domingo, setembro 03, 2017

Estupro e assédio se resolvem com lei penal rigorosa.



por Flávio Morgenstern(*).






Casos recentes tomaram a mídia envolvendo crimes contra mulheres, como denúncias de estupro e assédio que, ao invés de ganharem as páginas policiais, mereceram destaque mais na coluna de fofocas de celebridades. Tal se deu por um continuum de notícias envolvendo sexo e opressões de natureza sexual propagandeando a ideologia feminista nos últimos dias.


Apesar de todo o alarido que é feito sobre estupros e crimes sexuais e contra a mulher, exatamente a única coisa que é capaz de diminuir tais crimes é limada do debate público: a necessidade de leis penais mais rigorosas contra estupradores e assediadores.


Conforme já explicamos, há um molde pré-formato para se fazer análises sociais que envolvam crimes e injustiças na intelligentsia atual: todo crime deve ser desculpado e amenizado, dissolvido em uma culpa coletiva da “sociedade”, triangulado para um ente abstrato e amorfo que retire qualquer responsabilidade de escolha de ação do indivíduo. No dizer de Thedore Dalrymple, é “Hamlet sem o príncipe”.


A única exceção são os crimes sexuais, como o assédio e o estupro. Para estes, toda punição é exigida não apenas para o criminoso, mas até para quem se pareça com o criminoso. Pareça-se com o molestador. Tenha parentesco com o abusador. Seja advogado do violador. Ou tenha algum dia cumprimentado o abusador. Não há masmorra com punição o suficiente para estes seres.




Com a mentalidade também dissolvida em ideologias e afastada do bruto contato com a realidade, o palpitariado crê que os dois tipos de crime não possuem correlação nenhuma. Os crimes de sangue, incluindo seqüestro e assassinato, seriam meramente econômicos, derivados de uma “desigualdade” vista como injusta por si, enquanto o estupro e suas variantes seria um crime de escolha, maldosamente até incentivado por esta mesma sociedade – e aí, não há discurso sobre desigualdade sexual que cole: o crime é maldade pura e o criminoso é puramente maldoso.


Na vida real, longe das ideologias e explicações da modinha que todos repetem como se fossem o último achado da inteligência e razão analítica, nada é mais óbvio que um ambiente de amoralidade e incentivo ao instinto puro sem freios vai gerar tanto o roubo quanto o rapto com fins sexuais. Que não há sociedade com muitos assaltos e poucos estupros. O parentesco entre o furto e o constrangimento sexual, entre o assassinato e o os raptos seguidos de espancamento, é cristalino como água de uma fonte de fadas para qualquer ser humano que não precise do aplauso dos coleguinhas da faculdade ou do Twitter.


O que coíbe um assaltante e um estuprador é rigorosamente a mesma coisa: a repressão ao seu ato. Uma educação que ensina justamente pulsões do corpo (e critica qualquer auto-controle como “obscurantismo” e “preconceito”) será a última capaz de ensinar alguma moral que atinja logo estupradores – disparadamente os que mais gostam das aulas de educação sexual que tratam qualquer moralidade no sexo como resquício da Inquisição. Muito menos adiantará destruir o poder de educação da família e transferi-lo a um Estado defensor de atalhos para a satisfação das vontades. E estupradores, qualquer feminista há de concordar, os há em qualquer classe social ou nível de instrução.








Não adianta usar bordões da modinha de quem pensa por manada e se orgulha de se tornar propaganda partidária obrigatória, como “Ensinem os homens a não estuprar” (como se homens não repudiassem o estupro tanto quanto mulheres – pergunte a qualquer presidiário), se não é possível levantar cartazes como “Ensinem os nóias a não roubar” ou “Ensine o goleiro Bruno a não matar e mandar esquartejar”. O ridículo é o mesmo.


Se o objetivo é lacrar e fazer textão no Facebook, ignorando até mesmo a polícia, parece até útil não ser a última da turminha a ter um caso de estupro/assédio a relatar, ainda que sem muita “lógica” (mais vale a narrativa do que pensar se alguém precisa tomar coquetel anti-DST após ser bolinada). Em um país com 56 mil homicídios anuais, é mais do que factível imaginar que o número de estupros reais é desesperadoramente maior.


A infeliz ex-presidentE Dilma, em apoio à Marcha das Vadias 2014, já que feminismo é Marxismo Puro


Mas se o objetivo é diminuir estupro, só há duas coisas a fazer: exigir uma moral sexual ordenada no civil e um rigor de polícia muito maior no penal. É tão simples quanto parece, não vai render bônus com o professor citando Walter Benjamin e também não tem um -ismo para fazer “leitura crítica” da sociedade: é simplesmente aquele funcionamento da sociedade tão eterno e tão avesso a intelectuais, que até hoje não sabem pra que serve um torneiro mecânico, mas falam em “trabalhadores”, não sabem dobrar um lençol de elástico, mas criticam o “patriarcado”. A sociedade funciona às vezes muito bem sem ideologozinhos de faculdade de Humanas.


Bem ao contrário do que pretendem as leituras críticas, naufragando na verborreia da Escola de Frankfurt e nas libertinagens auto-justificantes de Michel Foucault, quem permite que um país como o Brasil vire um mar de estupros não é a direita com seu “patriarcado machista obscurantista”: quem criou leis que amenizam a vida de criminosos, incluindo estupradores, foi justamente a esquerda. E quem cria o clima propício para a violência, inclusive de estupros, é novamente a esquerda. Se existe uma “cultura de estupro”, ela se chama vitimismo de esquerda. O mundo sem feminismo teria menos estupros.

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