sexta-feira, setembro 21, 2012










Dependência de drogas é maior entre as mulheres.



Nilo Fujimoto

Estudo do levantamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)[1] conclui que a vulnerabilidade das mulheres às drogas e álcool é maior do que a dos homens.

Na pesquisa, apurou-se que a dependência nas mulheres se produz mais rápido e com menor consumo alcançando um índice de vício de 54%, contra 42% nos homens.

Os fatores que contribuem para maior debilidade delas são de dois tipos: hormonal e social.

Especialistas explicam que os hormônios femininos (principalmente estrogênio) reforçam – potencializam – a ação prazerosa da droga e do álcool que aceleram a dependência e com menor tempo de consumo, isto é, os sintomas da dependência [2] nelas ocorrem muito antes que nos homens.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma:

“Por causa dos hormônios, a conexão das drogas com o cérebro é mais rápida. Elas “precisam de menos quantidade e menos tempo de uso de tóxico para ficarem viciadas”, explicou Camila Silveira, psiquiatra do Centro de Informações Sobre Álcool e Drogas (Cisa) e autora do estudo da OMS feito no Brasil.”[3]



Relevante é o outro fator: o social. Leiam o que diz a reportagem referida:

“Associadas aos fatores fisiológicos estão as questões comportamentais que favoreceram o uso de crack, cocaína e outras drogas pelas mulheres. Até 30 anos atrás, pontuam os estudiosos, não era socialmente aceito que a população feminina consumisse qualquer tipo de droga.”

Ao contrário do que na reportagem indica, o fator social é sim um elemento de barreira positiva para impedir que se produza a difusão do consumo de drogas. Não é difícil de entender. A censura social funciona como uma rede que impede que pessoas desorientadas caiam no perigoso abismo da dependência.

Sim, estou falando do temor. O temor é o receio de perder um bem no futuro e por isso move o indivíduo a praticar no presente ações que impeçam a perda desse bem. Podemos exemplificar a estima. Muitas pessoas deixam de praticar o mal temendo perder a estima de seus colegas, vizinhos ou familiares. Não é a prática mais perfeita, mas é uma ajuda. O perfeito é praticar o bem por amor ao bem. Já imaginaram se a mentira não sofresse nenhuma censura social?

Poderá objetar alguém que em nossa sociedade há censuras sociais ruins. Não nego. O mecanismo da censura social pode servir para bem ou para o mal. É por tal motivo que a sociedade ordenada e justa é aquela que se baseia em valores morais ditados pelo direito natural, dizendo com todas as letras as Leis de Deus.

É por isso que uma lei da sociedade temporal deve se ajustar às leis morais. Para que a sociedade forme uma rede de proteção e amparo a usos e costumes arbitrados pela regra fundamental da ordem natural.

Em razão disso devemos nos opor vigorosamente contra a tentativa de produzir a liberalização do consumo e produção de entorpecentes promovidas pela redação do novo Código Penal ainda em tramitação no Senado. Com tais dispositivos cortam-se nos mais débeis os mecanismos de defesa proporcionados pelo temor da penalização às condutas anti-sociais.


[1] Dados inéditos da pesquisa nacional que mapeou o consumo de crack e cocaína no Brasil mostram que as mulheres acabam mais dependentes do pó e das pitadas no cachimbo do que os homens.


O levantamento feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indicou que o País soma 2,6 milhões de usuários destas substâncias, consumidas de forma aspirada ou fumada .

Apesar dos homens serem líderes na taxa de uso de crack e cocaína, entre as mulheres usuárias o índice de dependência foi de 54%. Já no sexo masculino, os pesquisadores detectaram que 46% são viciados, diferença de oito pontos porcentuais entre os gêneros.

Os especialistas afirmam que o organismo delas é mais vulnerável à ação dos entorpecentes. Isso explica por que elas são mais numerosas nos índices de dependência. A mesma razão também está por trás de outras estatísticas encontradas no estudo da Unifesp: 40% das usuárias relataram usar as drogas mais de duas vezes por semana contra 24% dos homens. Além disso, duas em cada dez mulheres já injetaram cocaína (20%), mais do que o dobro de usuários do sexo masculino que recorrem a esta forma de uso (8%).


Para identificar quantos usuários se enquadram nos quesitos de dependência, que envolvem sintomas psicológicos (como compulsão e depressão ) e sinais físicos (tremedeira, dores de cabeça e no corpo), os pesquisadores aplicaram questionários com 42 perguntas em 4 mil moradores de todas as regiões do País, de todas as classes sociais e escolaridades. Por serem representativos do Brasil, os achados podem ser estendidos a toda população brasileira.


A psicóloga Clarice Madruga, uma das autoras do mapa do uso do crack e cocaína no Brasil, diz que “é sabido que a progressão da dependência é mais rápida entre mulheres.”

Segundo ela, estudos anteriores já mostram quem os hormônios femininos (principalmente o estrogênio) podem estar envolvidos nesta maior vulnerabilidade.

“Este hormônio potencializa os efeitos da droga, pois a torna mais prazerosa e, portanto, aumenta o poder de dependência”, define Clarice.

A estrutura hormonal feminina já apareceu como uma das razões para as jovens entre 24 e 35 anos serem líderes em consumo exagerado de álcool, conforme detectou estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) feito com mulheres brasileiras e divulgado há quatro meses. Por causa dos hormônios, a conexão das drogas com o cérebro é mais rápida. Elas “precisam de menos quantidade e menos tempo de uso de tóxico para ficarem viciadas”, explicou Camila Silveira, psiquiatra do Centro de Informações Sobre Álcool e Drogas (Cisa) e autora do estudo da OMS feito no Brasil.

[2] – Dependência envolve sintomas psicológicos (como compulsão e depressão ) e sinais físicos (tremedeira, dores de cabeça e no corpo).

[3] – Idem, anterior

Fonte: IPCO e saude.ig.com.br

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