por Luis Dufaur
O padre Mourad, libertado no dia 11 de outubro 2015, conta a sua experiência junto com outros 250 reféns
O monge e sacerdote siro-católico Pe. Jacques Mourad, prior do mosteiro de Mar Elia, contou em entrevista à emissora cristã Noursat TV – Tele Lumière a experiência que viveu no cativeiro depois de ser sequestrado pelos milicianos do Estado Islâmico. Ela foi reproduzida pela agência Zenit.
Em 21 de maio deste ano 2015, um grupo de homens armados o raptou, juntamente com um ajudante, na periferia de Qaryatayn, cidade de população cristã e sunita que, dois meses antes, tinha caído em mãos dos extremistas islâmicos.
O padre fazia parte da comunidade fundada pelo sacerdote jesuíta romano Paolo Dall’Oglio, desaparecido no norte da Síria em 29 de julho de 2013, quando estava em Raqqa.
“Quando estava sendo deportado, com as mãos amarradas e os olhos vendados, surpreendi a mim mesmo repetindo-me: ‘Caminho para a liberdade’. O cativeiro, para mim, foi como um novo nascimento”, afirmou o padre Jacques.
Ele relatou, entre outras coisas, que celebrava a missa num dormitório subterrâneo onde tinham sido encarcerados previamente mais de 250 cristãos de Qaryatayn, também sequestrados pelos jihadistas.
“Os cristãos eram interpelados com frequência sobre a sua fé e a sua doutrina cristã, mas não se converteram ao islã, apesar das pressões.
“Permaneceram fiéis à oração do rosário. Esta experiência de provação fortaleceu a fé de todos, inclusive a mi fé como sacerdote. É como se eu tivesse nascido de novo”.
O terço é a arma mais temida pelo inferno e, obviamente, pelos seguidores de Maomé.
Aqui a notícia da fuga:
Aqui a notícia da fuga:
Sacerdote diz como a ajuda humanitária que prestava, apoiado por instituições de caridade, inspirou um amigo a traçar sua fuga na garupa de uma moto, disfarçado de combatente islâmico.
O Pe. Jacques Mourad escapou do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), em Qaratayn, na Síria, com o auxílio de um amigo cuja família tinha sido ajudada pelo sacerdote. Depois de passar cerca de seis meses como refém dos terroristas, o Pe. Mourad fugiu na garupa da moto deste amigo, disfarçado como um combatente islâmico.
O amigo, que tinha ligação com o EI, disse ao Pe. Mourad que ficou impressionado com o trabalho de ajuda humanitária que ele prestava aos pobres e desfavorecidos da região, e por isso, decidiu cooperar com a fuga do padre.
Após ficar 84 dias sequestrado na prisão do EI, que fica na sede do grupo terrorista, em Raqqa, no norte da Síria, a pressão dos muçulmanos de Qaratayn fez com que os extremistas trouxessem o Pe. Mourad de volta à sua cidade, em cativeiro domiciliar.
“Um dia, um dos líderes do EI veio até mim e falou: ‘Todo mundo em Qaratayn está falando de você, pedindo por você. Venha comigo’. Fui levado com os olhos vendados e com as mãos atadas, por um trajeto que parecia ser um enorme túnel. Algum tempo depois, eles removeram minha venda e eu conseguia ver toda minha paróquia. Na minha frente, estava o abrigo que a AIS tinha construído. Foi incrível”.
Em entrevista exclusiva à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Pe. Mourad disse: “O que a AIS tem feito para nos ajudar, com suporte a abrigo, alimentação e medicamentos, contribuiu diretamente com a minha libertação”. O Pe. Mourad, cuja notoriedade entre os muçulmanos o levou a ser conhecido como “Sheikh Jacques”, ainda disse que o apoio da AIS foi fundamental para o fornecimento de água em Qaratayn, providenciando recursos para a construção de um reservatório que abastece a cidade.
Falando por telefone da Síria, Pe. Mourad disse: “A ajuda de pessoas como vocês da AIS tem protegido os cristãos das mãos do Estado Islâmico”. Ele disse que estava convencido de que esta ajuda tinha feito com que os militantes mostrassem clemência pelos 150 cristãos mantidos reféns pelo EI, em Qaratayn.
Recordando seu tempo na prisão, Pe. Mourad disse que todos os dias eles ameaçavam matá-lo. “Eu estava esperando o momento em que eles viriam e cortariam minha garganta”.
Pe. Mourad disse que estava convencido de que seus esforços para se manter calmo e em paz ajudou a salvar sua vida. “Eu estava muito consciente das orações de tantas pessoas, e das orações de Santo Inácio de Loyola e Charles de Foucauld – ‘Pai, eu me abandono em tuas mãos; faça comigo o que quiseres’”.
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