quinta-feira, março 23, 2006

O PROFETA ARMADO, O PROFETA DESARMADO E O PROFETA BANIDO

por Adriana Vandoni




Literalmente Paloffi danou-se. A quebra do sigilo bancário do caseiro Nildo foi uma espécie de golpe final para a falsa aura de integridade do nosso super poderoso Ministro tloca-letras. Seus homens estão caindo e ele, segundo bastidores, está entre a cruz e a espada. Quer sair para acabar com o desgaste, mas se sair, já tem mandado de prisão expedido.

Como eu já tinha escrito, lá no comecinho da gestão Lula, o PT é autofágico. Hoje nós sabemos que além de autofágicos eles são otras cositas mas...


A ação do Tião Viana ao entrar com um pedido de liminar proibindo o depoimento do caseiro Nildo foi de mestre. Um mestre desastrado. Não pegou bem e ele está com um sorriso amarelo de dar dó. Acho que mudarei para o Acre só pra votar nele. Tadinho!


Depois, quando o sigilo bancário do caseiro foi quebrado, Clarice Coppetti, vice-Presidenta do setor de Tecnologia da Caixa Econômica Federal, declarou que essa "não é uma operação simples" de solucionar e descobrir o responsável. Clarice é casada com César Alvarez, do PT gaúcho, homem que despacha ao lado do gabinete do Presidente Lula, as declarações de Coppetti conflitam com as de funcionários da instituição, que informam que existe um arquivo que registra todos os acessos, com a identificação do autor, natureza do serviço e horários de permanência no sistema. Os dados são armazenados por cinco anos e não podem ser apagados. Uma consulta simples rastrearia os pedidos de extratos. Mesmo com as declarações das dificuldades para se realizar o trabalho,parece que eles perceberam que a coisa ia feder muito e resolverem anunciar os responsáveis no final da manhã de ontem.


Eles não iam conseguir sustentar a versão de que a identidade do funcionário responsável pela quebra do sigilo tinha sido apagada do extrato. Ora, no extrato de Francenildo existe o código H4A00000, que é gerado a cada operação do sistema de computadores da Caixa. Todos sabiam que com ele é possível identificar o terminal ou, no mínimo, o servidor de computador de onde foi feita a apuração. Como é possível identificar o horário da retirada do extrato, às 20h58, a busca se reduz em muito, permitindo a descoberta do responsável pelo delito absurdo.


Portanto, existiam duas alternativas para se chegar ao responsável, e com o grau de informatização do sistema bancário, pedir 15 dias para apurar os fatos, como a diretoria da casa queria, era esperança de que o tempo abafasse o escândalo.


Só para relembrar, e não deixar que o tempo abafe os escândalos do passado, Clarice e Jorge Mattoso, presidente da CEF, foram acusados de cobrar “pedágio” e desviar dinheiro da Caixa para a campanha do PT em um relatório assinado por Valquíria Brito, então gerente Nacional de Segurança, afastada do cargo na época. Segundo denúncia recebida, o dinheiro colhido seria repassado mensalmente a "Clarice de tal". Valquíria encaminhou seu relatório ao então vice-presidente da Caixa Paulo Bretas, demitido por envolvimento com Valdomiro Diniz e José Dirceu, claro.


Só gente boa! De primeira! Todos fazem parte da facção petista Democracia Socialista de orientação trotskista. Assim como também fazem parte o Miguel Rossetto, vários comissionados do INCRA e vários outros que no começo da década de 70 se autodenominavam trotskistas e se reuniam em uma Igreja para discutirem se o tal líder sindical chamado Lula era um pelego ou podia ser usado como instrumento para a construção de uma nação socialista. Caramba! Eles ficaram com a segunda opção! Não a de construir uma nação socialista, mas de usarem Lula como instrumento. O projeto de uma sociedade trotskista foi abandonado assim que descobriram as delícias proporcionadas pelo capital. E foi com esse intuito que nossos heróis trotskistas colocaram a mula na frente e, desenfreados, obstinados e pouco estrategistas, estão hoje nos presenteando com deprimentes cenas de sexo, intimidades violadas, Land Rovers... tudo regado a muito whisky escocês e charutos cubanos.


Paloffi sempre foi um fiel seguidor dos princípios de Trotski, diferente de Zé Dirceu que era admirador de Stalin. Se compararmos o perfil dos dois com dos seus heróis vamos ver que existem profundas semelhanças. Trotski era o bom moço, de família rica e idealista, queria uma revolução internacionalista. Caiu em desgraça e foi assassinado por Stalin que tinha um perfil autoritário e muita, mas muita pressa em instituir um movimento socialista triunfante. Stalin tinha o Partido Comunista sob domínio, apesar de Trotski ser uma reserva intelectual do movimento.Coincidentemente, uma das melhores biografias de Leon Trotsky é a trilogia escrita por Isaac Deutscher: O Profeta Armado, O Profeta Desarmado e O Profeta Banido.
 

Não é de bom costume fazer isso, ainda mais para petistas, mas se alguém desejar conhecer a história para conhecer o que ocorre hoje, empresto os livros de bom grado.



Fonte: Adriana Vandoni Curvo ---- 23/03/2006 - 14:33


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