Passei a semana inteira querendo falar com alguém que só conhecia por telefone e, sem conseguir, na sexta-feira à tarde, recebi o convite para sua missa de sétimo dia. Fiquei muito consternada mesmo, pois se tratava de alguém que estudou em escola pública, formou-se em Engenharia e, assim como eu, já bem além dos 50, batalhava todos os dias de manhã até tarde da noite. Mais do que eu, dava emprego a alguns pares de pessoas, que certamente vão ficar algum tempo sem rumo com sua partida.
No dia seguinte, ouço a notícia do Lula. São tantas notícias de pessoas ficam doentes ou morrem - e com todas elas adoecemos ou morremos um pouco também. Mas quanto ao Lula, perdoem-me, mas não vou adoecer nem morrer nem um pouco. Dimenstein, que sempre teve essa veia tendenciosa, está falando bobagem, asneira e defendendo o indefensável.(As bobagens estão aqui)
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Flagrante de Dimenstein beijando os pés de Lula, ou qualquer outro, desde que petista. |
Como jornalista, teria de ser imparcial. Vejamos: tratar-se no SUS - nada mais justo, já que a saúde é um direito de todos os brasileiros. Depois, iniciou-se na gestão dele (Lula) o elitismo do Sírio Libanês ... Que está sendo reformado com verbas do BNDES! (SOCIEDADE BENEFICIENTE DE SENHORAS DO HOSPITAL SÍRIO LIBANES - CNPJ -61590410000124 - MODERNIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO HOSPITAL SP - Data da contratação 28/0l/2010 - Valor Contratado: R$ 20,732,308,00). Como se o hospital precisasse! Será que a grana do BNDES também financia as inúmeras placas de todos os sírios e libaneses que doam macas, laboratórios, equipamentos, salas, alas etc. em troca de uma placa que lhes eterniza nas paredes do hospital? O problema é que, desde o José de Alencar, defunto revivido inúmeras vezes e santificado post mortem, que Brasília vem se 'apoderando' do Sírio Libanês. A própria Dilma - reproduzo palavras da mídia - "MANDOU que a equipe que a atendeu atendesse o Ministro da Agricultura, a quem ela gentilmente cedeu o jatinho para que ele viesse operar seu cérebro no Sírio". Voltando ao Lula, nunca vi tantos nomes juntos para cuidar de um único câncer. O próprio Dr Paulo Hoff é também diretor do ICESP - reconhecido como referência em oncologia, e certamente perde muito tempo atendendo o ex-presidente e discutindo o seu caso, que já está mais que bem assistido, quando deveria zelar por aquele Hospital, no qual a vaga para consulta, nos casos de EXTREMA GRAVIDADE, demorava quatro semanas - isto há um ano atrás.
Realmente, o câncer de Lula envergonha a todos nós brasileiros, mas pela nossa idiotice. Nós que temos de pagar assistência médica ou que temos de nos tratar no SUS - porque ninguém recebe resultado de exame na hora e começa quimio dois dias depois. Todos temos de amargar filas, nãos, caras feias, má vontade, convênio indisposto, atendentes mal remuneradas, médicos despreparados - enfim, cada um no seu quadrado, ao passo que o senhor ex-presidente tem de ser preservado, designando-se-lhe uma equipe de cinco ou seis mestres. E quanto mais o mantiverem vivo, mais pontos para o curriculum de cada um! Um país de todos deveria ser um país de iguais - mas como ouvi algumas vezes na vida, uns são mais iguais que os outros. Tenho certeza de quem o manda se tratar no SUS é porque já sofreu experiências muito tristes que, para quem tem doença grave assim, são uma sentença antecipada, i.e, nesse andar da carruagem, vai chegar mais cedo lá!
Tratar essa doença com altivez? O que significa isso? Quem pode tratar um câncer com altivez? É muita sandice, é menosprezar o adversário. Quanto à transparência, nem precisava, pois ele vai ter que, finalmente, ficar quieto e não disparar suas metáforas tolas, com as quais seus asseclas do Planalto tanto se divertiam, parar de justificar e ocultar corruptos, de fazer os ignorantes realmente acharem que podem chegar lá sem esforço. Se quiser se comunicar, finalmente terá de aprender a escrever.
Assim, reservei-me, neste caso, o direito de neutralidade ... Não vou torcer por nada! No caso do Lula, não se trata de uma tragédia, não, sinto muito! É mais do que sabido que ele, com seus hábitos de fumar e beber, semeeou essa desgraceira. E digo isso ciente de que, também eu, sou incauta. Agora, durante oito anos, evitou-se falar nos hábitos etílicos do presidente. Façam-me o favor! Ressentimento têm aqueles que se sentiram afrontados pela maioria, que lhes impôs um representante deseducado e dado, muito dado sim, ao SOCIAL regado a álcool - muito álcool. Ignorância, sim, muita ignorância, mas não de quem o critica - e sim daqueles que o julgam um Deus, que acham que ele, Lula, pode ENFRENTAR um câncer com altivez. Altivez porque a doença não vai deixá-lo mais pobre, não vai levar-lhe a casa, não vai deixar desamparados seus herdeiros! Trata-se com o dinheiro público e como contraprestação pelo renome da instituição de saúde e da fama de seus livres docentes! Vamos ver do que, finalmente, Lula gosta mais. Do palanque ou da cachaça (ou escocês 18), porque conviver com os dois, não vai dar! Será que a perspectiva de um novo reinado o afasta dos vícios?
Quanto a você, Dimenstein, obrigada por estar nos Estados Unidos a convite, ajudando aquele povo a aprender cidadania. Sim, você bem sabe onde o sapato aperta, não? Você deixa o Brasil, onde 'aprendemos' cidadania durante os oito anos de governo petista, e vai para os EUA ensinar os leitores de lá a se comportar com um mínimo de decência. Comece pelos exemplos que aqui tivemos, como você mesmo disse ao mencionar a conivência com a corrupção,
e veja se foram os melhores para moldar a educação dos leitores. Aliás, altivo é também você, Dimenstein, que não quer se ater à profissão jornalística - que é de informar! Não, você quer ensinar, você quer forjar a opinião alheia e criticar quem fala o que pensa! Você é daqueles que acha que o crime se instalou porque falta lazer na comunidade, e que formar bandas de música na periferia vai resgatar os meninos das drogas. Assim como pensa Orlando Silva!
Que a Polícia Pacificadora salvou os morros e que os direitos humanos de criminosos precisam ser defendidos porque eles não tiveram oportunidade!
Altivo o Lula que, alçado ao poder pelas massas, sempre falou o que quis - e ensinou a todos a falácia de que ninguém precisa de educação ou cultura - todos podem ser o máximo, esquecendo-se, porém, que quixotescos, só alguns poucos - produto muito mais das circunstâncias do que do algum mérito. E transparente, pois não perde oportunidade de projeção. Foi graças à altivez do Lula que o leitor brasileiro aprendeu a falar o que quer, de forma que Dimenstein, com toda a sua vertente pedagógica, agora tem de nos 'ensinar' comportamento.
Portanto, Dimenstein faria melhor se nos desse a liberdade de lamentar - ou não - o câncer de quem quisermos e de achar que aquele que mais proclamou fazer parte do povo, deveria sim se tratar onde o povo se trata!
E entender que, se a morte não deveria santificar ninguém, como foi o caso de Alencar (ou até Tancredo - que, por sinal, se tratava em Brasília), muito menos a doença!
Fonte- Infelizmente, não identificada