por Flavio Morgenstern(*).
Numa festa de aniversário de 12 anos, dois meninos se beijaram sobre um bolo de Pabllo Villar. O que indigna não é serem gays, é que só estão seguindo moda.
Causou celeuma a cena de uma festa de aniversário de uma criança, um garoto que comemorou seu aniversário de 12 anos com bolo e pôsteres de Pablo Vittar, agarrado e beijando frágil seu namoradinho. Seus amigos pediam beijinho gritavam ao redor: “É! É pica, é pica, é pica é pica é pica! É rôla! É rôla! É rôla é rôla é rôla! No seu c*!”
A sociedade se indignou. Com gays? Não. Com crianças gays? Não. Com Pablo Bittar? Bem, sim. Mas o problema principal passa ao largo de quem só tenta enxergar o mundo por óticas reducionistas como “homofobia” ou “preconceito”: aquelas crianças não estavam se pegando por serem ultra-gays mostrando que são o que são e a sociedade não tem nada a ver com isso. Exatamente o contrário: estavam de lambeção porque a sociedade os ensinou.
Qualquer sociedade tem modelos. Arquétipos. Ídolos. Heróis. Hoje, trocados por celebridades momentâneas. Elas é que determinam a moda, ditam as gírias, ligam a chave do pode/não-pode, delimitam até o que o povo vai gostar ou não gostar, inclusive ultrapassando limites extremos, como mullets, barba mendigão, pochete, coque samurai, cupcake de feijão com tomate.
É este o problema que vemos na doutrinação dos jovens: alguém que acredita em Nike Shox sem meia, Justin Bieber e professor de História trotskysta é capaz de acreditar em qualquer coisa. E desejar. É o que o antropólogo René Girard chama de desejo mimético ou triangular: desejamos aquilo que outros estão desejando.
Homossexuais sempre existiram – já a profusão de sexualização precoce não tem a ver com hormônios, puberdade, nem se trancar no banheiro com a Playboy da Maitê Proença: tem a ver com vitimismo, com tratar a inconsciência, a imaturidade e a inocência (requiescat in pace) como massa de manobra.
Em outros tempos, dizíamos sem correr o risco de ir pra cadeia “macaquinho vê, macaquinho faz”. hoje a montoeira de crianças de 12, 13 anos gritando de alegria ao som de “é rôla é rôla é rôla” não tem nada a ver com atingir sua maturidade sexual com identidade fluída, e sim em se seguir modelos, a forma mais perfeita de obediência.
Você não tem programas infanto-juvenis para jovens hétero. Você não tem músicas que não envolvam homossexualismo. Você não tem nenhuma chance de se destacar na vida entre seus amigos, parentes, chefes e confessores se não for sendo gay. Ou melhor, sendo mais gay do que os gays de verdade. E ganhando a corrida dos que querem ser ainda mais gays para não ser aquele gay que ficou em segundo lugar.
Em nossos tempos, sabíamos (e sobrevivemos bem, obrigado, exceto as histéricas que viraram feministas) que podíamos cantar “é pica, é pica, é pica” para tentar zoar nossos amigos héteros. E, aos 12 anos, gordinhos, com 1,50 m e comendo Trakinas enquanto jogávamos Sonic no Mega Drive, gritávamos para o amiguinho: “Eu comi sua mãe!”. Nem sonhava em passar por nossa cabeça que alguém pudesse estar de tcheca-tcheca-la-butcheca de verdade, com quem quer que fosse.
Fonte: sensoincomum.org(*)
(*)Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen
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Fonte: sensoincomum.org(*)
(*)Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen
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