por Flavio Morgenstern(*).
Lula tem como ÚNICA proposta para 2018 "regulamentar a mídia", para censurar críticas e se perpetuar no poder. Mas a mesma mídia diz que Bolsonaro é que é uma "ameaça".
O candidato à presidente (da República ou o Presídio de Presidente Prudente) Lula faz campanha aberta pelo Brasil, até falando da “campanha” (no momento, ilegal) sem nenhuma conseqüência midiática, que dirá jurídica. Na sua campanha, Lula repete praticamente a sua única proposta: regulamentar a mídia.
Lula quer regular os meios de comunicação para que sejam punidos caso não o elogiem, e a imprensa, a que será lesionada caso diga algo contra o PT, não noticia o caso em tom de desespero, no típico vitimismo da última moda ou em alarmante sinal apocalíptico, com comentaristas e “especialistas” discutindo dia e noite sobre os riscos à democracia representados por Lula e pelo PT.
A explicação é simples: não faz muita diferença. A grande e velha mídia já incensa Lula por onde passa, no que quer que faça, desde antes de o presidente do mensalão e petrolão subir ao cargo. No que isso afetaria os ultrapassados meios de comunicação como Folha, Globo e mesmo a Veja, uma ex-revista, só criticam Lula relativamente, se for para comparar o presidente mais corrupto do mundo democrático com alguém não-corrupto.
Não se trata apenas de regulamentar a mídia: esta é a única proposta que Lula tem em sua campanha aberta. Nada sobre como resolver o rombo da Previdência, se reclama tanto da reforma proposta, já que Lula possui uma ignorância econômica só menor do que seu apetite por poder. Nada sobre segurança, sobre os 64 mil homicídios por ano. Nem um pio sobre corrupção, obviamente. Mas não cansa de falar em regulamentar a imprensa.
É preciso ser um gênio para notar que a única coisa que Lula promete, caso consiga voltar ao poder, é instaurar a censura no país, para nunca mais desgrudar do poder, senão pessoalmente, para seu partido e a quadrilha do Foro de São Paulo, há meses?
Descaradamente lula combate
a Internet
É curioso que toda vez que o PT é descrito como um partido ditatorial, fundador do Foro de São Paulo com Fidel Castro, com ganas supremas pelo poder e tratando o maior escândalo de corrupção da história mundial como um trampolim para sua verve totalitária, tal visão é descrita como irracional, burra, obscurantista, ultrapassada, pura paranóia anti-comunista de uma Guerra Fria que já teria acabado, e todos sabem que o comunismo já morreu e que, no exato minuto em que o Muro de Berlim começou a ser derrubado, todos os velhos socialistas viraram capitalistas ortodoxos no mesmo instante num passe de mágica. É a tática de negar a existência do que é real e palpável denunciada por Flávio Gordon no seu imprescindível A Corrupção da Inteligência.
Contudo, o PT de Lula não cansa de manifestar seu apoio ao chavismo na Venezuela e à Revolução Cubana (e à Revolução Russa!) e ter como proposta única censurar a mídia para se estabelecer como partido único, governando contra o povo e a liberdade de expressão e imprensa.
(*)Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen
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