quarta-feira, dezembro 07, 2011

Governo lança programa de combate à 'epidemia' do crack.







Que bom, enfim após quase nove anos de mesmice e inércia quanto às drogas, o governo resolve tomar alguma atitude.

E, claro, vem aí com toda a pompa que merece, o programa "Crack é possível Vencer". Em tempos de preparativos para a superfaturada Copa do Mundo, o nome do programa parece mais alguma maracutaia do ex-ministro do Esporte, o Orlando Silva que sumiu do notíciário, mas o dinheiro não voltou aos caixas. Estamos esperando senhor ex-ministro!.

E junto com um programa vem outro; este para atender aos dependentes químicos: a rede de atendimento Conte com a Gente (*), que tem a meta ambiciosa de auxiliar dependentes e familiares e tentar garantir a reinserção social. Como já conhecemos a ambição dessa gente sabemos bem que isso não vai dar em nada, mas que vai engordar muitos bolsos.

O Sistema Único de Saúde - SUS - (aquele sistema quase perfeito, mas não utilizado por um ex-presidente da república) será uma das ferramentas do tratamento, criando enfermarias especializadas nos hospitais da rede. Até 2014, o Ministério da Saúde promete repassar recursos para que estados e municípios criem 2.462 leitos. O investimento total previsto é de pouco mais de R$ 670 milhões. O valor da diária de internação passará de R$ 57 para R$ 200; muito provavelmente no último dia de 2014 e quando esse valor estiver tão defasado quanto hoje .

Sabendo-se que o número de usuários cresce geométricamente e o SUS atende aritiméticamente, não é necessário ser adivinho para saber se e que quando os 2462 leitos estiverem funcionando a demanda terá crescido umas 100 vezes. E, convenhamos, 2.462 leito até 2014 é tentar estancar uma hemorragia na femural com um cotonete.

Mas não é só isso. Tem mais, muito mais. Além da estrutura do SUS (que não funciona perfeitamente em todos os estados), o governo promete criar mais de 300 consultórios de rua, para fazer atendimento volante em locais de maior incidência de crack. As equipes serão compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Outra novidade é que os centros especializados para álcool e drogas (que são em números insignificantes e inoperantes) passarão a funcionar 24 por dia e sete dias por semana. Isso quer dizer que o que não funciona, não funcionará agora por 24 horas e a semana toda.

E vem mais, muito mais. Para evitar a entrada de drogas no País, o programa promete ações policiais nas fronteiras e em áreas de grande consumo - como sempre foi feito, ou melhor, não feito -. O contingente das polícias Federal e Rodoviária Federal deverá ser reforçado com mais 2 mil homens. Para prevenção, o foco das ações do governo será nas escolas e por meio de líderes comunitários. Esse ponto é meio estranho já que recentemente líderes comunitários foram flagrados comercializando armamento com traficantes. Aliás, diz-se à boca pequena que "lider comunitário que não é incomodado pela bandidagem, está na folha de pagamento".

Enfim mais um programa fadado a dar tão certo quanto o "Primeiro Emprego" do governo Lula ou o tão operativo Banco do Povo do mesmo governo Lula ou o Fome Zero (Agora viraram miseráveis e para isso criaram novo programa) ou ... uma outra centena de programas que servem apenas para engordar o caixa de jornais, revistas e TVs: o Cala a boca Remunerado; esse sim um programa de Sucesso.

PS: Apenas tres perguntinhas: Porque apenas enfatizar o crack, esquecendo o álcool? O ex ministro do meio ambiente estava no lançamento do programa? E Tarso Genro fumou o cachimbo da Paz no lançamento do programa?


(*) Será que é aquela piadinha do "Vamos contar então: um, dois, três..."


Fonte: Terra

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