terça-feira, fevereiro 12, 2013

Malafaia versus Gabi: a loura perdeu.




por Mirian Macedo - 




Repórter não discute, nem opina, repórter pergunta. Marília Gabriela está lá para perguntar e provocar, isto ela sabe fazer com competência. Na entrevista com o pastor Silas Malafaia, Marília Gabriela quis meter os pés pelas mãos e falar do que não sabe; estrepou-se. Malafaia pulverizou-a. Bem feito.

A loura nada sabe de ciência nem de religião, mas tem lado: defende todos os mantras politicamente corretos da esquerda (aborto, gayzismo, etc). Malafaia é contra e não amarelou. Deixou a loura militante desconcertada.

Gabi está acostumada a entrevistar pessoas para quem ela só tem que levantar a bola. Desta vez, encontrou quem a enfrentasse. Malafaia só não calou Marília Gabriela porque ninguém cala uma mulher. 

O que ficou claro, pelo que se falou depois da entrevista, é que qualquer pessoa que ouse falar em religião, na Bíblia ou pronunciar o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo é rebaixado, independente do que fala, à condição de tosco, precário, indigente mental, obscurantista e retrógrado. 
  



Em contrapartida, qualquer 'iluminado' que defenda a manjada cartilha libertária (gayzismo, abortismo, eutanásia, ateísmo, liberação de droga, legalização da prostituição, etc.) é incensado e louvado nas alturas. Impressionaram o apoio a Marília Gabriela, a torcida para que ela ganhasse a discussão e o sucesso do vídeo "Resposta de geneticista a Silas Malafaia".

Pode-se criticar a abordagem do homossexualismo feita pelo pastor; afinal de contas, as suas causas e fundamentos ainda são questão aberta, não há conclusão se ser gay é genética ou comportamento ou uma mistura dos dois. 

Há uma profusão de teorias explicativas, envolvendo/excluindo fatores biológicos, psicológicos, culturais, morais, espirituais etc. Mas as objeções à argumentação de Malafaia não tiram o brilho da entrevista. 

A verdade é que não há nenhuma prova científica conclusiva de que homossexualismo tem fundamento genético. Nem de que não tem. O pastor poderia ter sido mais coerente ao argumentar. Se, por um lado, ele afirma que não há pesquisa científica provando nada, ele não poderia declarar categoricamente que homossexualismo é só comportamento.



Mas se Eli Vieira, o geneticista, fosse honesto e conseqüente, do ponto de vista científico, ele também teria que dizer que o assunto está sob investigação, que o debate não está encerrado, por aí. Porque este é o 'status quaestionis', no que diz respeito às causas, origens, bases e fundamentos do homossexualismo. 

E eu pergunto: qual é a autoridade científica de Eli Vieira, que não tem mais que 25 anos? Um bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas na UnB (sou formada em Jornalismo pela Universidade de Brasília, entrei em 72 e saí em 1980, quando a UnB já não era granché; aliás, nunca foi) e um mestrado em "Evolução molecular de loci associados ao comportamento humano", na UFRS. 
O doutorado em Cambridge - Eli faz crer que ele já é doutor - foi iniciado somente este ano. Ele se formou em 2009, é só fazer as contas. Este currículo jamais seria suficiente para tanto "como eu já mostrei" e "simples assim'.

Não é preciso recorrer a nenhuma revista especializada em genética para pôr em xeque todas as 'provas' que o 'geneticista' Eli Vieira apresenta. Em 2007 (e nada mudou substancialmente desde então), a revista Galileu publicou extensa matéria cujo título é ‘O polêmico gene gay’.

A publicação cita pesquisadores contra e a favor da teoria de que o homossexualismo tem base genética e demonstra cabalmente: não há nada provado sobre gene gay, nem sobre gêmeos univitelinos terem maior probabilidade de serem ambos gays.

Uma pesquisa com gêmeos univitelinos chegou a 60% de probabilidade; outra, num universo mais abrangente, achou 7%, o suficiente para levar seus autores a afirmar que, "se há influência genética (no homossexualimso), ela é inexpressiva". Repetindo: a ciência nada pode dizer de concreto sobre a questão e a genética é a área que apresenta mais dificuldades para que se obtenham resultados confiáveis.

Há outro aspecto a ser considerado: se querem impugnar os argumentos de Malafaia por ele ser um homem da religião, Eli Vieira é um militante gay. E ateu. Ele é presidente da LiHS- Liga Humanista Secular, que ostenta orgulhosa, entre os prêmios recebidos (o único), o Troféu Triângulo Rosa do Grupo Gay da Bahia. 

A LiHS é uma ONG que "apóia pessoas não-religiosas que buscam viver eticamente sem crenças sobrenaturais e supersticiosas e que trabalha por uma sociedade aberta, com liberdade de crença, liberdade de expressão, e laicidade nas leis, na educação, na mídia, e no cenário público em geral, sem privilégios para a religião, especialmente a historicamente estabelecida".

Uma curiosidade: entre os Membros Eméritos da Liga Humanista Secular, figuram o deputado homossexual Jean Wyllys, do PSOL; o filósofo ateu, Daniel Dannett; o lingüista americano, também ateu, Daniel Everett; a antropóloga abortista, Débora Diniz e a militante ateísta, a finladesa Åsa Heuser, que é vice-presidente da LiHS. 

(Um parenteses: Heuser ganhou notoriedade, tempos atrás, ao defender o militante ateu, Haroldo Galves, acusado de pedofilia. A polícia encontrou em seu poder 65 mil fotos de crianças nuas, arquivadas em seu computador pessoal. Sobre Galves, Ana Heuser declarou:

"Ele nunca foi acusado de nada além de possuir algumas fotos de nus de menores de idade; principalmente não há uma única acusação de qualquer contato com alguma criança". (Comentário do site Marxismo Cultural: "Aparentemente, para a Sra. Ana Heuser, ativista ateísta, Vice-Presidente da Liga Humanista Secular do Brasil, ter fotos de crianças nuas é perfeitamente normal").

Voltando a Eli Vieira, para complementar as informações sobre seu painel de interesses, basta entrar na sua página no Facebook e dar uma espiada no que ele 'curte'. Ali, acaba o mistério:

"Cem homens em um ano; 
Lgbtts Ateus e Agnósticos; 
Feminews; 
Direitos dos Animais; 
Homem Feminista de Verdade;
Assentamento Milton Santos;
Anarcomiguxos; 
Católicas Pelo Direito de Decidir – CDD; 
Aborto é um Direito. Pela legalização do aborto no Brasil." 

Quanto à Teoria da Evolução, que Eli Vieira brande como o Troféu Fiat Lux da ciência, a única coisa sensata que se pode afirmar é que ninguém sabe se ela aconteceu ou não.

Além disto, é preciso saber de que Teoria da Evolução estamos falando: intra-espécie ou inter-espécie? Macro-evolução ou micro-evolução? Dentro da mesma espécie é uma coisa. Uma virar outra...opa! Calma que aí complica. Hoje, a Teoria da Evolução é que virou religião. Crença cega.

Quanto ao pastor Silas Malafaia, eu, às vezes, o apoio e estou do lado dele; em outras ocasiões divergimos. Desta entrevista, eu gostei. Eu sou católica, logo, tenho implícitas divergências teológicas com Silas Malafaia. Nenhum problema, religião se discute. Fé é que não se impõe.

Mas, minhas ressalvas mais sérias a Malafaia são as que dizem respeito ao apoio (inaceitável e inadmissível) que ele hipotecou ao petista Lula na sua campanha de 2002 e à sua reeleição em 2006, em que era escancarada a defesa pelo PT do casamento gay e do aborto. Um cristão não pode aceitar o aborto e o casamento entre homossexuais em hipótese alguma.

(Ele também apoiou FHC: ainda que o PSDB não inclua a defesa do aborto e casamento homossexual em seu programa, o partido aceita as duas teses, como ficou claro na elaboração do PNDH-1 e 2, alterado para pior pelo PT no PNDH-3. Entre PT e PSDB, melhor PSDB, claro). 

Apesar do erro de apoiar Lula, Malafaia teve a coragem de rever sua posição e, na eleição de 2010 para Presidente da República, ele declarou seu voto contra Dilma Rousseff e contra Marina Silva pela defesa que seus partidos - o PT e o PV - fazem do aborto e do casamento gay.

Convém não esquecer que o cristão Silas Malafaia foi um dos únicos na comunidade evangélica - junto com o abençoado e brilhante Pastor Paschoal Piragine Jr., da Primeira Igreja Batista de Curitiba - a desencadear uma campanha corajosa contra o PT na campanha de 2010. A questão era a defesa da legalização do aborto no programa do Partido dos Trabalhadores.

Por ocasião da votação da PL 122, Malafaia foi, com milhares de pessoas, para a frente do Congresso Nacional denunciar a aberração do projeto de lei (que criminaliza a “homofobia” e fere a liberdade de culto) e defender a família brasileira. 

Quanto à denúncia de enriquecimento da Forbes, o assunto está fora da minha alçada. Para chamar Malafaia de ladrão, eu tenho que ter provas. Malafaia prometeu processar a revista. Aguardemos.


PS: Há um texto sobre homossexualismo escrito pelo psiquiatra Eduardo Adnet, de Curitiba, que formou-se em medicina há 25 anos (a idade de Eli). Vale a pena ler o ensaio de Adnet. A abordagem é bem ampla: médica, sociológica, psicológica e ideológica: Homossexualidade é Doença?

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