Lula não decidiu. Ele se rendeu
Por Rui Nogueira
Num caso em que todos os envolvidos eram praticamente réus confessos, o governo Lula cometeu a proeza de levar 11 dias para tomar uma decisão político-administrativa sobre a explícita violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa.
Levou mais tempo para fazer o óbvio do que Deus para criar uma obra da complexidade do mundo e ainda plantar o bicho homem nele. A rigor, e aqui reside a tragédia deste governo, o presidente não tomou decisão nenhuma neste caso, como não tomou em nenhum outro.
Em todos os casos, Luiz Inácio Lula da Silva afrontou a realidade quanto pôde e só entregou os pontos quando essa era a única saída. E entregar os pontos não quer dizer que admitiu os erros, apenas significa que se rendeu.
No PT e no governo, a maioria tem a convicção de que os fins justificam os meios, o que ajuda a entender a violação do sigilo bancário para calar um caseiro. Lula já se desfez de uma dezena de auxiliares, entre ministros, assessores e dirigentes da cúpula do PT, mas suas palavras mais simbólicas sobre o mensalão e os mensaleiros foram duas:
1) foi “traído”;
2) os companheiros cometeram apenas “deslizes”.
E agora, no caso Palocci-Francenildo, foi um presidente mudo e passivo, incapaz de um movimento à altura do cargo que ocupa, à espera, mais uma vez, que sorte decidisse por ele.
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