sábado, junho 21, 2008

A FABULA DA VACA E DO SACI PERERÊ





A notícia acima só interessa aos paulistanos e, como paulistano do Bixiga, terra de muitas pizzas (comestíveis; não parlamentares) não sei se choro ou me mudo para a faixa de Gaza.Portanto, para quem não é paulistano, relato abaixo uma fábula que eu li em algum lugar que não me lembro e que também nem interessa saber. Mas, já aviso que não tem nada a ver com eleições, não é metafora porque eu nunca confiei nesse método anticoncepcional pouco ortodoxo. É apenas uma fábula fabulosa, nada mais.


A FÁBULA DA VACA E DO SACI PERERÊ


Havia um povo apressado, desgostoso com sua vida, com sua existência. Tinham toda a modernidade possível. Metrô, viadutos, parques, arranha-céus, cinemas, teatros, camelôs (made-in-China ou Paraguai) e até pastelarias. Ainda assim sentiam-se amargurados.
Foram então consultar-se com um sábio, relatando a este, todo seu sofrimento, seus dias infelizes.

O sábio aconselhou ao povo que arrumassem uma vaca, preferencialmente de origem nobre e a colocassem no mais alto posto da cidade, para conviverem e serem comandados por ela. Determinou o sábio que o povo somente voltasse após quatro anos, a contar da permanência da vaca no mais alto posto da cidade.


O povão, mesmo sem entender o propósito do conselho, arrumou uma vaca e a colocou no cargo de alcaide de sua cidade pelo tempo estipulado pelo sábio.
Findo este prazo, voltaram ao sábio e relataram que sua vida em nada modificara, ao contrário, eles viram a deterioração maior da cidade: túneis que terminavam em cruzamentos e viravam piscinas em dias de chuva, a cidade havia se tornado uma estrebaria, havia escolas grandiosas - mas o ensino era pequenino - havia também escolas de lata - talvez um incentivo para que os alunos reciclassem a própria escola -, nos canteiros centrais de bairros nobres a vaca Red Star - era o seu nome - havia colocado palmeiras caríssimas e tudo estava uma sujeira. A vaca, como seria natural, convidara seus amigos porcos, raposas e texugos, para juntos dividirem os recursos da cidade; enfim os dias daquele povo, haviam se tornado um suplycio, suas vidas um inferno.
O velho sábio então, mandou que o pobre povo retirasse a vaca de sua cidade, colocassem outro no lugar dessa vaca e voltassem para vê-lo em quatro anos.

O sábio então comentou consigo mesmo: "Esse povo nunKsabe o que quer. Pensam que é fácil transformar o lixo em ouro. O que eles querem, para comandá-los, é um Alckimista que transforme tudo..."

Após esse tempo, o pobre povo-rico volta e relata ao sábio que sua vida havia melhorado - nem tanto quanto queriam ou mereciam, mas não se arrependiam de terem mandado a vaca às favres -, seus dias e o de suas famílias havia se modificado, não precisavam mais passar apenas por cima dos viadutos porque em baixo não havia mais água empoçada - afinal, não é educado um empossado fazer a água empoçar -, o dinheiro no cofre da cidade era suficiente para fazer tudo e as raposas, os porcos e os texugos haviam se mudado para o Planalto Central; foram fazer Turismo.




O sábio, após ouvir atentamente o que o povo lhe relatara, simplesmente sorriu. "Finalmente entenderam a lição", pensou o sábio.
O povo então perguntou ao sábio se o perdão não seria mais importante do que o conforto material. Isso fora dito ao povão por um outro sábio, muito esperto e corrompido, o PesquisiusIbopitus - um sujeito sem census, que em muitas datas-falhava mas. que se passava por vox-populi - O sábio não tinha como negar que o perdão era importante e concordou. O povão então perdoou a vaca.
- Vamos trazê-la de volta à cidade, mas desta vez ao lado dela, para fiscalizá-la, colocaremos um saci pererê.


O sábio desistiu e percebeu, definitivamente, que em terra de manetas quem tem nove dedos é rei.

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