sexta-feira, outubro 21, 2016

Falácias marxistas: a teoria da mais valia e a exploração da classe trabalhadora.





Falácias marxistas: a teoria da mais valia e a exploração da classe trabalhadora.





Em todos os modos de produção que existiram – exceto no comunismo primitivo –, as sociedades sempre se dividiram em duas classes: os dominantes e os dominados. Com a divisão de classes, surge a exploração do homem pelo homem. Isso é muito fácil de perceber nos modos de produção mais antigos como o escravismo e o feudalismo. Mas, e no capitalismo? Existe exploração? Um trabalhador recebe salário, é pago pelo seu trabalho, então ele não é explorado, correto? Não, no capitalismo também existe exploração, só que essa é disfarçada. Todavia, Marx mostrou, através da teoria da mais valia, como ocorre a exploração no modo capitalista de produção.

Talvez o leitor não acredite nessa balela toda de divisão de classes, de explorados e exploradores e tudo mais. Porém, os adeptos do socialismo acreditam. Então acho que vale a pena gastar um pouco do nosso tempo para entender melhor essa teoria e onde estão seus equívocos. Se você tiver algum amigo socialista (eu tenho alguns), esse artigo vai lhe proporcionar alguns argumentos interessantes.

Muito bem, antes de tudo, convém ressaltar que a teoria da mais valia está baseada na teoria do valor trabalho. Entender como se determina o valor de uma mercadoria não é algo trivial. A teoria do valor trabalho é considerada ultrapassada pelos economistas modernos. Na realidade, na metade do século XIX, quando Marx desenvolveu a teoria da mais valia, muitos economistas já tinham percebido que não é a quantidade de trabalho embutida em um bem que determina o seu valor. Portanto, a teoria de Marx parte de uma premissa que hoje praticamente todos os economistas – exceto os marxistas, logicamente – consideram equivocada.



A forma mais fácil de entender a teoria da mais valia é através de um exemplo. Suponhamos que um operário trabalhe dez horas em uma empresa. Ele recebe um salário proporcional a essas dez horas. Porém esse salário estaria sempre no nível de subsistência – Marx e a maioria dos economistas de sua época supunham que os salários sempre se mantinham nesse nível. Mas digamos que o tempo de trabalho necessário para que o operário produza o valor correspondente ao custo de sua subsistência seja de seis horas. O que acontece com as quatro horas excedentes? O valor gerado nesse período fica para o capitalista. A mais valia é, portanto, a materialização do trabalho excedente. A exploração no capitalismo ocorre mediante extração de mais valia.

Onde estão os erros dessa teoria? Marx considera que somente o trabalho humano gera valor. Capital (máquinas, equipamentos, instalações etc.) não produz valor. Para que não houvesse exploração, todo valor gerado na produção de mercadorias deveria pertencer à classe trabalhadora. O capitalista é um simples parasita que extrai mais valia dos trabalhadores.

Será que isso está correto? Vejamos. O capitalista em algum momento de sua vida – ou de alguém que legou a ele os meios de produção – teve de se esforçar, poupar recursos, para chegar a essa situação. Todo objeto da riqueza é fruto do sacrifício humano. O sacrifício dos operários é obvio. Porém a posse de meios de produção exige sacrifícios semelhantes dos capitalistas. Logo, trabalhadores e capitalistas têm justificativas morais semelhantes para auferir renda.

Vejamos outro ponto que Marx não analisou. Quem gera inovação tecnológica? Os capitalistas ou os trabalhadores? É evidente que são os capitalistas. O que acontece com uma economia sem capitalistas? Entra em estagnação. Foi justamente isso que levou ao fim do comunismo na União Soviética, na China e em quase todo o mundo.


A capacidade de inovação e produção de riquezas do capitalismo é algo simplesmente extraordinário. Eu não estou me referindo apenas à produção de carros chiques e sofisticados, computadores, celulares, internet e coisas do gênero. Estou me referindo também à saúde e à produção de alimentos.

No Brasil, no início do século XX, a expectativa de vida era pouco superior a 30 anos. Atualmente, está acima de 70. Isso aconteceu porque mais pessoas têm acesso a saneamento e a água potável. Também porque empresas capitalistas inovadoras desenvolveram vacinas e antibióticos que permitiram tratar de doenças que dizimavam milhões de indivíduos. A inovação capitalista está presente também na agricultura. Há algumas décadas, seria impossível produzir alimentos suficientes para alimentar a atual população do planeta.

E os socialistas? Deixaram alguma inovação relevante? Que eu me recorde, o único produto soviético que é comercializado até hoje em larga escala é o fuzil AK-47. Essa arma rústica e de fácil manuseio, desenvolvida em 1947 pelo engenheiro e militar russo Mikhail Kalashnikov, é até hoje largamente comercializada. É provavelmente a arma de fogo mais comercializada no mundo e também a favorita de terroristas e traficantes de drogas. Ao ver o destino que sua invenção tomou, Kalashnikov disse certa vez que preferiria ter inventado um cortador de grama.

Entre as inovações capitalistas e socialistas, eu já fiz a minha escolha. Mais complicado é convencer socialistas aonde a teoria da mais valia, quando levada às suas últimas conseqüências, pode chegar.

Fonte: InstitutoLiberal.org.br

Nenhum comentário: