quarta-feira, outubro 31, 2012

Falar contra Israel.






Falar contra Israel.

por Pilar Rahola 



Segunda-feira à noite, em Barcelona. No restaurante, uma centena de advogados e juízes. Eles se reuniram para ouvir minhas opiniões sobre o conflito do Oriente Médio. Eles sabem que eu sou um barco heterodoxo, no naufrágio do pensamento único, que impera em meu país, sobre Israel. Eles querem me escutar. Alguém razoável como eu, dizem, por que se arrisca a perder a credibilidade, defendendo os maus, os culpados? Eu lhes digo que a verdade é um espelho quebrado, e que todos nós temos algum fragmento. E provoco sua reação: “Todos vocês acreditam ser especialistas em política internacional, quando falam de Israel, mas na realidade não sabem nada”.

Será que vocês se atreveriam a falar do conflito de Ruanda, da Caxemira, da Chechênia? Não. Vocês são juristas, sua área de atuação não é a geopolítica. Porém com Israel vocês se atrevem. Todo mundo se atreve. Por quê? Porque Israel está sob a lupa midiática permanentemente e sua imagem distorcida contamina os cérebros do mundo. E, porque faz parte do politicamente correto, porque parece solidário, porque falar contra Israel é de graça. E, assim, pessoas cultas, quando leem sobre Israel ficam dispostas a acreditar que os judeus têm seis braços, igual como na Idade Média, elas acreditavam em todo tipo de barbaridades. Quando se trata dos judeus do passado e dos israelenses de hoje, tudo vale. A primeira pergunta, então, é por que tanta gente inteligente se torna idiota quando fala de Israel…

O problema dos que não demonizam Israel, é que não existe debate sobre o conflito, existe rotulação; não trocamos ideias, aderimos aos slogans; não desfrutamos de informações sérias, sofremos de jornalismo tipo hambúrguer, fast food, cheio de preconceitos, propaganda e simplismo.

O pensamento intelectual e o jornalismo internacional, abdicaram de Israel. Não existe. É por isso que quando alguém tenta ir além do pensamento único, se torna suspeito e reacionário, e é imediatamente segregado. Por quê? Eu tento responder a esta pergunta há anos: por quê? Por que de todos os conflitos do mundo, só este interessa? Por que se criminaliza um pequeno país, que luta por sua sobrevivência? Por que a mentira e a manipulação informativa triunfam, com tanta facilidade? Por que tudo é reduzido a uma simples massa de imperialistas assassinos? Por que as razões de Israel nunca existem? Por que as culpas palestinas nunca existem? Por que Arafat é um herói e Sharon um monstro? Em definitivo, por que, sendo o único país do mundo ameaçado com a destruição é o único que ninguém considera como vítima?

Eu não acredito que exista uma única resposta a estas perguntas. Da mesma forma como é impossível explicar completamente a maldade histórica do antissemitismo, também não é possível explicar a imbecilidade atual do anti-Israelismo. Ambos bebem das fontes da intolerância, da mentira e do preconceito. Se, ademais, nós aceitarmos que o anti-Israelismo é a nova forma do antissemitismo, concluímos que mudaram as circunstâncias, mas se mantiveram intactos os mitos mais profundos, tanto do antissemitismo cristão medieval, como do antissemitismo político moderno. E esses mitos desembocam nos relatos sobre Israel. Por exemplo, o judeu medieval que matava crianças cristãs para beber seu sangue, se conecta diretamente com o judeu israelense que mata crianças palestinas para ficar com suas terras. Sempre são crianças inocentes e judeus obscuros. Por exemplo, os banqueiros judeus que queriam dominar o mundo através dos bancos europeus, segundo o mito dos Protocolos (dos sábios de Sion), se conectam diretamente com a ideia de que os judeus de Wall Street dominam o mundo através da Casa Branca.

O domínio da imprensa, o domínio das finanças, a conspiração universal, tudo aquilo que se configurou no ódio histórico aos judeus, desemboca hoje no ódio aos israelenses. No subconsciente, portanto, pulsa o DNA antissemita ocidental, que cria um eficaz adubo de plantio. Mas, o que pulsa no consciente? Por que hoje surge com tanta virulência uma renovada intolerância, agora centrada, não no povo judeu, mas sim no estado judeu? Do meu ponto de vista, há motivos históricos e geopolíticos, entre eles o brutal papel soviético durante décadas, os interesses árabes, o antiamericanismo europeu, a dependência energética do Ocidente e o crescente fenômeno islâmico.

Mas também surge de um conjunto de derrotas que sofremos como sociedades livres e que desemboca em um forte relativismo ético. Derrota moral da esquerda. Durante décadas, a esquerda levantou a bandeira da liberdade, onde houvesse injustiça, e foi a depositária das esperanças utópicas da sociedade. Foi a grande construtora do futuro. Apesar da maldade assassina do stalinismo ter enterrado essas utopias e ter deixado a esquerda como o rei desnudo, despojado de roupa, ela conservou intacta sua auréola de luta, e ainda rotula o modelo dos bons e dos maus do mundo. Até mesmo aqueles que nunca votariam em posições de esquerda, concedem um grande prestígio aos intelectuais de esquerda, e permitem que sejam eles os que monopolizam o conceito de solidariedade…

Essa traição histórica para com a liberdade se reproduz, no momento atual, com precisão matemática. Também hoje, como ontem, essa esquerda perdoa ideologias totalitárias, se encanta com ditadores e, em sua ofensiva contra Israel, ignora a destruição de direitos fundamentais. Odeia os rabinos, mas se encanta com os imãs; grita contra o Tzahal (Exército israelense), mas aplaude os terroristas do Hamas; chora pelas vítimas palestinas, mas desdenha das vítimas judias; e, quando se comove pelas crianças palestinas, só o faz se puder culpar aos israelenses. Nunca denunciará a cultura do ódio, ou a sua preparação para a morte, ou a escravidão que suas mães sofrem. E enquanto hasteia a bandeira da Palestina, queima a bandeira de Israel.

Faz um ano, no Congresso do AIPAC em Washington, eu fiz as seguintes perguntas: “Que profundas patologias distanciam a esquerda de seu compromisso moral? Por que não vemos manifestações em Paris, ou em Barcelona, contra as ditaduras islâmicas? Por que não há manifestações contra a escravidão de milhões de mulheres muçulmanas? Por que não se manifestam contra o uso de crianças-bomba, nos conflitos que envolvem o Islã? Por que a esquerda só está obcecada em lutar contra duas das democracias mais sólidas do planeta, e as que têm sofrido os ataques mais sangrentos, os Estados Unidos e Israel?”.

Por que a esquerda, que sonhou utopias, deixou de sonhar, quebrada no muro de Berlim do seu próprio fracasso. Já não tem ideias, e sim slogans. Já não defende direitos, mas sim preconceitos. E o preconceito maior de todos é o que tem contra Israel. Eu acuso, portanto, de forma clara: a principal responsabilidade pelo novo ódio antissemita, disfarçado de anti-Israelismo, provém daqueles que deveriam defender a liberdade, a solidariedade e o progresso. Longe disto, eles defendem os déspotas, esquecem de suas vítimas e se calam diante das ideologias medievais que querem destruir a civilização. A traição da esquerda é uma autêntica traição à modernidade. Derrota do jornalismo.

Temos um mundo mais informado do que nunca, porém não temos um mundo melhor informado. Pelo contrário, as estradas da informação nos conectam com qualquer ponto do planeta, porém não nos conectam nem com a verdade, nem com os fatos. Os jornalistas atuais não precisam de mapas, porque têm o Google Earth, não precisam conhecer a história, porque têm a Wikipédia. Os jornalistas históricos que conheciam as raízes de um conflito, ainda existem, mas são uma espécie em extinção, devorados por este jornalismo que oferece notícias fast food, para leitores que desejam informações fast food.

Israel é o lugar mais vigiado do mundo, mas, entretanto é o lugar menos compreendido do mundo. Claro que, também influencia a pressão dos grandes lobbys dos petrodólares, cuja influência no jornalismo é sutil, mas profunda. Qualquer mídia de massa sabe que se falar contra Israel não terá problemas. Mas, o que acontecerá se criticar um país islâmico? Sem dúvida, então, a sua vida ficará complicada. Não nos confundamos. Parte da imprensa, que escreve contra Israel, se veria refletida em uma aguda frase de Goethe: “Ninguém é mais escravo do que aquele que se acha livre, sem sê-lo”. Ou também em outra, mais cínica de Mark Twain: “Primeiro conheça os fatos e depois os distorça o quanto queira”.

Derrota do pensamento crítico. A tudo isto, é necessário somar o relativismo ético, que define o momento atual, e que é baseado, não na negação dos valores da civilização, mas na sua banalização. O que é a modernidade?

Derrota do pensamento crítico. A tudo isto, é necessário somar o relativismo ético, que define o momento atual, e que é baseado, não na negação dos valores da civilização, mas na sua banalização. O que é a modernidade?

Pessoalmente a explico com este pequeno relato: se eu me perdesse em uma ilha deserta, e quisesse voltar a fundar uma sociedade democrática, só necessitaria de três livros: as Tábuas da Lei, que estabeleceram o primeiro código de comportamento da modernidade. “O não matarás, não roubarás”, fundou a civilização moderna. O código penal romano. E a Declaração dos Direitos Humanos. E com estes três textos, começaríamos novamente. Estes princípios que nos endossam como sociedade, são relativizados, até mesmo por aqueles que dizem defendê-los. “Não matarás”, depende de quem seja o objeto, pensam aqueles que, por exemplo, em Barcelona, se manifestam aos gritos a favor do Hamas.

“Vivam os direitos humanos”, depende de a quem se aplica, e por isso milhões de mulheres escravas não preocupam. “Não mentirás”, depende se a informação for uma arma de guerra a favor de uma causa. A massa crítica social se afinou e, ao mesmo tempo, o dogmatismo ideológico engordou. Nesta dupla mudança de direção, os fortes valores da modernidade foram substituídos por um pensamento fraco, vulnerável à manipulação e ao maniqueísmo.

Derrota da ONU. E com ela, uma firme derrota dos organismos internacionais, que deveriam cuidar dos direitos humanos, e que se tornaram bonecos destroçados nas mãos de déspotas. A ONU só serve para que islamofascistas, como Ahmadinejad, ou demagogos perigosos, como Hugo Chávez, tenham um palco planetário de onde cuspir seu ódio. E, claro, para atacar Israel sistematicamente. A ONU, também, vive melhor contra Israel.

Finalmente, derrota do Islã. O Islã das luzes sofre hoje o ataque violento de um vírus totalitário, que tenta frear seu desenvolvimento ético. Este vírus usa o nome de D’us para perpetrar os horrores mais inimagináveis: apedrejar mulheres escravizá-las, usar grávidas e jovens com atraso mental como bombas humanas, educar para o ódio, e declarar guerra à liberdade. Não esqueçamos, por exemplo, que nos matam com celulares conectados, via satélite, com a Idade Média. Se o stalinismo destruiu a esquerda, e o nazismo destruiu a Europa, o fundamentalismo islâmico está destruindo o Islã. E também tem, como as outras ideologias totalitárias, um DNA antissemita. Talvez o antissemitismo islâmico seja o fenômeno intolerante mais sério da atualidade, e não em vão afeta mais de 1,3 bilhões de pessoas educadas, maciçamente, no ódio ao judeu.

Na encruzilhada destas derrotas, se encontra Israel. Órfão de uma esquerda razoável, órfão de um jornalismo sério e de uma ONU digna, e órfão de um Islã tolerante, o Estado de Israel sofre com o paradigma violento do século XXI: a falta de compromisso sólido com os valores da liberdade. Nada é estranho. A cultura judaica encarna, como nenhuma outra, a metáfora de um conceito de civilização que hoje sofre ataques por todos os flancos. Vocês são o termômetro da saúde do mundo. Sempre que o mundo teve febre totalitária, vocês sofreram. Na Idade Média fascismo europeu, no fundamentalismo islâmico. Sempre, o primeiro inimigo do e confusão social, Israel encarna, na própria carne, o judeu de sempre.

Um pária de nação entre as nações, para um povo pária entre os povos. É por isso que o antissemitismo do século XXI foi vestido com o disfarce efetivo da crítica anti-Israel. Toda crítica contra Israel é antissemita? Não. Mas, todo o antissemitismo atual transformou-se no preconceito e na demonização contra o Estado Judeu. Um vestido novo para um ódio antigo.

Benjamim Franklin disse: “Onde mora a liberdade, lá é a minha pátria”. E Albert Einstein acrescentou: “A vida é muito perigosa. Não pelas pessoas que fazem o mal, mas por aquelas que ficam sentadas vendo isso acontecer”.

Este é o duplo compromisso aqui e hoje: nunca se sentar vendo o mal passar e defender sempre as pátrias da liberdade.

Texto da conferência oferecida no Fórum Global para Combate ao Antissemitismo.

fonte: Pass ItOn (by Ivan Kelner)


quinta-feira, outubro 25, 2012

Vamos combater o extremismo.
















Em meio a preocupações renovadas sobre o antissemitismo no país, a França está intensificando a segurança em prédios de entidades judaicas depois que foram feitos disparos de balas de festim contra uma sinagoga na zona oeste de Paris.

No domingo passado,o presidente François Hollande procurou diminuir as tensões entre judeus e muçulmanos, agravadas por uma série de incidentes violentos ocorridos nos últimos meses. Como presidente do país com as maiores comunidades judaica e muçulmana da Europa Ocidental, Hollande dirigiu suas críticas aos extremistas e pediu respeito por todas as religiões do país, que é oficialmente laico.

Ele disse que nas próximas horas as autoridades vão aumentar a segurança das sedes de entidades religiosas para que não fiquem sujeitas ao tipo de ataque feito a uma sinagoga do bairro parisiense de Argentuil na noite de sábado.

Um representante da sinagoga disse que testemunhas ouviram o barulho do que parecia ser uma arma disparando e que a polícia informou que tiros com balas de festim tinham sido disparados e que foram encontradas cápsulas vazias das balas. A polícia local não quis comentar o incidente. Os serviços de sábado à noite na sinagoga foram cancelados por causa do incidente, disse o representante que pediu anonimato porque a investigação policial ainda está em andamento.

O tiroteio ocorreu no sábado, poucas horas depois que a polícia realizou batidas por toda a França à procura de uma célula jihadista suspeita formada por jovens franceses recentemente convertidos ao Islã e acusados de um recente ataque contra uma mercearia kasher. O DNA encontrado na granada levou a um membro da célula que depois foi morto pela polícia em um tiroteio. Os policiais disseram que o homem já estava sendo vigiado desde a última primavera, quando um radical islâmico francês atacou uma escola judaica em Toulouse e também soldados franceses, matando sete pessoas.

Hollande informou que as autoridades suspeitam que a célula está pronta para atacar novamente nas próximas semanas. No domingo ele teve um encontro com líderes da comunidade judaica francesa e prometeu combater o extremismo e o antissemitismo
“com a maior firmeza”.

Richard Prasquir, presidente do grupo judaico CRIF, advertiu as autoridades francesas contra a complacência diante do que ele chamou de “ideologia monstruosa” de islâmicos radicais. Ele disse que está preocupado com a segurança da comunidade judaica da França desde os assassinatos em Toulouse.

Meir Habib, vice-presidente do CRIF, disse que durante o encontro Hollande afirmou que as agências de inteligência francesas e israelenses estão cooperando e que a França mantém contato também com agências de inteligência de países muçulmanos como parte do esforço para expor as células terroristas.

No sábado passado assaltantes desconhecidos alvejaram uma sinagoga no subúrbio parisiense de Argenteuil e a polícia francesa expôs uma célula terrorista durante uma batida relacionada com o ataque de granadas contra um mercado judeu.

Os ataques de Toulouse em março abalaram o país e fizeram aumentar a segurança em escolas judaicas e sinagogas em toda a França. Eles também inspiraram a elaboração de uma nova lei antiterror.

Hollande disse que as autoridades devem mostrar “intransigência” frente ao racismo e o antissemitismo: “Nada será tolerado, nada pode acontecer, qualquer ato, qualquer comentário será enfrentado com a maior firmeza”.

No sábado Hollande falou também com Mohammed Moussaoui, presidente de uma associação de organizações muçulmanas chamada CFCM, e assegurou-lhe que as autoridades francesas não irão estigmatizar todos os muçulmanos por atos cometidos por um grupo radical. No domingo a CFCM denunciou o ataque realizado contra a sinagoga, emitindo um comunicado em que “garante apoio e solidariedade `a comunidade judaica francesa diante de todos os ataques contra seus membros e suas instituições.

O ataque contra a mercearia no subúrbio parisiense de Sarcelles aconteceu no dia 19 de setembro, o mesmo dia em que um jornal satírico francês publicou caricaturas do profeta Maomé. Protestos antiocidentais estavam ocorrendo também contra um filme ofensivo ao Islã. Uma pessoa foi levemente ferida, mas o ataque de granada ocorreu após um verão em que os residentes judeus foram vítimas de crescentes ameaças antissemitas.

Artigo publicado no site Ynet, de Israel, citado no WJC- World Jewish Congress em 10 de outubro de 2012.
Fonte: Naamat Pioneiras Brasil – Tradução: Adelina Naiditch
Fonte: Pletz


Palestinos Reescrevendo a História.











por Deborah Srour 

Hanan Ashrawi com Arafat


Em setembro deste ano, o Ministro do Exterior de Israel, junto com o Congresso Mundial Judaico e o Ministério dos Assuntos de Aposentadoria decidiram aumentar sua campanha para conscientizar o público e os meios diplomáticos do sofrimento dos refugiados judeus e exigir dos países muçulmanos uma compensação justa para estes judeus e seus descendentes. Imediatamente após a notícia sair na mídia israelense, a representante palestina Hanan Ashrawi publicou uma “gema” que não só distorceu a lógica, mas negou a história e desconsiderou as leis internacionais que regem o tratamento dos refugiados.

Segundo Ashrawi, os judeus que vieram para Israel de países árabes nunca foram refugiados. Eles teriam deixado suas casas voluntariamente sob pressão de grupos sionistas e da Agência Judaica. Ela disse que é uma decepção e ilusório falar que “judeus que imigraram para seu suposto lar nacional, sejam refugiados!”. A sua lógica é que se Israel é o lar nacional judaico, então judeus não podem ser refugiados. São emigrantes que retornaram – seja voluntariamente ou por uma decisão política.

Há um consenso entre os pesquisadores que mais de 850 mil judeus de países árabes fugiram deixando bilhões de dólares em propriedades e negócios para trás. A grande maioria por terem sofrido perseguições após o estabelecimento do Estado de Israel em 1948. É muito interessante que este é o número que os palestinos hoje reclamam terem se tornado refugiados na mesma época, apesar de estudos aprofundados dos censos feitos pelos britânicos não colocarem este número acima de 400 mil.

Ashrawi então decidiu diferenciar os refugiados judeus dos refugiados palestinos dizendo que gangues sionistas “forçaram palestinos a abandonarem terras que lhes pertenciam há milhares de anos enquanto os judeus partiram voluntariamente”.

Historicamente sempre houveram judeus na Terra Santa, por menor que fosse a comunidade. Os chamados “palestinos”, por outro lado, nem tanto. Mark Twain visitou esta terra em 1867 e a descreveu desolada de população. Mas em 1878, depois de ser expulsa dos Balcãs pela Austro-Hungria, a Turquia decidiu doar terras, isenção de impostos e de serviço militar, a muçulmanos refugiados da Bósnia e Herzegovina na Palestina. A região foi então populada por muçulmanos da Bósnia, Albânia, da Russia e outras regiões da Europa.

E para terminar, como ela reivindica o direito de retorno de palestinos a Israel própria, ela disse que espera que os judeus possam voltar aos países de onde saíram pois antes de terem o direito a compensação monetária, refugiados, de acordo com ela, devem retornar aos seus países de origem.

A definição estabelecida pela Convenção sobre Refugiados de 1951 das Nações Unidas, diz claramente que um refugiado é alguém que “devido a um receio fundado de ser perseguido por razões de raça, religião, nacionalidade, afiliação a um grupo social ou partido político, está fora de seu país de nacionalidade por não poder contar com a proteção das autoridades daquele país”.

Pela “lógica” de Ashrawi, então, os 20 milhões de muçulmanos e hindus que fugiram da Índia e Paquistão, não seriam refugiados, já que cada grupo acabou indo para o que é hoje, seu lar nacional. É claro que judeus que fugiram dos países árabes são refugiados porque se encaixam nesta definição. E é claro que eles não irão querer sair de um país que os acolheu para voltar a estes países árabes aonde com certeza serão perseguidos.

A história prova que estados árabes expulsaram, intimidaram ou tomaram suas comunidades judaicas como reféns durante os anos 40 e 50 e além. Ela também mostra que, contrariamente ao que disse Ashrawi – que todos os cidadãos sofreram baixo às ditaduras de países árabes – só os judeus foram alvos de violência anos antes do Estado de Israel existir.

Os judeus no Iraque sofreram um pogrom em 1941 por forças pró-nazistas que causou a morte de centenas de judeus em Bagdad. Uma leva de leis anti-judaicas chegou ao ápice em abril de 1950. Em menos de um ano, a violência e vandalismo contra os judeus os convenceram a emigrar e em 1951 a quase totalidade dos 130 mil judeus havia partido. Por lei, todos os bens destes judeus foram confiscados. Essa é a emigração de uma comunidade de 2.500 anos que Ashrawi chama de “voluntária”.

A comunidade egípcia, da qual eu faço parte, datava da Alta Idade Média, e também não teve que esperar pela criação do Estado de Israel para sofrer violência e perseguições. O movimento “Egito Jovem” de Ahmed Hussein atacou o bairro judaico em novembro de 1945 queimando sinagogas, lar dos velhos e hospitais. Com a criação de Israel, os bairros judaicos foram bombardeados e os judeus atacados nas ruas. Em 1950 um terço da comunidade, já tinha partido.

Esta sequencia de pogrom, perseguição, expropriação e fuga se repetiu na Síria e Líbia criando mais 50 mil refugiados. No Yemen, um pogrom em Aden em dezembro de 1947 causou a morte de 82 judeus. Vandalismo e saques de propriedades de judeus se seguiram em 1948. O resultado é que quase a totalidade desta comunidade milenária de 43 mil judeus – decidiu, de acordo com Ashrawi, emigrar voluntariamente. E por que Ashrawi se teria arriscado a fazer declarações tão desonestas, arrogantes e falsas a respeito dos refugiados judeus?

Porque o objetivo principal dos palestinos continua a ser a anulação do Estado de Israel e sua a intenção e incluir na agenda de negociações futuras uma compensação para os judeus refugiados é alarmante. Desde a Segunda Guerra mundial, o sofrimento dos refugiados judeus tem sido aliviado por relocação permanente em vez de repatriação. A compensação monetária sempre foi um item desta relocação.

Os palestinos não aceitam relocar seus refugiados e os têm mantido em campos nos últimos 64 anos vivendo às custas da caridade do ocidente. Apesar dos árabes darem um suporte vocal muito grande aos refugiados palestinos eles não contribuem monetariamente. E se tiverem que pagar pelos bens destruídos ou confiscados de suas antigas comunidades judaicas como parte de um acordo de paz com os palestinos, esta situação poderá mudar abruptamente – e daí o alarme.

Mas o fato é que não podemos admitir mais uma tentativa palestina de reescrever a história. Uma história cheia de mentiras, fabricações e declarações que desafiam a lógica para justificar direitos injustificáveis para um povo que simplesmente não o é.

Fonte: Pletz


quarta-feira, outubro 24, 2012

A difícil equação da paz.









por Herman Glanz 







O historiador israelense, Benny Morris, um dos “novos historiadores”, grupo da linha da esquerda, em entrevista ao jornal Haaretz, de 20/09/2012, afirmou ser impossível um acordo de paz com os palestinos porque eles não aceitam a existência de um Estado de Israel no território da Palestina, que consideram englobar toda a área do Estado de Israel. Todo o conflito está centrado neste detalhe. Por esta razão, vê como impossível a solução de dois Estados. Devemos ter presente que Benny Morris escreveu livro sobre os chamados “refugiados palestinos” culpando Israel e que os “novos historiadores” chegaram a subverter toda a historiografia israelense; os livros escolares, por exemplo, não apresentavam fotografias de Herzl, Ben Gurion, Moshe Dayan, Golda Meir, mas de Gamal Abdel Nasser e Bourghiba. Tudo foi revisto.

Benny Morris explica suas conclusões, demonstrando que os árabes nunca abriram mão do território da Palestina, não havendo lugar para um Estado Judeu no local. Por outro lado, diz, a liderança judaica e sionista sempre se mostrou disposta a abrir mão de partes do território da Palestina, que fora destinada a constituir o Lar Nacional Judaico. Mostra que tal ocorreu em 1937, quando a Comissão Peel, em razão da violência árabe contra os judeus da Palestina, provocando massacres, propunha a partilha do território, (esclarecemos que já se tratava do território remanescente do Lar Nacional), mas os árabes não aceitaram, isto é, os países árabes, mas a liderança judaica e sionista aceitara. (deve ser observado que não havia povo palestino naquela ocasião, sendo a negativa pronunciada pelos países árabes). O mesmo voltou a ocorrer com a Partilha da Palestina promovida, desta vez, pela Assembleia-Geral da ONU, em 29 de novembro de 1947, aceita pela liderança judaica e sionista, e rejeitada pelos árabes (países árabes), observando-se, também, a inexistência de povo palestino em 1947.

Devemos lembrar da partilha imposta pela Inglaterra, Potência Mandatária, retirando quase 80% do território da Palestina para poder criar o Emirado da Transjordânia (hoje Jordânia), o que foi aceito pela liderança judaica e sionista, em julho de 1922, e que acabou motivando um cisma na Organização Sionista Mundial, com a renúncia de um dos seus dirigentes, Zeev Jabotinsky, contrário a essa perda de território, e cunhando um lema: “Duas margens tem o Rio Jordão – esta é nossa e a outra também. Tanto em 1922, quanto em 1937 e em 1947, a Organização Sionista tinha na direção Chaim Weizmann e David Ben Gurion. Os judeus sempre queriam um Estado, por menor que fosse, para viver em paz.

O Tratado de Paz com o Egito entregou todo o Sinai, tendo Menahem Begin afirmado que nunca o Sinai fora reivindicado pelos judeus, por isso não se opôs. Depois vieram os Acordos de Oslo, com Rabin, Shimon Peres, Ehud Barak e mesmo Natanyiahu, em governo anterior, entregando partes da Margem Ocidental em consequência dos Acordos, e, em 2005, Ariel Sharon entregou, unilateralmente, a Faixa de Gaza e mais partes da Margem Ocidental. Tudo visando a paz, num princípio de Terras por Paz, paz que nunca aconteceu.

Devemos acrescentar que outro fator que corrobora com Benny Morris é a determinação islâmica fundamentalista de que “uma vez conquistado um território, mesmo pela força, passa a constituir território islâmico perpétuo e nenhum muçulmano tem o poder de ceder tal território, no todo ou em parte”. Essa situação ficou evidente em duas ocasiões: a primeira, quando das discussões do Tratado de Paz com o Egito e existiam duas pequenas vilas no Sinai, junto da divisa com a Faixa de Gaza, levantadas logo depois de 1967 – Yamit e Sal-it. Os israelenses achavam que não haveria a menor dificuldade em mantê-las, até argumentando que quem faz a guerra e perde, paga com território e se tratava de área de tamanho insignificante.

Sadat se manteve firme, não podendo desprezar um centímetro de território e foi Begin quem cedeu. A segunda vez aconteceu com o Hotel Sonesta, em Taba, na fronteira com o Sinai, quando, por erro de locação, uma quina do prédio do hotel avançou uma insignificância sobre o Sinai – Israel cedeu tudo. Os muçulmanos nunca cedem território e quando são expulsos, se acham obrigados a retomá-lo, leve o tempo que for necessário. Esse é o caso de Al Andaluz, esperando os muçulmanos o retorno do Califado europeu.

Aliás, Mahmoud Abbas expressou isso com toda clareza, nesta semana, numa declaração na sua página oficial no Facebook. Lá ele declara francamente de que Israel está ocupando ilegalmente território palestino, não somente na Judeia e Samária, mas pelo contrário, “isso se aplica a todos os territórios que Israel ocupa de antes de junho de 1967.” E não devemos esquecer que nos Acordos de Oslo o finado Arafat disse aceitar Israel em carte à parte, não figurando nos textos da Declaração de Princípios e que a Carta da OLP, apesar dos Acordos, não foi emendada e continuam os artigos contrários à existência de Israel.

Entender uma afirmação de um historiador como Benny Morris nos mostra, sob um ângulo prático, quão difícil é a paz no Oriente Médio e não devemos esquecer, nos dias de hoje, que a Primavera Árabe nada tem a ver com Israel. O que temos permanentemente falado está agora, ao que parece, sendo entendido por outros de diferentes espectros. Devemos lamentar a situação e ter esperança de que os verdadeiros moderados surjam, e teremos paz.

terça-feira, outubro 23, 2012

A derrota dos candidatos homossexuais.



A derrota dos candidatos homossexuais.
por Julio Severo





Em conversa com o site homossexual MixBrasil, o deputado Jean Wyllys não pôde negar o desempenho gay nas últimas eleições municipais. Ele classificou de “fiasco” o resultado das urnas. Se somados todos os votos recebidos pelas mais de 150 candidaturas homossexuais em todo o Brasil, o número final é insignificante: 106 mil votos.




""Falei pelo telefone com o deputado Jean Wyllys nesta semana para uma reportagem da próxima edição da JUNIOR e, entre tantas coisas, comentamos as últimas eleições municipais. Ele classificou de “fiasco” o resultado das urnas. Se somados todos os votos recebidos pelas mais de 150 candidaturas de LGBT, chegamos a um número irrisório: 106 mil votos. No Brasil todo. Veja bem. 

Temos um problema. Reclamamos tanto dos telepastores que detonam os direitos gays, vociferamos contra as bancadas evangélicas e suas tentativas de derrubar a união civil, de implantar Dia do Orgulho Hétero e de esvaziar o PLC 122. Mas, convenhamos, eles dão voto. A gente não. E vai ficando difícil negociar. 

Há muitas questões por trás dos sucessivos fracassos nas urnas. Mas, em especial, o que faltam são representantes. Gente que agrade as mais diversas fatias do eleitorado. Dos gays da classe média às travestis, passando pelas lésbicas, militantes e empresários. Jean conseguiu esse feito. Não sei como, mas ele é bem aprovado e respeitado até pelos mais à direita""...


Esse número está muito abaixo de 1 por cento da população brasileira. Se o número de uns 17 milhões de gays brasileiros, alardeados pelos grupos gays e pelo governo, fosse verdadeiro, então o resultado das urnas apontou uma revelação muito importante: a população gay em massa não quer saber de ativista gay entrando na política para impor seu supremacismo gay neles e em nós.


Mas é evidente que o número de 17 milhões de gays, computado a partir da manipulação estatística de Alfred Kinsey, é totalmente falso e ridículo. O número de gays no Brasil deve estar entre 2 e 3 por cento, o que daria uma população de uns 4 a 6 milhões de indivíduos.
Mesmo assim, o problema é imenso para os ativistas gays. Os 106 mil votos representam menos de 3 por cento de uma suposta população gay de 4 milhões de indivíduos.
A população gay está dando um sonoro “não”, acompanhado de um belo chute no traseiro, aos ativistas gays na política!


O MixBrasil disse:


“Reclamamos tanto dos tele-pastores que detonam os direitos gays, vociferamos contra as bancadas evangélicas e suas tentativas de derrubar a união civil, de implantar Dia do Orgulho Hétero e de esvaziar o PLC 122. Mas, convenhamos, eles dão voto. A gente não”.

E não é de hoje que os tele pastores são encarados como uma grande dor de cabeça para os ativistas gays e sua agenda doida e agressiva. Recentemente, desmascarei como o programa Fantástico, da Globo, mostrou de forma maquiada ativistas gays e um pastor presbiteriano extremamente incomodados com os tele pastores.


Nota: E tudo porque é impossível revogar o que na Bíblia está escrito:

“Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é” (Lv 18.22).

“Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles”(Lv 20:13).




"Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro" (Romanos 1:26-27).

"Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas . . . herdarão o reino de Deus" (1 Coríntios 6:9-10).


A farsa ianomâmi e a cobiça internacional sobre a Amazônia.






por Roberto Gama e Silva(*)



A jornalista que inventou os “ianomâmis” não agiu por conta própria, mas influenciada pela organização denominada Conselho Mundial de Igrejas, com sede na Suíça.


Nos tempos da infância e da adolescência que passei em Manaus, minha cidade natal, nunca ouvi a mais leve referência ao grupamento indígena denominado “ianomâmi”, nem mesmo nas excursões que fiz ao território, acompanhando o meu avô materno, botânico de formação, na sua incessante busca por novas espécies de orquídeas. Tinha eu absoluta convicção sobre a inexistência desse grupo indígena, principalmente depois que aprendi que a palavra “ianomâmi” era um nome genérico aplicado ao “ser humano”.

Recentemente, caiu-me nas mãos o livro “A Farsa Ianomâmi”, escrito por um oficial de Exército brasileiro, de família ilustre, o coronel Carlos Alberto Lima Menna Barreto; credenciava o autor do livro a experiência adquirida em duas passagens demoradas por Roraima, a primeira, entre 69 e 71, como comandante da Fronteira de Roraima/ 2º Batalhão Especial de Fronteira, a segunda, quatorze anos depois, como secretário de Segurança do antigo Território Federal.

Menna Barreto procurou provar que os “ianomâmis” haviam sido criados por estrangeiros, com o intuito claro de configurar a existência de uma “nação” indígena espalhada ao longo da fronteira com a Venezuela. Para tanto citou trechos de obras publicadas por cientistas estrangeiros que pesquisaram a região na década iniciada em 1910, notadamente o alemão Theodor Koch-Grünberg, autor do livro “Von Roraima zum Orinoco, reisen in Nord Brazilien und Venezuela in den jahren 1911-1913”.

Embora convencido pelos argumentos apresentados no livro, ainda assim continuei minha busca atrás de uma personalidade brasileira que tivesse cruzado a região, em missão oficial do nosso governo, e que tivesse deixado documentos arquivados na repartição pública de origem. Aí, então, não haveria mais motivo para dúvidas.

Definido o que deveria procurar, foi muito fácil selecionar o nome de um dos “Gigantes da Nacionalidade”, embora pouco conhecido pelos compatriotas de curta memória: o almirante Braz Dias de Aguiar, o “Bandeirante das Fronteiras Remotas”

Braz de Aguiar, falecido em 17 de setembro de 1947, ainda no cargo de “Chefe da Comissão Demarcadora de Limites – Primeira Divisão”, prestou serviços relevantes ao país durante 40 anos corridos, sendo que destes, 30 anos dedicados à Amazônia, por ele demarcada por inteiro.

Se, nos dias correntes, o Brasil já solucionou todas as pendências que recaíam sobre os 10.948 quilômetros que separam a nossa maior região natural dos países vizinhos, tudo se deve ao trabalho incansável e competente de Braz de Aguiar, pois de suas observações astronômicas e da precisão dos seus cálculos resultaram mais de 500 pontos astronômicos que definem, juntamente com acidentes naturais, essa longa divisória.

Todas as campanhas de Braz de Aguiar foram registradas em detalhados relatórios despachados para o Ministério das Relações Exteriores, a quem a Comissão Demarcadora era subordinada.

Além desses relatórios específicos, Braz de Aguiar ainda fez publicar trabalhos detalhados sobre determinadas áreas, que muito contribuíram para desvendar os segredos da Amazônia.

Um desses trabalhos denominado “O Vale Do Rio Negro”, classificado pelo Chefe da “Comissão Demarcadora de Limites – Primeira Divisão” como um subsídio para “a geografia física e humana da Amazônia”, foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores no mês de janeiro de 1944, trazendo no seu bojo a resposta definitiva à indagação “Ianomâmi! Quem?

No tocante às tribos indígenas do Vale do Rio Negro, incluindo as do tributário Rio Branco, afirma o trabalho que “são todas pertencentes às famílias Aruaque e Caribe, sem aludir à existência de alguns povos cujas línguas se diferenciam profundamente das faladas pelas duas coletividades citadas”. Prossegue o autor: “Tais povos formam as chamadas tribos independentes, que devem ser consideradas como restos de antigas populações cuja liberdade foi grandemente prejudicada pela ação opressora de vizinhos poderosos”. Também os índios “tucanos” constituem uma família a parte, complementa o trabalho.

Dito isto, a obra cita os nomes e as localizações das tribos aruaques no Vale do Rio Negro, em número de treze, sem que da relação conste a pretensa tribo “ianomâmi”.

Em seguida, foram listadas as tribos caribes, bem como a sua localização: ao todo são sete as tribos, também ausente da relação o nome “ianomâmi”. Dentre as chamadas tribos independentes do Rio Negro, em número de cinco, também não aparece qualquer citação aos “ianomâmis”.

Para completar o quadro, a obra elaborada por Braz de Aguiar ainda faz menção especial ao grupo “tucano”, pelo simples fato de compreender quinze famílias, divididas em três ramos: o oriental, que abrange as bacias dos rios Uaupés e Curicuriari; a ocidental, ocupando as bacias do Napo, Putumaio e alto Caquetá, e o setentrional, localizado nas nascentes do rio Mamacaua. Os “ianomâmis” também não apareceram entre os “tucanos”.

Para completar a listagem dos povos da bacia do Rio Negro, a obra ainda faz menção a uma publicação de 1926, composta pelas “Missões Indígenas Salesianas Do Amazonas”, que descreve todas as tribos da bacia do Rio Negro sem mencionar a existência dos “ianomâmis”.

Assim sendo, pode-se afirmar, sem medo de errar, que esse povo “não existiu e não existe” senão nas mentes ardilosas dos inimigos do Brasil.

Menna Barreto e outras fontes fidedignas afirmam que coube a uma jornalista romena, Claudia Andujar, mencionar, pela primeira vez, em 1973, a existência do grupo indígena por ela denominado “ianomâmi”, localizado em prolongada faixa vizinha à fronteira com a Venezuela.

Interessante ressaltar que a jornalista que inventou os “ianomâmis” não agiu por conta própria, mas influenciada pela organização denominada “Christian Church World Council” (Conselho Mundial de Igrejas) sediada na Suíça, que, por seu turno, é dirigida por um Conselho Coordenador instruído por seis entidades internacionais: “Comitê International de la Defense de l´Amazon”; “Inter-American Indian Institute”; “The International Ethnical Survival”; “The International Cultural Survival”; “Workgroup for Indigenous Affairs” e “The Berna-Geneve Ethnical Institute”.

Releva, ainda, destacar o texto integral do item I, das “Diretrizes” da organização referentes ao Brasil: “É nosso dever garantir a preservação do território da Amazônia e de seus habitantes aborígines, para o seu desfrute pelas grandes civilizações européias, cujas áreas naturais estejam reduzidas a um limite crítico”.

Ficam assim bem caracterizadas as intenções colonialistas dos membros do Conselho Mundial de Igrejas, ao incentivarem a invenção dos ianomâmis e a sua localização ao longo da faixa de fronteiras.

Trata-se de iniciativa de fé púnica a artificiosa invenção de um grupo étnico para permitir que estrangeiros venham a se apropriar de vasta região do Escudo das Guianas, pertencente ao Brasil e, provavelmente, rica em minérios. O ato se reveste de ilegitimidade passiva e de impossibilidade jurídica. Sendo, pois, um ato criminoso, a criação de “Reserva Ianomâmi” deve ser anulada e, em seguida, novo estudo da área deverá ser conduzido para o possível estabelecimento de novas reservas, agora descontínuas, para abrigar os grupos indígenas instalados na mesma zona, todos eles afastados entre si, por força do tradicional estado de beligerância entre os grupos étnicos aruaques e caribes.

Outras providências legais devem ser adotadas, todavia, para enquadrar os “zelosos” funcionários da Funai que se deixaram enganar e os “competentes” servidores do Ministério da Justiça que induziram o ministro da pasta e o próprio Presidente da República a aprovarem a decretação de reserva para um grupo indígena inexistente.

Sobre estes últimos poderia ser aplicada a “Lei de Segurança Nacional”, artigos 9 e 11, por terem eles contribuído para um futuro seccionamento do território nacional e um possível desmembramento do mesmo para entrega a outro ou outros Estados.

Fonte:Publicado na Tribuna da Imprensa.
(*)Roberto Gama e Silva é almirante reformado.


Ainda sobre a farsa ianomâmi, fala o Coronel (ref) Rubem Moura Jardim, no blog brasil.iwarp.com:

É sabido que durante o governo Collor foi decretada a demarcação de vastíssima "Reserva Ianomami", de cerca de 97 mil Km2, destinada a uma suposta preservação da referida tribo. Tal reserva, além de chamar à atenção pela enorme área em relação à pequena população indígena lá existente, ainda uma parte se encontra situada na faixa de fronteira de 150 Km, o que desrespeita o parágrafo 2º, inciso XI, do Art. 20 da nossa Constituição. 

Infelizmente, o Coronel Menna Barreto faleceu no ano passado. Era distinto oficial da Arma de Infantaria, pára-quedista e com o curso de Comando e Estado-Maior do Exército. Depois de comandar o 26º Batalhão de Infantaria Pára-quedista, foi designado Comandante do 2º Batalhão Especial de Fronteira e, a seguir, Comandante do Comando de Fronteira de Roraima (em território abrangido pela "Reserva Ianomami", durante os anos de 1969, 1970, 1971). Posteriormente, foi Secretário de Segurança Pública do atual Estado de Roraima, ao longo dos anos de 1985, 1986, 1987, 1988, portanto, com larga e prolongada vivência nos assuntos daquela região amazônica.
No desempenho daquelas atribuições funcionais, o Coronel Menna Barreto percorreu seguidamente o território da chamada "Reserva Ianomami", não encontrando, por incrível que possa parecer, nenhuma tribo com esse nome dentre as 18 relacionadas, fruto de suas minuciosas pesquisas "in loco". 

Concluiu daí, o ilustre militar, com sua competência e zelo profissional, que a tribo Ianomami não passa de história de ficção ou de uma farsa, o que o levou a dar o título ao seu livro: "A Farsa Ianomami". 

No citado livro, o Coronel Menna Barreto informa que a possível origem do nome "Ianomami" de corre de uma referência feita por uma jornalista belga, Claudia Andujar, que desembarcou no Brasil como fotógrafa. A julgar pela profissão e origem, faltava a essa belga competência para batizar nome de tribo de índio no Brasil.
Esclarece em seu livro que em suas investigações feitas e em estudos realizados por Antropólogos e Indianistas que percorreram a área em questão, jamais encontrou qualquer referência à tribo "Ianomami". 

Em respaldo às afirmações do Coronel Menna Barreto, cabe acrescentar não ter sido encontrada na publicação intitulada "Índios do Brasil" (IIº volume), de autoria do saudoso e respeitado indianista Marechal Cândido Mariano da Silva Rondom, edição 1958 do antigo "Conselho Nacional de Proteção aos Índios", nenhuma alusão à tribo "Ianomami", dentre as levantadas na região. Dentre as seis tribos arroladas por ele no vale do Rio Uraricoera, em Roraima, apenas quatro encontram-se entre as 18 tribos de Roraima da relação do Coronel Menna Barreto, e nenhuma é da tribo "Ianomami". 

Ressalte-se que no livro, o Coronel Menna Barreto denunciou haver evidências de interesses internacionais na demarcação de tão vasta área, acrescentando existirem na região, pequenos grupos remanescentes de índios de várias tribos, com língua, costumes e aspectos físicos diferentes, os quais, por interesses inconfessáveis ou suspeitos, estão sendo relacionados sob o mesmo rótulo de "Ianomami".
Finalmente, seria conveniente saber em quais estudos antropológicos e pesquisas indianistas o Governo Collor se baseou para mandar executar a demarcação da "Reserva Ianomami". No caso de ficar constatada sua inexatidão, falha nos dados existentes à respeito da tribo "Ianomami" ou descumprimento do parágrafo 2º, alínea XI, do Art. 20 da nossa Constituição, o melhor seria tornar sem efeito essa extemporânea demarcação, e porque não dizer, subjetiva "Reserva Ianomami". 




segunda-feira, outubro 22, 2012

Dívida histórica.





por Percival Puggina



A tal dívida histórica não encontra devedores vivos de quem possa ser cobrada. É tolice e é anti-histórico.

Tem sido dito que a política de cotas, raciais ou sociais, resgata uma dívida histórica. Dívida de quem? Dos brancos para com os negros e os índios, afirmará alguém com furor justiceiro. Pergunto: dos brancos assim, tipo todo mundo? Milhões de brasileiros descendem de europeus emigrantes de seus países de origem por injustiças que contra eles se praticavam. Nada tinham com a encrenca da escravidão aqui. Também são devedores? Muitos brancos portugueses foram enviados a contragosto para o desterro no Brasil, onde arribaram tão "pelados" quanto os índios. Seus descendentes também têm dívida a pagar? Segundo essa linha de raciocínio, sou conduzido a crer que eu teria uma dívida histórica a cobrar da Itália e que os descendentes dos desterrados portugueses teriam outra na velha terrinha, ora pois. Absurdo.

Tudo que é dado tem um preço. Vejamos como se aplica essa constatação a uma política de cotas. Quando uma universidade pública as estabelece, ela está dando a determinado grupo social a possibilidade de acessar seus cursos mediante notas inferiores às dos candidatos que não pertencem a tal grupo. Trata-se de uma regalia custeada por concorrentes que não integram o grupo privilegiado. A fatura da vantagem concedida vai para aqueles que poderiam ter ingressado e não ingressaram. Isso é inquestionável.

Quem concorda com a lei de cotas, embora motivado por nobres intenções, olha para um prato da balança da justiça e fecha os olhos para o outro. Vê o beneficiado e desconsidera o prejudicado. Por quê? Não sei. Jamais topei com um vestibulando do grupo fraudado que considere justa a adoção das cotas. O apoio a tais políticas, concedido por quem nada tem a perder com elas, é generosa barretada com o chapéu alheio. É dar presente com o cartão de crédito dos outros. Não é justo. Nem honesto.

A tal dívida histórica não encontra devedores vivos de quem possa ser cobrada. É tolice e é anti-histórico. O que o Brasil tem é uma necessidade de resolver seus desajustes sociais. Admitir que essa tarefa existe implica assumi-la como dever moral da nação. Vale dizer, de todos os brasileiros, como membros de uma sociedade que estampa infames desníveis. A miséria, a ignorância, a falta de oportunidades não têm cor de pele. O absurdo da lei de cotas é jogar no colo do estudante branco da escola particular o ônus dessas correções. A responsabilidade maior e a maior potencialidade material para combater tais desníveis é da política, do Estado brasileiro, mediante instrumentos não expropriatórios. Aliás, no que concerne à educação, a política de cotas equivale a pretender resolver o problema de fundações de um prédio nivelando seu telhado. Para cada formando pela política de cotas, todo ano, em virtude das muitas deficiências dos ensinos Fundamental e Médio, a base do sistema afasta do tecido social centenas de crianças cuja educação está sob responsabilidade de quem? De quem pretende enxugar gelo, em nome da justiça, com a lei de cotas.

Enchem páginas de jornal as matérias sobre o péssimo nível de ensino no país, o abandono dos cursos voltados para a educação e o quanto isso obsta nosso desenvolvimento. A melhoria do ensino básico tem custo. E é mais barato posar de justiceiro com os direitos alheios do que fechar as torneiras pelas quais se esvaem recursos que deveriam servir para acabar com a injustiça ali onde ela crava perversas raízes sobre o destino de milhões de crianças.

Fonte: Jornal Zero Hora


sexta-feira, outubro 19, 2012

PAULO FREIRE UMA INUTILIDADE.


PAULO FREIRE UMA INUTILIDADE.

Um patrono à altura.
por Carlos Ramalhete(*)




Vivemos atualmente a dissolução de uma sociedade edificada ao longo de milênios. É uma longa e bela construção, fundada na filosofia grega e no personalismo judaico-cristão, e burilada ao longo dos séculos. Essa sociedade nos deu a noção de que todos têm direitos inalienáveis; que a natureza pode e deve ser estudada e, ao mesmo tempo, preservada; que o Belo e o Bom têm valor. Deu-nos as universidades, a democracia representativa, o reconhecimento da dignidade dos mais fracos.

Este imenso patrimônio cultural é a herança a que cada brasileiro tem – ou teria – direito. O que vemos, contudo, é o oposto. Mais de um terço dos universitários são analfabetos funcionais. As escolas servem à doutrinação política e à “desmitificação” dos valores da nossa sociedade, deixando de lado o ensino e a preservação da cultura.

Paulo Freire, um dos maiores culpados deste estado de coisas no Brasil, recebeu, com razão, o título de “Patrono da Educação Brasileira”. É justo que ele seja o patrono de uma “educação” que não é capaz de ensinar a ler e escrever, mas que martela nos alunos uma visão tão deturpada do mundo que é mais fácil encontrar dez estudantes que creiam que a luta de classes é uma lei da natureza que achar um que saiba enunciar a Segunda Lei da Termodinâmica.

A História e a Geografia passam a ser apenas denúncia de supostas monstruosidades; o vernáculo, na melhor das hipóteses, uma tentativa de reproduzir a verbalidade. As ciências – deixadas quase de lado –, uma sucessão de conteúdos “bancários”, no dizer dos seguidores do falso profeta recifense. Faz-se força para enfiar alguma ideologia nas ciências, mas não há luta de classes na Química ou opressão econômica na Física. Fica difícil.

Só o que fez este triste patrono foi descobrir que o aluno é um público cativo para a doutrinação marxista. A educação deixa de ser uma abertura para o mundo, uma chance de tomar posse de nossa herança cultural, e passa a ser apenas a isca com a qual se há de fisgar mais um inocente útil para destruir a herança que não conhece.

As matérias pedagógicas da licenciatura resumem-se hoje à repetição incessante, em palavras levemente diferentes, das mesmas inanidades iconoclastas. Os cursos da área de Humanas, com raras exceções, são mais do mesmo, sem outra preocupação que não acusar aquilo que não se dá ao aluno a chance de conhecer. O que seria direito dele receber como herança.

Paulo Freire é o patrono da substituição de conhecimento por ideologia, de aprendizado por lavagem cerebral. Merece o título.

(*)Carlos Ramalhete é professor.


A propósito do assunto Paulo Freire, fuçando daqui e dali encontrei no blog do Contra algo de estarrecer os e as PauloFreiretes de plantão:

"Certa vez, por obrigação profissional, tive de fazer uma palestra-louvação sobre Paulo Freire. Foi um dos momentos mais constrangedores de minha vida. Já sabendo que o famoso "método" inventado por essa vaca sagrada do esquerdismo tupiniquim não vale uma promessa de Lula ou de Dilma Rousseff, engoli em seco minha opinião e passei cerca de uma hora enaltecendo-o, reproduzindo o discurso oficial perante uma platéia de devotos da seita freiriana. 


Por isso me senti vingado pelo texto a seguir, do professor Olavo de Carvalho. Com o estilo e a verve habituais - e, principalmente, com fatos e argumentos -, OC demole mais esse deus do panteão esquerdista, recolocando-o em seu devido lugar. Demonstra, de forma cabal, que o tal "método", assim como a fama de Freire, não tem nada a ver com educação, mas com ideologia. Se eu pudesse voltar no tempo, começaria aquela palestra com a pergunta feita por OC já na primeira frase. Poucas vezes transcrevi um texto com tanto gosto como faço agora. (GB)"


O Texto é de Olavo de Carvalho:


Vocês conhecem alguém que tenha sido alfabetizado pelo método Paulo Freire? Alguma dessas raras criaturas, se é que existem, chegou a demonstrar competência em qualquer área de atividade técnica, científica, artística ou humanística? Nem precisam responder. Todo mundo já sabe que, pelo critério de “pelos frutos os conhecereis”, o célebre Paulo Freire é um ilustre desconhecido.


As técnicas que ele inventou foram aplicadas no Brasil, no Chile, na Guiné-Bissau, em Porto Rico e outros lugares. Não produziram nenhuma redução das taxas de analfabetismo em parte alguma.

Produziram, no entanto, um florescimento espetacular de louvores em todos os partidos e movimentos comunistas do mundo. O homem foi celebrado como gênio, santo e profeta.

Isso foi no começo. A passagem das décadas trouxe, a despeito de todos os amortecedores publicitários, corporativos e partidários, o choque de realidade. Eis algumas das conclusões a que chegaram, por experiência, os colaboradores e admiradores do sr. Freire:

“Não há originalidade no que ele diz, é a mesma conversa de sempre. Sua alternativa à perspectiva global é retórica bolorenta. Ele é um teórico político e ideológico, não um educador.” (John Egerton, “Searching for Freire”, Saturday Review of Education, Abril de 1973.)

“Ele deixa questões básicas sem resposta. Não poderia a ‘conscientização’ ser um outro modo de anestesiar e manipular as massas? Que novos controles sociais, fora os simples verbalismos, serão usados para implementar sua política social? Como Freire concilia a sua ideologia humanista e libertadora com a conclusão lógica da sua pedagogia, a violência da mudança revolucionária?” (David M. Fetterman, “Review of The Politics of Education”, American Anthropologist, Março 1986.)

“[No livro de Freire] não chegamos nem perto dos tais oprimidos. Quem são eles? A definição de Freire parece ser ‘qualquer um que não seja um opressor’. Vagueza, redundâncias, tautologias, repetições sem fim provocam o tédio, não a ação.” (Rozanne Knudson, Resenha da Pedagogy of the Oppressed; Library Journal, Abril, 1971.)

“A ‘conscientização’ é um projeto de indivíduos de classe alta dirigido à população de classe baixa. Somada a essa arrogância vem a irritação recorrente com ‘aquelas pessoas’ que teimosamente recusam a salvação tão benevolentemente oferecida: ‘Como podem ser tão cegas?’” (Peter L. Berger, Pyramids of Sacrifice, Basic Books, 1974.)

“Alguns vêem a ‘conscientização’ quase como uma nova religião e Paulo Freire como o seu sumo sacerdote. Outros a vêem como puro vazio e Paulo Freire como o principal saco de vento.” (David Millwood, “Conscientization and What It's All About”, New Internationalist, Junho de 1974.)

“A Pedagogia do Oprimido não ajuda a entender nem as revoluções nem a educação em geral.” (Wayne J. Urban, “Comments on Paulo Freire”, comunicação apresentada à American Educational Studies Association em Chicago, 23 de Fevereiro de 1972.)

“Sua aparente inabilidade de dar um passo atrás e deixar o estudante vivenciar a intuição crítica nos seus próprios termos reduziu Freire ao papel de um guru ideológico flutuando acima da prática.” (Rolland G. Paulston, “Ways of Seeing Education and Social Change in Latin America”, Latin American Research Review. Vol. 27, No. 3, 1992.)

“Algumas pessoas que trabalharam com Freire estão começando a compreender que os métodos dele tornam possível ser crítico a respeito de tudo, menos desses métodos mesmos.” (Bruce O. Boston, “Paulo Freire”, em Stanley Grabowski, ed.,Paulo Freire, Syracuse University Publications in Continuing Education, 1972.)

Outros julgamentos do mesmo teor encontram-se na página de John Ohliger, um dos muitos devotos desiludidos (http://www.bmartin.cc/dissent/documents/Facundo/Ohliger1.html#I).


Não há ali uma única crítica assinada por direitista ou por pessoa alheia às práticas de Freire. Só julgamentos de quem concedeu anos de vida a seguir os ensinamentos da criatura, e viu com seus própios olhos que a pedagogia do oprimido não passava, no fim das contas, de uma opressão da pedagogia.

Não digo isso para criticar a nomeação póstuma desse personagem como “Patrono da Educação Nacional”. Ao contrário: aprovo e aplaudo calorosamente a medida. Ninguém melhor que Paulo Freire pode representar o espírito da educação petista, que deu aos nossos estudantes os últimos lugares nos testes internacionais, tirou nossas universidades da lista das melhores do mundo e reduziu para um tiquinho de nada o número de citações de trabalhos acadêmicos brasileiros em revistas científicas internacionais. Quem poderia ser contra uma decisão tão coerente com as tradições pedagógicas do partido que nos governa? Sugiro até que a cerimônia de homenagem seja presidida pelo ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, aquele que escrevia “cabeçário” em vez de “cabeçalho”, e tenha como mestre de cerimônias o principal teórico do Partido dos Trabalhadores, dr. Emir Sader, que escreve “Getúlio” com LH. A não ser que prefiram chamar logo, para alguma dessas funções, a própria presidenta Dilma Roussef, aquela que não conseguia lembrar o título do livro que tanto a havia impressionado na semana anterior, ou o ex-presidente Lula, que não lia livros porque lhe davam dor de cabeça.

Fontes: Midia Sem Máscara, Blog do Contra, Olavo de Carvalho

quinta-feira, outubro 18, 2012

Ataque ao terceiro cofre do Brasil.





por Luiz Santilli Jr. 


No Brasil existe três grandes cofres, o da União, o do Estado de São Paulo e o da Cidade de São Paulo. O maior, o da União, já foi abocanhado pelo PT em seu projeto de perpetuação no poder, a qualquer custo.
O segundo e o terceiro cofres ainda não foram usurpados pelo petismo, porém o esforço para isso é imenso. Seria um volume monumental de recursos para o projeto de eternizar-se no poder, além de uma máquina administrativa poderosa para as nomeações dos apaniguados e amigos que perderam eleições.

Em 2010, quando Lula “inventou” Dilma, à revelia do próprio PT e as perspectivas sombrias eram de que ela seria eleita, em vista da extraordinária popularidade de seu mentor, Serra apresentou-se como uma opção que poderia barrar essa manobra hegemônica do PT.

Serra deixou a Prefeitura de São Paulo e obteve na Capital uma vitória marcante sobre Dilma, com mais de 50% dos votos dos paulistanos, na luta contra o êxito do Lulopetismo em nossa cidade.

Registre-se que essa popularidade de Lula adveio da transformação da Bolsa Estudo de FHC, em Bolsa Família pelo Lula, e que de fato tirou da pobreza uma grande parcela do povo brasileiro, porém transformado seus beneficiários em eternos dependentes das benesses públicas, sem o incentivo de crescimento socioeconômico que a Bolsa Escola proporcionara e jogou nas costas da antiga classe média o ônus do pagamento.

Os pobres melhoraram e a classe media empobreceu com o volume avassalador de taxas e impostos da era Lula.
Agora, com Haddad no páreo, criatura de Lula, assim como foi Dilma, volta rondar nossa terra o perigo da tomada do terceiro cofre do Brasil.

A eventual eleição de Haddad representa muito mais uma vitória de Lula, no projeto de tomada dos cofres do País,para servir aos seus objetivos de perpetuação do PT no poder.
Agora alguns hipócritas estão crucificando Serra por ter “abandonado” a Prefeitura em 2010, quando na época votaram maciçamente nele, com medo do rolo compressor Lula/Dilma.

Acrescente-se que José Serra sempre que foi chamado a ocupar cargos públicos nesta República sempre teve um desempenho honesto e competente, seja como Ministro de Estado, Governador de São Paulo e Prefeito.

Já Haddad, político de pouca experiência, quando Ministro da Educação, frequentou a mídia por atos de incompetência e de fraudes.
O segundo turno da eleição à Prefeitura de São Paulo se reveste de uma importância impar, vamos decidir se o PT toma mais esta base de riquezas para seus projetos megalomaníacos de hegemonia, ou se os paulistanos de nascimento e de coração serão mais uma vez coerentes com os nossas tradições de escolher bons administradores para nossa cidade, que se mantém como a maior e mais importante do Brasil e não pode ser entregue a políticos a serviço de Lula.

Os eleitores de Serra de 2010 devem ser coerentes ao votarem agora no segundo turno.


quarta-feira, outubro 17, 2012

A Guerra Santa não Deixa de Ser Guerra.













A Guerra Santa não Deixa de Ser Guerra.

por Herman Glanz 

Integrante do grupo palestino Jihad Islâmica 


Em 30 de agosto passado, num debate no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a guerra civil na Síria, que causara, só naquele mês de agosto, mais de 5000 mortes, o representante sírio, Bashar al-Jafari, culpava os países ocidentais pelo apoio aos rebeldes sírios, especialmente a França, que foi Potência Mandatária, por ter promovido uma mistura de etnias no seu país, o que levou à guerra atual.

O Ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, presente, respondeu que, ao se falar contra o Mandato francês, lembrava que o avô do atual Presidente sírio, em carta que se encontra no Ministério do Exterior, da qual poderia fornecer uma cópia ao representante sírio, pedira à França para não conceder independência à Síria. Esse documento, recebido na França em de 15 de junho de 1936, já foi publicado no jornal libanês Al-Nahrar e no jornal egípcio Al-Ahram, e o professor Dr. Mordechai Kedar, da Universidade Bar-Ilan, apresentou a tradução integral do mesmo; (comentários entre parêntesis). A carta faz um elogio aos sionistas e demonstra que a paz de Israel com os árabes muçulmanos se mostra impossível. Apresentamos, a seguir, tradução da referida carta:

“Prezado Sr. Leon Blum, Primeiro-Ministro da França

Diante das negociações que estão se desenrolando entre a França e a Síria, nós – os líderes Alawitas na Síria – respeitosamente submetemos os seguintes pontos à consideração Vossa Senhoria e ao seu Partido (Partido Socialista Francês):

1 – A Nação Alawita (sic) que se tem mantida independente durante anos por meio de muito sacrifício, zelo e mesmo submetida a ataques mortíferos, é uma nação diferente da Nação Muçulmana sunita na sua fé religiosa, costumes e história. Nunca houve ocasião em que a Nação Alawita (que vive nos montes da costa ocidental da Síria) estivesse sob domínio dos muçulmanos que governam as cidades do interior do país.

2 – A Nação Alawita recusa ser anexada à Síria muçulmana, porque a religião islâmica, passando a ser considerada a religião oficial do país, fará a Nação Alawita ser tida como herege pela religião islâmica. Em vista deste fato, solicitamos venha a levar em consideração o perigoso e terrível destino que aguarda os alawitas caso se vejam forçados a uma anexação à Síria quando do fim do Mandato (da França), de forma que os muçulmanos conquistarão o poder de impor as leis que derivam da sua religião. (de acordo com o Islã, quem professar culto herege tem a oportunidade de se converter ao islamismo ou sofrer a jihad).

3 –Conceder a independência à Síria e cancelar o Mandato seria um bom exemplo para os princípios socialistas da Síria, mas o significado de completa independência representará o domínio por algumas poucas famílias muçulmanas sobre a Nação Alawita na Cilícia, Askadron (a Faixa de Alexandreta, que a França destacou da Síria e anexou à Turquia, em 1939) e sobre os Montes de Ansariyya (os Montes da parte ocidental da Síria, que constituem uma continuação topográfica dos Montes do Líbano). Até mesmo a existência de um Parlamento e um governo constitucional não asseguram a liberdade dos cidadãos. Tal controle parlamentar é somente uma fachada, desprovido de qualquer valor, e a verdade é que será controlado pelo fanatismo religioso que subjugará as minorias. Desejam os líderes da França que muçulmanos controlem os alawitas e os atirem no fosso da miséria?

4 – O espírito de fanatismo e as estreitas ideias, cujas raízes se encontram profundamente entranhadas no coração dos árabes muçulmanos para com aqueles que não são muçulmanos, é o espírito que alimenta continuamente a religião muçulmana, e portanto não existe esperança de que a situação mudará. Caso o Mandato se encerre, o perigo de morte e destruição será uma ameaça constante para com as minorias na Síria, mesmo que ao se encerrar (o Mandato), se decrete liberdade de pensamento e religião. Isto porque observamos, hoje em dia, como os muçulmanos de Damasco forçam os judeus, que lá vivem sob seu mando, a firmar documento que os proíbem de enviar alimentos para os seus irmãos judeus que estão sofrendo uma catástrofe na Palestina (eram os tempos da Grande Rebelião Árabe de 1936/37, promovendo matança dos judeus), constituindo a situação dos judeus na Palestina a mais forte e concreta prova da importância que o problema religioso representa para os muçulmanos árabes para com aqueles que não pertencem ao Islã. Esses bons judeus, que trouxeram civilização e paz para os árabes muçulmanos, e distribuíram riqueza e prosperidade para a terra da Palestina, não prejudicaram ninguém, não tendo tomado nada pela força e, no entanto, os muçulmanos declararam a Guerra Santa contra eles e não hesitaram em promover uma carnificina contra mulheres e crianças, a despeito do fato da Inglaterra se achar na Palestina e a França na Síria. Por isso, um futuro negro aguarda os judeus e outras minorias se o Mandato for encerrado e a Síria Muçulmana vier a se unir à Palestina Muçulmana. Essa união é o objetivo final dos árabes muçulmanos..

5 – Muito apreciamos sua generosidade de espírito defendendo o povo sírio e o desejo de promover a sua independência, mas a Síria, no presente momento, está longe do elevado objetivo que aspiram para com ela, porque a Síria ainda se encontra amarrada ao espírito do feudalismo religioso. Achamos que o governo francês e o Partido Socialista Francês não concordarão com a independência da Síria, caso sua implementação cause a subjugação da Nação Alawita, colocando a minoria alawita em perigo de morte e destruição. Não pode ocorrer que Vossa Senhoria concorde com a exigência síria (nacionalista) de anexar a Nação Alawita à Síria, porque os elevados princípios de Vossa Senhoria – se comungam a ideia de liberdade – façam acatar uma situação na qual uma nação (a muçulmana) tenta bloquear a liberdade de outra (a alawita), forçando a anexação.

6 – A França pode incluir a garantia dos direitos dos alawitas e outras minorias no texto do Tratado (o Tratado Franco-Sírio, que define as relações entre os Estados), mas enfatizamos a Vossa Senhoria que tratados não têm valor para a mentalidade síria-islâmica. Já vimos tal fato anteriormente, com o Pacto firmado entre a Inglaterra e o Iraque, que proibia os iraquianos de maltratarem e assassinarem os assírios e yázidis.(curdos do norte do Iraque).

A Nação Alawita que nós, abaixo assinados, representamos, suplica em alto e bom som ao governo da França e ao Partido Socialista Francês, e requer que garantam a sua liberdade e independência dentro dos seus pequenos limites (vejam: um Estado Alawita independente!). A Nação Alawita deposita seu bem-estar nas mãos dos líderes do Partido Socialista Francês e espera encontrar amplo suporte para uma nação que demonstra grande amizade e que já prestou à França grande serviço e atualmente se encontra em perigo de morte e destruição.

Assinados: Aziz Agha al-Hawash, Mahmud Agha Jadid, Mahmud Bek Jadid, Suleiman Asad (avô de Hafez, o pai de Bashir), Suleiman al-Murshid, Mahmud Suleiman al-Ahmad.”

Nada poderia ser mais claro e, por outro lado, explica a fúria assassina de Bashar Assad, porque os alawitas sabem que, se os sunitas, ou xiitas, tomarem o poder já têm o exemplo do ocorrido com Khadafi da Líbia. O Ponto 6 da mesma carta, que fora dirigida a Leon Blum, então Primeiro-Ministro francês, do Partido Socialista, traz um esclarecimento contundente sobre o valor dos tratados com os muçulmanos.

Quando a Presidente Dilma Rousseff, na abertura da Assembleia-Geral da ONU, dia 25 de setembro passado, falou em solução diplomática para a Síria, e contra solução militar, o avô de Bashar Assad, juntamente com outros alawitas, advertiam dos perigos e falava das desgraças e terrível destino que pairavam para os divergentes de um islã predominante. Os alawitas lutam com crueldade para não “perderem as cabeças”, literalmente, cometendo atrocidades, para se manterem vivos, pois, em caso de domínio sunita, (ou xiita), serão massacrados, caso não consigam uma situação separatista. No caso de Israel, portanto, deve-se lutar para sobreviver, mesmo que os bons judeus tenham trazido prosperidade e não tenham tomado nada pela força nem prejudicado ninguém. Os israelenses são vítimas da intolerância, do fanatismo, do radicalismo e do nazismo e têm de lutar para não se deixarem abater, vendo-se quão difícil fica conseguir a paz nas circunstâncias atuais e quanto se pode confiar nos Tratados.


Fonte: Pletz