quarta-feira, outubro 26, 2016

A verdadeira razão da grande mídia para proteger Hillary.








A verdadeira razão da grande mídia para proteger Hillary.
por David Kupelian (*)



É altamente perturbadora a tormenta causada pelas revelações do Wikileaks sobre ligações escusas entre a grande mídia e a campanha presidencial de Hillary Clinton, que juntos estariam trabalhando nos bastidores para destruir Donald Trump e conduzir os Clinton de volta à Casa Branca. Perturbadora, mas de modo algum surpreendente. Eis aqui os porquês.

A frequente caracterização que faz Rush Limbaugh da grande mídia como “uma extensão do Partido Democrata” não é nem uma metáfora nem um exagero. É literalmente verdadeira. Como vem há tempos documentando o Media Research Center [Centro de Pesquisa de Mídia], não apenas existe uma “porta giratória” virtual entre as administrações do Partido Democrata e a grande mídia – mas em larga medida as duas instituições são compostas pelas mesmas pessoas!

Muitos norte-americanos têm suspeitado disso, especialmente quando veem exemplos patentes como George Stephanopoulos, o vigoroso e leal apoiador dos Clinton, que atuou como Diretor de Comunicação da Casa Branca e consultor sênior de políticas para Bill Clinton, mas que mais tarde, como em um passe de mágica, passou a ser jornalista da grande mídia, além de principal âncora e correspondente político da ABC News, coapresentador do “Good Morning America”, apresentador do programa “Sunday Morning This Week”, da ABC, e apresentador substituto do programa “ABC World Tonight”.

Um dos milhares de e-mails da equipe de campanha de Hillary Clinton recentemente vazados sugere fortemente que a campanha dela conspirou com Stephanopoulos antes de sua entrevista no ano passado com o autor de “Clinton Cash”, Peter Schweizer (uma entrevista após a qual Stephanopoulos foi criticado por não ter revelado que ele pessoalmente havia doado 75 mil dólares para a Fundação Clinton).

Ainda mais flagrante foi outro email trazido a público pelo Wikileaks revelando que Donna Brazile, enquanto trabalhava na CNN, era literalmente a informante de Hillary Clinton que lhe fornecia informações sobre os ataques de Bernie Sanders durante as primárias e lhe dava dicas sobre perguntas que seriam feitas à candidata em futuros eventos públicos. Depois que Debbie Wasserman Schultz (graças a revelações anteriores do Wikileaks) foi demitida do posto de presidente do Comitê Nacional Democrata [DNC, na sigla em inglês] por sabotar a candidatura de Bernie Sanders nas primárias, ela foi substituída no cargo por Brazile.

Mas Stephanopoulos e Brazile são apenas a ponta do iceberg. Aqui, como cortesia do Media Research Center (MRC), temos mais alguns dos incontáveis exemplos, na era Obama, da larga porta giratória entre a grande mídia esquerdista e o governo de esquerda:

• Jay Carney, que já foi correspondente em Washington da revista Time, e posteriormente chefe do escritório da Time em Washington, tornou-se assistente da Vice-Presidência e diretor de comunicações para o vice-presidente Joe Biden; depois, veio a ser secretário de imprensa de Barack Obama. Em setembro de 2014, Carney voltou para a grande mídia, passando a atuar na CNN como comentarista político sênior.

• Samantha Power, correspondente no exterior do US News & World Report, do Boston Globe e da New Republic, tornou-se assessora especial do presidente e diretora sênior de questões multilaterais e direitos humanos do Staff de Segurança Nacional, mais tarde vindo a ser altamente influente como embaixadora dos Estados Unidos na ONU, sob o governo Obama.

• David Axelrod, que já havia sido repórter político do Chicago Tribune, tornou-se estrategista-chefe da campanha presidencial de Obama e, posteriormente, assessor sênior de Obama. Desde 2013, voltou à mídia, trabalhando como analista sênior de política para a MSNBC e, mais recentemente, para a CNN.

• Ronan Farrow, conselheiro especial para questões humanitárias e de ONGs no Escritório da Representação Especial para o Afeganistão e o Paquistão no governo Obama, e depois assessor especial da Secretaria de Estado, no Escritório de Assuntos Globais da Juventude, passou a ser apresentador do programa “Ronan Farrow Daily”, da MSNBC. Depois que o programa foi cancelado, Farrow tornou-se correspondente especial para a MSNBC e a Unidade Investigativa da NBC News.

• Aneesh Raman, correspondente da CNN para o Oriente Médio, trabalhou em comunicações para a campanha de Obama em 2008 e mais tarde tornou-se autor dos discursos do Secretário do Tesouro Timothy Geithner e finalmente autor dos discursos do próprio presidente Barack Obama.

• Jane Payey, coapresentadora do programa “Today”, da NBC, e posteriormente coapresentadora do “Dateline NBC”, fez campanha para Barack Obama em Indiana, em 2008, mas voltou para o programa “Today” em 2010. Depois, passou a trabalhar para a CBS News como colaboradora do programa “CBS News Sunday Morning”.

• Shailagh Murray, correspondente do Wall Street Journal e depois repórter política do Washington Post, tornou-se diretora de comunicações do vice-presidente Joe Biden e mais tarde se tornou assessora sênior do presidente Obama.

• Desson Thomson, critico de cinema do Washington Post, tornou-se autor de discursos da então secretária de Estado Hillary Clinton.

• Richard Stengel, editor administrativo da Time.com e mais tarde editor administrativo da revista Time, tornou-se subsecretário de Estado para diplomacia e relações públicas no governo Obama.

• Beverly Lumpin, que por longo tempo foi correspondente do Departamento de Justiça nos escritórios de CBS News e ABC News, em Washington, tornou-se secretária de imprensa no Departamento de Justiça na administração Obama.

• Warren Bass, editor sênior do “Book World”, do Washington Post, e editor-adjunto da seção “Outlook”, tornou-se diretor de discursos e assessor de políticas sênior para a embaixadora de Obama na ONU, Susan E. Rice.

• Glen Johnson, editor online de política do Boston Globe e jornalista da Associated Press, tornou-se assistente-adjunto da Secretaria de Estado, no escritório de relações públicas, e assessor sênior do secretário de Estado John Kerry.

• Peter Gosselin, correspondente de economia do Los Angeles Times, em Washington, tornou-se o principal autor de discursos para o secretário do Tesouro Tim Geithner, em 2009, mais tarde voltando para a mídia como analista sênior de políticas de saúde com o governo Bloomberg.

• Vijay Ravindran, principal oficial de tecnologia da Catalist, um provedor de dados sobre eleitores, trabalhou para a campanha “Obama para a América” em 2008, e mais tarde tornou-se a principal autoridade digital e vice-presidente sênior da Washington Post Company.

• Tara Sonenshine, produtora do escritório de Washington da ABC News, e mais tarde produtora de editorial para o programa “Nightline”, da ABC, tornou-se subsecretária de Estado para diplomacia pública e relações públicas no governo Obama.

• Desiree Rogers, secretária social da Casa Branca no governo Obama, tornou-se executiva-chefe da Editora Johnson, baseada em Chicago, dona das revistas Ebony e Jet.

Há ainda outros incontáveis exemplos disponibilizados entre os documentos do MRC, mas estes são suficientes para passar a mensagem.

Como escrevo na introdução da mais recente edição da revista Whistleblower:

“Apenas uma coisa pode ser mais bizarra, nos Estados Unidos, que eleger Hillary Rodham Clinton como presidente – uma senhora doente, que mente constantemente, nada valoriza além do seu poder e da sua riqueza, nada realizou de valoroso, advoga em favor de políticas desastrosas, e passou a vida toda oscilando entre criminalidade e corrupção – e levando todos ao seu redor para a mesma lama.

A única coisa mais bizarra seria o atual espectro de praticamente toda a grande mídia – que tradicionalmente fingia imparcialidade e isenção – agora entrar com unhas e dentes em uma campanha pública frenética para colocar os Clinton de volta à Casa Branca.”

Agora você sabe por quê. A grande mídia é cada vez mais apenas um pretexto, uma farsa, um show – apenas mais um grande empreendimento no qual os ativistas da esquerda dita progressista podem trabalhar juntos para transformar os Estados Unidos.

Quando eles se cansam de ser “jornalistas” e “analistas” – ou conseguem uma oferta de trabalho melhor – eles podem sempre voltar a ser parte da administração esquerdista. Afinal de contas, é tudo um mesmo show.

Assim como você assiste a um quadro do “Saturday Night Live”, com comediantes esquerdistas retratando jornalistas e políticos, a grande mídia está cheia de atores “progressistas” desempenhando também os seus papeis. A única diferença é que eles não são engraçados.

Tradução de Tânia Manzur, a pedido e com revisão dinâmica do colunista de VEJA Felipe Moura Brasil.


(*)Versão original: AQUI

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