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quinta-feira, janeiro 31, 2013

Jerusalém, prepare-se para quatro anos bem complicados.











Jerusalém, prepare-se para quatro anos bem complicados.


por Daniel Pipes (título Original: O Antissionismo de Obama - Obama's Anti-Zionism)

Tradução: Joseph Skilnik




Eu previ dois meses antes da eleição presidencial de novembro de 2012 que, se Barack Obama fosse reeleito, "Israel seria tratado da forma mais fria até hoje dispensada por um presidente dos Estados Unidos". Bem, a eleição acabou e o tratamento frio está em vigor. Obama sinalizou nos últimos dois meses o que nos espera, vejamos:
Ao escolher três autoridades para o mais alto escalão – John Kerry como Secretário de Estado, John Brennan como chefe da CIA e Chuck Hagel como Secretário da Defesa – vai do sem noção ao hostil em se tratando de Israel.

Ao aprovar um enorme presente de armas avançadas - 20 aviões de combate F-16 e 200 tanques Abrams M1A1 – para o governo islamista do Egito, muito embora o seu presidente, Mohamed Morsi, esteja se tornando cada vez mais déspota, chamando os judeus de "sangue sugas, … belicistas, descendentes de macacos e de porcos".
Ao reiterar a tática paternalista que já dura 35 anos, depositando a confiança em pessoas com posições conhecidamente anti-israelense no intuito de condenar sua política e ao mesmo tempo fazer de conta estar preocupado com o bem-estar do país: "Israel não sabe o que é melhor para si".

Ignorar as evidências da importação pelo Cairo de peças de mísseis Scud da Coréia do Norte.
Desprezar os 239 membros da Câmara que solicitaram o fechamento do escritório da OLP em Washington em resposta a insistência da OLP em obter o status de observador nas Nações Unidas.

Os três nomeados – Chuck Hagel, John Kerry, John Brennan.





Perguntado sobre a nomeação de Hagel, Ed Koch, ex-prefeito da cidade de Nova Iorque que, apesar das duras críticas a Obama, mesmo assim o apoiou para a reeleição, deu a espantosa resposta a seguir: "Eu pensei que chegaria a hora em que [Obama] iria renegar … seu apoio a Israel [mas] está acontecendo um tanto antes do que eu imaginava". Mesmo os partidários pró-Israel de Obama esperavam que ele se voltasse contra o estado judeu!

Esses passos anti-Israel levantam preocupações por estarem em harmonia com a visão antissionista de outrora de Obama. Faltam pormenores, mas sabemos que ele estudou, favoreceu, incentivou e se relacionou com extremistas palestinos. Por exemplo:




Uma foto tirada em 1998 mostra Obama ouvindo com atenção o teórico anti-Israel Edward Said. Obama assistia passivamente sentado enquanto oradores, em um evento em 2003 enalteciam Rashid Khalidi, ex assessor de relações públicas da OLP e acusavam Israel de conduzir uma campanha terrorista contra os palestinos comparando "colonos sionistas na Cisjordânia" a Osama bin Laden. Ali Abunimah, agitador anti-Israel, elogiou Obama em 2004 por "defender uma abordagem equilibrada em relação ao conflito israelense-palestino," palavras-código significando distanciamento do governo dos EUA de Israel. Obama por sua vez elogiou Abunimah pelos seus artigos obsessivamente anti-Israel no Chicago Tribune, insistindo que ele "continuasse com o bom trabalho"!



Abunimah também revela que, já em 2002, Obama baixou o tom da retórica contra Israel" à medida que planejava passar da insignificante política de Illinois para a projeção nacional" e Obama deixou isso bem claro dois anos depois, retratando-se frente a Abunimah: "Oi, desculpe não ter dito mais sobre a Palestina no presente momento, mas estamos em uma complicada corrida nas primárias. Espero que, quando a poeira baixar, eu possa ser mais franco".

E Obama zelosamente pôs em prática as necessárias mudanças políticas, ainda que de maneira constrangida e relutante ("eu tenho que lidar com ele todos os dias" choramingou em relação ao primeiro ministro israelenseBinyamin Netanyahu). Ele apoiou Israel nas guerras de 2008-09 e 2012 contra o Hamas. Sua administração classificou o Relatório Goldstone"profundamente deturpado" e defendeu Israel nas Nações Unidas sem recorrer a lobbies, votos e vetos. Seguiu-se um fluxo de armamentos. O fato de Israel não fazer parte do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares continuou em vigor. Quando Ancara cancelou a participação israelense na manobra aérea "Anatolian Eagle" em 2009, os Estados Unidos se solidarizaram retirando-se do evento. Se Obama criou as crises quanto a planejada construção de casas, no final acabou permitindo que ela esfriasse.


Voltando ao presente: A provável reeleição de Netanyahu, nessa semana, como primeiro ministro de Israel significará a continuidade da liderança em ambos os países. Mas isso não implica na continuidade das relações EUA-Israel, Obama, livre das amarras da reeleição, pode finalmente dar vazão ao seu antigo ponto de vista antissionista após uma década de posicionamento político. Atente para um tom marcadamente desfavorável da segunda administração Obama frente ao terceiro governo de Netanyahu.

Emblema de uma manobra aérea conjunta de um exercício que nunca 
aconteceu, disponível agora no eBay por 9,99 dólares.


Lembrando o que Obama disse em uma conversa ao pé do ouvido em março de 2012 com o então presidente russo, Dmitry Medvedev ("Esta é a minha última eleição e após a minha eleição, terei mais flexibilidade"), existe um mundo de razões para acreditar que, tendo sido reeleito, a "poeira tendo baixado" e após uma década de prudência, ele poderá "ser mais honesto" em promover a causa palestina às custas de Israel.

Eu também previ em setembro que "os problemas de Israel irão realmente começar" caso Obama vença a reeleição. Eles já começaram, Jerusalém, prepare-se para quatro anos bem complicados.



terça-feira, setembro 18, 2012

O perigo externo e o perigo interno.



por Herman Glanz –



O ancestral ódio aos judeus persiste. Não tem explicação, mas existe. A tônica atual foi desviada para o antissionismo e o anti-israelismo. Os antissemitas disfarçam para assumir claramente essa posição, criando outros ‘ismos’.

O Movimento Sionista surgiu visando tornar normal a vida judaica, restabelecendo a antiga pátria dos judeus, que retornariam à sua antiga pátria, deixando de constituir habitantes estranhos nos diversos países onde se encontravam, e onde eram objeto de repulsa além dos maus tratos e matanças. O sionismo buscava dar aos judeus um país como os demais, uma soberania no seu lugar histórico de onde foram alijados por forças imperialistas, as mais diversas, e com o correr dos tempos.

Não era um movimento destinado a melhorar o mundo, mas um movimento de autodeterminação de um povo com a reconstrução da sua antiga pátria, cuja denominação chegara até a ser alterada para ser conhecida como Palestina. O sionismo era um movimento de autodeterminação como tantos outros que foram emergindo em todo o mundo. Pensavam os formuladores do Movimento que, com um país próprio dos judeus, eliminar-se-iam as bases do antissemitismo.

Ledo engano. O antissemitismo não acabou. Nem de longe se poderia pensar na ocorrência do Holocausto e, finalmente, reconstruída a soberania judaica em parte de seu antigo território, o novo Estado, Israel, passou a ser o judeu das nações e o sionismo sendo contestado. E a contestação vem, não só de conhecidos nazistas, (que são chamados, hoje, de neonazistas, mas são nazistas simplesmente), como de uma parte da esquerda que se dizia defensora dos oprimidos e do direito, e contra os fascistas.

Um candidato a vereador dessa esquerda, nas eleições atuai,s escreveu, no site de seu partido político que “Toda a história e tradição da esquerda marxista e socialista tem sido de rejeição ao sionismo o que é bem diferente de ser antissemita”. Não, não é bem diferente: enquanto se apoia a autodeterminação palestina, por exemplo, se rejeita a autodeterminação do sionismo, e isto só pode ser explicado pelo antissemitismo. Não há justificativa para o uso de dois pesos e duas medidas, não fosse pelo antissemitismo.

Todavia, há também um problema interno. O Profeta Isaías já alertava contra o perigo interno. Muitos dos nossos se colocam como suicidas, pois pensam em salvar o mundo, esquecendo-se que a defesa dos direitos alheios pode se voltar contra eles mesmos, e mais ainda, contra os demais dos seus.

Em Israel e afora, há muitos defendendo os direitos dos palestinos, isto é, dos atuais árabes palestinos, porque, antes, os palestinos eram os judeus, onde despontava o mote: “Judeu, vá para a Palestina”. Mas hoje o mote é “judeus saiam da Palestina”, e isso demonstra que os atuais palestinos não reconhecem o direito de Israel, ou melhor, da “entidade sionista” existir. Então, como defender os direitos dos palestinos, cujos direitos que entendem são a aniquilação dos israelenses? Será que pensam que com eles, os defensores, nada ocorrerá? E o que ocorrerá com os demais que querem viver sua vida num Estado reconstruído?

O historiador Benny Morris, que defendeu os palestinos, declara que o principal obstáculo à paz é o movimento palestino que quer ocupar todo o território para si, onde não há lugar para Israel. Mas não é só uma esquerda suicida, pois existem ultra-ortodoxos que consideram o Estado um pecado, numa interpretação particular das escrituras, apoiando Ahmadinejad, como apoiaram Arafat e apoiam Abbas, numa verdadeira colocação de que querem o aniquilamento de Israel. E há aqueles que querem inundar Israel com imigrantes africanos.

Lemos que existe quem se coloca contra o muro porque houve uma redução significativa dos ataques por homens-bomba infiltrados. Ora, a redução dos ataques ocorreu, justamente, pela presença do muro; retirá-lo, seria fazer voltarem os ataques. Vejam as conclusões mentirosas sob o disfarce de uma realidade inconteste, justamente para permitir a retomada do terror por homens-bomba. O muro não defende contra foguetes, pois ontem, dois Grad atingiram a localidade de Netivot, no sul.

O antissionismo se tornou um novo termo para o velho antissemitismo, que Martin Luther King Jr. já havia esclarecido. Todavia, com todos os percalços, o Estado de Israel segue em frente, e se prepara para mais um ano novo do calendário hebreu, e está preparado para enfrentar os desafios dos inimigos declarados, como o Irã. E está preparado porque não tem com quem contar, não pode depender de ninguém.

A luta fraticida na Síria nada tem a ver com Israel, onde militares turcos já ajudam os rebeldes para derrubar Assad. Mas Assad pode criar condições para, por meio do Hizbollah, atacar Israel e desviar a atenção; quase ocorreu esta semana, com o perigo de armas químicas. O velho ódio impõe convivência e uma defesa competente.