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Está explicado porque cresceram as chances de o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) substituir Waldir Pires no ministério da Defesa. É porque só sobrou ele. O vice-presidente José Alencar ocupou o cargo antes, mas não deu certo. No momento, recupera-se de um câncer. E, sondado, gentilmente o senador José Sarney (PMDB-AP) recusou a honraria.
De fato, o candidato do coração de Lula para a vaga de Waldir era o gaúcho Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ex-quase vice de Lula e ex-queridinho dele para presidir o PMDB. Jobim não foi vice porque o PMDB evitou apoiar oficialmente a reeleição de Lula. Não foi eleito presidente do PMDB porque lhe faltaram votos. Condenado de véspera à derrota, acabou abandonado por Lula, useiro e vezeiro em se afastar de amigos para não se queimar junto com eles.
Lula temeu um encontro olho no olho com Jobim para saber se ele toparia suceder Waldir. Escalou outro gaúcho para enfrentá-lo. Logo que voltou dos Estados Unidos, quando ainda ardiam as brasas do apagão aéreo e da crise militar, Lula mandou Tarso Genro, ministro da Justiça, perscrutar o ânimo de seu conterrâneo. Com a franqueza e a graça que só gaúchos amigos se permitem na intimidade, Jobim respondeu de pronto: "Vá à merda, Tarso". Obediente, Tarso foi e repetiu para Lula o que ouviu.
É urgente a criação do ministério do Vai Dar Merda, sugerido por Chico Buarque no final de 2005. Caberia a seu titular advertir Lula para desastres iminentes. E como criar ministérios custa pouco, bem que Lula poderia inventar outro - o do Deu Merda. Esse seria ocupado por alguém com coragem para chegar junto dele e dizer: "Deu merda", por isso, aquilo e aquilo outro. Entre os que cercam Lula, ninguém ousa enfrentá-lo por medo de perder o emprego e de levar bronca. Lula só dá trela a dona Marisa, e ai dele se não desse.
No primeiro governo Lula, havia José Dirceu na Casa Civil, Antonio Palocci no Ministério da Fazenda, e Luiz Gushiken na Secretaria de Comunicação Social. Palocci era manso, mas não abdicava de suas idéias. Dirceu dizia o que pensava logo na bucha - embora tratasse Lula com reverência. Gushiken era zen. Refugiava-se no silêncio. Mas quando abria a boca, Lula escutava. Certa vez, Lula foi com uma conversa mole para cima dele, tentando convencê-lo a trocar de ministério. "Estou bem aqui", decretou Gushiken. E ali ficou.
Dilma Roussef, da Casa Civil, é uma executiva de primeira - mas não tem a cabeça nem as conexões políticas de Dirceu. Guido Mantega, da Fazenda, não tem com Lula a intimidade que Palocci teve, nem a capacidade de análise política de Palocci. Franklin Martins, da Comunicação, entende mais do assunto do que Gushiken. Lula gosta dele, mas talvez o veja mais como jornalista do que como companheiro. Quase esqueci de citar Márcio Thomas Bastos, ex-ministro da Justiça. Lula o levava mais em conta do que leva Tarso, por ora.
A recente crise militar desatada por um ato de insubordinação dos controladores de vôo expôs a dificuldade de Lula em afirmar sua autoridade em situações limite, a solidão que amarga no segundo governo e a perda de qualidade de sua equipe. Quem provocou a crise foi ele quando mandou o ministro do Planejamento se render às exigências dos controladores. Há alguns meses, autorizara Waldir a negociar com os controladores à revelia do comando da Aeronáutica.
A crise militar foi extinta porque os militares enquadraram Lula e ele recuou, deixando o ministro do Planejamento e os controladores pendurados na brocha. Esses foram forçados até a pedir perdão de público. Lula disse aos militares que o ministro abusara de sua confiança. Permanece acesa a crise que já produziu seis vezes o colapso do tráfego aéreo no país. Nem tão cedo será apagada. Quanto à crise de autoridade, para o bem de todos e a felicidade geral da Nação é melhor que não se repita.
Está explicado porque cresceram as chances de o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) substituir Waldir Pires no ministério da Defesa. É porque só sobrou ele. O vice-presidente José Alencar ocupou o cargo antes, mas não deu certo. No momento, recupera-se de um câncer. E, sondado, gentilmente o senador José Sarney (PMDB-AP) recusou a honraria.
De fato, o candidato do coração de Lula para a vaga de Waldir era o gaúcho Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ex-quase vice de Lula e ex-queridinho dele para presidir o PMDB. Jobim não foi vice porque o PMDB evitou apoiar oficialmente a reeleição de Lula. Não foi eleito presidente do PMDB porque lhe faltaram votos. Condenado de véspera à derrota, acabou abandonado por Lula, useiro e vezeiro em se afastar de amigos para não se queimar junto com eles.
Lula temeu um encontro olho no olho com Jobim para saber se ele toparia suceder Waldir. Escalou outro gaúcho para enfrentá-lo. Logo que voltou dos Estados Unidos, quando ainda ardiam as brasas do apagão aéreo e da crise militar, Lula mandou Tarso Genro, ministro da Justiça, perscrutar o ânimo de seu conterrâneo. Com a franqueza e a graça que só gaúchos amigos se permitem na intimidade, Jobim respondeu de pronto: "Vá à merda, Tarso". Obediente, Tarso foi e repetiu para Lula o que ouviu.
É urgente a criação do ministério do Vai Dar Merda, sugerido por Chico Buarque no final de 2005. Caberia a seu titular advertir Lula para desastres iminentes. E como criar ministérios custa pouco, bem que Lula poderia inventar outro - o do Deu Merda. Esse seria ocupado por alguém com coragem para chegar junto dele e dizer: "Deu merda", por isso, aquilo e aquilo outro. Entre os que cercam Lula, ninguém ousa enfrentá-lo por medo de perder o emprego e de levar bronca. Lula só dá trela a dona Marisa, e ai dele se não desse.
No primeiro governo Lula, havia José Dirceu na Casa Civil, Antonio Palocci no Ministério da Fazenda, e Luiz Gushiken na Secretaria de Comunicação Social. Palocci era manso, mas não abdicava de suas idéias. Dirceu dizia o que pensava logo na bucha - embora tratasse Lula com reverência. Gushiken era zen. Refugiava-se no silêncio. Mas quando abria a boca, Lula escutava. Certa vez, Lula foi com uma conversa mole para cima dele, tentando convencê-lo a trocar de ministério. "Estou bem aqui", decretou Gushiken. E ali ficou.
Dilma Roussef, da Casa Civil, é uma executiva de primeira - mas não tem a cabeça nem as conexões políticas de Dirceu. Guido Mantega, da Fazenda, não tem com Lula a intimidade que Palocci teve, nem a capacidade de análise política de Palocci. Franklin Martins, da Comunicação, entende mais do assunto do que Gushiken. Lula gosta dele, mas talvez o veja mais como jornalista do que como companheiro. Quase esqueci de citar Márcio Thomas Bastos, ex-ministro da Justiça. Lula o levava mais em conta do que leva Tarso, por ora.
A recente crise militar desatada por um ato de insubordinação dos controladores de vôo expôs a dificuldade de Lula em afirmar sua autoridade em situações limite, a solidão que amarga no segundo governo e a perda de qualidade de sua equipe. Quem provocou a crise foi ele quando mandou o ministro do Planejamento se render às exigências dos controladores. Há alguns meses, autorizara Waldir a negociar com os controladores à revelia do comando da Aeronáutica.
A crise militar foi extinta porque os militares enquadraram Lula e ele recuou, deixando o ministro do Planejamento e os controladores pendurados na brocha. Esses foram forçados até a pedir perdão de público. Lula disse aos militares que o ministro abusara de sua confiança. Permanece acesa a crise que já produziu seis vezes o colapso do tráfego aéreo no país. Nem tão cedo será apagada. Quanto à crise de autoridade, para o bem de todos e a felicidade geral da Nação é melhor que não se repita.
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