 m, fuzileiro naval que passou no programa SEALs, mais músculos do que Hulk Hogan, mas “se sente” Sarah e quer freqüentar o banheiro feminino na hora do banho coletivo, jaramaralho em variegados graus de reação – o ex-presidente destruía um princípio de funcionamento maravilhoso baseado na mera idéia da privacidade: cada um guarde para si o que faz entre quatro paredes, mesmo porque nas Forças Armadas não tem esse lance de quatro paredes (às vezes nem na hora de romper o Tratado de Kyoto) e todos querem dormir tranqüilos ao redor de bombas, tiroteio de fuzil e RPGs, sem precisar se preocupar com um mastruço sendo hasteado misteriosamente na alta madrugada.

Ou seja: graças a Barack Obama, a sexualidade nas Forças Armadas se tornou pública, e não apenas pública como desabrida, impedindo que alguém pudesse ter o restolho de privacidade que se pode ter numa zona de escassez absoluta, limites sobre-humanos e prazer quase zerado como é o ambiente de guerra. Foi isso que Donald Trump restituiu à normalidade: piu-piu fica no lugar do piu-piu, concha-do-caramujo fica no lugar da concha-do-caramujo e todo mundo vive feliz para sempre, obrigado.

Não há nada de “anormal” no que Donald Trump decidiu, há tudo de bizarramente doentio e nojento no modelo Barack Obama (total de guerras vencidas: zero).

Mas a onda do momento é essa: “casais” gays reclamam da Igreja porque ela não aceita casais gays. Lésbicas reclamam por que um vendedor de bolos não quis fazer o seu bolo de casamento. Agora, “transgêneros” reclamam de não poder conviver com o sexo oposto sendo exibido nu para si o tempo todo nas Forças Armadas (com o agravante, no caso, de que sua presença ali não é mero empecilho à sua busca pela felicidade individual, mas é estorvo para outrem e incômodo incompatível com a dignidade própria, com toda a instituição e não se pode parar o mundo por que o cidadão Robert se acha Sarah e toda mulher agora precisa ficar nua em sua presença e achar normal ou é preconceito e tome textão com argumentos “científicos” retirados do Diário do C. do Mundo para corroborar como todo mundo precisa se subjugar à vontade de Robert).

Por que diabos, afinal, os progressistas, a esquerda, quer fazer parte justamente daquilo que mais odeia? Por que um “casal gay” quer se casar na Igreja Católica ou em igrejas evangélicas, senão tão somente para correr para a CNN dizendo que sofreu homofobia e ganhar holofotes? Ou por que raios as lésbicas que levaram um padeiro à falência por processo queriam dar dinheiro para o bolo dele, logo ele, o “homofóbico”? E como “transgêneros” querem fazer parte logo das Forças Armadas, o lugar onde hoje, ontem, anteontem e desde pelo menos a época de Gilgamesh a sua sexualidade é tabu e deve ser controlada, e não ostentada como se a marca da sua blusa?

Algum motivo além de ganhar holofotes? De fato, parece difícil hoje ter holofotes sem ser vítima de “preconceito”. Alguém aí tem um preconceito e um clube onde não possa me filiar para eu poder gritar que não me aceitaram?

quarta-feira, julho 26, 2017

Washington Olivetto: “Empoderamento feminino” é clichê de baixo nível intelectual








por Flávio Morgenstern(*).

Washington Olivetto solta pomba de sua sacada após ser libertado do sequestro.



O publicitário Washington Olivetto fala uma verdade sobre o empoderamento feminino: é só uma modinha oca para ser repetida sem inteligência.


Washington Olivetto, um dos maiores publicitários do mundo, que já foi seqüestrado pela guerrilha de extrema-esquerda FARC, ligada ao PT, e alguém que, ao contrário da média das entrevistas do Brasil, sempre consegue nos fazer pensar em algo novo a cada resposta, fez uma bela análise da onda da censura politicamente correta em entrevista à BBC. Falando do “empoderamento feminino”, comentou que é um “clichê constrangedor” do mesmo nível de “beijo no coração”.


Ou seja, “empoderamento feminino” é uma modinha. Uma cantilena a ser repetida roboticamente. Um bordão de publicidade fraca. Um pastiche sem conteúdo para apascentar o vulgo. Um refrão para marcar uma tribo de poucos brios sinápticos. Um slogan de política tosca que aqueles que refletem pouco ruminam e regurgitam sem a menor consciência de quanto são subservientes.

O povo do empoderamento feminino não gostou. A declaração óbvia de Washington Olivetto parece que as deixou sem poder. Nenhuma prova material no mundo poderia ser maior de que Washington Olivetto está certo, já que simplesmente uma única pessoa no mundo deixa de reconhecer que repetir “empoderamento feminino” sirva para alguma coisa, e as repetidoras sentiram-se com menos poder.

A publicidade é uma técnica de comunicação condensada. Washington Olivetto tem como grande brio nesta arte o fato de sempre ter vendido produtos fazendo com que as pessoas pensassem, e não subrepticiamente (como, aliás, é feito com o bordão do “empoderamento feminino”). É o que o próprio Olivetto diz: “Tudo poderia estar na comunicação se tivesse vida inteligente, se fosse feito de forma inteligente.”

Conjugando muitos elementos em pouco conteúdo, como um comercial ou um outdoor, a publicidade, como a poesia, está sujeita a um sem número de interpretações distintas por parte de seu público. Por conta disso, está sempre em diálogo com temas complexos da sociedade. Washington Olivetto conta como já colocou negros em destaque e até mesmo um transexual. Mas sem os clichês constrangedores: “Isso pode ser feito de maneira oportuna ou oportunista, essa é a grande questão.”

Olivetto explica seu pensamento:

  “É a ideia que provoca aquele efeito de ‘como não pensei nisso antes’, (…) é algo que tem a ver com o produto e com seu consumidor”. O que ficar repetindo o refrão do empoderamento feminino tem a ver com o público? Com o Brasil? Com, ehrr, as mulheres de carne e osso, e não as patricinhas que gastam a tarde no Twitter?

Poucos diagnósticos podem ser mais precisos do que o seu para o clima atual da mentalidade, sobretudo diante da censura do politicamente correto:


Nos últimos anos, aconteceram outras coisas, incluindo duas que considero muito ruins: surgiu fortemente a presença do politicamente correto, que muitas vezes é bem-educado, mas é chato; e a detecção do politicamente incorreto, que às vezes é engraçado e mal-educado.

No meio disso, tem um negócio que batizei de politicamente saudável, que são ideias que tenham irreverência, senso de humor, mas respeitem a inteligência das pessoas.


Aos apressados que se impressionam com palavras, sem auscultar-lhes o significado pragmático, Washington Olivetto não vocifera contra o politicamente incorreto, e sim reclama da falta de educação, seja da parte da patrulha, seja da típica população. Que consciência pode haver de cada lado, se o diálogo civilizado – incluindo a publicidade, feita para vender – se dá apenas repetindo-se patrulha ou baixarias sem consciência?

Apesar do que querem os politicamente corretos e o povo do clichê do “empoderamento feminino”, a estrutura da realidade não foi nem arranhada pelo reducionismo que adotaram para explicar a vida concreta, como Washington Olivetto esclarece:


No fundo, muita coisa não mudou. Olha, 99,9% das mulheres no mundo gostariam de namorar com um homem bonito, inteligente, charmoso, rico, simpático, bem humorado e bom de cama. Agora, se um rapaz convidar uma moça para jantar e falar ‘você já reparou como eu sou bonito, rico, charmoso?’, ela vai responder ‘na verdade, você é um babaca’. Se ele, sem dizer nada disso, conseguir passar tudo isso, ela vai se encantar. É exatamente isso que faz a boa publicidade.

Publicidade não vende, cria predisposição de compra. Quem vende é o dono da marca. Para criar predisposição você tem que ser sedutor.


Nada pode explicar mais a idéia de empoderamento feminino do que isso. Ninguém berrando “empoderamento feminino!” por reflexo, para pertencer a um grupinho, está realmente empoderado. Nenhuma patrulha do mundo, megafone numa mão e barbeador na outra, vai dar poder às mulheres, embora elas se sintam dentro de um grupo (um shibboleth enganador).

Por mais que queiram ser grandes mulheres – e, para tal, precisem ser grandes pessoas –, nenhuma patrulhadora pentelha consegue ser alguém admirável dizendo que tem poder. Que busca poder. Que quer uma sociedade de poder melhor distribuído. É uma corda bamba entre a chatice que só deixa a coitada ainda mais revoltada e o comunismo.

Por isso Washington Olivetto fala dos “clichês constrangedores”, e poucos ainda notaram que, afinal, tais clichês são crias da publicidade, que gente que se acha inteligente, “crítica” e “pensando com a própria cabeça” crê que pensou sozinha:


Outra coisa insuportável que a publicidade cria ciclicamente, que a sociedade cria, são clichês constrangedores do tipo “pensar fora da caixa”, “quebrar paradigmas”, “desconstruir”, agora o “empoderamento feminino”. Que são todos primos-irmãos de um baixo nível intelectual, são primos-irmãos do “beijo no seu coração”. A gente tem que fugir desses clichês.

As pessoas ciclicamente saem repetindo essas loucuras. Eu brinco aqui, “se alguém falar em quebrar paradigma, vou jogar pela janela. Deixa o coitado do paradigma lá”

Quando você não tem inteligência, copia pessoas inteligentes. Como o mesmo não pode ser feito com a beleza ou com o carisma (oh, dura e pontiaguda estrutura da realidade…), para se sentirem poderosas, algumas pessoas com baixa capacidade intelectual, sem muitas conquistas e criações na vida e, sobretudo, sem nada em si próprias que seja admirável repetem o clichê, não para serem, mas para se sentirem “poderosas”. Como se alguma mulher empoderada na Via Láctea falasse que é empoderada. Como expõe Washington Olivetto, “empoderamento feminino se pratica, não se prega.”

Vale lembrar o belo dito de Margaret Thatcher, que resume as duas situações: “Ser poderoso é como ser uma dama. Se você precisa dizer que você é, você não é.”


É curioso como a publicidade – e a TV, e as novelas, e a moda, e tudo isto elevado à enésima potência na era de redes sociais e hashtags – faz com que as pessoas repitam inconscientemente alguma coisa, e hoje, para que gente intelectualmente fraca se sinta inteligente, repetem acerebradamente que são poderosas, inteligentes, críticas, bonitas, interessantes, admiráveis. São apenas as chatas que não são nada disso. E se tornam ainda mais ignoradas pela parcela interessante (e na qual se interessam) da humanidade exatamente ao comprar os clichês constrangedores da ideologia.

E a ideologia atual é a de controle absoluto. É a da censura disfarçada de “poder ao povo”. A própria jornalista da BBC (e quem hoje defende mais censura do que jornalistas?) é pega caindo no desejo de submissão:


BBC Brasil – Mas para uma parte das mulheres esse tipo de propaganda seria inaceitável em qualquer meio, porque você está comparando uma mulher a um Porsche.

Olivetto – Mas aí você tem que cancelar a vida. Se partir desses princípios, você cria um mundo totalmente antisséptico. Vai chegar à conclusão dos caras do Fahrenheit 451 (romance de Ray Bradbury), que vale a pena queimar os livros.


A verdade pode nunca ser mais clara do que a mentira, mas a realidade sempre ganha da irrealidade.

Ademais, alguém aí havia notado (“como eu não pensei nisso antes?”, como alertou Washington Olivetto) que falar em empoderamento feminino é a mesma coisa que repetir clichês e bordões como “beijo, me liga” ou “loucura, loucura, loucura”? O funcionamento por desejo mimético é o mesmo. O público-alvo também: a dona-de-casa que repete “não é brinquedo, não” porque viu na novela é a pós-adolescente youtuber do “empoderamento feminino” depois que passa na faculdade. Modinhas.



O maior empoderamento feminino foi terem um clichê feminino para chamar de seu. Não era justo que só homens pudessem virar os tiozões do pavê.

Relembre o sequestro de Washington Olivetto AQUI


(*)Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen

Fonte: sensoincomun.org

terça-feira, julho 25, 2017

Presidente Donald Trump – O primeiro semestre







por Filipe G. Martins(*).




O último dia 20 de julho marcou o final dos primeiros seis meses da presidência de Donald Trump, que teve início em 20 de janeiro de 2017, após uma das vitórias eleitorais mais impressionantes da história. Por ser a primeira pessoa a chegar à presidência dos Estados Unidos da América sem nunca ter exercido um cargo eletivo previamente e por ser um bilionário de muito sucesso no mundo dos negócios, além de uma figura polêmica e politicamente incorreta, Donald Trump tem sido observado com especial atenção.
Sua experiência empresarial; seu status de outsider; sua abordagem reformista; seu resgate de princípios como a soberania das nações e a auto-determinação dos povos; e uma série de outras características atípicas para um político contemporâneo; somadas ao fato de ele estar à frente da nação mais poderosa e influente do mundo, o colocam sob o olhar atento de políticos e eleitores do mundo todo, que vêem em seu governo uma demonstração do que se pode esperar de outsiders, de nacionalistas e de outras categorias de políticos que, direta ou indiretamente, se espelham nele.
Por isso mesmo, este assunto demanda um amplo debate e um balanço mais detalhado destes seis primeiros meses, abrangendo os sucessos e as falhas do Governo Donald Trump. No entanto, nem um debate de qualidade nem um balanço preciso poderão ser obtidos sem uma cobertura equilibrada do que está ocorrendo por lá, o que depende da publicação de matérias que apresentem uma perspectiva distinta daquela que tem bombardeado a grande mídia brasileira.
Para contribuir com esse equilíbrio, deixo aqui uma lista das realizações do Governo, oferecendo um contraponto às matérias que estão sendo publicadas, desde o início da semana, por inúmeros veículos de mídia e que, em sua maioria, apresentam uma perspectiva excessivamente negativa da presidência e até tentam avançar a idéia falsa de que nada foi realizado nestes seis meses.
A lista foi organizada de modo temático, tomando como critério as promessas e os objetivos de Donald Trump e de seus eleitores e não os desejos de seus opositores. Ressalto ainda que essa lista foi elaborada sem qualquer pretensão de ser exaustiva e que muitas outras vitórias poderiam ser mencionadas. Ao final dele, sugiro que a confrontem com o que tem sido mostrado na TV, e perguntem a si próprios se gostariam de ter no Brasil um presidente que fizesse pelo nosso país o que Donald Trump está fazendo pelos Estados Unidos da América.




Vitórias políticas e estratégicas

  • Nomeou um excelente juiz para a Suprema Corte;
  • Retirou os EUA do opaco e impermeável TPP;
  • Aprovou 40 projetos de lei, 13 atos de revisão legislativa e 30 ordens executivas para desfazer decisões nocivas e prejudiciais do Governo Obama;
  • Ajudou o Partido Republicano a vencer todas as eleições especiais disputadas até agora – todas eram vistas como termômetros da aprovação de seu trabalho;
  • A credibilidade da grande mídia nunca foi tão baixa;
  • Canais que não fazem nada além de atacá-lo, como a CNN e a MSNBC, estão experimentando as audiências mais baixas que já tiveram em anos;
  • Apesar de uma taxa de aprovação pessoal baixa (shy effect), todas as pesquisas mostram que os americanos estão otimistas com a direção do país e com a economia;
  • Criou uma comissão para identificar, investigar e produzir um relatório sobre fraude eleitoral.


Economia


  • Congelou a criação de regulações governamentais;
  • Eliminou regulações que afetavam a economia;
  • Congelou a contratação de funcionários públicos;
  • Estabeleceu que uma nova regulamentação só pode ser criada se duas anteriores forem eliminadas;
  • Criou um programa para identificar e eliminar regulações desnecessárias no setor agrícola;
  • Anunciou o corte de bilhões de dólares no financiamento da ONU;
  • Reduziu a dívida americana em 100 bilhões;
  • Está realizando uma reforma administrativa da máquina estatal;
  • Está promovendo o corte de gastos administrativos do governo;
  • Tomou providências para realizar uma auditoria dos gastos públicos;
  • Estabeleceu um exemplo ao doar todo o seu salário;
  • A folha de pagamento da Casa Branca de Donald Trump é 5.1 milhões menor do que a da Casa Branca de Obama;
  • O número de pessoas desempregadas é o menor em 16 anos;
  • Alguns estados estão passando pela menor taxa de desemprego da história;
  • O número de pessoas fora do mercado laboral já é menor do que o apresentado dez anos atrás, em junho de 2007;
  • Desde que Trump foi eleito, cerca de 600 mil novos empregos foram criados;
  • O percentual de americanos efetivamente empregados tem se mantido acima dos 60%, um patamar que nunca foi alcançado durante o Governo Obama;
  • Há cerca de 6 milhões de vagas de emprego disponíveis, o maior número da série histórica do Bureau of Labor Statistics;
  • Desde que Trump assumiu o governo, 589 mil pessoas conseguiram empregos em período integral, melhorando suas condições de trabalho;
  • O aumento na demanda por mão-de-obra já está elevando os salários reais dos trabalhadores e diminuindo a dependência de programas governamentais;
  • De fevereiro a abril, a renda familiar média aumentou mil e trezentos dólares, indo de US$58.061,00 a US$59.361,00;
  • O número de pessoas que dependem de benefícios como o seguro desemprego é o menor desde janeiro de 1974;
  • O número de dependentes de programas governamentais como o "food stamps" também tem caído mês a mês;
  • O otimismo dos consumidores já supera os números anteriores à crise de 2008;
  • O Dow Jones Industrial Average, o NASDAQ e o S&P 500 vêm subindo e batendo recorde atrás de recorde;
  • Apresentou um programa de reforma tributária, que realizará uma simplificação e uma diminuição drásticas dos impostos;
  • Os termos do NAFTA e de outros acordos comerciais estão sendo renegociados;
  • Regulações mais rígidas foram criadas para inviabilizar o lobby de ex-funcionários públicos e agentes do governo;
  • Recriou o Conselho Nacional Espacial, ampliou o orçamento da NASA e estabeleceu o objetivo de colocar o homem em Marte até 2030, com a finalidade de facilitar o desenvolvimento de novas tecnologias.


Política externa e segurança nacional


  • Conduziu com maestria e força momentos difíceis como o uso de armas químicas na Síria;
  • Está pressionando a China e a Rússia e criando um ambiente sem precedentes para conter as loucuras da Coréia do Norte;
  • Reverteu as mudanças promovidas pelo Governo Obama que favoreciam a ditadura cubana;
  • Anunciou um cessar-fogo na Síria;
  • Encerrou o programa da CIA que armava os rebeldes sírios (dentre os quais, muitos eram ligados à Al Qaeda e ao próprio ISIS);
  • Concedeu mais autonomia ao Departamento de Defesa, o que resultou no uso da GBU-43B (conhecida como "mãe de todas as bombas) contra um complexo de túneis utilizados pelo ISIS no Afeganistão. O ataque matou pelo menos 100 terroristas, incluindo quatro comandantes importantes, sem qualquer baixa de civis.
  • O ISIS está vivendo o seu pior momento e está próximo de se tornar uma organização meramente simbólica;
  • Impôs uma nova rodada de sanções contra o Irã;
  • Anunciou a expansão de 21 bilhões de dólares no orçamento das Forças Armadas;
  • Está desenvolvendo um programa para ampliar a Marinha americana e o poder bélico dos EUA em geral;
  • Libertou prestadores de serviço humanitário no Egito;
  • Impediu que Sabrina de Sousa, uma agente da CIA, fosse extraditada para a Itália;
  • Conseguiu a libertação de inúmeros prisioneiros civis e militares nos exterior;
  • Segundo o pai de Otto Warmbier, que foi mantido em uma prisão norte-coreana até junho de 2017, se o Obama tivesse se engajado tanto quanto o Trump na negociação o seu filho teria tido um destino melhor;
  • Acordou a venda de recursos energéticos americanos para a Polônia, dando autonomia e independência para o seu maior aliado no Leste Europeu;
  • Tem se aproximado dos países da Iniciativa dos Três Mares para conter o avanço russo sem fortalecer a União Européia;
  • Escolheu, para sua primeira viagem internacional como presidente, um itinerário simbólico que incluía Jerusalém, Riyadh, o Vaticano e Bruxelas;
  • Realizou um dos melhores discursos da história recente em Varsóvia na Polônia, se comprometendo a defender a Civilização Ocidental;
  • Renegociou a compra de 90 caças F-35 da Lockheed Martin, reduzindo 725 milhões de dólares nos custos com que o Governo Obama havia concordado e abrindo o caminho para a economia de bilhões ao longo do programa.

Segurança migratória e das fronteiras


  • Acabou com a política "Catch & Release", leniente e negligente com a imigração ilegal;
  • Reduziu em 73% a travessia ilegal das fronteiras americanas;
  • Aumentou em 38% a prisão de imigrantes ilegais;
  • Aumentou em 40% a deportação de imigrantes ilegais;
  • Ampliou a segurança nas fronteiras e tomou previdências para facilitar o trabalho dos agentes de segurança;
  • Os agentes de controle alfandegário e de imigração realizaram quase 42 mil prisões em 100 dias;
  • Aprovou uma lei que aumenta a punição de criminosos, caso eles já tenham sido deportados previamente;
  • Cortou o envio de fundos para "cidades santuários", que dificultam o combate à imigração ilegal;
  • Aumentou o orçamento da ICE, a agência que exerce função de controle alfandegário e de imigração;
  • Anunciou a ampliação do quadro de agentes da ICE;
  • Colocou uma equipe de engenheiros e especialistas para planejar a construção do MURO, que deve começar em breve.


Combate à infiltração de terroristas


  • Aprovou o banimento temporário do ingresso de pessoas originárias de um grupo de Estados falidos ou que financiam o terrorismo;
  • Reduziu em 50% a recepção de refugiados;
  • Os perseguidos (cristãos e outras minorias) passaram a ter prioridade frente aos perseguidores (terroristas islâmicos) no programa de refugiados;
  • Está tomando providências para estabelecer um programa para vetar o ingresso de extremistas.


Segurança pública


  • Solicitou estudos para encontrar formas de ampliar as penas para crimes violentos;
  • Tornou o Departamento de Justiça um ambiente menos hostil para os policiais e outros agentes de segurança;
  • Facilitou o processo de levantamento de fundos e de orçamento por parte das polícias locais;
  • Aprovou uma lei que facilita e agiliza o auxílio para a família de policias mortos em atividade;
  • Identificou um esquema fraudulento no sistema de saúde envolvendo 412 pessoas e o desvio de 1.3 bilhões de dólares;
  • Enviou agentes federais para auxiliar no combate à epidemia de crimes violentos em Chicago.


Energia

  • Autorizou e estimulou a aceleração dos dutos de Keystone e Dakota;
  • Retirou os EUA do Acordo de Paris, evitando que a economia fosse afetada por uma carga extra de regulações ineficazes;
  • Tomou providências para desregulamentar o setor energético, o que já tem gerado milhares de empregos;
  • Ampliou a área do Alaska que pode ser explorada para a extração de recursos energéticos;
  • Pediu uma reforma do Departamento de Energia para agilizar o processo de aprovação de operações de exploração de gás e petróleo;
  • Eliminou uma lei que impedia a criação de novas operações de extração de petróleo do fundo do mar e solicitou uma revisão de todas as regulações do setor energético;
  • Negociou a ampliação da venda de recursos energéticos para a Polônia e outros países do Leste Europeu.

Questões sociais e educação


  • Cortou o financiamento de organizações que promovem o aborto no exterior;
  • Aprovou medidas que asseguram e ampliam as liberdades religiosas;
  • Anunciou o fim da intervenção federal na educação de crianças de até 12 anos;
  • Reverteu a lei que permitia que os estudantes de escolas públicas utilizassem o banheiro destinado a pessoas do sexo oposto;
  • Eliminou regulações para facilitar o ingresso de jovens em programas de aprendizado e treinamento profissional, bem como de ensino vocacional;
  • Solicitou que sua Secretária de Educação combata ativamente o Common Core e crie um programa para devolver o controle das políticas de educação para os estados;
  • Tem dado todo o auxílio (fundos e especialistas) para resolver os problemas ligados à contaminação da água na cidade de Flint, no Michigan.


Atos Simbólicos

  • Foi o primeiro presidente, desde Ronald Reagan, a discursar na convenção anual da NRA, a Associação Nacional de Rifles, maior responsável pela manutenção do direito de portar armas nos EUA e no mundo;
  • Mike Pence, seu vice, foi designado para fazer um discurso na Marcha Anual pela Vida, se tornando o primeiro vice-presidente da história a participar do evento;
  • Trump também designou sua conselheira Kellyanne Conway para falar no evento e explicitar o apoio do presidente aos movimentos pró-vida;
  • Em vez de realizar o seu primeiro discurso de formatura na Universidade de Notre Dame, como todos os presidentes, Trump fez seu primeiro discurso numa universidade conservadora, a Christian Liberty University. No discurso, ele lembrou que "na América, não adoramos o governo, nós adoramos Deus e Deus somente";
  • A Casa Branca criou um grupo diário de oração e um grupo semanal de estudos bíblicos;
  • Em vez de comemorar o centésimo dia de seu governo no Jantar dos Correspondentes da Casa Branca, o presidente optou por ir para Pensilvânia se reunir com os seus apoiadores. Isso fez dele o primeiro presidente, desde o Reagan, a não participar do jantar;
  • No mesmo dia, uma pesquisa do Morning Consult descobriu que 37% dos americanos confiavam mais na Casa Branca do que na mídia enquanto 29% confiavam mais na mídia do que na Casa Branca;
  • No dia de sua posse, anunciou a criação do Dia Nacional do Patriotismo;
  • Ainda em seu primeiro dia de governo, ele retornou o busto do Primeiro Ministro britânico Winston Churchill ao Salão Oval, de onde o Obama havia o removido. Ele também aceitou a oferta do Reino Unido de emprestar outro busto de Churchill para a Casa Branca.
  • Em junho, o Homeland Security anunciou o corte do financiamento para inúmeras organizações islâmicas que recebiam fundos do Governo Obama.
  • O Departamento de Justiça abriu um processo contra dois médicos e uma terceira pessoa por realizarem mutilação genital no território americano, a primeira demonstração de executar a lei que proíbe esse ato desde que ela foi criada em 1996.Apesar do que tenta dizer a grande e velha mídia, na realidade é bem difícil apontar quais seriam os deméritos do primeiro semestre de Donald Trump como homem mais poderoso do mundo.

(*)Filipe G. Martins -Professor de Política Internacional e analista político, é especialista em forecasting, análise de riscos e segurança internacional.
Fonte: sensoincomum.org

segunda-feira, julho 24, 2017

Perigosas crendices sobre o aborto





por padre Luis Carlos Lodi da Cruz.



Certa vez, um químico deixou acidentalmente que uma solução de ácido clorídrico (HCl) fosse lançada sobre sua pele. Um colega de laboratório pôs-se a pensar o que fazer para socorrer seu amigo que gritava de dor.

Pensou ele: ácidos e bases neutralizam-se mutuamente, produzindo sal e água. Assim, uma solução de ácido clorídrico (HCl) é neutralizada, por exemplo, por uma solução de hidróxido de sódio (NaOH), produzindo cloreto de sódio (NaCl) e água (H2O).

HCl + NaOH ® NaCl + H2O

Levado pelo desejo de neutralizar o efeito do ácido clorídrico, o amigo da vítima aplicou sobre sua pele corroída uma solução de hidróxido de sódio (soda cáustica). Para sua surpresa, o resultado não foi um alívio, mas um agravamento da corrosão, o que fez a vítima sofrer ainda mais.



O aborto “terapêutico”
Da mesma forma, diante do fato de que certas doenças se tornam mais complicadas com a gravidez, há médicos que, à semelhança do químico do exemplo anterior, acreditam que o aborto fará “desengravidar” a paciente, levando-a ao estado anterior à concepção do filho. Segundo Alberto Raul Martinez, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP), em depoimento de 1967,

“deve-se levar em conta que a reação mais comum do médico não afeito à especialidade ginecológica, quando a gravidez ocorre em uma de suas pacientes já afetadas por problema físico ou mental, é a de que a remoção da gestação poderia simplificar a questão.”

Isso, porém, não ocorre. O aborto é uma prática tão selvagem que, além de condenar à morte um inocente, agrava o estado de saúde da gestante enferma.

Sobre este assunto, convém citar a célebre aula inaugural “Por que ainda o aborto terapêutico?” do médico-legal João Batista de Oliveira Costa Júnior para os alunos dos Cursos Jurídicos da Faculdade de Direito da USP de 1965:

Ante os processos atuais [de 1965!] da terapêutica e da assistência pré-natal, o aborto não é o único recurso; pelo contrário, é o pior meio, ou melhor, não é meio algum para se preservar a vida ou a saúde da gestante. Por que invocá-lo, então? Seria o tradicionalismo, a ignorância ou o interesse em atender-se a costumes injustificáveis? Por indicação médica, estou certo, não o é, presentemente. Demonstrem, pois, os legisladores coragem suficiente para fundamentar seus verdadeiros motivos, e não envolvam a Medicina no protecionismo ao crime desejado. Digam, sem subterfúgios, o que os soviéticos, os suecos, os dinamarqueses e outros já disseram. Assumam integralmente a responsabilidade de seus atos [1].

O aborto para “aliviar” os danos do estupro
Também à semelhança do químico que pretendia neutralizar a corrosão do ácido clorídrico despejando hidróxido de sódio na vítima, há quem pense que, se uma gravidez resultou de um estupro, o aborto seria capaz de “desestuprar” a mulher. Depois de um aborto — pensam os doutos, sem qualquer fundamento — a mulher violentada voltaria a seu estado anterior ao estupro. E mais ainda: afirmam gratuitamente que, se a mulher violentada der à luz, a simples visão do bebê perpetuará a lembrança do estupro em sua vida. Leia-se, por exemplo, esta lamentável afirmação de Nélson Hungria:

Nada justifica que se obrigue a mulher estuprada a aceitar uma maternidade odiosa, que dê vida a um ser que lhe recordará perpetuamente o horrível episódio da violência sofrida [2].

Convém lembrar ao célebre jurista que a vida da criança por nascer permanece inviolável apesar da violência praticada por seu pai e sofrida por sua mãe. Ainda que o bebê parecesse repugnante aos olhos da mãe, nada justificaria a sua morte. Em tal caso (suponhamos que ele existisse), a mãe poderia encaminhar seu filho recém-nascido para a adoção, e ele rapidamente encontraria um casal para acolhê-lo [3].

No entanto, os casais que pretendem adotar não devem alimentar esperanças de encontrar bebês disponíveis entre os concebidos em uma violência sexual, pois estes costumam ser os filhos preferidos de suas mães. Explico-me.

Em meu trabalho pró-vida, já conheci muitas vítimas de estupro que engravidaram e deram à luz. Elas são unânimes em dizer que estariam morrendo de remorsos se tivessem abortado. Choram só de pensar que alguma vez cogitaram em abortar seu filho. A convivência com a criança não perpetua a lembrança do estupro, mas serve de um doce remédio para a violência sofrida. Com exceção das gestantes doentes mentais [4], não conheço nenhum caso em que uma vítima de estupro, após dar a luz, não se apaixonasse pela criança.

E mais: se no futuro, a mulher se casa e tem outros filhos, o filho do estupro costuma ser o preferido. Tal fato tem uma explicação simples: as mães se apegam de modo especial aos filhos que lhe deram maior trabalho.

Olha! Se você sofre demais para conseguir uma coisa, é muito mais amor. Porque esse filho é o que mais deu dilema.
(Maria Aparecida, violentada em 1975, referindo-se ao seu filho Renato, fruto da violência).

No início, quando você percebe que está grávida, fica com muita raiva. Mas depois que a criança nasce, você nem se lembra mais do que aconteceu.
(Maria Luciene, violentada em 1995, mãe de Bruna).

Tive tanto trabalho para ter esse neném e agora vou dar para os outros?
(E., adolescente de 12 anos, violentada pelo pai em 1999).

Se, porém, a gestante fizer um aborto, a marca do estupro, longe de se apagar, ficará cristalizada. Em vez de ter diante de si um rosto sorridente de uma criança para lhe servir de remédio, a mulher terá dentro de si a voz da consciência acusando-a de ter matado um filho inocente. Nenhuma vítima de estupro merece tão horrível castigo. Mas é isso o que nosso governo tem oferecido como “tratamento” para a violência sexual…


Notas:
[1] João Batista de O. COSTA JÚNIOR, Por quê, ainda, o abôrto terapêutico? Revista da Faculdade de Direito da USP, 1965, volume IX, p. 326.

[2] HUNGRIA, Nélson. Comentários ao Código Penal. vol. 5, 4.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1958, p. 312.

[3] Quem conhece as filas de adoção dos Juizados da Infância e da Juventude, sabe que os recém-nascidos não ficam muito tempo esperando por pais adotivos.


[4] As doentes mentais não rejeitam o filho. Contudo, não criam laços afetivos com ele, de modo que não se importam que ele seja adotado.

sábado, julho 22, 2017

Informação e desinformação: um dos aspectos da Guerra Híbrida





por Flávio César Montebello Fabri

Bacharel em Direito, Mestre em Ciências de Segurança e
Ordem Pública, Policial Militar (SP)




O DefesaNet têm corretamente não somente alertado mas, principalmente, orientado, a respeito do cenário atual vivido a respeito de Guerra Híbrida. Tema que aparentemente é alusivo (a um leigo) somente como uma atuação militar, vivido por forças singulares, na “terra de ninguém”, mais do que nunca tem sido experimentado pelas forças policiais e pela sociedade civil como um todo, sendo extremamente complexo.



Até pouco tempo atrás, em outubro de 2015, vivenciamos em São Paulo (principalmente na capital), a ocupação de mais de 200 escolas, durante a “reorganização” proposta pelo Estado. Poucos se lembraram do evento ocorrido no Chile em 2006, conhecido como Rebelião dos Pinguins (com documentário disponível no site YouTube), com mais de 600.000 estudantes envolvidos, onde se falava muito do “amadurecimento do movimento estudantil”.

Poucos também leram a obra de Gene Sharp, Da Ditadura à Democracia (ou o documentário “Como Iniciar uma Revolução”), enquanto tentavam olhar um pouco mais atentamente a respeito das grandes manifestações populares que ocorriam, também, em passado recente.

Deixemos um pouco de lado conceitos doutrinários a respeito de Inteligência (que segundo a ABIN, Agência Brasileira de Inteligência, é o “exercício de ações especializadas para obtenção e análise de dados, produção de conhecimentos e proteção de conhecimentos para o país”) e Contrainteligência (de uma forma singela, o foco na proteção contra espionagem, por exemplo e produção de conhecimentos, realização de ações voltadas para a proteção de dados, conhecimentos etc.). Passemos a falar sobre a atividade de obtenção de informações e, mais propriamente, da desinformação.




Mas antes que pareça algo extremamente atual ou romântico (como em muitos filmes sobre espiões), gostaria de lembrar que, do ponto de vista histórico, a Sagrada Escritura (Bíblia) é rica em assuntos que ainda hoje parecem surpreendentes. Como a Bíblia é praticamente encontrada em todos os cantões do planeta, não é difícil efetuar consulta.

A não ser em relação aos meios utilizados e a refinamentos táticos, a primeira ação conhecida com típicas características de emprego de Forças Especiais, se encontra no Livro de Juízes, no seu capítulo 7. Gideão deslocou sob a cobertura da noite e do silêncio uma fração extremamente bem treinada para um acampamento adversário, que possuía um contingente muito maior que a força enviada. Tochas escondidas em cântaros (que foram posteriormente arremessados violentamente ao solo, produzindo som alto) ofuscaram e desorientaram os oponentes, que foram posteriormente abatidos.

A vitória de Gideão pouco difere em doutrina, técnica ou tática às operações do LRDG (Long Range Desert Group) britânico na África Saariana ou a equipe SEAL (Sea Air Land - U.S. Navy, sendo que a equipe 6 é denominada como United States Naval Special Warfare Development Group) desdobrada na Operação Arpão de Netuno, no Paquistão, em maio de 2011, que culminou com a morte do terrorista Osama Bin Laden. Também, a Bíblia menciona a importância do levantamento de informações, precedendo uma ação “ostensiva” propriamente dita. No Livro de Números 13: 1-2 (capítulo treze, versículos de um a dois) se lê: “E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Envia homens que espiem a terra de Canaã...”. Sucessor de Moisés, Josué fez uso de “espias” com a finalidade de angariar informações a respeito da situação em localidades, particularmente Jericó. Lemos em Josué 2:1-5 (capítulo dois, versículos de um a cinco) que: “Então Josué enviou dois espiões dali onde se encontrava o campo israelita em Sitim, para que passassem o rio e se dessem conta secretamente de qual era a situação no outro lado, especialmente em Jericó”.

No versículo 3 que: “São espias...foram mandados pelos chefes israelitas para estudarem a melhor forma de nos atacarem (grifo nosso)”. Em Hebreus 11:31(capítulo onze, versículo trinta e um) lemos: “Pela fé Raabe... acolheu em paz os espias”. 

Ressalto novamente que no comparativo entre ações, que se deve levar em consideração fatores como “quando ocorreu” e “com quais meios disponíveis”. Também me desculpo com aqueles que são conhecedores a respeito de temas bíblicos, por alguma incorreção de minha parte.

Estudar o objetivo, em vários outros pontos, são condições a serem avaliadas pela inteligência, podendo preceder uma ação onde, de uma forma ou de outra, se fará conhecer as reais intenções de um grupo. John Keegan, famoso historiador militar inglês, em sua obra Inteligência na Guerra: conhecendo o inimigo, de Napoleão à Al-Qaeda (Companhia das Letras, 2006), falando sobre a inteligência, cita o pensamento de George Washington de que “A necessidade de obter informações de qualidade é evidente e não precisa ser objeto de debate”. Ainda, Keegan ensina que “a conquista da Gália por César decorreu de seu melhor uso de informações...”.

A arte da observação e dedução também foi sendo desenvolvida com o passar do tempo. As regras de observação mencionavam, inclusive, a análise quando da visualização da poeira e reflexos de luz como indicação de ações de tropas adversárias. Keegan explica que “uma nuvem generalizada de poeira indicava geralmente a presença de saqueadores inimigos...colunas densas e isoladas de pó demonstravam que as hostes estavam em marcha”, tão como, citando o Marechal de Saxe, que “nos dias claros, os reflexos de sol nas baionetas e espadas podia ser interpretado a distâncias de até 1600 metros...se os raios forem perpendiculares, significa que o inimigo avança em nossa direção; quando intermitentes e infrequentes, indicam retirada”.

Pois bem. Não necessariamente nos cenários de Guerra Híbrida, um objetivo (ou grupo envolvido) fica evidente. Da mesma forma, além de obter informações de interesse (e resguardar as mesmas quando necessário), DESINFORMAR também garante resultados quando se fala em mobilização de grupos, formar opiniões, fragilizar instituições, ocultar fatos etc. Aplicativos como o WhatsApp, Telegram, como tantos outros, feitos para facilitar o contato entre pessoas, podem ser utilizados para propagar em curtíssimo espaço de tempo boatos e informações distorcidas causando comoção, sendo que nem todos os usuários, antes de compartilharem algo que receberam, se preocupam em verificar a veracidade ou contexto.

Até que seja esclarecida que a informação recebida não era verídica ou possuía um caráter outro que não o mero esclarecimento a respeito de um fato, a mensagem já produziu seu efeito: DESINFORMAR.

O professor Guy Durandin, em seu livro As Mentiras na Propaganda e na Publicidade (JSN Editora, 1997) já alertava que “quanto ao grau de informação, evidentemente é mais fácil enganar uma população pouco informada do que uma bem informada. Para ilustrar, falaremos apenas de duas situações. Nos regimes totalitários, o governo se esforça para controlar totalmente a informação, ao ponto de se tornar impossível distingui-la da propaganda.

A população, recebendo tudo da mesma fonte, não tem dados para exercer seu espírito crítico, e corre o risco de acreditar em mentiras, ou então, depois de decepções acumuladas, tornar-se totalmente cética”. Na obra, exemplos como Goebbels (um artista da desinformação) e vários outros, são citados. Este livro é de leitura quase obrigatória, principalmente nos dias atuais.

Sobre informar e desinformar vi duas circunstâncias totalmente diversas em relação a uma pessoa próxima: meu filho. Um dia, uma de suas professoras comentou a respeito das vantagens de países democráticos. Citou como exemplo... Cuba (!!!). Meu filho recebeu uma informação brevemente, não ocorreu debate ou pesquisa sobre, sendo que ao chegar em casa comentou estar fascinado com o que foi descrito. Conversamos longamente e foi exposto outro ponto de vista pessoal de minha parte. Deixo a convicção a respeito do tema com ele, desde que pesquise, tenha acesso a mais referências e outros posicionamentos.

Por outro lado, em outro ambiente (Capítulo DeMolay Sagrada Aliança Nº 791 – São Paulo / SP), testemunhei a pesquisa e debate, sem paixões exacerbadas, a respeito de temas atuais. Informações sobre determinado assunto foram expostas, ocorreram perguntas e, de forma salutar, uma conversa entre os jovens. Felizmente cada um deles tinha um posicionamento pessoal, que foi respeitado, celebrando-se as diferenças. Com uma vantagem: cada um deles, mesmo tendo uma opinião própria, teve acesso a mais informações.

Acompanhar o tema Guerra Híbrida, é um assunto mais complexo e de difícil compreensão do que aparenta. Com a velocidade que proporciona a dispersão de informações, é muito fácil, caso não se pesquise, se deixar levar por fatos parciais ou interesses que não são evidentes. Talvez, em outra oportunidade, possamos comentar mais a respeito de desinformação.