por Debora Srour(*).
Às vezes, somente após uma tragédia é que as vidas de pessoas especiais são reveladas ao público.
Este foi o caso do Rabino Raziel Shevach de 35 anos. Educador, mohel, voluntário do Magen David Adom, a Cruz Vermelha de Israel, do Kav L’Chaim, uma organização que ajuda crianças com câncer, distrofia muscular e problemas cerebrais e de outras organizações. Ele também era pai de seis crianças pequenas e um marido exemplar. Rav Shevach usou seu tempo aqui na terra para fazer o máximo de bem aos outros.
Há duas semanas, ele foi assassinado por islamistas que crivaram seu carro de balas perto de sua casa em Havat Gilad. Em seu funeral dezenas de pessoas falaram de sua bondade, carinho, senso de humor e sua inestimável contribuição para um mundo melhor. Pequena consolação para uma perda tão grande.
Há três dias, Israel encontrou os terroristas que mataram o Rabino. Dois foram presos e outro, filho de um líder do Hamas, foi morto no tiroteio com o exército. O Hamas elogiou os terroristas dando a entender que eram membros do grupo, mas sem reclamar a autoria do assassinato. Não é nem preciso dizer que os que puxaram o gatilho estavam agindo estritamente dentro de um clima religioso e cultural diariamente promovido pela supostamente “moderada” Autoridade Palestina.
Automóvel do Rabino Raziel Shevach após ataque terrorista |
O embaixador americano em Israel, David Friedman disse em seu tweet que:
“O Hamas louva os assassinos e a Autoridade Palestina os premia com dinheiro”.
Isto mostra a divisão de tarefas entre o Hamas e a AP. Enquanto o primeiro apoia ataques contra civis, a Autoridade diz ser contra o uso de violência para alcançar objetivos políticos. Mas ela só diz isto para manter sua legitimidade internacional. No entanto, ela recompensa os terroristas que matam civis ou que estão na cadeia por participarem de atividades terroristas com salários milionários.
Como os Estados Unidos dão à Autoridade Palestina centenas de milhões de dólares anualmente, os contribuintes americanos estão diretamente patrocinando o terrorismo palestino. E Israel está fazendo o mesmo. Israel transfere para a Autoridade Palestina todo o mês, milhões de shekels em impostos retidos na fonte de palestinos que trabalham em Israel, ou seja, para uma entidade que ativamente encoraja ataques contra israelenses.
A administração americana hoje se dá conta deste absurdo e está tomando passos para acabar com isso. O Taylor Force Act, um ato do Congresso feito em nome de um turista americano de 28 anos, morto em Tel Aviv por um terrorista palestino, já foi aprovado. De acordo com esta lei, os Estados Unidos não mais poderão transferir dinheiro para a Autoridade Palestina enquanto ela continuar a pagar os terroristas. Há também uma iniciativa de Trump de cortar pela metade a ajuda à UNRWA, a agência da ONU específica para os refugiados palestinos.
É claro que Mahmoud Abbas não está nada contente com estas medidas dos Estados Unidos. No domingo passado, ao discursar frente ao Conselho Central da OLP, Abbas resolveu tirar a máscara e não mediu as palavras ao falar de Trump. Repetiu várias vezes o insulto em árabe “Yikhrab Beito”, que significa que a sua casa seja destruída, e seu dinheiro seja amaldiçoado. Alguns comentaristas classificaram o discurso de Abbas como desafiador. Para mim desafiou a lógica, isto sim!
Abbas, que se diz historiador, conseguiu falar de história por 2 horas. É muito fácil fazer isso quando é só inventar fatos. Ele primeiro declarou que a ideia do retorno dos judeus à terra prometida foi de Oliver Cromwell, o Lorde Protetor inglês do século 17, antes de culpar os Holandeses e Napoleão. Ao mesmo tempo, Abbas negou qualquer elo judaico com Jerusalem dizendo que “Israel é uma empresa colonialista que nada tem a ver com o judaísmo!” Ele repetiu esta mesma frase três dias depois no Cairo.
Rabino Raziel Shevach e sua família |
Na Universidade Al-Azhar, que é o centro de estudos do sunismo islâmico, Abbas repetiu o que se tornou seu mantra: que os palestinos são descendentes dos Canaanitas e, portanto estavam em Jerusalem antes dos judeus e mesmo antes do patriarca Abraão!
Sua lógica e conhecimento histórico são tão distorcidos que não sabemos se os atribuímos à senilidade ou à pobreza de estudos da Universidade Patrice Lumumba de Moscow aonde ele ganhou seu doutorado com a tese que a liderança sionista estava em conluio com os nazistas para matarem judeus durante a Segunda Guerra.
Mas somente a título de argumento, se fosse possível identificar os ancestrais de Abbas aos Jebusitas-Cananitas-Palestinos conquistados pelo rei David, isso tornaria o caso dos palestinos ainda mais patético, senão cômico: quer dizer que durante milhares de anos, mesmo de posse da terra e de Jerusalém, os palestinos forma tão incompetentes que não conseguiram fundar um estado com sua capital na cidade?
Abbas nega que houve dois Templos em Jerusalem, apesar de todas as confirmações arqueológicas. Aonde estavam estes cananitas-jebusitas-palestinos durante estes séculos que não deixaram qualquer marca de sua presença no chão? Não, Abbas não quer lidar com fatos. Ele prefere exigir desculpas dos ingleses pela declaração Balfour de 100 anos atrás. E em seu revisionismo do holocausto, Abbas diz que os judeus preferiram ficar na Europa durante a Shoah. Claro, não é interessante ele trazer o fato que os ingleses, a pedido dos árabes, não permitiram aos judeus imigrarem para a Terra Santa, mesmo os que procuravam refugio da Solução Final nazista.
Esta e outras invenções históricas absurdas ele cria e publica diariamente para justificar sua manutenção no poder.
Se até agora Abbas era considerado um parceiro da paz e o rosto da moderação, esta semana ele mostrou seu lado feio, o lado que jorra ódio e mentiras. Para ele, insultar Trump não tem qualquer consequência. Ele já se arrumou com bilhões de dólares roubados das contribuições aos palestinos e enviados para contas na Europa gerenciadas por seus filhos.
Mas o fato é que ele não deveria ter jogado pedras na casa de Trump quando a sua tem teto de vidro. Abbas está no 13º ano de governo do que deveria ter sido um termo de quatro anos. Ele não fez nada para reduzir a corrupção que o cerca e cada vez mais se aproveita das doações do exterior para pagar seus capangas e nada para melhorar a vida dos palestinos que estão sob sua responsabilidade.
Ele não larga o osso por que teme que o Hamas ganhe a eleição, se houver uma. Enfim, ele prefere se manter em sua zona de conforto de pregar a destruição de Israel a construir um Estado palestino aonde os árabes possam viver e se desenvolver.
Abbas precisa sair, ser demitido ou removido.
Israel não para de construir desvios, instalar câmeras e construir muralhas para proteger a vida de meio milhão de israelenses que moram na Judeia, Samaria e Jerusalem. O exercito e as agências de inteligência têm redobrado esforços para confiscar as montanhas de armamentos ilegais em lugares como Nablus e Jenin para que nenhum terrorista possa atirar 22 balas num homem como o Rabino Shevach. Mas a habilidade de Israel é limitada enquanto a Autoridade Palestina continuar a oferecer prêmios para os assassinos.
Mas por outro lado, não fazer nada é um preço muito alto a continuar a pagar pela vida de pessoas como o Rav Shevach.
Fonte: Pletz.com
(*)Debora Srour é advogada formada pela Universidade de São Paulo, pós-graduada em direito pela Universidade de São Paulo, foi admitida, em 1993, para a prática de Direito americano perante a Corte Estadual e Corte Federal de New York. É membro da New York Bar State Association, American Bar Association e diversas Câmaras de Comércio.
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