quinta-feira, junho 29, 2017

Por que o comunismo não é tão odiado quanto o nazismo, embora tenha matado muito mais?





por Dennis Prager(*)

Eis os seis minutos:


Quando as pessoas descrevem indivíduos ou regimes particularmente maléficos, por que elas utilizam os termos "nazista" ou"fascista", mas quase nunca "comunista"? Considerando o inigualável volume de sofrimento humano causado pelos comunistas, por que o termo "comunista" causa muito menos repulsa que "nazista"?

Os comunistas mataram 70 milhões de pessoas na China[1], mais de 20 milhões de pessoas na União Soviética (e isso sem incluir os aproximadamente 5 milhões de ucranianos[2]), e exterminaram um terço (33%) da população do Camboja. No total, os regimes comunistas assassinaram aproximadamente 110 milhões de pessoas de 1917 a 1987. Adicionalmente, os comunistas escravizaram a população de nações inteiras, como Rússia, Vietnã, China, Leste Europeu, Coréia do Norte, Cuba e boa parte da Ásia Central. Eles arruinaram as vidas de mais de um bilhão de pessoas.

Sendo assim, de novo, por que o comunismo não tem a mesma reputação horrenda do nazismo?

Motivo número 1

Falando bem diretamente, há uma ignorância avassaladora sobre o histórico do comunismo.

Ao passo que tanto a direita quanto a esquerda desprezam o nazismo e estão sempre ensinando lições de seu odioso legado, a esquerda jamais odiou o comunismo. E dado que a esquerda domina o ambiente acadêmico, praticamente ninguém leciona sobre a história maléfica do comunismo.

Motivo número 2

Os nazistas fizeram o Holocausto. E nada se compara ao Holocausto em termos maldade pura.

A perseguição e a captura de praticamente todo e qualquer indivíduo judeu — homens, mulheres, crianças e bebês — no continente europeu e o subsequente envio de todos eles para campos de concentração e trabalho forçado, onde em seguida eram assassinados, foi algo sem precedentes e sem paralelos em termos de perversidade.

Os comunistas mataram muito mais pessoas que os nazistas, mas jamais se igualaram ao Holocausto em termos de sistematização do genocídio. A singularidade do Holocausto e a enorme atenção corretamente dada ao fenômeno ajudaram a garantir ao nazismo uma reputação bem pior que a do comunismo.

Motivo número 3

O comunismo se baseia em teorias igualitárias que soam bonitas e humanistas para os mais ingênuos. O nazismo, não. O nazismo se baseia explicitamente em teorias atrozes.

Intelectuais — inclusive, é claro, os intelectuais que escrevem a história — são, no geral, seduzidos por palavras. Eles tendem a considerar que ações são menos importantes do que palavras e intenções. Por esse motivo, eles raramente dão às horrendas ações do comunismo a mesma atenção que dão às horrendas ações do nazismo. Eles raramente atribuem aos comunistas a mesma responsabilidade que atribuem aos nazistas. Nas raras vezes em que reconhecem as atrocidades dos comunistas, eles as ignoram dizendo que foram perversões do "verdadeiro comunismo", o qual teria sido "deturpado".

No entanto, eles (corretamente) consideram que as atrocidades cometidas pelos nazistas foram as consequências lógicas e inevitáveis do arcabouço teórico do nazismo, o qual não foi deturpado nem pervertido.

Motivo número 4

Os alemães assumiram a responsabilidade pelo nazismo, expuseram completamente suas atrocidades, e tentaram reparar seus erros. Já os russos nunca fizeram nada similar em relação aos horrores perpetrados por Lênin e Stálin.

Muito pelo contrário, aliás. Lênin, o pai do comunismo soviético, ainda é amplamente venerado na Rússia. Quanto a Stálin, como disse o especialista em história da Rússia Donald Rayfield, historiador da Universidade de Londres, "as pessoas ainda negam, assertivamente ou implicitamente, o holocausto de Stalin".

A China fez ainda menos. O país jamais se expiou pelo maior homicida e escravizador dentre todos os comunistas, Mao Tsé-Tung. O governo do país sequer reconhece oficialmente os crimes de Mao, que continua reverenciado na China. Todas as cédulas da moeda chinesa carregam o seu retrato.

Enquanto Rússia e China — e Vietnã, Cuba e Córeia do Norte — não reconhecerem e admitirem as atrocidades que cometeram sob o comunismo, os horrores do comunismo continuarão menos conhecidos do que os horrores cometidos pelo governo alemão sob Hitler.

Motivo número 5

Os comunistas assassinaram majoritariamente seu próprio povo. Já os nazistas mataram relativamente poucos alemães.

A "opinião mundial" — esse termo amoral e praticamente sem significado — considera que assassinatos de membros pertencentes a um mesmo grupo são bem menos dignos de atenção do que o assassinato de quem está de fora. É por isso que, por exemplo, negros chacinando milhões de compatriotas negros na África não obtém praticamente nenhuma atenção da "opinião mundial."

Motivo número 6

Na visão da esquerda, a última "guerra justa" foi a Segunda Guerra Mundial, a guerra contra o nazismo alemão e o fascismo japonês.

A esquerda não considera que guerras contra regimes comunistas sejam "guerras justas". Por exemplo, a guerra americana contra o comunismo vietnamita é considerada imoral. Já a guerra contra o comunismo coreano — e seus apoiadores comunistas chineses — é simplesmente ignorada.




Enquanto a esquerda e todas as instituições influenciadas pela esquerda continuarem se recusando a reconhecer quão atroz, maléfico e desumano foi o comunismo, continuaremos a viver em um mundo moralmente confuso, no qual idéias abertamente comunistas são saudadas por intelectuais influentes e políticos declaradamente simpáticos a este regime são eleitos e respeitados.

Em respeito às vítimas do comunismo, devemos estudar, aprender e divulgar tudo o que elas sofreram sob este regime. Afinal, ainda pior do que ser assassinado ou escravizado é um mundo que nem sequer reconhece que você o foi.

(*)Dennis Prageré autor de livros, colunista de jornais, apresentador de talk show e conferencista. Criou a Prager University, um centro de educação online voltado para a difusão de idéias pró-liberdade e pró-livre iniciativa
Fonte: Mises.org.br

domingo, junho 25, 2017

Religião da Paz:Não cumpre Ramadã?Deve ser pendurado pelas canelas sangrando pela boca






por Flavio Morgenstern (*).



Página de Facebook explica a muçulmanos brasileiros o que fazer com quem não cumprir o jejum do Ramadã: tratá-lo pior do que gado.

A página do Facebook “Mesquita Brasil”, promove o islamismo em nosso país, sendo curtida por mais de 2 milhões e 700 mil pessoas. Marca o endereço da SBM – Sociedade Beneficente Muçulmana, a Comunidade Islâmica, na Rua Barão de Jaguara, 632, no Cambuci, São Paulo. Durante o mês sagrado do Ramadã, a página tem dado dicas sobre o jejum que muçulmanos precisam seguir.

Em um dos posts, a página responde a dúvida sobre qual é a punição muçulmana para aqueles que não cumprem o jejum obrigatório islâmico a ser cumprido durante este mês de Ramadã. Citando sentenças do Cheikh Mohamad bin Uçaimin, a página responde tecnicidades sobre a prática do jejum obrigatório.

Na pergunta 15, postada no dia 15 de junho, a página da Mesquita Brasil responde qual a punição adequada para quem descumpre o jejum no Ramadã sem qualquer motivo. A resposta vem na forma de um hadith (compilado sobre a vida do profeta Maomé) de Abu Umama. São ditos que exemplificam o que o muçulmano deve fazer – e Abu Umama afiança que o não-jejuador está em grande perigo.

Conforme garantido por Al Dhahby, a Mesquita Brasil responde simplesmente relatando que um povo inteiro foi pendurado pelas canelas “machucadas”, de cabeça para baixo, e com sangue escorrendo da boca (a causa do sangue não precisa ser explicitada). Nada mais é preciso ser dito ou respondido sobre a religião da paz:





Há também relatos técnicos sobre pomadas, a obsessão com a “impureza” da menstruação, escovas de dentes, além de questões sobre se supositórios ou injeções anais afetam o jejum no Ramadã (felizmente, apenas a menstruação exige ajustes; em outros casos, lubrificantes é que podem ser o problema).







Como o Ocidente ainda tenta entender o islamismo apenas pela dicotomia terrorista/não-terrorista, esquece-se de que o terrorismo é apenas um dos vários meios possíveis para a islamização, e que uma terra islamizada, que passa de Dar al-Harb (lar da guerra) para Dar al-Islam (lar da “paz”, ou da submissão), é submissa à shari’ah, a lei civil-religiosa-teológica-cosmológica do islamismo.


E a shari’ah possui penas para mulheres que se exibem em público, que andam desacompanhadas, que encostam em homens quando estão menstruadas. Ou para homossexuais, para não-islâmicos (no caso citado pela Mesquita Brasil, trata-se de um povo inteiro), para adúlteros. E as penas vão de apedrejamento a ser pendurado de cabeça para baixo seguindo o modo de abatimento halal, o único permitido para se comer cabritos no islamismo (embora comer em outro sentido possa ser permitido em determinadas circunstâncias).


Não à toa, o Alcorão chama não-muçulmanos de porcos e macacos – e o tratamento a eles, como se vê, não é muito melhor. Sem nenhum islâmico precisar prestar depoimento à polícia por isso.


Enquanto não são maioria, muçulmanos vivem em Dar al-Hudna, em “trégua” (e não paz) com a terra a ser conquistada, e até cumprem as leis locais. Com maioria populacional, mesmo sem precisar da jihad ou da sua versão moderna, o terrorismo covarde, a lei religiosa, civil, moral, costumes, regras até para escovar os dentes etc serão substituídas pela shari’ah. E as pessoas que tratam o islamismo como a “religião da paz” por nem todos serem terroristas (como nem todo ocidental é um soldado) logo saberão o que é a “paz” (shalam) apregoada pela shari’ah.


(*)Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen



terça-feira, junho 20, 2017

O sistema escolar moderno prolonga a adolescência e atrasa as responsabilidades da vida adulta






foto imagem: csb.org.br



Solução: menos escolas compulsórias e mais sistemas de aprendizagem profissional.


por Kerry McDonald(*)



As oficinas de aprendizes surgiram pela primeira vez no fim da Idade Média. Eram uma oportunidade para que os jovens da época, normalmente entre 10 e 15 anos de idade, adquirissem habilidades manuais e conhecimentos práticos trabalhando diretamente sob o comando de um mestre artesão.

Esses adolescentes aprendizes chegavam à maturidade imersos em autênticas experiências de trabalho, rodeados por mentores adultos. Isso rapidamente os preparava e capacitava para assumir responsabilidades profissionais, fazendo com que se tornassem adultos mais precocemente.

Em pouco tempo, deixavam de ser adolescentes e se tornavam adultos com responsabilidades e deveres.

O termo "adolescência" advém do latim "adolescere", um termo surgido no século XV cujo significado era 'crescer' ou 'tornar-se maduro'. Mas foi apenas em 1904 que G. Stanley Hall, o primeiro presidente da Associação Americana de Psicologia, cunhou o termo "adolescência" para identificar uma fase distinta e separada do desenvolvimento humano.

A expansão da escola obrigatória, em conjunto com uma variedade de leis que proíbem o trabalho infantil, acabou por artificialmente ampliar a duração da infância e da adolescência, levando ao surgimento do estereótipo do "típico adolescente" imaturo, sem a necessidade de assumir deveres e responsabilidades, o qual persiste até hoje.

Adolescentes são mais capazes do que permitimos

A adolescência se tornou um conceito social. A maioria das pesquisas sobre a adolescência — frequentemente abordadas em termos patológicos — começou na década de 1940. Desde então, intensificou-se a ideia de que a adolescência é uma fase intermediária entre a infância e a vida adulta, durante a qual o jovem está liberado de assumir deveres e responsabilidades profissionais, tendo apenas a obrigação de estudar (em escolas cujos currículos são determinados pelo governo) e uma maior liberdade para se comportar de maneira errática.

Compulsoriamente removidos das experiências práticas da vida real, e confinados a um ambiente restritivo e artificial imposto pelo sistema escolar massificado, não é de se surpreender que os adolescentes de hoje demonstrem apatia, angústia, ansiedade e raiva. E, acima de tudo, um grande despreparo técnico e profissional.

Porém, historicamente, não é assim que os adolescentes sempre se comportaram. Tampouco é assim que eles se comportam hoje em algumas partes do mundo.

Como escreveu o psicólogo Dr. Robert Epstein, autor do livro The Case Against Adolescence:


A confusão social e emocional vivenciada por vários jovens do mundo ocidental é um fenômeno inteiramente criado pela cultura moderna. Nós criamos este fenômeno ao infantilizarmos nossos jovens isolando-os dos adultos e do mundo adulto.


O atual sistema escolar compulsório e massificado, bem como as restrições ao trabalho infantil — uma criação da era da Revolução Industrial —, não mais são apropriados para o mundo moderno. As clássicas fábricas exploradoras não mais existem e hoje temos a capacidade de fornecer educação de qualidade em nível individual, sem a necessidade de um currículo compulsório ditado pelo estado.


Adolescentes são jovens adultos inerentemente capazes. Para desfazer o estrago que fizemos, seria necessário estabelecer sistemas baseados na competência que dêem a estes jovens as oportunidades e os incentivos para se juntarem ao mundo adulto o mais rapidamente possível.


O impacto do sistema escolar compulsório e massificado sobre os adolescentes pode ser ainda mais severo. Forçadamente isolados do autêntico mundo adulto (com o qual, inevitavelmente, terão de interagir no futuro), superprotegidos e cada vez mais despreparados para as responsabilidades da vida, vários adolescentes acabam por se rebelar e adotar comportamentos autodestrutivos, que vão desde a raiva e a angústia até o vício em substâncias e o suicídio.


Como acrescentou o doutor Epstein:


Devido aos imperativos evolucionários estabelecidos há milhares de anos, o principal desejo de um adolescente continua sendo o de se tornar produtivo e independente. Todos nós, como indivíduos, inevitavelmente aspiramos a isso. Mas se, após a puberdade, continuarmos agindo como se os jovens ainda fossem crianças indefesas, estaremos dificultando enormemente a concretização deste desejo. E isso lhes causará grandes agonias.


Uma solução


Se o objetivo é conectar os adolescentes às experiências práticas e autênticas do mundo real, então acabar com o modelo de escola compulsória (e de currículo estabelecido pelo governo) e retornar aos sistemas de aprendizagem profissional seria uma abordagem valiosa e já testada e aprovada pelo tempo.


Estágios e programas de aprendizado profissional são valiosos em qualquer etapa da vida, principalmente quando se está na faculdade. Porém, permitir que eles ocorram já em idade escolar é essencial. Jovens que estão no ensino médio anseiam por experiências reais e significativas que levem à aquisição de habilidades e conhecimentos práticos. Permitir que, em vez da escola compulsória e controlada pelo governo, eles possam frequentar programas de aprendizado profissional, adquirindo desde cedo valiosas habilidades e conhecimentos práticos, não apenas pode atacar o crescente problema da confusão social e emocional que acomete os adolescentes, como também pode abrir um caminho para uma carreira de sucesso e de satisfação pessoal.


Para isso, revogar as leis que obrigam a presença em escolas e que proíbem o trabalho infantil seria crucial.


Integração por meio do aprendizado


No prefácio do seu livro The Means to Grow Up: Reinventing Apprenticeship as a Developmental Support in Adolescence ('Os meios para o crescimento: reinventando o aprendizado como um suporte para o desenvolvimento na adolescência'), o doutor Robert Halpern afirma:



As experiências dos jovens com o aprendizado profissional não apenas estabelecem os pilares para sua vida profissional, como também, em vários casos, facilitam e clarificam enormemente a escolha de seus cursos universitários. E isso ocorre para todas as classes sociais.

Aquilo que, à primeira vista, parece uma estratégia para aprofundar as desigualdades sociais — universidades e uma adolescência ampliada para os jovens mais abastados, e cursos profissionais e um empurrão prematuro para o mundo adulto para os menos abastados — é exatamente um meio para atacá-la.

(*)Kerry McDonald
é formada em economia pela Universidade Bowdoin, no Maine, e possui mestrado em política educacional pela Harvard. Mora em Cambridge com seu marido e quatro filhos que nunca foram à escola. Confira seu website: Whole Family Learning

Fonte:mises.org.br

segunda-feira, junho 19, 2017

Trump Não Vê a Irmandade Muçulmana como Obama, Faço Votos que Ela Seja Banida








por Abdelaziz Al-Sharafy (entrevistador)
Al-Watan (diário egípcio)



Tradução: Joseph Skilnik


O historiador e analista americano Daniel Pipes disse esperar que o projeto de lei apresentado pelo senador Ted Cruz para classificar a Irmandade Muçulmana como organização terrorista irá passar após os debates que estão em andamento na Casa Branca e no Congresso. Pipes confirmou em entrevista concedida ao Al-Watan que não há necessidade de criticar negativamente o Presidente Trump por conta de suas investidas para que a Fraternidade seja considerada uma organização terrorista, indicando que não se trata de modo algum de uma postura radical, principalmente se levarmos em conta que outros países do Oriente Médio, como os Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, já a baniram.

-Como o sr. vê a crise na Síria?

Vejo quatro facções (o regime sírio, ISIS, outros sunitas e os curdos) todos lutando contra todos com uma exceção (o regime sírio e o ISIS). Também há potências envolvidas.
Quais são suas expectativas?

Espero que as divisões do país sejam permanentes e eu anuo isso uma vez que a Síria unificada era terrível.

-O sr. acredita que o fato de Donald Trump ser o presidente dos Estados Unidos fará alguma diferença na guerra na Síria?

Provavelmente, porque Trump está mais focado em derrotar o ISIS.

-E isso é bom?


Não, é um equívoco. O regime sírio é responsável por mais de 90% das mortes no país além de ser aliado de Teerã, o regime mais perigoso do Oriente Médio.

-Alguns analistas acusam o ex-presidente Obama de agravar a situação na Síria pelo apoio limitado fornecido aos rebeldes sírios. O sr. concorda?

O desempenho de Obama na Síria foi medíocre, mas poderia ter sido pior. Seria bom se ele tivesse dado mais apoio aos curdos e a certos grupos sunitas árabes.
Como o sr. vê o posicionamento turco nessa crise, principalmente depois que o governo turco recuou em relação às duras críticas ao presidente sírio?

O presidente turco, Erdoğan, é brilhante no tocante à política interna, mas inepto quando se trata de relações exteriores (ele parece Saddam Hussein nesse quesito). A posição de Ancara na Síria enfraqueceu à medida que ele tenta ter boas relações com Moscou.

-O sr. acha que Israel está se beneficiando com a situação na Síria?

Até agora Israel não ganhou nem perdeu muito com a crise na Síria. Pensando no futuro, isso pode mudar se o regime apoiado pelo Irã controlar mais territórios, o que seria ruim para Israel.

-Quanto ao decreto de Trump, o sr. acha que irá realmente proteger os Estados Unidos?


A ideia básica de proteger os americanos dos jihadistas é uma excelente ideia. Mas a execução foi inadequada. Dos muitos equívocos, o mais grave foi julgar os imigrantes pela nacionalidade e não pelo indivíduo em si.

-Isso irá alimentar o ódio contra os americanos naqueles 7 países?

Não dá para imaginar que os cidadãos do Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e do Iêmen odeiem os Estados Unidos porque são impedidos de entrar no país. Além disso, trata-se de um decreto por tempo limitado.

-O sr. acha que Trump irá colocar a Irmandade Muçulmana na lista dos grupos terroristas?

Sim, acho que as chances são boas de que isso aconteça e eu também estou me empenhando nisso. Não se trata de maneira alguma de uma medida radical, tal medida já foi tomada em outros lugares, notadamente nos Emirados Árabes Unidos.

-Quais são as possíveis implicações dessa proibição?

Reconhecer que a organização islâmica mais importante tem no seu âmago a violência jihadista.
A Casa Branca pediu a Israel que pare de anunciar "unilateralmente" construções na Cisjordânia que "minem" as iniciativas de Trump. 

-O sr. acredita que o presidente dos EUA irá voltar atrás em suas promessas em relação a Israel?

A declaração à qual o sr. se refere foi modificada e tornada mais leniente, mais tarde, naquele mesmo dia. Trump é muito imprevisível. Eu não tenho a menor ideia de qual será a sua política em relação a Israel.

-E quanto à promessa dele de transferir a embaixada dos EUA para Jerusalém, será que foi apenas propaganda de campanha?

Acho que era genuína. Mas isso não significa que a transferência irá realmente ocorrer.

-O sr. poderia desenhar os cenários de melhor e pior hipóteses para o Oriente Médio?

A melhor: o povo iraniano derrubar os mulás. a pior: o regime iraniano desenvolver armas nucleares.

-O ataque terrorista contra o Louvre suscita perguntar por que o alvo é mais uma vez a França?

O tamanho da população muçulmana da França e a crença de um certo número deles de que a intimidação transformará a França em um estado islâmico explica os repetidos atos de violência jihadista.

-O sr. acha que o ISIS entrará em breve em colapso?

Acho, e estou surpreso que ele ainda exista.

-Seria o fim da onda de terrorista se o ISIS entrasse em colapso ou apareceria outro grupo terrorista?

A violência jihadista vem de muitas raízes. Se o ISIS for derrotado, seria eliminada uma fonte importante de terrorismo. Muitas outras ainda permaneceriam de pé.




O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, cometeu equívocos.

-Como o sr. vê a crise no Egito?

Eu me preocupo porque o presidente Sisi está cometendo muitos erros. Eu me preocupo com os suprimentos de água potável, com a fome, com a inanição. Eu também me preocupo com os islamistas voltando ao poder e permanecendo no poder.

-O sr. acredita que o país irá se recuperar em breve?

Isso seria uma grata surpresa.

-O sr. acha que Trump realmente retiraria os EUA do Oriente Médio?

Como eu disse anteriormente, eu o acho muito imprevisível para imaginar o que ele irá fazer.

-E se esse fosse o caso, quais seriam as implicações em relação às guerras em curso na região?

Uma presença americana fraca é a receita para a agressão e a guerra.
Steve Bannon, estrategista chefe da Casa Branca, salientou que não há dúvida de que os EUA irão participar de mais uma guerra "importante" no Oriente Médio. 

-O sr. concorda com esta afirmação?

Não, após forte envolvimento no Afeganistão e no Iraque, os americanos não estão prontos para outra guerra no Oriente Médio.

-Qual é a melhor maneira de se lidar com a situação no Iraque, especialmente depois de 14 anos da invasão americana?

O fracasso americano no Iraque é praticamente total: o ISIS controla Mossul, o regime iraniano praticamente controla o governo de Bagdá, as tensões comunais e tribais estão aumentando e a Barragem de Mossul está cada vez mais perigosa. Eu não imagino o que a nova administração em Washington possa fazer em relação a tudo isso.


-O sr. concorda com aqueles que acusam os EUA de serem os responsáveis pelo que está acontecendo no Oriente Médio?

Eu não concordo. Sim, a administração Obama cometeu muitos equívocos, mas eu rejeito a ideia de que os americanos tomam as decisões chave no Oriente Médio ou de que o governo dos EUA tem a obrigação de salvar os habitantes do Oriente Médio deles mesmo. Os povos do Oriente Médio são responsáveis pelo Oriente Médio.

-Qual é a melhor maneira de discernir os muçulmanos moderados dos extremistas?

Através de questionamentos detalhados, extensos e repetitivos por entrevistadores qualificados. Eu mostro em detalhes como em "Smoking Out Islamists via Extreme Vetting." Middle East Quarterly, março de 2017.

-Toda vez que acontece um ataque, a culpa cai primeiro sobre os muçulmanos e eles são chamados de "terroristas", mas quando o agressor não é muçulmano, a mídia usa outras palavras como alguém com "problemas mentais", "doentes mentais" ou qualquer outra coisa, menos "terrorista". Por que isso acontece e por que a culpa sempre cai em cima dos muçulmanos, não obstante o fato de existirem milhões de muçulmanos nos EUA e na Europa e o fato deles não estarem cometendo nenhum ato terrorista ou agressões criminosas?

Eu não concordo com esta observação. Os políticos, a imprensa, a polícia, os promotores, os professores e os sacerdotes são extremamente relutantes em se referirem ao "terrorismo" dos muçulmanos e até evitam mencionar o termo agressores muçulmanos. Por exemplo, quando um jihadista egípcio atacou os soldados no Museu do Louvre em Paris e foi baleado por eles no início de fevereiro, o New York Times contou sua versão sob a manchete "Museu do Louvre Evacuado Após um Soldado Francês Abrir Fogo.

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Fonte:danielpipes.org

sábado, junho 17, 2017

Você ainda é trouxa de acreditar nessa de “embargo cubano”?








por Flavio Morgenstern











É normal acreditar na explicação do "embargo cubano" na adolescência. Na vida adulta, é preciso ser muito tapado para usar essa desculpa.

O presidente americano Donald Trump revogou hoje o acordo quase unilateral entre a América e a ditadura socialista de Raúl Castro, que governa Cuba com mão de ferro. O acordo previa benesses aos cubanos.

O acordo feito pelo ex-presidente Barack Hussein Obama fora realizado a toque de caixa no dia 17 de dezembro último, um mês antes de encerrar os seus oito anos de dois mandatos e provisoriamente após a eleição presidencial, quando o Partido Democrata de Obama/Hillary Clinton sofreu a maior derrota federal desde 1926.

Barack Obama, como se lê em suas dissertações e seus escritos de juventude até a velhice, é um crente da tese do “anti-colonialismo”, crendo que as grandes potências, como a América, prejudicam o mundo ao exigir medidas “imperialistas” e “preconceituosas”, como respeito aos direitos humanos, liberdade política, representatividade ou a xenofobíssima eleição de nações que queiram desfrutar das maravilhas do capitalismo americano.

Graças a tal cabresto, o ex-presidente Obama calcou sua política externa, tendo Hillary Clinton como Secretária de Estado entre 2009 e 2013, na idéia de que a América deve pedir desculpas a países coitadinhos como Venezuela, Síria, Cuba e Irã (estes dois últimos com Acordos vultosos) por sua existência, e “concessões” devem ser feitas com o dinheiro do pagador de impostos americano para que tais países, governados fofamente pela auto-determinação dos povos em criar leis tirânicas, possam finalmente ser grandes países. Como a América.

O anti-colonialismo é a ideologia dominante nos cursos de História no Brasil, que confundem o reducionismo da doutrina com a própria noção do que seria a história (o infame “Eu estudei História”). Para explicar o fracasso do totalitarismo socialista de Cuba, tudo é reduzido a falar no ainda mais infame “embargo cubano” americano sobre a maior propriedade privada do mundo, a ilha particular da família Castro e seus escravos.




Com a patacoada do embargo cubano, tudo é explicado: por que Cuba não tem eleições. Por que Fidel Castro passa o poder a Raúl Castro. Por que o cubano tem dificuldade em fazer 3 refeições por dia. Por que a ilha não tem imprensa livre, não tem acesso à internet, não tem nem sequer o direito a se expressar. E, claro, por que a terra da “igualdade” e das conquistas “sociais” é, fora dos livros do MEC, uma ilha miserável, onde a população usa geladeiras como botes, enfrentando o estreito mais entupido de tubarões do planeta para fugir para o abençoado capitalismo selvagem de Miami.

O embargo cubano é uma série de medidas que impedem que americanos façam negócios com a ditadura socialista de Cuba. Vigente desde 1960, em resposta ao confisco de propriedade americana em Cuba, foi transformado em lei apenas em 1992, já sendo justificado como uma pressão contra a ausência de liberdades civis e violações dos direitos humanos por Fidel Castro e seu socialismo.

Bem ao contrário do que doutrinadores ideólogos dizem, na verdade o comércio entre América e Cuba permaneceu ativo, e sempre que a ilha particular de Fidel e Raúl Castro enfrentou crises e tragédias (o povo, não os Castro), dinheiro americano alimentou os cofres cubanos (os de Castro, não os do povo).

A premissa do embargo cubano não poderia ser mais universalmente aceita: capitalistas continuarão fazendo comércio entre si (o tal livre mercado, a globalização etc), socialistas, que preferem uma economia dirigida e tratam empresas como encarnações do demônio, não farão comércio com capitalistas.

O embargo cubano é um verdadeiro teste de ferro para testar teorias econômicas na prática: será que quem sai prejudicado são aqueles que viverão sob o sistema de livre mercado, ou aqueles abençoados com um governo de esquerda, social, que controle as grandes empresas e permita que o povo tenha acesso a saúde e educação “de graça”?

Ou seja: para se criticar o embargo, exige-se que se defenda o livre comércio. A premissa obrigatória é que o mercado é superior ao Estado em colocar três pratos de comida por dia na mesa do trabalhador, que o capitalismo é infinitamente superior ao comunismo.

Só há possibilidade de se querer comércio, e ainda mais comércio com a América, o grande vilão, se você prefere a delícia do livre mercado desregulado, a produção de comida às pencas com a industrialização, os impostos baixos, o empreendedorismo, investimento e poupança privada que só são possíveis em um regime em que as pessoas valham mais do que o Estado, em que o indivíduo seja soberano ao coletivo, e não o contrário.

Como a prática sempre desmente as superstições da esquerda, e como só se acredita na esquerda através da autoridade de professores de História doutrinando a partir da puberdade, ao invés de investigar, definir ou mesmo apenas pensar no que é o embargo cubano, basta pedir que adolescentes repitam roboticamente que toda a miséria cubana, que desmente as supostas delícias do socialismo a olhos vistos, é culpa do “embargo cubano”.




O púbere em questão estará imediatamente repetindo, sem atentar, que a miséria de Cuba grassa devido à falta de comércio. Que tudo seria melhor se os cubanos pudessem negociar a baixos impostos diretamente com empresas americanas, com pouca interferência do governo capitalista americano e, sobretudo, da brutal ditadura socialista cubana. Que ou se tem um regime de livre mercado, ou se tem miséria.

Exatamente o contrário do que seu próprio discurso repete in abstracto, é apregoado quando se trata de lidar com um único pobre no mundo in concreto. Toda a logorréia anti-capitalista é deixada apenas para o mundo das idéias platônicas, de uma pureza virginal hagiográfica ao menor contato com a realidade factual.

É natural buscar sua tribo, sua turminha de pessoas descoladas, de gente que se descreve pelo coletivo, sempre com um -ista no fim, quando se está na puberdade. Mas é demandado pela natureza e pela realidade que se pense sobre as coisas, que a experiência da vida verifique quais idéias funcionaram e quais são um desastre, apesar das palavras enganosas com as quais são vendidas.

É por isso que, após os terríveis anos de adolescência e de acreditar em qualquer autoridade que não seja a dos pais – como a de um professor de História – os homens vão parando de acreditar em ladainhas como “embargo cubano” para se tornarem questionadores de soluções milagrosas.


Graças a isso que a idade faz com que as pessoas sejam de esquerda quando jovens, e de direita quando experientes. Nunca o contrário ocorre

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Fonte: Sensoincomum.org

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen

quinta-feira, junho 15, 2017

Miriam Leitão e a Síndrome de Estocolmo da Globo



por Flávio Morgenstern, 



Miriam Leitão foi insultada por militantes do PT. Do mesmíssimo PT que Miriam Leitão tanto elogia. É a típica Síndrome de Estocolmo.



O filósofo e matemático alemão Gottlob Frege carrega em sua filosofia algo que explica à perfeição o ocorrido com a jornalista Miriam Leitão, da Globo News, em um vôo da Avianca, conforme seu relato no jornal O Globo. Trata-se da confusão costumeira entre sentido (Sinn) e referência (Bedeutung).

Certos discursos que inculcamos em nosso linguajar podem fazer um certo sentido interno ao que nós estamos dizendo. Por exemplo, se nos julgamos contra a exploração e a opressão (e quem não se julga?), nosso pensamento, para fazer sentido, precisa trabalhar no sentido de evitar ambas as coisas.

No entanto, fora do reino do mero discurso, e noves fora as contradições internas que podem fazer um discurso deixar de fazer sentido por si, quando o que dissemos precisa ter uma referência externa na realidade, será que conseguimos transubstanciá-los de fato naqueles partidos ou políticos que não exploram e não oprimem? Ou não sejam corruptos, ou defendam o mesmo que o povo defende?

Miriam Leitão, como boa parte do staff atual da Rede Globo, foi perseguida durante a ditadura. Suas idéias sobre feminismo, programas sociais, aborto, cotas, política fiscal, democracia ou qualquer tema polêmico à escolha do freguês têm chance de serem, 9 de cada 10, idênticas às do PT. Tal como vários jornalistas da Globo News, do jornal O Globo ou de qualquer parcela jornalística da Rede Globo, a visão de Miriam Leitão é progressista e “social”.




No entanto, o PT trata a Globo como um poço de reacionarismo, como se as novelas da Globo louvassem a Igreja Católica ou o protestantismo weberiano, como se a emissora estivesse empenhadíssima em um livre mercado laissez faire absoluto, como se a visão dos jornalistas da Globo fosse pró-Partido Republicano (e pró-Trump) e pró-Tories, como se a Globo odiasse o PT e estivesse desde O Rei do Gado martelando no Jornal Nacional e no imaginário coletivo das novelas e das celebridades que o MST é violento, que as drogas devem ser proibidas, que aborto é assassinato de crianças, que a sexualidade precisa conter freios, que a família é mais importante do que o Estado ou prazeres secundários.

Ou seja: até mesmo ignorando se o discurso interno do PT faz sentido (se seu modelo econômico é bom, se é honesto, se joga limpo, se tem alguma vantagem sobre outros partidos etc), há uma falha de referência, como oposto por Gottlob Frege: a Rede Globo que o PT descreve é a mesmíssima Rede Globo de 1965, como se ela não tivesse mudado uma vírgula de sua linha editorial daquela época até hoje.

O PT, com uma visão parada no tempo há meio século, acredita que Malhação é uma novela sobre estudo e disciplina, que o Videoshow é um programa sobre os valores morais das celebridades, que Fátima Bernardes fala sobre música erudita e educação escolástica, que Amor & Sexo é sobre castidade e fidelidade, que as novelas são sobre família, tradição e propriedade privada, que o BBB pariu Jair Bolsonaro.

O pior: o PT, ou qualquer professor de História clichê no país, acredita que foi o único a perceber que a Rede Globo, digamos, é ruim, e portanto, é direitista (afinal, na época em que nossas avós estavam com seus 20 e poucos anos, a Globo apoiou a ditadura). É uma dissonância da realidade que, antes mesmo de se analisar o sentido de seu discurso (se a esquerda é mesmo boa, se a direita é esse poço de tortura e abatimento de crianças etc), tem um referencial insanamente oposto à realidade.

Não é só Miriam Leitão: a Rede Globo inteira hoje incensa o PT, comprou o discurso “Fora Temer” com uma velocidade impressionante (vide a trapalhada de Lauro Jardim, que vendeu o áudio de Joesley Batista como uma “prova cabal” contra Temer, no que foi repetido roboticamente por todos os petistas do país, quando o revelador áudio não é tão cabal assim), enquanto chamou por meses a fio as manifestações contra Dilma e o PT de “protestos contra a corrupção”.

Miriam Leitão, diga-se, tem uma fundamental divergência com o PT: o desastre econômico. Não é, não quer ser, se ofenderia se fosse chamada de liberal ou de (horresco referens) conservadora. Não cansou de elogiar o PT, até mesmo quando o partido não merecia elogio algum (naquela velha litania de “o PT manteve nossa economia de 2% ao ano ‘nos eixos’, então merece aplausos”, que não convence senão quem se informa pela própria Globo). Seus valores, diga-se, estão incrivelmente mais próximos do PT do que de um DEM, PSC, NOVO ou qualquer partido com nítido viés anti-esquerda.

Mas, como o PT ainda tem referências da década de 60, como o PT ainda fala em ditadura (sic), ainda fala de privatização com nojinho (ZZzzzz), ainda está lutando contra o “neoliberalismo” (!) e ainda acha que não tem voz na mídia, que toda a elite está contra ele, naquele surrado discurso determinista de luta de classes que acha que ricos são ultra-capitalistas e pobres são revolucionários por força de classe, e não que isso seja uma ideologia panacona que se contradiz tão logo um mauricinho a pronuncie após aprendê-la para o vestibular num cursinho de R$ 2 mil de mensalidade.




Malgrado seu, tanto Miriam Leitão quanto boa parte do staff da Rede Globo, com as prováveis únicas exceções jornalísticas de William Waack e Alexandre Garcia, sofrem da Síndrome de Estocolmo: não é de hoje que passaram a defender a esquerda, não exatamente por economia (ao contrário do que brasileiro pensa) ou por consonância ao método da velha esquerda (sindicato, revolução armada etc), mas por progressismo, politicamente correto e globalismo (sexo conta muito mais do que política ou economia). Em troca, recebem o mais profundo desprezo e nojo da esquerda, que não pesquisa e nem reflete sobre algo nem mesmo que todo o seu esforço seja apertar o controle remoto e assistir passivamente por 5 minutos.

Quando delegados do PT atacam Miriam Leitão, estão se suicidando, comprando uma briga com uma emissora de quem só receberam afagos em tempos recentes. Quando a Rede Globo, e mesmo Miriam Leitão, defendem a esquerda com sua Síndrome de Estocolmo, estão também se suicidando: o povo sempre desconfiou da Globo da boca pra fora, mas votou em seus candidatos. Desta vez, seus programas estão perdendo em audiência para A Praça é Nossa ou novelas bíblicas da Record.

É uma falha de referência de ambos os lados, e isso porque ambos os lados também têm falha de sentido.




Em seu relato sobre o vôo da Avianca, Miriam Leitão confessa que “não é inimiga do partido” (quem pode não ser inimigo do PT, hoje?). Escreve: “Quando os governos do PT acertaram, fiz avaliações positivas”, confessando um wishful thinking em crer no ouro de tolos da produção artificial de riqueza petista. E ainda alivia: “Não acho que o PT é isso”. Quem é realmente contra o PT sabe bem que o PT não apenas é isso: hoje, é apenas isso.



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(*)Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen

Fonte: sensoincomum.org

terça-feira, junho 13, 2017

Farsa da “Rússia cristã” esconde projeto pagão e ocultista




por Luis Dufaur.






Jeanne Smits, ex-diretora de redação e ex-gerente de “Présent”, jornal que funciona como porta-voz oficioso do Front National de Marine Le Pen, conhece bem os meandros dos movimentos da direita europeia.

Como jornalista, participou em Paris do colóquio ‘O Ocidente contra a Europa’, organizado pela Sofrade (Société française de démographie) e presidido singularmente de Moscou por Fabrice Sorlin. O evento se realizou em 1º de abril no auditório da Maison de la Chimie com a presença de movimentos de países europeus e sobretudo da “Grande Rússia”.

Jeanne Smits apresentou um pormenorizado relato em seu site reinformation.tv.

Ela queria saber de onde provém a admiração por Vladimir Putin de amigos seus, pertencentes a grupos identitários, soberanistas e anti-imigração, que julgam ver no ex-coronel da KGB um líder defensor da família, uma muralha contra o liberalismo americano, o terrorismo islâmico, etc.

O fenômeno é tão singular que, segundo a jornalista, dez dias antes das eleições, em plena campanha presidencial, Marine Le Pen foi procurar “uma forma de sagração por Vladimir Putin em Moscou”.

O gesto foi qualificado como “corajoso e bem-vindo” por Philippe de Villiers, político que defende posições opostas à ideologia dos pensadores próximos de Putin, como Aleksandr Dugin – o “Rasputin de Putin”– e o “oligarca” Konstantin Malofeev.

No Colóquio, Smits teve uma imensa surpresa.

Deparou-se com a exposição de uma doutrina pró-russa e tradicionalista, mas prenhe, segundo ela, de “evidentes tons gnósticos, pagãos, franco-maçônicos, dissimulados por trás de uma fachada nacionalista e pró-europeia, leia-se cristã e pela vida, capaz de enganar muitas pessoas de boa vontade”.

No ponto de partida há um engano, observou.

A grande mídia e o establishment político dominante trabalham pela cultura da morte, pela ideologia de gênero, pela extinção das nacionalidades e pelo desfazimento das culturas dos países numa massa planetária.

Essa ofensiva preocupa as pessoas bem orientadas e foi abordada no Colóquio. Mas, estranhamente, o tema foi misturado com uma propaganda de Moscou que conduzia no sentido oposto do prometido.

Um exemplo revelador é o conceito de “mundo multipolar” de Aleksandr Dugin. Esse conceito esteve no centro do evento em Paris e foi apresentado como uma alternativa radical ao líder do Ocidente: os EUA.

Preletores do colóquio ‘O Ocidente contra a Europa’.


Mas, o que é o Ocidente na visão do “Rasputin” do Kremlin? , perguntou Smits

Em momento algum se falou do Ocidente cristão que levou o Evangelho ao mundo inteiro.

No centro da multipolaridade duguiniana há uma polaridade única: a do cristianismo ortodoxo cismático de Moscou. É uma troca enganosa.

O Patriarcado de Moscou foi criado pelos czares como uma “Terceira Roma”, que desconhecia a Roma dos Papas (a primeira Roma) e Constantinopla (a segunda Roma).

Depois foi extinto, em função de cálculos de interesse e o capricho dos czares e a expansão do Império moscovita.

No século XX, ele foi restaurado pelo bolchevismo em troca do engajamento pelo socialismo e pelo comunismo.

A multipolaridade religioso-cristã duguiniana reduz o cristianismo ao monopólio do Patriarcado de Moscou.

Ele é erigido em única igreja representativa da “Grande Rússia”, a qual por sua vez é proclamada “potência soberana e autônoma” única, imperial e invasora. E o Patriarca é mero servidor desse projeto.

Em janeiro de 2015, explicou Dugin com termos leninistas: “Não haverá Grande Rússia sem grandes conflitos. Uma prosperidade pequeno-burguesa jamais nos conduzirá à grandeza. Espero uma Grande Rússia por meio de grandes abalos”.

Assim, a multipolaridade duguiniana resulta na hegemonia russa centrada com exclusividade no Kremlin e em seu submisso Patriarca de Moscou.

As críticas às intenções mundialistas de reprimir a natalidade se desfizeram na hora em que escritores pela vida – mas também por Putin – manifestaram grande hostilidade à expansão demográfica africana.

Eles culpam essa última pelo “aquecimento global”! Mas ao mesmo tempo afirmam que dito aquecimento é uma invenção globalista para montar uma ditadura à qual os agentes putinianos pretensamente se opõem!

Quem decifra tão ovante contradição?

Mas isso foi apenas o começo das descobertas de Jeanne Smits que não conseguia acreditar no que via e que entrava por seus ouvidos.

No Colóquio ‘Ocidente contra a Europa’, assistido por Jeanne Smits, o discurso contra o Ocidente ficou obcecado pela exaltação da herança “heleno-romana e cristã” da Europa, que seria mantida com exclusividade pelo Patriarcado de Moscou.

A jornalista ficou estranhada pela sistemática omissão da herança histórica e cultural católica, ou com a ausência de noções religiosas básicas, como os Dez Mandamentos.

Na abertura, o tesoureiro da Sofrade, Louis de Sivry, saudou a presença dos conselheiros das embaixadas russa e iraniana em Paris. O que tem a ver o Irã governado por fanáticos xiitas com a causa do cristianismo ou da “herança greco-romana?” – perguntou Jeanne Smits em seu site reinformation.tv..

Mas logo lembrou que o presidente da Sofrade possui a empresa Tzar Consulting que acompanha projetos comerciais em “zonas geográficas não convencionais”, especialmente no Irã.

A Rússia de Putin foi o leitmotiv.

Nicola Mirkovic, colaborador da agência Sputnik e da Russia Today – dois grupos da propaganda putinista –, propôs substituir a União Europeia por uma União que vá de Brest (no Atlântico) até Vladivostok (no Pacífico).

Em outros termos trocar Bruxelas por Moscou num esquema mais esmagador das identidades nacionais do que a atual UE.

O coronel Jacques Hogard denunciou a NATO como “organização obsoleta e perigosa” e “braço armado dos EUA”. E propôs uma aliança dos países europeus com a Rússia. Mais da mesma coisa trocando o polo de influência de Washington para Moscou.

Jeanne Smits custava a acreditar que assistia ali ao renascimento da antiga estratégia geopolítica da URSS.

Era como se os presentes trabalhassem para uma “nova Rússia” reconstituindo o antigo bloco soviético. Eles propunham restaurando velhas alianças com os aliados tradicionais da era soviética, como Cuba, China, Coreia do Norte acrescido do Irã e da Venezuela.

John Laughland, diretor de estudos do Instituto de Democracia e Cooperação, presidido por Natalia Narotchnitskaïa e teledirigido por Putin, defendeu que o comunismo sumiu na Rússia.

Mas, mirabile dictu, triunfa no Ocidente na sua versão marxista gramsciana.

Essas palavras soavam bem, mas eram enganosas e distorciam a realidade, observou Smits.

Primeiro: a Rússia não se libertou do comunismo como pode se ver pela continuidade dos kolkhozes coletivos, o cerceamento da propriedade privada e a ausência de liberdades, especialmente a religiosa.

Segundo: o gramcismo é uma variante estratégica para a vitória do comunismo, inclusive na Rússia,. O que Gramsci quer para Ocidente, desde 1917 está sendo aplicado na Rússia.

As reformas culturais que o marxista italiano pregou décadas depois, como a dissolução da família, o aborto, etc., são lei na Rússia.

Levan Vasadze, oligarca admirador do ocultista francês René Guénon, disparou que “o marxismo é uma forma de totalitarismo inventada pelo Ocidente” por capitalistas globalistas. O liberalismo seria outro totalitarismo.

Em resposta a esses totalitarismos ele ofereceu o conceito de “tradição” do ocultista René Guénon, também conhecido como Abd al-Wâhid Yahyâ, pois no fim da vida se tornou místico islâmico.

Jeanne Smits relembra que Guénon encarna o modelo do ocidental fascinado pelo Oriente, gnóstico, esotérico, maçom e apóstata. Acresce que o “maître-à-penser” de Putin, Aleksander Dugin, foi o primeiro tradutor da obra de Guénon para o russo.

Para Vasadze, a “civilização ocidental” só serve para os “estúrdios e os cínicos”. O sentido profundo dessa aparente confusão é que raízes da religiosidade russa remontam a “sabedorias” muito antigas e certamente não católicas, ouviu com espanto a jornalista que achava que ia encontrar defensores do cristianismo!

Vasadze anunciou outra era histórica cujo fundador será “aquele cujo nome não deve ser dito”, o “quarto cavaleiro do Apocalipse”, ou o cavaleiro da morte.

O que ele quis dizer?

Vasadze sublinhou que o liberalismo é que vai morrer. Para vir o quê na nova era?

“No centro da sociedade não há classe, nem raça, nem mesmo indivíduo”, explicou, antes de justificar o panteísmo.

Nessa nova era o homem feito à imagem e semelhança de Deus deverá ser substituído pelo homem-molécula sem individualidade.

Fabrice Sorlin, diretor da associação organizadora Sofrade, fez um apelo para se obedecer à Rússia, pois, entre outras razões, ela ajudou Bashar el-Assad a deter o avanço dos valores ocidentais.

O jovem ucraniano “ortodoxo” Olexandr Skoruskov ecoou o apelo parafraseando a ideia básica do “oligarca” Konstantin Malofeev, segundo a qual a fórmula ideal é a aliança dos sovietes com o Patriarcado de Moscou. Ele explicou que “sob os sovietes tínhamos uma moral, um senso da pessoa humana”.

Alexeï Komov, representante do Patriarcado de Moscou no Congresso Mundial das Famílias, defendeu que a revolução bolchevista de 1917 foi apenas uma “experiência” que nada tinha de russa (sic!). Como se Lenine não tivesse tido parte nela, nem toda uma geração de revolucionários russos que lhe imprimiram um caráter tipicamente russo.

Ora, foi a Revolução de 1917 que proclamou o amor livre, legalizou o divórcio e instalou o aborto sem limites. Mas Komov, auto-intitulado defensor da família, fingiu desconhecer tudo isso..

E hoje? Alegremente, Komov inventou que houve um “milagre” na Rússia em virtude do qual renascem os valores tradicionais da família e da tradição.

Quem fez o “milagre”? Komov, que trabalha para o oligarca Konstantin Malofeev, financiador da restauração das igrejas russas, deixou a resposta no ar. Obviamente não tinha, e esse “milagre” coletivo não existiu.

Ele fingiu ignorar que o número oficial de abortos hoje na Rússia é de 700 mil por ano, e com uma percentagem mais elevada que nos países mais liberais da Europa Ocidental.

Tampouco falou que o índice de divórcios na Rússia é um dos piores do mundo, acima de 50%.

Ou que os nascimentos fora do casamento desceram aos níveis deploráveis dos países dominados pelo “globalismo” (França, 57%).

Porém, Alexeï Komov apresentou-se despudoradamente como grande defensor da vida e não hesitou em explicar que “Stalin acabou mais favorável à família”, sem ligar para os cerca de cem milhões de mortes provocadas por esse ditador e as famílias assim destruídas.

Aleksandr Dugin, cujo site Katehon é também beneficiado pelos fundos do oligarca Konstantin Malofeev, é tido como o maître-à-penser de Vladimir Putin. No colóquio, suas ideias estavam na boca de todos. Mas – escreve Smits – em seu livro ‘O gnóstico’, Dugin confunde conceitos e posições para ludibriar deliberadamente os outros: “Nós os embaralhamos passando do direitismo ao esquerdismo e vice-versa. Seduzimos ao mesmo tempo a extrema-direita e a extrema-esquerda”.

Smits identifica nesse livro de Dugin um velho palavreado maçônico. Com palavras confusas supostamente de direita ele restaura o pensamento mofado da velha esquerda e forja um “Putin salvador da Cristandade”, que é ao mesmo tempo herdeiro de Stalin!

A jornalista teve mais uma surpresa no encerramento.

Yannick Jaffré, pensador nietzschiano e ex-militante do Partido Socialista Francês, voltou a apelar para a inspiração de uma ciência “que vem de muito longe”.

Ele invocou os clássicos pagãos, os antigos gregos, Maquiavel e Nietzsche. Sim, o próprio Nietzsche, que pregava o combate à Igreja quando ela não estava empesteada de progressismo.

Não foi por acaso – conclui Jeanne Smits – que a palavra final do Colóquio ficou com um pensador tido como “perfeito panteísta”.

No “cristianismo putinista”, a jornalista só encontrou engano e tapeação.


http://flagelorusso.blogspot.com

Fonte: MidiaSemMarcara


domingo, junho 11, 2017

O mito do muçulmano pacífico e moderado











por Sujit Das(*). 






Quando os muçulmanos são minoria em determinado país, eles exigem mais e mais privilégios e direitos de minoria à nação hospedeira. Quando o número de maometanos cresce, seja pela alta taxa de natalidade, seja pela migração, tentam impor o código da sharia. Quando se tornam maioria, iniciam-se violências, morte e destruição no país hospedeiro, assim como limpeza étnica. Eis o pior tipo de deslealdade e hipocrisia.

E isso não foi exatamente o mesmo procedimento adotado por Maomé contra Meca? Enquanto era apenas um pregador sem poder, os versos eram pacíficos – ele até pronunciou alguns versos elogiosos aos deuses pagãos (os “versos satânicos”) para deixar os mequenses felizes. Contudo, quando se tornou poderoso, seu lado sombrio foi revelado e os versos corânicos começaram a perder a suavidade. Uma vez conquistada Meca, o verdadeiro Maomé estava diante de todos – ou conversão, ou a espada.

Embora os governos envolvidos gastem bilhões para proteger seus cidadãos do jihadismo islâmico, os responsáveis pelas decisões políticas falham em perceber a realidade. Eles cometem erro idêntico ao dos cidadãos de Meca, contemporâneos do “profeta”; conseguem perceber o impacto do Islã radical, mas não prestam atenção ao Islã moderado. Pouco compreendem que esse chamado Islã moderado é muito mais perigoso do que o radical porque aquele cresce e, silenciosamente, aniquila o anfitrião. É impossível a um muçulmano conviver numa sociedade não-islâmica sem a obrigação de convertê-la ao Islã pela força ou dissimulação. A jihad islâmica tem muitas faces.

Jihad não é apenas trucidar pessoas em nome do Islã; é também uma supressão sistemática da verdade e propagação de mentiras. Não fosse assim, como poderiam os muçulmanos moderados afirmar, a despeito das fortes evidências em contrário, que o Islã é uma religião pacífica?

O slogan “Islã é a religião da paz” está desatualizado uns 1400 anos. A semente de terrorismo está germinando dentro de cada muçulmano. Qualquer um que coloque um pingo de confiança em Maomé e em seu Alcorão preenche a mente com ódio injustificado e paranóia, além de ficar propenso a ter idéias destrutivas como as do profeta. A negra força do narcisismo de Maomé começa imediatamente a operar no crente.

Após muitos anos de guerra contra o terror, continuamos a ouvir a expressão “o Islã é a religião da paz”. Enquanto os tais muçulmanos moderados usam a expressão por razões óbvias, os que conhecem o Islã utilizam essa mesma expressão de forma sarcástica. O terrorismo está em cada célula do Islã. O Islã não consegue sobreviver sem o terrorismo porque o terrorismo é sua força vivificante. Aqueles que são contra o terrorismo não tem lugar no Islã – são infiéis, como disse Habis al-Saoub, em um escrito redigido em árabe, “A Martyr’s will”, citado por Spencer (2003, p. 23): “a afirmação do profeta Maomé, do sétimo século, é que abandonar a causa da jihad é um ato vergonhoso equivalente a deixar a religião islâmica “.

Da citação acima, fica evidente que a jihad em nome de Alá é parte integrante da vida do muçulmano. Violência contra o não-muçulmano não é uma deturpação do Islã, mas é confirmada repetidamente no Alcorão, nas haddith (ahaddith), nos exemplos de Maomé e nos códigos de cada escola de jurisprudência islâmica. Os terroristas muçulmanos não estão “sequestrando” o Islã, mas, de fato, restaurando-o. Sem o terrorismo, o Islã sufocaria e entraria em colapso em pouco tempo. A história do Islã é a de uma longa e milenar dança infernal de assassinatos, massacres, estupros e pilhagens, traições, armadilhas, tirania e tortura pelo mundo afora desde o dia de seu surgimento. A face pacífica do Islã é uma dissimulação, e o Islã político é a máscara da violência islâmica. Como o primeiro-ministro turco comentou (McCarthy, 2010, p. 39):

“Essas descrições são muito feias, ofensivas e um insulto a nossa religião. Não existe Islã moderado ou radical. Islã é Islã e fim de conversa”.

A única diferença entre um muçulmano pacífico e um terrorista é que terroristas estão ostensivamente em ação e não são tímidos em apresentar sua agenda a não-muçulmanos, ao passo que os moderados trabalham em silêncio e, portanto, são hipócritas. Muçulmanos não são uma minoria confiável, pois, tão logo o número e força aumentam, vão exigir impor suas leis islâmicas e sistemas ao país que os acolhera. Com efeito, o Alcorão os instrui a não viverem como minorias, mas a assumir o controle. E a lealdade é sempre para com o vasto mundo do Islã sobre quaisquer fronteiras nacionais. Um exemplo: o eminente imam [spokesman, no original] americano Siraj Wahaj sugeriu aos muçulmanos nos Estados Unidos (citado por Spencer, 2005, p. 45): “se os muçulmanos fossem espertos politicamente, poderiam tomar os Estados Unidos e substituir o governo constitucional por um califado”.

O Islã e o terrorismo são irmãos de sangue. Na sequência de dois ataques a bomba em Londres, um dos mais radicais grupos no Reino Unido, Al-Ghurabaa, pronunciou (Dawkins, 2006, p. 307): “qualquer muçulmano que negue que o terror é parte do Islã é ‘kafir’ [infiel]”. Os chamados muçulmanos pacíficos são muito calculistas e procedem de maneira mais sofisticada. Eis um exemplo: o influente americano convertido ao Islã Hamza Yusuf, em novembro de 2004, exortou os muçulmanos para que avançassem na conquista dos objetivos (Spencer, 2006, p. 189): “há épocas em que temos de viver como ovelhas para, no futuro, viver como leões”.

Isto é chamado al-taqiyya (fraude legal) e permite ao muçulmano, literalmente, negar qualquer aspecto de sua fé, e é definido como (Richardson, 2006, p. 172): “taqiyya é apenas desmentir a fé com palavras, enquanto o coração está tranquilo com a mesma fé”. Esses mesmos muçulmanos pacíficos (ou moderados) dão longos discursos sobre direitos humanos e valores democráticos e cantam os versos pacíficos do Alcorão, mas, uma vez que o Islã se torne poderoso, a canção terá uma outra afinação. Os conceitos fundamentais dos direitos humanos, desenvolvidos no Ocidente com a ajuda de John Locke e outros pensadores iluministas, não tiveram qualquer impacto sobre o Islã até o momento. Muçulmanos da linha dura admitiram tal fato abertamente. Em janeiro de 1985, Saeed Raja’i-Khorasani, o delegado permanente para as Nações Unidas da República Islâmica do Irã, declarou (Spencer, 2002, p. 104): “o próprio conceito de direitos humanos é uma ‘invenção judaico-cristã’ e é inadmissível no Islã”.

Os tais muçulmanos pacíficos não hesitariam em aplicar a cobrança do imposto “jyzia” sobre cristãos e judeus e tampouco em cortar as gargantas de hindus, budistas, sikhs, ex-muçulmanos, ateístas e agnósticos conforme a lei sharia. Bem lá no fundo, cada “fiel” é potencialmente o juiz e o carrasco de todo “infiel”. Afinal, terroristas e os muçulmanos pacíficos estão trabalhando para uma mesma causa: dominação do mundo em nome do Islã.

Uma vez que o mais nobre objetivo de um muçulmano é ajudar o Islã a dominar o mundo, esses moderados tentam descaradamente enganar os infiéis com sua lógica distorcida e mentira patológica. Eles repetem sempre as mesmas mentiras de novo e de novo, acreditando que virarão verdade pela repetição frequente. Se necessário, poderão distorcer o significado de versos do Alcorão de acordo com suas necessidades egoístas. O imam Ghazali disse que

“falar é um meio de alcançar objetivos. Se for possível atingir um objetivo louvável contando verdade e mentira, isso será contrário à lei se realizado com mentira porque não há necessidade disso. Quando é possível atingir um objetivo com mentira, mas não com a verdade, isso é permitido se o objetivo for permitido” (Shienbaum & Hasan, 2006, p. 63).

Como o imam Jafar Sadiq ensinou:

“Aquele que expõe algo de nossa religião [a infiéis] é como um que intencionalmente nos mata.”

“Tu pertences a uma religião que a qualquer um que a omita, Alá o honrará; e qualquer um que a revele, Alá o desgraçará e o humilhará.” (Richardson, 2006, p. 170)

Os muçulmanos pacíficos e os terroristas são dois lados da mesma moeda. Para um muçulmano pacífico, é muito fácil tornar-se terrorista. O ódio aos não muçulmanos é o princípio básico do Islã e violência é o desfecho. Como o aiatolá Sadegh Khalkhali, um juiz iraniano linha dura, declarou publicamente:

“aqueles que são contra matar não tem espaço no Islã. Nosso profeta matou com suas próprias e abençoadas mãos. Nosso Imam Ali matou mais de setecentos em um único dia. Se a sobrevivência da fé depende do derramamento de sangue, nós estaremos lá para cumprir o nosso dever” (Scott, 2002, p. 201).

Assim, quando o badalado muçulmano pacífico aparece como terrorista, não se trata de uma discreta escolha em sua mudança de status. Há um terrorista dentro de cada muçulmano, apenas aguardando a hora de sair. Um exemplo (Martin, 2010, p. 195). O Alcorão diz “e, quando os meses sagrados passarem, matai os idólatras, onde quer que os encontreis…” (sura 9:5*). O filho de um negociante paquistanês, inspirado por esses versos, fez um juramento:
“eu declaro na presença de Alá que eu abaterei os infiéis até o fim de minha vida. Que Alá me dê forças para cumprir o juramento”. Ao longo da história registrada do Islã, o Alcorão, o mais ímpio dos livros religiosos, tem transformado homens em monstros. Geração após geração, muçulmanos têm seguido essas palavras e feito delas armas de injustiça, opressão e dominação.

O terrorismo islâmico é um fenômeno complexo, em consequência, as personalidades dos terroristas mudam de pessoa a pessoa. Seria inútil tentar atribuir uma única e geral característica a todos eles. No Islã, terroristas podem assumir diversos papéis – alguns poucos, efetivamente, dispararão seus rifles ou detonarão os explosivos ou serão explodidos como homens-bomba. A “personalidade” de um político muçulmano, ou de um mulá, ou de um financiador do terrorismo islâmico, ou da iletrada senhora-burca (niqab, burqa, chador – o véu islâmico) que dá à luz uma dúzia de filhos porque uma família numerosa agrada a Alá, ou do singelo e pio muçulmano barbudo que paga regularmente o seu zakat à mesquita, é diferente da personalidade de um administrador, ou de um estrategista, ou a de um assassino, de um homem-bomba suicida. Esta é a essência da jihad que tem sido amplamente discutida em livros islâmicos sobre leis religiosas. Embora algumas diferenças sistemáticas possam ser discernidas entre aqueles que abraçam o terrorismo e aqueles que não participam de atos de terror, no fundo, eles têm idêntica configuração psicológica. Taylor e Quayle, dois ilustres pesquisadores do terrorismo religioso contemporâneo, concluíram que “o terrorista ativo não é discernivelmente diferente em termos psicológicos do não-terrorista; em termos psicológicos, não existem qualidades especiais que caracterizem o terrorista” (1994, p. 197).

Quem poderia negar o fato de que clérigos e líderes comunitários militantes são eleitos por esses muçulmanos moderados? Conquanto o expert em terrorismo Daniel Pipes estime que de 10 a 15 por cento dos muçulmanos apoiem a agenda jihadista, há indicações de que das várias partes do mundo islâmico esse número pode ser bem maior. Em fevereiro de 2005, durante um julgamento em Nova Iorque sobre financiamento de terrorismo, Bernard Haykel, um professor associado de estudos islâmicos na New York University, estimou que 90 por cento dos muçulmanos árabes apoiam o Hamas – a organização terrorista islâmica que explode civis em ônibus e restaurantes para promover seus objetivos de um estado palestino sob a sharia. O dr. Imran Waheed, o porta-voz londrino do “pacífico” grupo jihadista Hizb ut-Tahris, confirmou em maio de 2005 que 99 por cento dos muçulmanos no mundo desejam um califado para governar o planeta (Spencer, 2005, p. 192). Essas estatísticas confirmam que os muçulmanos que apoiam o terrorismo não são uma pequena minoria, mas, ao contrário, uma vasta maioria.

Na realidade, Islã pacífico não existe. Um muçulmano pacífico faz tanto sentido quanto um nazista pacífico. “Al Islam huwa al hall” (islam é a solução) não é um slogan gritado por terroristas muçulmanos somente, mas por todos os muçulmanos (Phares, 2005, p. 251). O substantivo “terrorista” ou “terroristas” não se refere necessariamente a alguém dentro de uma organização terrorista. Em um exército, nem todo mundo carrega uma arma. Há muitos membros não combatentes, como, por exemplo, contadores, cozinheiros, arrecadadores de fundos, especialistas em logística, médicos, enfermeiros ou recrutas – que podem ter um papel apenas passivo. No entanto, todos eles têm o mesmo objetivo: derrotar o inimigo. Similarmente, há diversas maneiras de apoiar a jihad, além da violência pessoal. Os muçulmanos pacíficos que conhecemos estão desempenhando esse papel de apoio passivo, e o objetivo final é conquistar o mundo para o Islã, limpando-o dos infiéis e sua civilização, até não sobrar ninguém.
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Referências:
(Eds) Shienbaum Kim and Hasan Jamal (2006); Beyond Jihad, Critical Voices from the Inside. Academica Press, LLC. Bethesda.
Al-Kindy, Farahat (2005); The Comprehensive Guide For Da’wah In Mosques (Masjids). Ahmad Al-Fateh Islamic Center. Bassam Bokhowa Publishers. Bahrain.
Dawkins, Richard (2006); The God Delusion. Bantam Press. GB.
Downing, Terry Reese (2009); Martyrs in Paradise: Woman of Mass Destruction. Author House Publication. Bloomington. USA.
Martin, Gus (2010); Understanding Terrorism: Challenges, Perspectives, and Issues. SAGE Publications Inc. California.
McCarthy, Andrew C. (2010); The Grand Jihad: How Islam and the Left Sabotage America. Encounter Books. NY.
Phares, Walid (2005); Future Jihad: Terrorist Strategies against the West. Palgrave Macmillan. NY. 8. Richardson, Joel (2006); Antichrist: Islam’s Awaited Messiah. Pleasant Word. A division of WinePress Publishing. Enumclaw.
Scott, Peterson (2002); Me Against My Brother: At War in Somalia, Sudan and Rwanda. Routledge. London.
Spencer, Robert (2002); Islam Unveiled: Disturbing Questions about the World’s Fastest-growing Faith. Encounter Books. San Francisco.
Spencer, Robert (2003); Onward Muslim Soldiers: How Jihad still threatens America and the West. Regnery Publishing. Washington DC. 12. Spencer, Robert (2005); The politically incorrect guide to Islam (and the crusades). Regnery Publishing. Washington DC.
Spencer, Robert (2006); The Truth about Muhammad. Regnery Publishing. Washington DC.
Taylor, Maxwell, and Ethel Quayle (1994); Terrorist Lives. Brassey’s, London.


Nota do tradutor:
* “Tradução do sentido do nobre Alcorão para a língua portuguesa”, Dr. Helmi Nasr.



(*)Sujit Das vive em Mumbai, Índia, e é autor de vários artigos críticos ao islam e de dois livros, “Islam Dismantled: The Mental Illness of Prophet Muhammad” e “The Allah Delusion”. O autor pode ser contatado em: counter.jihad@yahoo.co.uk
Publicado originalmente em Faith Freedom.

Tradução: Rafael Stoll
Fonte: Midiasemmascara.org