Para contrariedade do autoritário governador do Paraná, seu amigo, o ditador venezuelano Hugo Chávez, torna-se persona non grata em todo o estado.
Parlamentares da base governista de apoio ao governador Roberto Requião (PMDB) estão tentando reverter o que foi considerado como uma bomba jogada no colo dele: a aprovação de uma proposta esta semana na Assembléia Legislativa que torna o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, "persona non grata" em todo o estado.
A proposta é de autoria do deputado Ney Leprevost (PP) que não imaginava que ela pudesse ser aprovada. Repreendidos pelo governador, os deputados da base tentaram nesta quarta-feira retomar a discussão da proposta mas o presidente da Casa, Nelson Justus, preferiu manter a decisão e evitar o desgaste de um recuo.
O caso ganhou as páginas dos principais jornais do estado. De acordo com o deputado Luis Claudio Romanelli (PMDB), o próprio Chávez já teria notícias do ocorrido e estaria "bastante contrariado". O líder comunista venezuelano é amigo pessoal do governador Roberto Requião com quem tem afinidades políticas. Os dois já estiveram juntos diversas vezes e nutrem o mesmo repúdio à liberdade de imprensa. No Paraná, são comuns os ataques do governador à imprensa local, acusada de agir para desestabilizá-lo.
Para o autor da proposta, Chávez "é um ditador como Fidel e como Pinochet" e não merece o respeito dos paranaenses. Para compensar a aprovação, os governistas já estudam um projeto que dá a Chávez o título de cidadão honorário do Estado. A medida serviria para adular aquele que seria "um parceiro econômico" do Paraná. Ainda segundo Luis Claudio Romanelli, Chávez pretende "cobrar" de Requião informações do "deslize" de seus aliados no Legislativo paranaense.
Sandro Guidalli - do Mídia Sem Máscara - 08-mar-07
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