sábado, maio 31, 2014

Brasil 8243





por Milton Simon Pires.


Tendo falhado na tentativa de comprar todo Congresso Nacional com o mensalão, o PT entrou, desde 2013 e até antes, numa nova fase: a do “golpe constitucional”. Trata-se de emitir decretos e mais decretos, medidas provisórias e mais medidas provisórias que vão, aos poucos, mudando todo regime de governo sem que ninguém perceba. Aproxima-se agora, com a Copa do Mundo, um período em que nove entre cada dez brasileiros estarão pensando em futebol. O décimo, talvez, se preocupe com greves e ônibus incendiados mas não haverá um só capaz de se lembrar de acompanhar, no próprio Diário Oficial da Revolução, aquilo que o partido estará encaminhando para votação e aprovando em frente às câmeras de televisão e de todo o país.

A mais recente de todas as barbaridades protagonizadas pela Presidência da República chama-se “Decreto 8243”. Não é preciso ser formado em Direito ou Ciência Política para entender do que se trata. O PT simplesmente rasga a Constituição Federal e, com um palavreado digno de uma reunião de Diretório Central de Estudantes, amplia de uma maneira como “nunca antes na história desse país” os mecanismos do chamado “controle social”.

Sobre esse último termo melhor seria dizer tratar-se de “controle socialista” do que aceitar goela abaixo a ideia de que a “sociedade civil” encontra-se ali representada já que, sem pudor algum, o próprio partido-religião aceita, no segundo artigo do decreto, a existência de movimentos “não institucionalizados” em sua composição.

Não vou descrever todas as barbaridades e consequências que o Decreto 8243 traz. Digo apenas ser necessário deter-se sobre breves menções feitas nele, pelo partido, às democracias representativas, participativas e diretas, pois é na diferença entre elas que está a chave para entender a intenção do PT. Resumidamente, eu diria a vocês que a diferença fundamental entre elas dá-se em relação àquilo que o PT mais urgentemente precisa destruir no Brasil: a institucionalização da sociedade. Desde a representação formal através de deputados e senadores até movimentos que sobem a rampa do Congresso Nacional o que se perde é isso: a institucionalização, a organização formal da sociedade através de pessoas, forças ou movimentos que, possuindo personalidade jurídica, podem tornar-se alvos do devido processo legal, e é isso que o PT, cada vez mais, precisa evitar construindo um mundo das sombras, uma espécie de área livre de sinal de radar onde navio ou avião algum pode ser detectado.

De 2013 até agora, a Presidência da República, por decreto, trouxe ao Brasil os escravos e agentes cubanos, abriu as portas do país para polícias estrangeiras durante a Copa, igualou as profissões da saúde no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e agora – através da Política Nacional de Participação Social (PNPS) e do chamado Sistema Nacional de Participação Social (SNPS) – praticamente cria um governo paralelo no Brasil através de mecanismos de controle que vão entregar toda máquina administrativa nas mãos do partido.

Pergunto-me quanto tempo vai levar para que a nação entenda o que escrevi. Lembro-me, pois, de Maquiavel afirmando que “quando as coisas mais graves são percebidas pelas pessoas mais simples, já é tarde demais” e que um brasileiro médio não seria capaz de reconhecer um regime comunista nem que nevasse em Manaus, nem que ele fosse obrigado a beber vodca ou ter outras pessoas dormindo em sua casa.

Meus amigos, na madrugada do dia 8 de março de 2014, o voo MH370 da Malaysia Airlines desapareceu do radar e até hoje não há explicação alguma sobre o que aconteceu. Afirmo a vocês que coisa semelhante vai acontecer com o que resta de democracia no Brasil depois do último decreto de Dilma Rousseff. Nossa liberdade embarcou num Boeing pilotado pelo PT. Nosso voo é o Brasil... Brasil 8243.


(Dedicado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)..Vocês serão as “entidades médicas” amanhã.)


Porto Alegre , 30 de maio de 2014. 


Milton Simon Pires é médico.

Todo poder aos sovietes petistas.






por Alexandre Borges para o Mídia Sem Máscara.




Esse país de vocês ganhou um decreto realmente peculiar semana passada, o de nº 8243. Ele institui a “Política Nacional de Participação Social – PNPS” que tem como objetivo “consolidar a participação social como método de governo”.

A linguagem sinuosa e dissimulada do decreto é proposital, mas vamos traduzir: se você é um militante ou é um membro do Agitprop petista aboletado em algum agrupamento apelidado de “movimento social”, você passará a ter, oficialmente, poder político acima do cidadão comum e poderá influenciar diretamente, sem intermediários, (leia-se Congresso Nacional, por exemplo) a gestão do país.

A idéia é antiga e remonta ao paleolítico do comunismo. Desde a Primeira Internacional e da Comuna de Paris, em meados do séc. XIX, os comunistas desdenham do sistema republicano, com representantes eleitos, a tal democracia burguesa. As idéias de separação de poder de Montesquieu e da democracia representativa sempre foram consideradas empecilhos para a “democracia direta” ou plebiscitária, uma excrescência jacobina que sempre termina em barbárie.

A Atenas do séc. IV a.C. tentou uma forma de democracia direta, em que os julgamentos eram realizados por 500 “juízes” sorteados entre os seis mil cidadãos com plenos direitos políticos, que decidiam por maioria simples os casos do dia-a-dia. O resultado era uma cidade em que todos acusavam todos pelos motivos mais banais, com julgamentos realizados de maneira açodada e emocional, com vereditos diretamente influenciados mais pela eloquencia do orador do que pelo mérito da questão. A experiência ateniense e seus resultados desastrosos já deveriam ser suficientes para enterrar de vez a idéia jacobina de governar por plebiscitos. Mesmo o atual regime suíço, que muitos consideram um tipo de democracia direta, é uma experiência totalmente distinta e com diversas salvaguardas para que leis não sejam aprovadas no calor das emoções (e estamos falando de suíços, não necessariamente o povo mais emotivo do mundo).

A experiência mais emblemática desse tipo de grupamento não-eleito com poderes políticos são os “sovietes” ou conselhos operários, que ajudaram a criar as condições para a revolução russa em 1917. Instituídos em 1905 e festejados por Lênin como “expressão da criação do povo”, os sovietes chegaram a criar uma corrente do comunismo chamada “conselhismo”, uma oposição ao comunismo de estado, que acreditava serem os conselhos operários formas superiores de participação popular na política.

Com a revolução de 1917, os bolcheviques lançaram o lema “Todo poder aos Sovietes” e até a dissolução da URSS os sovietes eram considerados pilares essenciais do regime comunista.

Não se enganem, esse pessoal sabe o que está fazendo. Mais um mandato presidencial para o PT e esse país estará irreconhecível em 2018, podem anotar.


quinta-feira, maio 29, 2014

A Agenda abortista do PT.










por Hermes Rodrigues Nery (*)



Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.845/2013, abrindo assim brechas para a prática do aborto no sistema SUS, com recurso público. Agora, com a publicação da Portaria nº 415, de 21 de maio de 2014, o aborto passa a ser financiado pelo estado brasileiro na rede pública de saúde.

Os organismos que estão trabalhando internacionalmente pela aprovação do aborto são as fundações (que planejam e financiam as ações) e as organizações não governamentais (que as executam) e que promovem tudo isso com enormes somas de dinheiro, como as Fundações Ford, Rockefeller, MacArthur, a Buffet (entre as fundações), e a International Planned Parenthood Federation (IPPF, que tem filiais em quase 150 países), a Rede Feminista de Direitos Sexuais e Reprodutivos, as Católicas pelo Direito de Decidir (que não são católicas, mas usam o nome para confundir principalmente os católicos), a Sociedade de Bem-Estar Familiar no Brasil (Benfam) e a International Pregnancy Advisory Services (IPAS), entre as ONGs. A filial norte-americana da IPPF, por exemplo, detém uma rede que abarca 20% de todas as clínicas abortistas dos Estados Unidos. Segundo a fundadora das falsas “Católicas pelo Direito de Decidir”, Frances Kissling, a IPPF só trabalhou na propaganda pela legalização da prática do aborto nos EUA, mas não queria entrar diretamente no negócio das clínicas “para não ser estigmatizadas” pelo público. Mas, numa longa entrevista tornada pública, ela mesma conta que as fundações que financiam as atividades da IPPF obrigaram-na a entrar diretamente na estruturação e gerência da própria prática do aborto, tornando-se hoje a maior promotora de abortos na América e no mundo.

O argumento, portanto, dos direitos reprodutivos não passa de retórica, que seduz os desinformados (entre eles, os políticos), em prejuízo de muitos, especialmente as mulheres pobres, que são as mais vitimadas por essa lógica inumana.

No Brasil a Fundação MacArthur, por exemplo, desde 1988, decidiu investir em programas de controle populacional, em nosso no País, alimentando várias OnGs para esta finalidade. No ano seguinte, em São Paulo, a então prefeita do PT, Luiza Erundina (hoje deputada) estabeleceu o primeiro serviço brasileiro de abortos em casos de estupro, no Hospital Jabaquara, dando início assim a uma rede que vem até hoje se ampliando e trabalhando com o objetivo de legalizar o aborto no Brasil, utilizando a estratégia de oferecer serviços de abortos nos casos não punitivos pela lei, que eles chamam de “aborto legal”, quando não é legal, pois ele continua sendo crime no Código Penal.

E agora querem também de alguma forma flexibilizar a legislação, nesse sentido, com a reforma do Código Penal. Os médicos brasileiros passaram a fazerem parte de “capacitações” para aceitarem gradativamente a lógica do “aborto legal” iniciado no Hospital Jabaquara, depois também no Hospital Pérola Byington, em São Paulo, no CAISM (Centro de Atendimento Integral à Saúde da Mulher), sob a direção do Dr. Aníbal Fagundes, e membro do Conselho Populacional de Nova York. A mesma Fundação MacArthur de Chicago investiu nos Fóruns para o Atendimento aos Abortos Previstos por Lei, em congressos anuais, com profissionais da Saúde e organizações feministas.

Vê-se que nesse processo e contexto, o PT é o partido político mais comprometido com esta agenda, até hoje. Mas foi em 1996, após os acordos de Glen Cove entre o FNUAP, OnGs e Comitês de Direitos Humanos, que foi possível expandir os serviços de “aborto legal” no Brasil, criando assim o ambiente cada vez mais favorável principalmente entre os médicos para a banalização da prática do aborto, até chegar a plena legalização. Muitos acreditam estar trabalhando realmente em defesa dos interesses das mulheres, mas não tem o conhecimento mais a fundo da questão, e com isso favorecem os interesses das Fundações internacionais.

Em 1998, na gestão do Ministro José Serra (PSDB), tais grupos influíram para que o Ministério da Saúde adotasse a primeira norma técnica que permitisse, com uma medida do Executivo, ampliar tais serviços nos hospitais brasileiros. Para se ter uma ideia, pela norma técnica a mulher estaria dispensada de apresentar exame de corpo de delito para comprovar o estupro e solicitar um aborto, exigindo apenas a apresentação de um Boletim de Ocorrência, que pode ser obtido em qualquer delegacia de polícia sem necessidade da apresentação de provas.

Mais uma brecha, mais um ardil, fazendo avançar a agenda abortista, com o apoio do governo!

Hoje há em nosso país uma rede de hospitais equipados para tais serviços, favorecidos não apenas por aquela Norma Técnica, como outras que vieram posteriormente. A 2ª norma técnica, eliminou a exigência do Boletim de Ocorrência e limitou a objeção de consciência. O médico, por exemplo, que está sozinho no serviço de emergência, tem que fazer o aborto. Se não fizer pode ser processado, por omissão de socorro. É isso: Primeiro tem que matar, depois curar os outros.

E assim, de todas as formas, o governo brasileiro buscou driblar as restrições legais, obcecado que está em cumprir seus compromissos com as agências da ONU e grupos internacionais,

Desde 2005, de modo mais acentuado (como comprova farta documentação), muito foi feito nesse sentido pelo Governo Lula, cujo partido do presidente Lula e de Dilma Roussef chegou a punir dois deputados federais do próprio PT, de marcada atuação em defesa da vida. Em 2007, foi criado o GEA (Grupo de Estudos sobre o Aborto) que diz em seu próprio site, que é “uma entidade multidisciplinar que reúne médicos, juristas, antropólogos, movimentos de mulheres, psicólogas, biólogos e outras atividades. Não é uma OnG e não tem verbas próprias. Conta com inestimável apoio do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Seu foco é capilarizar a discussão do tema ABORTO sob o prisma da Saúde Pública e retirá-lo da esfera do crime.”.

Ainda em 2010, o coordenador do Grupo de Estudos para legalizar o aborto no Brasil, constituído pelo governo brasileiro, pago com recurso público, disse que a intenção não é apenas despenalizar o aborto, mas “a ideia é ir mais longe e não fazer mais do aborto um crime”. Grupo este formado por militantes e OnGs que promovem o aborto no Brasil, inclusive faz parte o Dr. Adson França, representante do Ministério da Saúde. Para tais pessoas, é preciso que o aborto não seja mais tido como crime para, anestesiada a consciência moral, utilizar então o Estado com recurso público a perpetrar este abominável atentado contra a vida, sem que haja resistência e restrição legal. O Estado que é constituído para defender a vida e a família, acaba portanto se voltando contra a vida e a família, como um Leviatã que oprime até a morte, por pressão das forças globalistas. E com os eufemismos, retórica e demagogia, invertem todos os conceitos. Descriminalizado, sem restrição legal, a defesa do aborto passa a ser a defesa de saúde pública. O SUS então passará a fornecer abortivos químicos (a exemplo da pílula do dia seguinte), como explica o Dr. Ives Gandra da Silva Martins, "à custa de perigosa intoxicação da mulher, por vezes com conseqüencias desastrosas para a sua saúde”. Mata a criança no ventre materno e provoca danos á saúde da mulher, ao corpo e a alma da mulher. Pois os efeitos pós-abortos são causas, muitas vezes, da depressão, da angústia, de graves problemas psíquicos e até mesmo o suicídio.

Por isso, reafirmamos, que mente descaradamente o governo brasileiro quando diz que não está comprometido com esta agenda. Como fez a então candidata Dilma Roussef, em 2010, sobre esta matéria. Ainda no segundo turno, ela assinou uma carta compromisso de que era contra o aborto, dizendo ipsis literis: 

“Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no país.”

Mentira! Mente descaradamente a sra. Presidente da República nesta matéria. As iniciativas que visam legalizar o aborto no Brasil têm vindo do Executivo, com a complacência e a conivência do Judiciário. Como há pouco me lembrou o Dr. Paulo Fernando Mello Costa, aqui presente, sugiro que assistam ao vídeo que ele fez, “Dilma Mãe do Brasil”, disponível no Youtube.

Temos acompanhado, há alguns anos, o trabalho desta Casa de Leis e visto os esforços de parlamentares para aplacar a sede do sangue inocente. Mas as pressões não cessam, cada vez mais intensas, promovidas, estimuladas, de modo sutil e sofisticado, e também muito bem planejado e financiado pelas fundações internacionais e por vários setores do governo federal, inclusive do Ministério da Saúde, que recentemente encaminhou a esta Casa de Leis o então PLC 03, hoje lei 12.845/2013, que foi vergonhosa e sorrateiramente tramitada e votada sem deliberação, sem sequer que os deputados percebessem a armadilha e deixassem escapar o ardil do governo, mostrou o seu desprezo a população (a maioria contra o aborto e pela vida), a Presidente sancionou a Lei 12.845/2013, abrindo assim brechas para a prática do aborto no sistema SUS, com recurso público. Agora, com a publicação da Portaria nº 415, de 21 de maio de 2014, o aborto passa a ser fato, financiado pelo estado brasileiro na rede pública de saúde.

Com a Lei 12.845/2013, o Ministério da Saúde, utilizando-se das normas técnicas já aprovadas, e agora com o endosso da Presidência da República, todos os hospitais do Brasil, independentemente de se tratarem de hospitais religiosos ou contrários ao aborto, serão obrigados a encaminhar as vítimas de violência à prática do aborto. O projeto não contempla a possibilidade da objeção de consciência. Na sua versão original, o artigo terceiro do projeto afirmava que o atendimento deveria ser imediato.

A partir da sanção presidencial e agora com a publicação da Portaria nº 415/2014, bastará apenas a palavra da mulher pedindo um aborto, e os médicos terão obrigação de aceitá-la, a menos que possam provar o contrário, o que dificilmente acontece. Mas pelo menos a mulher deveria afirmar que havia sido estuprada. Agora não será mais necessário afirmar um estupro para obter um aborto. Bastará afirmar que o ato sexual não havia sido consentido, o que nunca será possível provar que tenha sido inverídico. A técnica de ampliar o significado das exceções para os casos de aborto até torná-las tão amplas que na prática possam abranger todos os casos é recomendada pelos principais manuais das fundações internacionais que orientam as ONGs por elas financiadas. Com isto elas pretendem chegar, gradualmente, através de sucessivas regulamentações legais, até a completa legalização do aborto.



(*)Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética, pela PUC-RJ, coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté. Membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, diretor da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e da Associação Guadalupe. 

segunda-feira, maio 26, 2014

Hillel ouve professor árabe.














por Sergio Niskier

Em aplauso ao Hillel, que mantém a tradição de debate democrático, venho manifestar-me sobre a palestra proferida pelo Professor Mohamed Habib, intelectual árabe, Professor Graduado em Engenharia Agronômica, mestre em Controle Biológico pela Universidade de Alexandria (Egito) e doutor em Ciências Biológicas pela Unicamp e professor universitário em nosso País. .



Em 1971 e 1972, fui voluntário em kibutzim em Israel. Naquela época, um país ainda sem o desenvolvimento que hoje impressiona o mundo. E me recordo dos permanentes temores que se mostravam nos jornais e nas TVs. Recém saído da vitoriosa Guerra dos Seis Dias, ainda assim a incerteza permanecia em Israel. Eu assisti a TV israelense em muitas ocasiões, ninguém me contou, mostrando Anwar Sadat pregando a destruição de Israel, jurando empurrar os judeus ao mar, na mesma retórica violenta que fazia seu antecessor Gamal Abdel Nasser. Assim como Sadam Hussein ainda faria por muitos anos. Sadat naquela época, em nada diferia no discurso, do Mufti de Jerusalém durante o período do Holocausto, e de todos os líderes árabes durante a Guerra da Independência, além de todos os inimigos declarados do Estado Judeu durante aqueles conturbados períodos. E o que dizer de Hussein, rei da Jordânia, um duro inimigo de Israel em 1948, que também venceu militarmente na Guerra da Independencia, invadindo o que seria parte do Estado árabe definido na Partilha, tomando na força das armas Jerusalém que seria uma cidade internacional, e impedindo judeus de visitarem os lugares sagrados, e usando lápides de nossos cemitérios como material de pavimentação, e que não foi menos implacável em 1967. Lembro agora de Arafat, e de seu staff onde se incluía com grande importância, Mahmoud Abbas, que desenvolveu teses em meio acadêmico, de negação do Holocausto, de onde certamente Ahmadinejah encontrou inspiração. Não foi há tanto tempo atrás.

A história, no entanto, anda. Novos paradigmas se assentam. E a realidade impõe posicionamentos distintos. Aquele inimigo feroz que prometia o fim do Estado Judeu, e que infringiu uma enorme derrota à Israel na Guerra de 1973 na campanha do Sinai, que só não foi definitiva graças a coragem e ousadia do comando militar de Israel notadamente Sharon, sem o que hoje estaríamos falando diferente, mudou. Este mesmo egípcio, em uma corajosa decisão de visitar Jerusalém, se transforma em um herói para o povo israelense, e tendo encontrado um parceiro Beguin, encerra um ciclo de dor, com uma possibilidade real, perseguida há milênios por nosso povo. A Paz com o Egito é assinada e celebrada, e mesmo com os altos e baixos, se mantém acesa, e foi a porta para o mesmo acontecer um pouco depois com a Jordânia, com aquele mesmo Rei, cruel e sangui nário. E que seu filho sucessor mantém a Paz, e que eu muitos anos depois pude ver ao visitar meu filho, desta vez ele trabalhando em um kibutz na fronteira entre Israel e Jordânia, o cuidado em preservar a integridade da PAZ. Vi jipes jordanianos na linha divisória, cuidando mais ainda que os israelenses de não haver problemas fronteiriços. Por outro lado, Arafat e Rabin, inspirados por este amante da PAZ, Shimon Peres, começaram a construir um ambiente de confiança, que poderia ter sido diferente do que hoje existe, caso um radical israelense não tivesse encurtado a vida deste grande líder Itzhak Rabin.

Eu ainda poderia descrever muitas situações do inimigo implacável, da verborragia destrutiva. E também dos caminhos diferentes que ao longo do tempo vão aparecendo.

Em uma de minhas ultimas visitas a Israel, em escala em Nova York, acidentalmente viajei ao lado de um palestino. Tivemos a oportunidade de conversar muito. E uma coisa que me incomodou bastante, foi quando ele disse que lia muito sobre as descobertas tecnológicas de Israel, e da cura de tantas doenças que orgulhosamente nós judeus mostramos ao mundo, junto com tantos Prêmios Nobel conseguidos, mas que ele e sua família, dos israelenses só conhecem a bota dos soldados pisando em seus rostos. Posteriormente em Israel, eu vi que muitos israelenses também não conhecem nada dos palestinos a não ser os terroristas suicidas. Impressionou-me muito um motorista de taxi de Jerusalém, não querer levar um passageiro que queria ir para a zona árabe, dizendo que ele não tem nada a fazer por lá. Por acaso eu peguei este taxi e vi a discussão, e pergunt ei se ele alguma vez já tinha conversado sem ser de forma guerreira com algum palestino. A resposta foi a mesma do palestino em Nova York. NUNCA VI O OUTRO EM CIRCUSTÂNCIAS DIFERENTES DA VIOLÊNCIA..

Estas são histórias comuns, do dia a dia de uma terra em guerra, em conflito que só causa dor e morte. E que amplifica o ódio, a intolerância e a insensatez.

Existem muitos caminhos para lidar com isto. Um deles é a destruição do outro. A guerra acabaria se não houvesse “o outro”. Alguns, em todos os lados, acham que isto é possível, ou desejável. E tentam. Alguns objetivamente, outros intelectualmente. Todos os dias nós vemos isto. Não apenas em Israel e seus vizinhos, mas em todo o Oriente Médio, em todos os cantos do mundo.

Mas existem outros caminhos. Daqueles que acreditam ser impossível destruir o outro. Sem a inocência de não se preparar para a defesa é obvio. Mas com a certeza de que não é possível destruir o outro. Estes sabem da importância do entendimento. Da necessidade de conhecer o outro além das botas dos soldados ou das bombas terroristas. De entender que não há vilania apenas de um lado, nem dor apenas de um lado. Que estas existem em todas as direções. E que precisam ser encerradas em todas as direções também. E que para isto, tolerância, respeito, confiança, ter disposição de abrir mão de muita coisa, devem ser desenvolvidos.

Um dos maiores legados de Itzhak Rabin, ao ser muito criticado por dar as mãos à Arafat, disse com muita propriedade, que a PAZ se faz com os inimigos.

Para acabar com o clima da tragédia, o primeiro passo é ouvir o outro, e ser ouvido. É buscar encontrar pontes de contato e não barreiras do desentendimento. Uma pequena ponte pode servir mais que muitas armas. A recusa em conversar ou ouvir só ajuda a aprofundar o fosso, e favorecer mais ainda a política de morte e destruição. Não é garantido que conversar, ouvir, buscar estes pontos de contato, vá trazer a PAZ. Mas é garantido que o ódio continua, se o silêncio entre as partes se mantiver, e é garantido que novas dores e mortes virão, cada vez com mais tecnologia e precisão.

Sempre que vejo textos que pregam o não contato, que pregam a rotulação permanentemente, me assusto. Não sei se ainda estamos no tempo de heróis e mártires. Mas julgo que hoje já é o tempo dos que tem medo. Não dos que tem medo de morrer. Pois já há ideologia demais no mundo para transformar todos nós em pessoas corajosas e fortes. Mas dos que tem medo de matar.

Por tudo isto, eu gostaria de parabenizar o Hillel por sua decisão de ouvir o outro. E tem sido ao longo de sua existência aqui no Rio de Janeiro, um permanente fórum de debates e de busca de conhecimento de si e do outro. Os vários debates realizados no Oi Casa Grande e em outros ambientes, mostram o cuidado de enriquecimento político aos jovens, futuros líderes. Devemos incentivar conhecer outros pontos de vista. Por mais difícil que isto possa ser. Por permitir que as gerações que nos sucedem tenham a oportunidade de conhecer outras dores, e possam igualmente expor aquelas que conhecemos, e que muitas vezes são também ignoradas pelo outro. Não há o que temer em ouvir o que não gostamos, quando temos a liberdade de expressão. Pois podemos combater e assim o fazemos aqui em nossa cidade, ao contrário do passado na Europa quando es te direito nos foi suprimido, todas as ideias destrutivas e preconceituosas. E ajudar a construir uma sociedade com liberdade, tolerância e cidadania. Ao contrário das críticas prévias feitas à esta palestra, o que ocorreu foi um momento de debates sobre as reais possibilidades de entendimento entre todos os envolvidos no conflito do Oriente Médio. Baseadas em princípios, que para quem de fato lê e acompanha toda a trajetória do conflito e suas tentativas de entendimento, já se encontravam durante o período do Acordo de Oslo, descritos em um fantástico livro escrito por SHIMON PERES, denominado O NOVO ORIENTE MÉDIO, que recomendo a leitura, publicado em português pela Editora Relume Dumará, em 1994, onde ele defendia o processo de Paz, baseado nos projetos conjuntos e utilização dos recursos naturais. O palestrante falou da mesma forma que Peres, sobre es tes pontos. Basta ver na imprensa judaica, o relato do evento. Que a água traga a PAZ. Que a dessalinização traga a PAZ. Que a cultura traga a PAZ. Muita coisa pode trazer a PAZ. Mas nunca a rotulação permanente, o ódio permanente, a recusa em avançar em direção ao entendimento, por mais duro e difícil que seja este caminho. Não sejamos nós os sócios da ignorância.

Nossa força, não está no radicalismo do isolamento. Mas ao contrário, na abertura que a democracia nos permite ter. Ao buscar conhecer o outro, estamos também nos convidando a ser conhecidos. Eu já tive a oportunidade de fazer isto dezenas de vezes. Algumas publicamente. Tenho hoje como parte das minhas relações, a oportunidade de conviver com muitos militantes da causa palestina, de quem discordo profundamente inclusive publicamente, na maior parte das vezes quando discutimos os processos que ocorrem no Oriente Médio, mas com quem me aproximo na certeza de que este é um conflito que precisa acabar, e que todas as partes terão que ceder, na necessidade de aceitar plenamente o convívio e a troca com o outro. Não há como ser diferente. E isto é altamente esclarecedor para quem não conhece o assunto. Que ouve todas as posiç&ot ilde;es. Ao nos fecharmos, só uma voz é ouvida. E isto é altamente perigoso e preconceituoso contra nós.

Que as novas gerações, a exemplo do que fez o Hillel, busquem com mais ênfase que nossa geração o fez, o encontro. A quebra dos preconceitos. A confiança no outro, e em um futuro de Paz. Não temam o controverso. Não temam quem pensa diferente, e que se dispõe a conversar. Não aceitem a própria intolerância como estrada. Prepararem-se para contrapor aqueles que gostam de preservar o ódio. E que não querem conversa. Estes devem mesmo ser temidos. E combatidos. E tenham a inteligência de buscar outros caminhos, diferentes do que foi tentado até agora, que buscam manter o que existe.

Parabéns Hillel por não ficar parado no tempo !!!



Sergio Niskier

Ex - Presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro

Presidente da Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria


Fonte: Rua Judaica

sábado, maio 24, 2014

Governo oficializa aborto.











Governo oficializa aborto.

por Leandro Mazzini (*)




A Portaria 415 do Ministério da Saúde, publicada nesta quinta-feira (22), oficializou o aborto nos hospitais do Brasil, e o Sistema Único de Saúde pagará R$ 443 pelo procedimento.

O Diário Oficial da União (A íntegra aqui ) trouxe publicado o eufemismo ‘interrupção terapêutica do parto’.

A lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff visa autorizar o aborto para casos de estupro e anencéfalos, mas deixa brechas para a prática geral: a mulher não é obrigada a apresentar Boletim de Ocorrência policial ao médico que a atender, e uma única vírgula no texto da portaria abre interpretações jurídicas que podem causar a liberação do aborto sob qualquer motivação.

Sem Boletim de Ocorrência, a mulher interessada em abortar pode alegar que foi estuprada, mesmo que tenha semanas de gestação e tenha decidido não ter o bebê. A lei não é clara sobre se o procedimento deve ser imediato logo após o estupro.

E o texto da Portaria pode abrir brecha para o aborto em casos gerais: “consiste em procedimento direcionado a mulheres em que a interrupção da gestação é prevista em lei, por ser decorrente de estupro, por acarretar risco de vida para a mulher ou por ser gestação de anencéfalo”.

Em suma, há três motivações. A vírgula abre interpretações como: o ‘risco de vida para a mulher’ não está necessariamente ligado à causa estupro. A gestante pode alegar qualquer risco à sua saúde, mesmo que não tenha sido estuprada.

Procurada para se posicionar sobre as questões supracitadas, a assessoria do Ministério da Saúde informou que não teria resposta a tempo para a noite de ontem. Um assessor também informou que não enviaria uma posição por e-mail devido à alta demanda por outros assuntos na pasta.

MEMÓRIA

O projeto surgiu anos atrás, apresentado pela então deputada federal Iara Bernardi (PT-SP), e só ano passado tornou-se o PLC 3/13, aprovado e sancionado.


(*) Leandro Mazzine\i escreve para http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/
Fonte: IPCO

terça-feira, maio 20, 2014

Israel é o pais da Ciência e da Tecnologia além do leite e do mel.













por Osias Wurman




Nestes tempos em que comemoramos as conquistas do povo de Israel, em seus curtos 66 anos de vida independente, vale relacionar este decálogo de conquistas científicas que beneficiarão, não somente aos israelenses, mas a toda HUMANIDADE.

1-A Universidade de Tel Aviv está perto de alcançar uma vacina nasal que proteja tanto a doença de Alzheimer quanto aos derrames. As primeiras experiências são muito encorajadoras .

2- O Technion de Haifa, instituto dedicado à pesquisa de tecnologia médica, desenvolveu um teste de sangue simples que pode detectar várias doenças ( incluindo câncer ).

3- O Centro Ichilov de Tel Aviv isolou uma proteína que vai substituir a colonoscopia na detecção do câncer de cólon. Basta um simples exame de sangue . O câncer do cólon mata cerca de 500.000 pessoas por ano. Muitas dessas mortes podem ser evitadas se detectadas a tempo .

4 – A acne não mata ninguém, mas gera grande ansiedade e insatisfação a milhão de adolescentes. O laboratório CureLight criou uma maneira de curá-la, emitindo raios ultravioleta de alta intensidade sobre as bactérias que produzem acne, sem causar mais complicações.

5- O laboratório Given Imaging desenvolveu uma pequena câmera na forma de comprimidos que são engolidos e passam milhares de fotos do aparelho digestivo. Estas imagens, de alta qualidade (dois por segundo , durante oito horas), podem detectar pólipos, câncer e fontes de sangramento. Elas são enviados a um chip que armazena e, em seguida, descarregadas em um computador para o médico examinar O paciente expele a câmera através do reto.


6- A Universidade Hebraica desenvolveu um estimulador elétrico por baterias que são implantados no peito dos pacientes com Parkinson, bem como marcapassos. As emissões destes sinais nervosos bloqueiam as unidades que causam os tremores .

7. O odor da respiração de um paciente pode ser usado para detectar se ele tem câncer de pulmão. O Instituto de Nanotecnologia Russell Berrie criou sensores capazes de perceber e registrar 42 biomarcadores que indicam a presença de câncer de pulmão sem a necessidade das invasivas biópsias.

8- É possível fazer sem cateterismo, em muitos casos, exames que visam clarificar o estatuto das artérias coronárias. O EndoPAT é um dispositivo colocado nas pontas dos dedos indicadores, que pode medir o estado das artérias e prever as chances de um ataque cardíaco ocorrer nos próximos sete anos.

9-A Universidade Bar Ilan está estudando um novo medicamento para combater o vírus transmitido pelo sangue. Eles chamam a armadilha de Vecoy, e que engana o vírus para alcançar a sua auto-destruição. É muito útil para combater a hepatite, o temido Ebola temido e AIDS.

10- Os cientistas israelenses do Hadassah Medical Center podem ter curado o primeiro caso de esclerose lateral amiotrófica, conhecida como doença de Lou Gehrig. O tratamento foi desenvolvido com base em células-tronco e curou um rabino ortodoxo . Eles têm razão para acreditar que o sucesso pode ser replicado.

AM ISRAEL CHAI !

QUE VIVA O POVO DE ISRAEL !

segunda-feira, maio 19, 2014

EUA: Suprema Corte aprova fim de cotas raciais no Michigan










EUA: Suprema Corte aprova fim de cotas raciais no Michigan.

por Luis Dufaur


A Suprema Corte de justiça dos EUA – a mais alta instância judicial do país – deu ganho de causa à proibição de cotas raciais nas universidades públicas do estado de Michigan, noticiou a “Folha de S.Paulo”, 23-4-14.

Em 2003, um tribunal aprovou a política de cotas na Faculdade de Direito da Universidade de Michigan. A medida de seleção racial foi anulada por uma emenda da Constituição estadual aprovada em plebiscito popular em 2006.

Porém, os “democráticos” defensores da classificação e triagem dos alunos pela cor da pele – a chamada “discriminação positiva” ou “ações afirmativas” – apelaram à Justiça visando abafar a vontade popular.

Agora, a decisão da última instância vetou qualquer “tratamento preferencial a indivíduos ou grupos com base em raça, sexo, cor, etnia ou origem” na admissão em instituições públicas de ensino superior de Michigan. Quer dizer, o fim das cotas raciais.



Na prática, o acórdão estende seus efeitos a mais sete estados americanos que adotaram proibições análogas. Entre eles, a Califórnia, a Flórida, a Arizona e o Nebraska.

Grupos contrários às cotas raciais agora vão se sentir animados a realizar plebiscitos em outros estados que veem essa prática como odiosa.

A Corte estimou “não ter autoridade” para invalidar a legislação aprovada no referendo, a qual contou com 58% dos votos.

A juíza Sonia Sotomayor, representante da tendência ideológica “progressista”, defendeu a posição derrotada e criticou a Constituição do país.

O jornal “The New York Times”, caixa de ressonância habitual do presidente Obama e das causas da esquerda, estrebuchou contra a sentença.

O jornal repetiu o realejo de que a suspensão das cotas nas universidades de Michigan causou uma diminuição de 25% dos alunos racialmente julgados “negros”.

O argumento foi quase um cavalo de batalha dos partidários das cotas raciais. Mas acaba reconhecendo que entravam nos altos institutos de educação pública estudantes que não tinham méritos nem nível para fazê-lo.

O presidente da Corte Suprema, ministro John Roberts Jr., julgou que o “caminho para acabar com a discriminação é acabar com a discriminação com base na raça”, numa resposta, aliás, de palmar bom senso e lógica elementar, endereçada à juíza “antirracista” Sonia Sotomayor

Fonte : IPCO

sábado, maio 17, 2014

PSB quer arquivamento de projeto de ajuda a homossexuais.














PSB quer arquivamento de projeto de ajuda a homossexuais.
por Julio Severo


No começo desta semana, o site homossexual A Capa informou que o deputado federal Pastor Eurico, do PSB, havia encaminhado à Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) um projeto de ajuda a homossexuais.




Projeto semelhante já havia sido arquivado em 2013, sendo maliciosamente atacado como “projeto de cura gay” até mesmo por líderes evangélicos buscando agradar ao governo e à mídia esquerdista.

Não se passou uma semana, e o próprio partido do Pastor Eurico já se pronunciou pelo arquivamento do projeto. Nem foram necessárias intervenções indiscretas e espalhafatosas de Jean Wyllys, Maria do Rosário e da usual militância petista pró-sodomia para atacar o projeto. O próprio PSB quer dar conta do recado.

O PSB (Partido Socialista Brasileiro), partido do qual o Pastor Eurico tem a infelicidade de ser membro, abriga criaturas políticas das mais radicais.
Recentemente, a deputada Luiza Erundina, também do PDB, teve aprovado seu requerimento na CDHM para a instalação de uma audiência pública para investigar as igrejas cristãs que se opuseram ao socialismo durante o governo militar.
Nesse mesmo espírito de evolução para trás, o que pode vir por aí num futuro talvez não muito longínquo é uma audiência na CDHM para investigar as igrejas que no passado (que é o nosso presente) se opuseram às práticas homossexuais com base em declarações da Bíblia, livro que então será considerado proibido pelas elites iluminadas.
Quando Marco Feliciano foi indicado como presidente da CDHM, o PSB não deixou por menos. Em nota pública, o partido do Pastor Eurico disse:

“Prezados Companheiros Socialistas, A Executiva Nacional LGBT do PSB vem, por meio desta nota, repudiar a indicação do nome do Deputado Pastor Marco Feliciano (PSC) para a Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal. Considerando que o PSB é um partido de esquerda e socialista… entendemos que os Parlamentares Socialistas devem votar contra a indicação do nome desse parlamentar para a Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.”

De acordo com A Capa, o PSB declarou que rejeita o projeto do Pastor Eurico, fazendo questão de deixar claro que o PSB tem histórico de apoio à agenda gay e que seu pré-candidato à presidência da República, Eduardo Campos, é a favor da adoção de crianças por duplas gays e da criminalização da chamada “homofobia.”

O vice de Campos é Marina Silva, que apesar de todo o radicalismo do PSB, da Rede Sustentabilidade, do Partido Verde e do PT, sempre optou por um muro diplomático, ora deixando-se incorretamente ser vista como conservadora (que ela nunca foi), ora como militante esquerdista (que ela sempre foi), sobrando-lhe a imagem de melancia: verde e ambientalista por fora e vermelha e socialista por dentro.

O Pastor Eurico vai passar uma barra pesada, e se quiser ir em frente contra a própria agenda das trevas de seu partido, dificilmente Marina irá acompanhá-lo. Para Marina, só em cima do muro.
-.-.-.-


Para os que não conhecem, o "pastor" (ou lobo?) deputado Eurico é o mesmo que queria a prisão - leiam bem: prisão - do ministro Joaquim Barbosa do STF:





quinta-feira, maio 15, 2014

Nascituro tem personalidade jurídica, decide STJ português.










Nascituro tem personalidade jurídica, decide STJ português.






“O nascituro é um ser humano vivo com toda a dignidade que é própria à pessoa humana. Não é uma coisa. Não é uma víscera da mãe.” A afirmação é do estudioso Pedro Pais de Vasconcelos, professor na Faculdade de Direito de Lisboa, e foi usada como fundamento pelo Supremo Tribunal de Justiça de Portugal para decidir que um bebê tem direito de receber indenização por danos morais porque seu pai morreu antes dele nascer.

No julgamento, o STJ reconheceu em Portugal que, desde o momento da concepção até a morte, existe vida com personalidade jurídica, que deve ser protegida pelo Estado. Pelo entendimento consolidado, não cabe à lei nenhuma retirar qualquer direito de um nascituro.

O processo julgado trata do drama vivido por uma família: pai, mãe grávida e um filho de um ano e meio. O pai se envolveu em um acidente de trânsito e morreu. Era ele que sustentava toda a família, já que a mulher não trabalhava e ficava em casa para cuidar do filho. Dezoito dias depois da morte, nasceu a filha do casal.

Diante da situação, a mulher recorreu à Justiça pedindo indenização por danos materiais e morais para ela e para os filhos. Os danos materiais foram reconhecidos para os três, mas o direito de reparação por danos morais foi negado à filha, que ainda não tinha nascido no momento do acidente. O argumento usado pela segunda instância foi o de que, pelo Código Civil português, uma pessoa só adquire personalidade jurídica a partir do nascimento. Antes disso, não.

A discussão girou em torno da interpretação do artigo 66 do Código Civil de Portugal. O dispositivo estabelece: “A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento”. Para o tribunal de segunda instância, o artigo deixa claro que o nascituro não tem personalidade jurídica e não pode, por isso, ter a sua dignidade ofendida.

Os juízes do STJ, no entanto, entenderam de maneira diferente. Eles foram buscar na doutrina do Direito Civil uma interpretação menos literal ao dispositivo. Concluíram que a partir do momento da concepção, já existe um ser humano dotado de personalidade jurídica. Não cabe à lei retirar esse direito.
Direito em potencial

Assim, o que o artigo 66 do Código Civil estabelece é o momento que começa a capacidade jurídica, e não a personalidade. Isso significa que, enquanto ainda está no útero, o feto tem direito em potencial, que vai se consumar no momento em que nascer com vida. A partir daí, pode buscar reparação por danos vividos enquanto ainda estava no útero da mãe.

Por esse entendimento, um bebê pode pedir indenização se for prejudicado por algo que a mãe fez durante a gestação. Por exemplo, se a gestante consome álcool e isso gera problemas ao feto, depois do nascimento, ele tem o direito de ser reparado pelo dano sofrido. O assunto está sendo analisado pela Justiça da Inglaterra também, que vai decidir se mulheres que fumam ou ingerem álcool durante a gravidez podem ser condenadas criminalmente (clique aqui para ler mais).

“O nascituro não é uma simples massa orgânica, uma parte do organismo da mãe ou, na clássica expressão latina, uma portio viscerum matris, mas um ser humano (ente humano) e, por isso, já com a dignidade da pessoa humana, independentemente de as ordens jurídicas de cada Estado lhe reconhecerem ou não personificação jurídica e da amplitude com que o conceito legal de personalidade jurídica possa ser perspectivado”, diz trecho da decisão do STJ português.

O tribunal citou doutrinadores que afirmam que o nascimento é apenas mais um marco na vida de uma pessoa, e não o seu início. Por essa teoria, a vida começa na concepção. O nascimento significa apenas que o feto vai passar a se relacionar com outras pessoas, além da sua mãe, e continuar progredindo para se tornar, de fato, um ser humano independente.

Ao decidir, a corte ainda considerou que seria discriminação negar indenização para a filha que não tinha nascido quando o pai morreu, mas garantir ao outro filho. A Constituição de Portugal garante a igualdade entre todos os filhos de um casal.


Clique aqui para ler a decisão.


Fonte - IPCO

segunda-feira, maio 12, 2014

Os grandes jornais americanos agonizam. Que dizer do Brasil?






por Francis Lauer




“Os Jornais Americanos estão morrendo e isso é uma boa notícia”. Com este título impactante na FrontPage Magazine o jornalista Daniel Greenfield apresenta o quadro surpreendente e crônico que aflige os jornais nos Estados Unidos. Como iremos ver mais adiante, a situação é ainda pior do que a descrita pelo articulista. Se na realidade americana os gigantes da mídia esquerdista cambaleiam anêmicos rumo à morte certa, no Brasil o que temos é um campeonato de anões ao pior estilo “o maior anão do mundo”. Faço a tradução e na sequência apresento meus comentários sobre o caso americano e sobre o Brasil.



Os jornais americanos estão morrendo e isso é uma boa notícia
Daniel Greenfield

“Os números são ruins. Muito ruins.

Ser proprietário de um jornal nos dias de hoje é ser proprietário de um elefante branco. Com a ressalva que elefantes brancos não possuem um sindicato. Os números da American Enterprise Institute contam a história.

Receita de Publicidade em Jornais: Ajustados para inflação, 1950-2013.
nwsp
Linha azul: Apenas Jornais Impressos; Linha vermelha: Incluindo Publicidade Digital e Outras.



“O gráfico atualizado acima mostra dados anuais referentes ao período de 1950 a 2013 em valores corrigidos pela inflação (2013). A linha azul representa o total da receita anual ligada a anúncios em jornal impresso(para as três categorias: nacional, varejo e classificados), e é exibido no gráfico em bilhões em dólares de 2013. As receitas da publicidade em jornal impresso num valor de apenas US$ 17.3 bilhões de dólares em 2013 [indica uma] queda para o menor nível da publicidade impressa desde que a Newspaper Association of America começou a coletar os dados do setor em 1950. Ajustados ao dólar de 2013, as receitas de publicidade do ano passado foram $2.7 bilhões (e 13.5%) abaixo dos US$ 20 bilhões gastos em 1950, há 62 anos. A [receita da] publicidade impressa ano passado ficou praticamente US$ 2 bilhões abaixo do patamar de US$ 19.2 bilhões em 2012, primeiro ano em que a receita ligada a publicidade impressa caiu abaixo dos níveis de 1950.

O declínio na propaganda em jornais impressos para o menor patamar em 63 anos é [um dado] impressionante por si só, no entanto, o declínio abrupto em anos recentes é embasbacante. A receita de publicidade em jornais impressos caiu mais de 50% apenas nos últimos cinco anos, de US$ 37.6 bilhões em 2008 para apenas US$ 17.3 bilhões no ano passado; e praticamente 70% ao longo da última década, do pico de US$ 56.9 bilhões em 2003.”

Este é o abismo. E os jornais americanos correm em direção a ele.

“Um relatório de 2011 do IBISWorld sobre “Setores Moribundos” identificou a publicação de jornais como uma das dez indústrias à beira da extinção nos Estados Unidos.”

Porém ainda não acabou. Canais de notícia na TV a Cabo serão os próximos.

A MSNBC é uma “Air America” e seus funcionários sabem disso. Estes não estão pensando mais na emissora como um espaço para [uma relação de] longo prazo, mas como uma plataforma para um outro espaço [emissora]. A CNN está fazendo uma transição para o info-tretenimento. E a FOX News segurará as pontas mais um tempo. [N.T.: 'Air America' foi um portentoso projeto de programa de rádio esquerdista que pretendia ser irradiado por mais de 500 emissoras afiliadas nos Estados Unidos. Acabou sendo um fracasso de público, crítica e patrocínio.]

Isto não significa que a Grande e Estridente Voz da Mídia Esquerdista está morta. Porém, isto significa que eles estão perdendo muita da sua autoridade. Os números relativos à credibilidade são pobres e estão cada vez mais dependendo de histrionismo e volume. Até então isso tem funcionado. Certamente isso auxiliou o Obama, mas, na internet, confiar demasiadamente em volume é arriscado.

As mesmas barreiras que entrincheiraram a autoridade da mídia esquerdista em meios impressos ou na televisão e no rádio são muito mais frágeis na internet. Aqui eles poderão ser derrotados. A acomodação dos mídia à internet sequestrou amplamente a autoridade moral e intelectual [dos mídia até então]. Seus portais tem mais dinheiro e atraem anunciantes maiores, porém estas podem ser apenas vantagens temporárias.

A morte dos jornais americanos pode ser a predição da morte do esquerdismo americano.”


O caso apresentado pelo Daniel Greenfield é ainda mais dramático ao se acrescentar dois dados cruciais à análise. No período 1950-2013, a população dos Estados Unidos dobrou (de 151 milhões para 308 milhões) e o PIB ajustado aumentou 7 vezes (em dólares de 2009: US$ 2.27 trilhões para US$ 15.94 trilhões). Regredir abaixo do nível de 1950 num panorama de uma economia 7 vezes maior (mais riqueza circulante) e com o dobro da população (mais consumidores) é incomparavelmente mais catastrófico do que a situação demonstrada pelo gráfico. Caso essas duas informações (i.e. PIB-per-capita) fossem relacionadas ao gráfico, a linha estaria não no mesmo patamar, mas muito abaixo do nível de 1950.

E o que dizer do Brasil? 
São bem conhecidas as características atuais do jornalismo do Brasil: péssima qualidade, o absoluto descompromisso com a Verdade, a total ausência de espírito investigativo (substituído por um espírito 'acobertativo' muito nefasto), a imaturidade e o compromisso com agendas que não interessam ao brasileiro, mas que mesmo assim nos são impostas (leia ‘O Mínimo...’ pg. 261 e seguintes). Tudo isto se traduz na total irrelevância desses meios de informação à vida nacional e num fracasso que é retumbante e, provavelmente, sem par.

Dizer que os jornais brasileiros são irrelevantes à vida nacional é dizer algo “da boca pra fora”? Não. Pois é precisamente isto que os dados fornecidos pelos próprios jornais indicam!

O Brasil tem 201 milhões de habitantes. A Folha de São Paulo - “O Maior Jornal Brasileiro” - tem uma tiragem média de 300.000 exemplares diários. O comunistão, digo, o Estadão (que nasceu como um folhetim para a compra e venda de seres humanos) tem uma tiragem de uns 180.000 exemplares diários. Ao passo que o Jornal do Brasil chegou ao ponto de desistir da ideia de vender jornal impresso, tendo refugiado-se no mundo digital. Um jornal regional como o Zero Hora, o mais tradicional entre os gaúchos, possui uma tiragem mensal de 185.000 exemplares. Isso significa que o diário de maior circulação no Brasil é incapaz de chegar a 0,2% da população num único dia.

Os números referentes ao Brasil tornam-se ainda mais pálidos e vergonhosos quando comparados com os de outros países.

O Japão possui 120 milhões de habitantes (são 80 milhões de habitantes a menos que o Brasil). A tiragem diária do Yomiuri Shimbun alcança a impressionante marca de 10.000.000 (dez milhões de exemplares /dia) sendo considerado o campeão mundial em circulação. Já o Asahi Shimbun imprime 8.000.000 (oito milhões de exemplares /dia). Por sua vez, o Mainichi Shimbun, o menor entre eles, imprime “apenas” 4.000.000 (quatro milhões de exemplares /dia). Não são os únicos jornais que circulam no Japão, tão somente os três maiores. Seria isso consequência do maior poder aquisitivo e do elevado nível cultural dos japoneses?

A Índia com seus 1 bilhão e 200 milhões de habitantes (boa parte dos quais muito pobres) possui pelo menos25 jornais com mais de 1 milhão de leitores diários (na Índia, um exemplar é lido por diversas pessoas). Somados, esses 25 jornais alcançam a fabulosa quantia de 144.000.000 (cento e quarenta e quatro milhões de leitores, 12% da população). Com o diferencial que não existe um idioma “indiano”, o que existe na Índia é uma multiplicidade de idiomas como o hindi, o tâmil, o telugu, o bengali, o marathi, o malayalam, o inglês, entre outros, de modo que cada grupo linguístico possui seus grandes jornais. Por exemplo, existem 38 milhões de falantes do idioma malayalam. O maior jornal neste idioma – o Malayala Manorama – possui uma tiragem superior a 2.000.000 (dois milhões de exemplares /dia). Outro detalhe que torna ainda mais impressionante o caso indiano: 1 a cada 4 indianos são analfabetos!

Dado o exposto, resta patente a irrelevância e a imensa incompetência e pequenez dos 'jornaleiros' do Brasil que conseguem perder até mesmo para o Granma editado pelo Comitê Central do Partido Comunista Cubano (!!!) o qual, estima-se, imprime pouco menos de 700 mil exemplares diários.

Não é possível inculpar unicamente o desprezo do brasileiro pelo conhecimento e a sua falta de hábito de leitura ou a um mercado editorial que – de fato – é muito pequeno (em 2012 as editoras brasileiras registraram faturamento de R$ 5 bilhões, dos quais, R$ 1,3 bilhões foram compras do governo) (1) – ocorre que o produto é ruim! E a causa dessa ruindade, penso eu, pode ser atestada através de uma simples visita ao Sindicato dos Jornalistas 'Profissionais' do Rio e ao Sindicato Jornalistas de São Paulo com suas oficinas de esquerdismo, com suas ações de repúdio à Rachel Sheherazade, ao Jair Messias Bolsonaro e ao Marco Feliciano (e outros “fascistas” (sic)), em palestras de um deputado como o Chico Alencar, do PSoL, fazendo loas ao excomungado “Frei” Tito, ou com o seu antimilitarismo sempre dirigido contra a PM (os traficantes agradecem) e uma imensa má vontade (esquecendo-se totalmente de episódios heroicos como este) e ainda com atitudes parciais e anti-profissionais. Enfim, uma infinidade de bandeiras e ativismos que pouco importam ao brasileiro ou às quais o brasileiro se opõe, malgrado o bloqueio deliberado e a deformação monstruosa que a classe impõe aos brasileiros, impedindo-os de conhecer as vozes contrárias.

Com uma classe jornalística que teima em não dar a notícia (ou dá a notícia com 10 anos de atraso, no mínimo) e que se esforça em empurrar uma agenda ideológica fazendo falsoativismo no lugar de jornalismo, não é de se impressionar que o maior entre os jornais brasileiros seja superado até mesmo por um folhetim do Partido Comunista. E justamente pela sua pequenez e irrelevância é que os jornais brasileiros mais facilmente estão predispostos a serem manobrados e utilizados na defesa do status quo forista e na promoção de um projeto totalitário e vermelho. O nanismo da assim chamada “grande mídia” impressa brasileira (“o maior anão do mundo”) faz com que ela seja simultaneamente barata para subornar e frágil para atacar, caso porventura venha a rebelar-se.

Diferente, porém, dos comunistas e dos comunistas-bolivarianos que fecham jornais, censuram e assassinam jornalistas, cortam verbas publicitárias e asfixiam empreendimentos privados, etc., faz-se necessário enfrentar a malversação do jornalismo seguindo o bom conselho de Dom Pedro II: “a imprensa se combate com mais imprensa”.

Num mercado carente de bons produtos jornalísticos como o Brasil, aquele que ousar e oferecer um produto bom e verdadeiro terá a bem-aventurança de um imenso sucesso num mercado tão grande quanto o Brasil. Iniciativas como o jornal eletrônico Mídia Sem Máscara, a Rádio Vox, o sucesso de público e crítica de colunistas como o Felipe Moura Brasil, a defesa popular de jornalistas como a Rachel Sheherazade e o Paulo Eduardo Martins, a popularidade de políticos (!!!) como o Jair Messias Bolsonaro e do Marco Feliciano, e umbest-seller como O Mínimo …, são provas disso! 

Porém, os que persistirem no erro, persistirão apenas enquanto for conveniente ao movimento revolucionário a presença de um arremedo de imprensa. (2)


Notas:
(1) Para fins de comparação: a Barnes&Noble, uma única livraria americana, declarou em 2012 o faturamento de R$ 16 bilhões de reais.

(2) Vem a calhar citar – como uma advertência – uma passagem do primeiro livro do Ion Mihai Pacepa intitulada “Uma Aula de Comunismo” dada pela Elena Ceausescu (esposa do ditador romeno Nicolae Ceausescu) durante um dos seus ataques de fúria contra um membro do primeiro escalão da nomenclatura e que demonstra bem o tipo de “fidelidade” da liderança comunista com seus servidores: “(...) o Partido é o Camarada e eu! (…) [os membros do Comitê Político Executivo] são um bando de criaturas miseráveis que até ontem eram m#rda e hoje possuem limousines. Isso é tudo o que eles são. O Camarada e eu os limpamos e os colocamos lá. Quando nós não precisarmos deles mais, eles serão m#rda novamente. Você está me entendendo? (…) Isto é Comunismo, Monsieur, caso você ainda não tenha entendido. (…) Você é recompensado apenas enquanto você é útil ao Partido.” (Red Horizons. Ed. Regnery Gateway. 1990. pg. 217-218) Esta é a paga que os 'jornaleiros' brasileiros poderão esperar caso persistam com seu fingimento e ocultação até a consumação plena do projeto em curso.




Francis Lauer é tradutor.
Fonte

domingo, maio 11, 2014

Mãe, simplesmente




23 Ao aproximar-se o dia de sua morte – dia que só tu conhecias e nós ignorávamos – sucedeu, creio que por tua vontade e de modo misterioso como costumas fazer, que ela e eu nos encontrássemos sozinhos, apoiados a uma janela, cuja vista dava para o jardim interno da casa onde morávamos, em Óstia Tiberina. Afastados da multidão, procurávamos, depois das fadigas de uma longa viagem, recuperar as forças, tendo em vista a travessia marítima. Falávamos a sós, muito suavemente, esquecendo o passado e avançando para o futuro. Tentávamos imaginar na tua presença, tu que és a verdade, qual seria a vida eterna dos santos, aquela que “os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração do homem não percebeu”. Abriram-se os lábios do coração à corrente impetuosa da tua fonte, fonte de vida que está em ti, para que, aspergidos por ela, nossa inteligência pudesse meditar sobre tão grande realidade.

24 Nossa conversa chegou à conclusão de que o prazer dos sentidos do corpo, por maior que seja e por mais brilhante que seja essa luz temporal, não é digna de ser comparada à felicidade daquela vida, nem mesmo é digna de ser mencionada. Elevando-nos com o mais ardente amor ao próprio Bem, percorremos gradualmente todas as coisas corporais até o próprio céu, de onde o sol, a lua e as estrelas iluminaram a terra. e subíamos ainda mais ao interior de nós mesmos, meditando, celebrando e admirando as suas obras. E chegamos assim ao íntimo de nossas almas. Indo além, atingimos a região da inesgotável abundância, onde nutres eternamente Israel com o alimento da verdade, e onde a vida é a própria Sabedoria, pela qual foram criadas todas as coisas que existiram, existem e hão de existir, pois a Sabedoria mesma não é criada, mas existe como sempre existiu e como sempre há de existir. Antes, nela não há passado nem futuro, pois simplesmente “é”, por ser eterna. Ter sido e haver de ser não são próprios do Ser eterno.

Enquanto assim falávamos, ávidos de alcançar a Sabedoria, chegamos apenas a tocá-la num supremo ímpeto do nosso coração, e, suspirando, renunciamos a essa “primícias do espírito”, para voltarmos ao som vazio de nossos lábios, onde a palavra nasce e morre. Como poderá esta palavra, meu Deus, comparar-se ao teu Verbo, estável em si mesmo, sem jamais envelhecer, e renovador de todas as coisas? 25 E comentávamos: se o tumulto da carne pudesse silenciar, se as imagens da terra, da água e do ar, se calassem; se os céus e a própria alma se calassem e esta superasse a si própria, não mais pensando em si mesma; se os sonhos e revelações da fantasia, se toda língua e todo sinal e tudo aquilo que nasce para desaparecer, se tudo calasse completamente (sim, porque todas as coisas falam aos que sabem ouvir, e dizem: não fomos feitas por nós mesmas, fomos feitas por aquele que “dura eternamente”); se, ditas essas palavras, todos os seres emudecessem para escutar o seu Criador, e se só ele falasse, não pelas criaturas, mas por si mesmo, e se o escutássemos falar, não mais através de língua carnal, ou pela voz de anjo, ou pelo estrondo de trovão, ou em parábola misteriosa, mas ele, diretamente, a quem amamos nas criaturas, a quem ouvimos sem intermediários tal como acabamos de experimentar, atingindo num relance a Sabedoria eterna, que permanece imutável e par além de toda realidade; se essa contemplação se prolongasse e todas as outras visões desaparecessem, e somente esta nos arrebatasse, nos absorvesse e nos mergulhasse no gozo interior, de tal modo que a vida eterna fosse como aquele momento de intuição pelo qual suspiramos… não seria tudo isso a realização do convite: “Vem alegrar-te com o teu Senhor”? E quando acontecerá isso? Não será talvez “quando todos estivermos ressuscitados, mas nem todos transformados”?

26 Assim falávamos, se bem que de modo e com palavras diversas. No entanto, Senhor, tu sabes como nesse dia, durante esse colóquio, o mundo, com todos os seus prazeres, perdia para nós todo valor, e minha mãe me disse; “Meu filho, nada mais me atrai nesta vida; não seio que estou ainda fazendo aqui, nem por que estou ainda aqui. Já se acabou toda esperança terrena. Por um só motivo eu desejava prolongar a vida nesta terra: ver-te católico antes de eu morrer. Deus me satisfez amplamente, porque te vejo desprezar a felicidade terrena para servi-lo. Por isso, o que é que estou fazendo aqui?

11. Morte de Mônica

27 Não lembro bem o que foi que lhe respondi. Passados, porém, cinco dias ou pouco mais, ela caiu de cama com febre. Durante a doença, perdeu os sentidos, por alguns instantes não reconhecia os presentes. Acorremos logo, e ela imediatamente voltou a si. Olhou para meu irmão e para mim ao lado e, como se procurasse alguma coisa, perguntou-nos: “Onde é que eu estava”? Depois, notando nosso espanto e tristeza, acrescentou: “Enterrareis aqui a vossa mãe”. Permaneci mudo, procurando conter as lágrimas. Meu irmão, porém, proferiu algumas palavras, mostrando o desejo de vê-la morrer na pátria e não em terra estranha. Minha mãe repreendeu-o com olhar severo por pensar de tal maneira. E, voltando-se para mim, disse: “Vê o que ele está dizendo”! E então para nós dois: “Enterrai este corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis com ele. Faço-vos apenas um pedido: Lembrai-vos de mim no altar do Senhor, seja qual for o lugar em que estiverdes”. Dito isso da maneira como lhe foi possível, calou-se. A moléstia agravava-se e a fazia sofrer.

28 Eu pensava, ó Deus invisível, nos dons que derramas nos corações de teus fiéis e dos quais provêm frutos maravilhosos. Alegrava-me e te agradecia, lembrando-me de como, no passado, ela se preocupava em preparar a própria sepultura ao lado do marido. Assim como tinha vivido em perfeita concórdia, ela desejava fosse lembrado aos homens: após a peregrinação para além dos mares, o que restava de terreno daquele par unido recebera a graça de ser coberto pela mesma terra, tanto é incapaz a alma humana de compreender os valores divinos. Mas eu ignorava quando foi que essas vaidades, por força da plenitude da vossa bondade, deixaram de existir no coração dela. Eu estava contente, admirando-me de que ela assim procedesse. Na verdade, já em nossa conversa à janela, o seu desejo de morrer na pátria se havia manifestado, quando disse: “O que é que estou eu fazendo neste mundo”? Ouvi também dizer que um dia, estando eu ausente de casa, quando já vivíamos em Óstia, ela, conversando com alguns amigos meus, falava com maternal confiança sobre o seu menosprezo por esta vida e sobre o grande bem que é a morte. Maravilhados diante da coragem dessa mulher – dádiva tua – perguntaram-lhe se não tinha medo de deixar o corpo tão longe de sua cidade natal. E ela respondeu: “Para Deus nada é longe, nem devo temer que no fim dos séculos ele não reconheça o lugar onde me ressuscitará”.

Pelo nono dia de doença, aos cinqüenta e seis anos de idade, quando eu tinha trinta e três, essa alma fiel e piedosa libertou-se do corpo.

Aurelius Augustinus, Agostinho de Hipona, o Santo Agostinho da Igreja Católica em: Confissões, livro IX