16.03, 10h31 DIEGOCASAGRANDE.COM.BR
Caso único no mundo dos negócios de jogos eletrônicos, o patrocínio de R$ 5 milhões que a Telemar deu à Gamecorp, empresa do filho de Lula, deverá passar por investigação pelo Ministério Público. A iniciativa da denúncia é do sub-relator de fundos de pensão da CPI dos Correios, deputado ACM Neto (PFL-BA)."Não vamos sugerir que houve irregularidade. Vamos dizer que o Ministério Público precisa investigar", justificou o oposicionista. Ele explica que vai recomendar a investigação sobre o negócio de Fábio Luis Lula da Silva porque a Telemar possui, entre seus acionistas, fundos de pensão.Segundo ACM Neto, o MP precisa apurar se houve desvio de recursos ou prejuízo para as entidades de previdência. A oposição desconfia que houve transferência indevida de recursos da Telemar para Lulinha.
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Fábio Luís e os irmãos Bittar são amigos de infância. Pessoas próximas ao grupo contam que quem comanda de fato os negócios das empresas é Kalil Bittar. Com 43 anos, Kalil é visto freqüentemente na ponte aérea São Paulo–Brasília. O filho de Lula tem o perfil discreto. Torcedor do Corinthians, aficionado de histórias em quadrinhos e videogames, ele tem dois programas prediletos no fim de semana: passear no shopping com a namorada e jogar futebol. A essa rotina banal somam-se agora as tarefas de um empresário bem-sucedido, sócio de uma empresa do porte da Telemar, que, com um faturamento de 18 bilhões de reais no ano passado, possui bala suficiente para patrocinar para seus sócios mirins viagens para os Estados Unidos, a Coréia e o Japão. Em 2005, Fábio e o sócio Kalil Bittar visitaram esses países com as despesas pagas pela companhia de telefonia. A viagem ocorreu no mesmo período em que o presidente Lula estava em viagem oficial ao Japão e à Coréia. O objetivo era levar Fábio e Kalil para conhecer companhias que trabalham com a produção de games para celular e ainda a tecnologia de celulares de terceira geração.Histórias de sucesso instantâneo no mercado eletrônico não são raras. Em 1996, o jovem Marcos de Moraes – filho do ex-rei da soja Olacyr de Moraes – criou o portal de internet Zip.Net. O negócio deu tão certo que, quatro anos depois, Moraes vendeu o portal por 365 milhões de dólares a uma empresa do grupo Portugal Telecom. Foi uma das maiores transações da internet brasileira. Sempre se pode dizer que o sucesso de Fábio e seus amigos é mais um desses milagres produzidos pela era digital. É possível. O fato de essa história ter tido uma mãozinha – ou melhor, uma mãozona – de uma empresa movida (inclusive) a dinheiro público, no entanto, é suficiente para arranhar o talento que, ninguém duvida, tanto Fábio quanto seus amigos têm de sobra.
Com reportagem de André Rizek, Camila Pereira, Roberta
LEIA MAIS SOBRE ESSE "TALENTOSO" RAPAZ: www.moun.com/ articles.asp?art=2991
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