Parte 1
por Julio Severo
“Fundamentalismo” hoje é uma palavra suja, e a razão é o ódio socialista contra os cristãos conservadores.
O termo original “fundamentalismo” era usado em referência a evangélicos que desenvolveram e seguiram “Os Fundamentos,” um enorme livro teológico, editado por R. A. Torrey e publicado entre 1910 e 1915, para confrontar o liberalismo, o ecumenismo, o catolicismo, o socialismo e heresias entre igrejas protestantes no início do século XX.
Pelo fato de que os socialistas não gostaram de “Os Fundamentos” e suas posturas cristãs conservadoras, eles trabalharam durante muitas décadas para transformar “fundamentalismo” numa palavra suja. Eles tiveram sucesso.
“Os Fundamentos” revela que, mesmo antes do nascimento da União Soviética, o socialismo era uma influência forte na sociedade e igrejas dos EUA.
O capítulo sobre socialismo em “Os Fundamentos” foi escrito pelo Rev. Charles R. Erdman (1866-1960), professor no Seminário Teológico Princeton. Erdman era um pastor presbiteriano, e ele não conseguiria ter visualizado seu seminário enviando socialistas para formar socialistas em outras nações.
Em 1952, o missionário presbiteriano ecumênico Richard Shaull (1919-2002) foi enviado ao Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, onde ele deu aulas até 1959. Shaull era doutor em teologia pelo Seminário Teológico de Princeton. O nascimento da Teologia da Missão Integral (TMI) no Brasil tem origem nele.
Ainda que a TMI seja rotulada de versão protestante da Teologia da Libertação, a TMI nasceu antes da Teologia da Libertação. Para mais informações, baixe meu e-book gratuito aqui: http://bit.ly/11zFSqq
A TMI é o liberalismo teológico mais difundido nas igrejas protestantes da América Latina, principalmente no Brasil, em nossa época.
O testemunho evangélico fundamental do Rev. Charles R. Erdman contra o socialismo 100 anos atrás denuncia as incursões poderosas do socialismo na sociedade e igrejas dos EUA quando não existia nenhuma União Soviética e KGB. Estou publicando o testemunho dele para ajudar os evangélicos do Brasil a evitar a TMI e suas armadilhas socialistas.
A denúncia dele contra o socialismo será publicada por mim em 4 partes, e está é a primeira:
A Igreja e o Socialismo
Prof. Charles R. Erdman, D. D., Seminário Teológico Princeton
A ascensão súbita do socialismo é o movimento mais surpreendente e importante de nossa época. Poucos anos atrás o termo sugeria um sonho de fanáticos. Hoje, esse termo personifica o credo e a esperança de milhões de pessoas inteligentes. Por exemplo, nos Estados Unidos 20.000 eleitores votaram em socialistas em 1892. Em 1912, o número de americanos que votaram em socialistas foi 900.000. Na França, o número de eleitores socialistas foi 1.104.000, e na Alemanha mais de 3.000.000. E nesses e outros países multidões que não estão abertamente alinhadas com o socialismo político estão imbuídas de princípios socialistas e são defensoras de teorias socialistas.
A Igreja Cristã está profundamente preocupada com esse grande movimento. Primeiro, por causa do esforço que muitos nos EUA estão fazendo para identificar o socialismo com o Cristianismo. Segundo, porque, no outro extremo, o socialismo popular vem sendo sugerido como substituto para o Cristianismo e é antagônico ao Cristianismo. E terceiro, pelo fato de que a força do socialismo consiste em grande parte de seu protesto contra os males sociais existentes, males semelhantemente opostos pela Igreja Evangélica, mas que só podem ser corrigidos de forma definitiva pelo governo universal de Cristo.
1. O socialismo, em sua definição estrita, é uma teoria econômica que propõe a abolição do capital privado e a substituição da propriedade coletiva para avançar o trabalho industrial do mundo. Essa propriedade coletiva deve ser estendida a todos os instrumentos materiais de produção. Esses instrumentos devem ser dirigidos pelo povo, e os produtos devem ser distribuídos de forma igual. O governo deve ficar totalmente nas mãos do povo, e deve designar a cada indivíduo sua tarefa e decidir seu salário. Cada cidadão deve ser na realidade um empregado do governo.
É evidente que se deve distinguir o socialismo do comunismo com o qual é muitas vezes confundido. O comunismo defende a propriedade coletiva de todas as riquezas. O socialismo não nega o direito da propriedade privada, mas do capital privado. Num país socialista alguém pode possuir uma casa, mas não pode alugá-la para aumentar sua renda.
Ele pode possuir um iate, mas não pode usá-lo para transportar passageiros por dinheiro. Sob o comunismo, não haveria nenhuma propriedade privada, e seria literalmente verdade que “nenhum homem poderia chamar nada que ele possuísse como seu.”
O socialismo tem diferenças ainda mais evidentes com o anarquismo. O anarquismo busca abolir todo o governo. Mas os socialistas defendem a extensão das funções do governo para regular a vida e o trabalho de todos os indivíduos nos mínimos detalhes. A anarquia significa nenhum governo. O socialismo propõe mais governo do que qualquer nação já viu.
Obviamente, o socialismo jamais deveria ser confundido com a forma extrema de anarquia conhecida como niilismo. O niilismo defende a abolição violenta de todas as instituições sociais e políticas existentes. É verdade que os socialistas muitas vezes propõem revolução e violência, mas um número cada vez maior de socialistas acredita que seus objetivos serão alcançados por meio de um processo gradual de evolução social avançando para a meta de uma propriedade coletiva do capital. Não é certo, pois, identificar o socialismo com assassinatos, ilegalidades e revoltas.
Continua na parte 2.
Traduzido por Julio Severo do livro original em inglês “The Fundamentals” publicado nos EUA em 1910.
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