Nesse tempo, citado no vídeo, não existiam assassinos cruéis que arrastavam crianças pelas ruas, que incendiavam uma família inteira dentro de um carro - com mais uma criança vítima da barbárie -, filhas que tramavam e participavam da morte de seus pais (com direito a fã clube) ou mesmo filhos de degolavam pais que, acertadamente, lhes negavam dinheiro para compra de drogas.
Dirão alguns que vivíamos em plena ditadura, não podíamos expressar nossas opiniões livremente; não podíamos, simplesmente, ser "contra" o governo. 'Tá bem, eu concordo e assino em baixo. Mas... não tínhamos um partido político (tínhamos apenas dois) que metesse a mão, descaradamente, nos cofres públicos. Não tínhamos um presidente tão descaradamente leniente e incentivador do escambo, da rapinagem e do alinhamento automático com a escória política do mundo.
Muitas músicas foram censuradas, dirão outros. Vá lá, novamente concordo. Mas por quê será que a música "Brasil Corrupção" da Ana Carolina e do Tom Zé não é executada, em plena era de "liberdade" democrática? A censura hoje é bem pior. Antes todos sabiam o que podiam e o que não podiam fazer, falar e cantar. Hoje, em plena democracia, veículos são "incentivados monetariamente" a não tocarem em certos assuntos que possam melindrar o ego do governante de plantão. Bem pior, não?
Taiguara (Chalar da Silva) também teve muitas composições censuradas. Não quero imaginá-lo (se vivo estivesse) como um puxa-sacos de Fidel, como o Chico, nem como um adesista e conivente como o Gil, artistas que, como Taiguara, afrontaram a ditadura, mas que hoje são coniventes com os desmandos e a "ignorantização" do país.
Nesse 14 de fevereiro (relembrando a morte de Taiguara) quero recordar a genialidade de um grande compositor, maestro e intérprete (de voz mansa), de um tempo difícil, mas que podíamos dormir de janelas abertas, sem sequestros e sem assaltos a bancos (apenas os que estão hoje no poder o faziam, em nome de uma ideologia retrógrada).
O vídeo acima, para os apressados é longo (6 minutos), fala exatamente dos tempos da censura e mostra-nos uma bela canção: "Que as crianças cantem Livres"; o que não deixaram o pequeno João Hélio Fernandes Vieites fazer. (saiba mais aqui)
O vídeo acima, para os apressados é longo (6 minutos), fala exatamente dos tempos da censura e mostra-nos uma bela canção: "Que as crianças cantem Livres"; o que não deixaram o pequeno João Hélio Fernandes Vieites fazer. (saiba mais aqui)
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