quinta-feira, setembro 07, 2006




7 de Setembro - dia da pátria




"Minha pátria é como se não fosse".

Se o Poetinha estivesse aqui, reafirmaria sua vontade de chorar e a sensação de fragilidade infantil da nossa pátria.

Fragilidade sim, porque é escrava de seus filhos desavergonhados e, como mãe, ainda os acolhe e protege.

Nossos somos seus filhos e ela é infantil em sua incapacidade de compreender as correntes lodosas que a estão submergindo. Infantil na medida em que a maioria dos seus filhos é ignorante, cega e, por isso, muda, inerme. Infantil porque, diante da força de seus inimigos, encolhe-se e se esconde.

"Choro de saudades da minha pátria".

Choramos todos diante da pátria aviltada, preterida em nome de ideólogos do caos esquerdista e seus lacaios, porque aqueles não existem sem esses. Pátria, pátria, onde estão seus filhos ridiculamente, lindamente verde-amarelos que trabalham por si? Foram todos levados, foram todos comprados pela maré vermelha?

"A minha pátria é desolação de caminhos, a minha pátria é terra sedenta..."

Nos versos do Poetinha a nossa contemporaneidade: o deserto, a morte, a falta de homens de bem, de homens corajosos à frente dos destinos da patriazinha indefesa diante do fim da ética, morrida de morte matada por seus espúrios filhos que a renegam todos os dias em proveito próprio.

Nestes tristes versos, a sede da pátria amada. Sede de futuro, mas, principalmente de presente, de desenvolvimento agora, de seriedade agora, de justiça, agora. Sede de vergonha na cara para os seus filhos que assumem desavergonhadamente que a ética é lixo e, como tal, deve ser desprezada.

Acorda minha pátria!

Levanta do teu berço esplêndido e coloque o teu bloco de cidadãos na rua para derrotar a mentira contumaz, para expulsar os corruptores, os ladrões do seu sangue, do seu suor de suas esperanças.

Chega de libertas quae será tamen.

Queremos liberdade e moralidade hoje, neste que já foi o seu dia.

Levanta-te minha Pátria.

Texto de Saramar
OBS.: Os textos entre aspas são do poema Pátria Minha, de Vinícius de Moraes.

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