sábado, novembro 15, 2014









Ensino para a (de)formação das crianças brasileiras – “Ai daquele que escandalizar!”.

Pe. David Francisquini(*)



Mateus 18:6 Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.




A natureza humana foi dotada por Deus de qualidades, aptidões e apetências ordenadas e tendentes a um fim supremo, absoluto e eterno.

Tomemos uma criança. Ela nasce constituída de corpo e alma, com ideias, desejos e sensibilidade. Que formação ela deve receber para a educação de seu caráter e de sua personalidade?

Apesar de o Batismo apagar a nódoa do pecado original, não elimina contudo as más tendências com que toda criança nasce, tendências estas que a acompanharão até o seu último suspiro: “Militia est vita hominis super terram”, isto é, a vida do homem sobre a terra é uma luta (Jó, 7, 1).

De onde a necessidade imprescindível de toda criança ser educada sobretudo pelos pais, dever ao qual eles nunca deveriam furtar-se.

Analisando-se uma criança, vê-se que sua principal tendência está voltada para Deus, que ao criá-la dotou-a com o senso do “ser”. Este senso a faz sentir confusamente que, embora única, ela não se encontra sozinha no universo, onde existem outros seres que lhe são semelhantes, a começar pelos pais.

Portanto, se ela e todas as coisas existem, haverá um ente dotado de perfeições infinitas – Deus – que é a razão de sua existência e de cuja glória participam todos os seres criados.

Mesmo sem fazer essas considerações, a criança possui uma ideia de Deus, porque todo ser tem unidade, bondade, beleza e verdade.

Se Deus criou assim os homens, o que fazem os inimigos de Deus – o demônio e seus sequazes – para truncar os planos divinos? Procurarão circundá-los de contradições, incertezas, instabilidades, egoísmos, ideias de fruição. E na criança, sem jogo de palavras, tentarão trincar o cristal límpido da inocência primaveril por meio do qual ela contempla e ama a Deus nas coisas boas, verdadeiras e belas.

Procurarão ainda colocar no seu próprio ser, no íntimo que a governa, a fim de impedi-la de atingir o fim para o qual foi criada, a aflição, a torcida, os caprichos, as intemperanças, enfim a desordem. Para quê? Para que ela renegue a sabedoria divina fechando sua alma à contemplação; para que não possa admirar, por exemplo, a beleza de uma planta, de um pássaro, de um rio cristalino, de um magnífico pôr do sol, e de relacionar tudo isso com a outra vida que é eterna.

A criança quando chora é porque sente falta de algo; quando ri é porque está feliz, seja pela presença da mãe, seja pelo carinho do pai ou pela aproximação de seus irmãozinhos. Assim ela se desenvolve em todo o seu processo humano, tal como se observa numa semente que desabrocha, cresce, produz flores e frutos. Essa maturação se dá no sadio, reto e virtuoso processo humano de uma criança.

Mas ai daquele que a escandalizar! “Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse nas profundezas do mar”.

O que me motiva a escrever estas linhas é minha indignação diante da escandalosa quantidade de livrinhos da rede pública de ensino para a (de)formação das crianças brasileiras, desde o maternal, passando pelo jardim de infância e continuando mais além, estimulando-as à fruição de sensações, de experiências desconhecidas do mundo infantil, numa palavra, habituando-as desde a mais tenra idade ao mundo da prostituição, ao mundo todo posto no pecado, conforme ensinou Nosso Senhor.


– Seria este um conúbio espúrio do demônio com o governo do PT com vistas a implodir a família enquanto instituição, não permitindo que os pais eduquem seus filhos no caminho do bem, do verdadeiro e do belo, mas, pelo contrário, obrigando-os a percorrer um caminho inverso ao desejado pelo Divino Salvador quando disse “deixai vir a Mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus”?

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(*)Pe. David Francisquini é sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria — Cardoso Moreira (RJ).

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