Praça da Sé - marco zero da cidade de São Paulo |
Ahhh... se eu morasse no Jaçanã, hoje eu não pegaria o trem das onze, mesmo que ele ainda existisse.Eu ficaria um pouco mais, no centro velho, na Ipiranga com a avenida São João.Eu seria Narciso e te veria no espelho - e não ficaria triste - porque és bela como toda mulher que apenas se descuida um pouco da aparência, mas logo refaz a maquiagem e bela se torna novamente;as más línguas e quem não te ama é que te enfeia.
Eu ficaria um pouco mais te carregando no meu peito, sem ver qualquer defeito.
Ficaria com prazer um pouco mais vendo japonesas louras, nordestinas mouras, gente rolando dadinhos, gente jogando bilhar.
E por que não dar uma volta do lado direito da rua Direita, olhando as vitrines coloridas?
Quem sabe pudesse dar um pulo no Brás e nem ficaria com réiva de não ter encontrado o Arnesto ou mesmo o saudoso Adoniram.
Antes do amanhecer - por que não? - quem sabe entrar na rua Augusta a 120 por hora... quem dera!
Como quem sabe o que quer, para o que der e vier, ficaria até as sete - pelo menos -, porque às sete você explode em multidão.
Ahhh como eu gostaria de ser o Tom Jobim e ter sido o primeiro a te dizer "Pasión de mi vida,I love you, querida, Je t'aime São Paulo, Io ti amo São Paulo"..
Mas, nem adianta ficar um pouco mais para te ver festiva em seu aniversário; ainda que seja feriado você não descansa, nunca descansa. Logo começa um novo dia, já volta quem ia porque o tempo é de chegar, de faturar.
Melhor ir embora para casa tomar o metrô e ir descansar. De metrô chego primeiro e se tempo é dinheiro, se não tens mais garôa e se a vida, às vezes, já nem é tão boa, se há quem só pensa em grana e te usar, fique certa querida: eu ainda te amo.
Não te esqueças jamais, minha São Paulo, que por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu viva se um dia eu deixar de te amar.
Para todos os que homenagearam a minha São Paulo, o meu muito obrigado:
Adoniran Barbosa, Tom Jobim (nascido também num 25 de janeiro) Lauro Miller, Frederico Rossi, Tico Terpins, Rita Lee e Roberto de Carvalho,Zé Rodrix, Talma de Oliveira, Guilherme Arantes, Luiz Carlos e Chiquinho, Erivelto Martins e David Nasser, Jorginho do Império, Paulo Florence e Fagundes Varella, Bel Meireles, Kazinho, Nelson Gonçalves, Paulo Vanzolin, Thomas Roth e Luis Guedes, Mauricio Tapajós e Paulo César Pinheiro, o poeta maior Paulo Bonfim; muitos outros e ao paraense-carioca que melhor expressou a alma de São Paulo na sua Sinfonia Paulistana.
A todos aqueles que realmente amam a minha cidade um feliz aniversário. São Paulo ama quem a ama.
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