Na noite de 16 de março de 2020, a nova CNN Brasil, que muitos tinham como - finalmente!! - uma emissora autenticamente nova e - pasmem!! - conservadora, entrevistou o dr. Anthony Wong e quando ele estava contrariando as expectativas da direção da emissora, simplesmente cortaram a fala dele. O Dr. Anthony explicava as falhas do confinamento o que contraria os interesses dos governadores - nem todos é claro - do grupo liderado pelo déspota João Dória Jr que quer ver uma recessão maior do que a aplicada pela Quadrilha Petista no governo Dilma.
A entrevista abaixo foi dada à Revista Epoca, à jornalista Cleide Carvalho. A entrevista mostraria os dois lados da questão, por motivos óbvios, o Blogando apresenta a versão do dr Anthony Wong que nunca esteve alinhado com esse ou aquele governo. Sempre que chamado a opinar se mostrou totalmente contra drogas (é um especialista no assunto) e isso mesmo atuando durante governos pró aborto, liberação de drogas e ideologias de gênero. Aqui segue a opinião avalizada desse profissional competente:
ANTHONY WONG, 72 anos, brasileiro naturalizado,médico pediatra e toxicologista, é chefe do Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo e assessor da Organização Mundial da Saúde (OMS). Montou algumas das primeiras UTIs pediátricas no Brasil.
Epoca: Alguns dizem que há muito pânico sem razão em torno da Covid-19 e que há doenças, como o sarampo, com poder de disseminação muito maior. O que acha?
Anthony Wong: É uma pandemia de histeria e paranoia. Acredito que a mídia, em geral, foi em grande parte responsável por esse susto. Se pegarmos os dados atuais, veremos que 88% a 90% das pessoas, que têm menos de 60 anos de idade, têm uma doença muito leve, um resfriado talvez um pouquinho mais dolorido, mas nada sério se comparado à gripe por influenza. Não mais que 10% a 12% vão precisar de um atendimento hospitalar. Desses, não mais que 4% vão precisar de terapia intensiva, que são, em imensa maioria, os idosos com problemas crônicos graves. Então, devemos dar atenção especial aos acima de 60 anos e muito mais aos idosos com mais de 80 anos, faixa em que a doença é altamente crítica. Não isolando, mas cuidando deles. Mas não devemos colocar todo o resto da população na mesma situação, porque isso está parando o mundo e parando o Brasil inteiro.
Epoca: É possível comparar as medidas tomadas para conter o novo coronavírus com as para outras doenças?
AW No mundo, a influenza atinge anualmente 650 milhões de pessoas por ano. Ela começa no fim de outubro no Hemisfério Norte e vai até março. Nos Estados Unidos, até o fim de fevereiro, foram 19 milhões de pessoas afetadas, 260 mil hospitalizações e 20 mil mortes. Deveríamos estar, sim, mais preocupados com a influenza, que vai chegar daqui a um mês. Os sintomas são mais graves, e ela mata adultos e crianças, inclusive sem comorbidades pregressas.
Considera as medidas já tomadas pelo governo brasileiro para enfrentar a pandemia de Covid-19 adequadas?
AW Elas seguem exatamente o preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e estão, de certa forma, corretas. Mas, inicialmente, as medidas foram instituídas de modo meio apressado, sem o devido preparo e sem informar a população corretamente dos reais riscos da doença. Foram mais intervenções do ministro (da Saúde) Luiz Henrique Mandetta na mídia.
O governo deveria usar verbas que seriam destinadas à propaganda política para dar informes exatos e equilibrados à população, procurando não incentivar o pânico. Estamos, sim, diante de uma doença séria, altamente contagiosa, mas não tão letal. Outro ponto é a fala do David Uip (coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus criado pelo governo de São Paulo). Ele falou em 450 mil pessoas afetadas no estado, numa hipótese otimista, e até 4,5 milhões, praticamente 10% da população paulista, numa pessimista.
--------------- ➧➧ Ou seja, foi grosseiramente exagerado.
Ele explicou que incluía as pessoas sem sintomas. Mas, na literatura médica, pessoas assintomáticas nunca são computadas como doentes. Portanto, a definição estava errada. Por que isso é importante? Porque leva pânico à população. O governo e as autoridades sanitárias deveriam informar que quase 90% das pessoas infectadas têm uma doença leve, um resfriado comum que dura três ou quatro dias. Com o pânico, as pessoas começam a estocar alimentos e sobrecarregam os hospitais, em vez de deixar para as pessoas que realmente necessitam. Muitos exigem que seus filhos sejam atendidos prioritariamente porque os pequeninos estão com um “resfriadinho”. O Brasil tem parcos recursos de pessoal e materiais para a saúde, e deve ser esclarecido à população que precisamos dar prioridade aos idosos e aos que têm comorbidades crônicas graves. Já me chamaram de irresponsável por tentar atenuar a gravidade do surto. Mas irresponsabilidade é criar insegurança e medo na população.
O Brasil não vai fazer teste em todos os possíveis infectados, apenas nos casos mais graves. A OMS afirma que eles devem ser feitos em grande escala. Quem está certo?
AW O exame é realmente importante para estabelecer a base da doença. Você tem o denominador, que é o número de pessoas infectadas com exame positivo. O numerador é composto dos doentes graves e dos óbitos. Quando amplia a base, tem a real dimensão do problema. Se fizer exames apenas em pessoas que apresentam sintomas ou estão em estado grave, você diminui o denominador e dá uma falsa sensação de que a doença é mais grave e prevalente do que parece.
É favorável à suspensão geral das aulas?
AW Essa é uma medida extremamente controversa. Acho exagerada. Por vários motivos. Em primeiro lugar, porque o lugar mais seguro para a criança hoje é a sala de aula. Sabemos que nas crianças o Covid-19 é extremamente leve, praticamente não perceptível. Não estou falando de portador do vírus, estou falando em criança com a doença mesmo. Na escola, ela pode pegar e apresentar imunidade. Com isso, espalha a imunidade na comunidade. É a chamada imunização em rebanho. Em segundo lugar, ela vai pegar de uma forma ou de outra, talvez menos se estiver em casa. Mas veja o que acontece se ficar em casa. Ficar confinado ninguém aguenta. Ela vai acabar indo para o shopping, outro lugar fechado, onde provavelmente a circulação de vírus é maior. Ou vai visitar parentes, espalhando mais vírus. Os adolescentes têm energia, vão procurar uma atividade. Vão para bares, encontrar-se com amigos, inclusive de outras escolas. Aí realmente, se não estiver infectado, vai acabar se infectando. Para as crianças, os pré-adolescentes e jovens até os 20 anos não haverá problemas mais sérios. Nenhum deles terá a doença grave. Outro problema é que suspender aulas requer planejamento muito cuidadoso da estratégia e de suas consequências. No caso do Brasil em geral, não temos condições de fazer aulas on-line. Vai ser um ano perdido não só para a economia, mas para a escolaridade. Pode fazer uma diferença enorme, principalmente para os alunos que estão se preparando para o vestibular no fim deste ano.
#Entrevista com a participação de NANCY BELLEI, 57 anos, paulista médica infectologista clínica, pode ser acessada no ⏭ link ⏮
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