terça-feira, maio 28, 2013

Ataques Muçulmanos e a Europa.









por Deborah Srour



Desde os ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque, a percepção do Ocidente sobre a violência perpetrada em nome do Islamismo mudou. Este tipo de violência não pôde mais ser vista como uma ameaça exclusiva a países no Oriente Médio, como Israel, mas se tornou uma ameaça doméstica.

Esta lição foi repetida nesta última quarta-feira quando Michael “Mujaheed” Adebolajo e um cúmplice brutalmente assassinaram um homem no meio da rua, no meio do dia, no meio da capital da Inglaterra em meio a gritos de Allahu akbar. A vítima, Lee Rigby, de 25 anos, pai de um menino de 2 anos, era um soldado. Ele não estava de uniforme mas vestia uma camiseta de uma organização que ajuda soldados ingleses que lutam no Afganistão e no Mali.

vagabundo

O Conselho Islâmico da Inglaterra foi rápido em denunciar esta atrocidade mas o fato é que tanto o Reino Unido como o resto da Europa insistem em negar terem um problema sério com os radicais islâmicos. Já nos anos 90, oficiais do serviço de segurança da França chamavam a capital inglesa de “Londonistão” numa mostra de frustração com a recusa das autoridades locais em lidar com radicais islâmicos. Os franceses temiam que a falta de uma contra-ofensiva permitiria a estes radicais exportarem sua doutrina e atos terroristas para a França.

E ironicamente, ontem um soldado francês que patrulhava uma estação de trem no centro de Paris foi esfaqueado por um muçulmano. Este teve sorte. Sobreviveu. Steven Simon, um ex-agente de contraterrorismo da Casa Branca chegou a se referir a Londres como o bar do filme Star Wars que serve todos os tipos de recrutas islâmicos e arrecadadores de fundos para o Jihad.

Como exemplos temos Abu Hamza al-Masri, o imam da Mesquita de Finsbury Park no centro de Londres que abrigou Richard Reid, que escondeu explosivos no sapato para tentar explodir um avião e Zacarias Moussaoui, o 20º membro do grupo que perpetrou os ataques de 11 de setembro de 2001 e outros terroristas.

O video da execução por decapitação do jornalista Daniel Pearl no Paquistão em 2002 foi organizado por Ahmed Omar Saeed Sheikh, um outro inglês e ex-estudante da prestigiosa Escola de Economia de Londres. Um ano mais tarde, Asif Mohammed Hanif e Omar Khan Sharif, ambos nascidos na Inglaterra, se explodiram num ataque ao bar Mike’s Place em Tel Aviv.

As autoridades inglesas dizem ter tomado passos para investigar e prender extremistas. Abu Hamza foi preso por incitar o ódio racial e assassinato de infiéis. Outro inglês nascido na Jamaica, Abdullah El-Faisal, seguidor de Osama Bin Laden, foi condenado a 9 anos de prisão também por pregar o assassinato de não muçulmanos na “guerra santa”.

No entanto, alguns cléricos muçulmanos radicais conseguiram manipular a democracia inglesa. Anjem Choudary, por exemplo, prega abertamente que o primeiro-ministro David Cameron e Barak Obama devem ser mortos. Quando confrontado pela polícia com o filme de sua declaração, ele disse que estava brincando, e que isso é liberdade de expressão.

Isto não seria importante se Adebolajo não fosse seguidor de Choudary. De acordo com o jornal inglês The Telegraph, Adebolajo apareceu publicamente ao lado de outros membros radicais do grupo islâmico Al-Muhajiroun ou 4UK, liderado por Choudary. Quando perguntado sobre o assassinato cometido por Adebolajo na quarta-feira, Choudary disse que este ato fora uma exceção e que não era do tipo apoiado por ele, mas que este tipo de atitude tem o apoio de muitos.

Cléricos como Choudary andam numa linha muito tênue entre a incitação e a liberdade de expressão e sua mensagem encontra uma audiência extraordinariamente receptiva num país aonde o islamismo é a religião que mais cresce hoje. De fato, Adebolajo nasceu cristão e se converteu ao islamismo em 2002.

Numa pesquisa feita em 2006, um quarto dos muçulmanos ingleses disseram que os ataques ao sistema de transporte de Julho de 2005 que deixaram 52 mortos eram justificados por causa do apoio do governo inglês à guerra contra o terrorismo. Entre os entrevistados com menos 24 anos mais de metade concordava com este ponto de vista. Este tipo de sentimento entre muçulmanos só piorou daquela época para hoje. Numa atmosfera em que ataques terroristas são vistos como justificáveis não devemos ficar surpresos se houverem outros ataques.

A Suécia, o país com a política mais liberal em outorgar asilo a muçulmanos está com sua capital mergulhada no caos há 6 dias batalhando jovens asilados que queimaram duzias de carros, uma escola, lojas e uma estação de polícia. Tudo isso porque estão frustrados pela dificuldade em aprender a lingua e arrumarem empregos. Isso apesar de receberem gratuitamente moradia, estudos e dinheiro do governo.

Para obter redenção pelo massacre dos judeus durante a Segunda Guerra a Europa abriu suas portas aos muçulmanos vindos da África e do Oriente Médio. Muçulmanos que recusam a assimilação, que continuam a se vestir como em seus países de origem, a falar sua língua e a negar os valores dos países que os acolheram. A Inglaterra, a França e a Suécia esta semana receberam violência por abrirem seus braços e pelo que parece mais está para vir. O alarme está soando. É preciso acordar antes que seja tarde demais.


Fonte: Pletz

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