sábado, julho 26, 2008

Canção do Exilado no Iraque

Canção do Exilado no Iraque



"Na minha terra tinha palmeiras,
Onde cantava até o Sabiá;
As aves, que aqui no Iraque gorjeiam,
Não gorjeiam como as que haviam lá.


Lá, nosso céu tinha mais estrelas,
Nossas várzeas tinham flores
E gente honesta havia por lá,
Nossos bosques - antes da Marina e do Minc - tinham vida,
Nossa vida, antes do Lulla, mais amores.


Em pensar, sozinho, à noite,
É um prazer viver em Bagdá;


Minha terra já teve palmeiras,
Onde cantava até o Carcará.
Hoje, minha terra tem horrores,
Que tais, mesmo em guerra, não encontro em Bagdá;


Em pensar — sozinho, à noite — no meio de tantos atentados
Mais prazer encontro eu cá;


Minha terra, hoje Banânia, teve palmeiras,
Onde cantava o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
E muito menos que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
De uma calma Bagdá;


Sem qu’inda aviste palmeiras,
No deserto, onde possa cantar um sabiá."

PS-Que Gonçalves Dias me perdoe mas, se ele vivesse em Banânia hoje, adoraria viver em Bagdá: Petralhada não existe por lá.

Imagem - de um certo Tonho que não conheço e que m'a enviou via correio eletronico (não escreverei mais e-mail nem colocarei o circunflexo no "O" seja em que palavra for: É a nova Lingua Portuguesa - NoçuGhia foi a Portugal discutir sobre Lingua Portuguesa? Fechem o Universo para balanço.

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