quinta-feira, abril 12, 2018

Facebook tem censurado páginas e publicações conservadoras









por Everthon Garcia(*).

O que não era segredo para ninguém, agora foi admitido publicamente por Mark Zuckerberg: o Facebook emprega, quase que hegemonicamente, pessoas com pensamento alinhado à ideologia de esquerda, e isso se reflete, na prática, em uma postura de censura à corrente política oposta.

O bilionário empresário criador da mais popular rede social do planeta foi convocado pelo Senado dos Estados Unidos para prestar depoimento a respeito do escândalo do vazamento de dados pessoais de 87 milhões de pessoas. Um dos momentos mais tensos foi a fase de interrogatório liderada pelo senador cristão Ted Cruz, do Texas, uma das lideranças conservadoras do país.

A prática da rede social, mundo afora, é de censura. No Brasil, recentemente, a plataforma excluiu a página de um site cristão, de forma sumária. O mesmo vem acontecendo nos Estados Unidos ao longo dos anos com páginas de lideranças conservadoras, ou de empresas que se alinham a essa linha ideológica.

Acuado, Mark Zuckerberg admitiu que sua empresa não agiu da melhor forma para evitar excessos e desmandos: “Enfrentamos vários problemas com democracia e privacidade. Vocês estão certos em me questionar. Facebook é uma empresa idealista, no começo pensamos em todas as coisas boas que poderíamos fazer. Mas está claro agora que não fizemos o suficiente para impedir que essas ferramentas sejam usadas para o mal também. Isso vale para fake news, interferência em eleições e discurso de ódio”, declarou.

O senador Ted Cruz foi um dos mais incisivos em seus questionamentos, cobrando explicações sobre a postura de defesa do progressismo em detrimento do conservadorismo: “Há muitos usuários que estão profundamente preocupados com o fato de o Facebook e outras empresas de tecnologia terem adotado um ‘padrão difuso’, mostrando preconceito e censura a certas posições políticas”, argumentou.


Zuckerberg tentou minimizar as críticas populares, mas Ted Cruz insistiu, e citou casos conhecidos de páginas conservadores ou claramente “à direita” que foram banidas, lembrando ainda do caso de Lois Lerner, uma ex-funcionária do Facebook que admitiu ter coibido deliberadamente conteúdos conservadores e postagens de direita.

Além disso, segundo informações do Hollywood Reporter, o senador citou casos como os de páginas católicas, da empresa de fast-food Chick-fil-A, que pertence a um evangélico e defende princípios da família tradicional, do radialista Glenn Beck e de apoiadores do presidente Donald Trump, que também foram censurados sob o argumento de que as postagens eram “inseguras para a comunidade”.

A resposta do CEO do Facebook parecia a desculpa perfeita:

  “O Facebook e a indústria de tecnologia estão localizados no Vale do Silício, uma região sabidamente com inclinação à esquerda. Esta é uma preocupação que tenho e tentamos erradicar na empresa, assegurando que não temos qualquer preconceito no trabalho que fazemos”, disse Zuckeberg.

No entanto, Ted Cruz decidiu apertar Zuckerberg ainda mais, citando o caso de Palmer Luckey, um alto funcionário do Facebook que foi demitido dias após declarar seu apoio a Trump nas eleições de 2016, e acrescentando a pergunta: “quantas publicações ou páginas em defesa do aborto, ou de candidatos progressistas, receberam o mesmo tratamento?”.

Sem uma explicação convincente, Zuckerberg afirmou que não estava ciente de todos os casos citados, mas evitou afirmar que não houve motivação ideológica na censura: “Estou comprometido em garantir que o Facebook seja uma plataforma para todas as ideias. Esse é um princípio fundador muito importante do que fazemos”, disse, demonstrando nervosismo.

Zuckerberg falou ainda que combate conteúdos ligados a terrorismo, e que a linha que separa uma manifestação legítima de algo ofensivo é tênue: 


  “Discurso de ódio é uma das coisas mais difíceis de identificar. Tem que entender o que é ofensivo, o que é odioso. A linha entre o que é discurso político legítimo e discurso de ódio pode ser difícil de identificar”, defendeu-se.

Ao final dos questionamentos de Ted Cruz, o empresário foi questionado se queria fazer uma pausa, tamanho o nervosismo que ele expressava com a postura contundente e incisiva de Ted Cruz. Zuckerberg agradeceu a oferta e disse que preferia continuar a audiência sem interrupções.


(*)Everthon Garcia é Autor no site Conservadorismo no Brasil
Fonte: conservadorismodobrasil.com.br

quarta-feira, abril 11, 2018

A verdadeira revolução: Lula preso




por Roberto Rachewski(*).




Existe algo mais revolucionário do que a lei verdadeira ser cumprida no Brasil contra gente poderosa, principalmente, se for um político como o Lula?

O que é a lei verdadeira?

É aquela que diz o quê um indivíduo não pode fazer porque estará ferindo um direito de alguém, de um terceiro.

Leis verdadeiras não são as que nos protegem de nós mesmos como se fôssemos estúpidos, nos tirando a liberdade.

Leis verdadeiras não são as que colocam o que é nosso à mercê dos outros, ou do próprio governo.

Leis verdadeiras são aquelas que indicam, claramente, o que acontecerá se alguém violar, com o uso da coerção, uso da força ou fraude, o direito à vida, à liberdade e à propriedade de alguém.

Existe algo mais revolucionário no Brasil do que prender um ex-presidente por corrupção, independentemente da sua popularidade?

Não existe. Nunca existiu.

Vivemos uma revolução. Um tipo novo de revolução porque é diferente das inúmeras revoluções que já ocorreram no Brasil.

Em 07/04/2018, o Brasil conseguiu fazer uma revolução com um ato simples, esperado por todos os brasileiros de bem, que sonham com um Brasil diferente.

Em 07/04/2018, o Brasil fez uma revolução, apenas aplicando a lei a serviço da justiça, apenas expedindo e cumprindo, mal ou bem, um mandado de prisão contra um ex-presidente, o maior traidor que essa nação já teve, Luís Inácio Lula da Silva, o homem que inventou, aperfeiçoou e institucionalizou o Mecanismo.

Toda revolução deve ser disruptiva, a nossa deve ter um propósito, diminuir a interferência governamental na vida das pessoas.

Veja o Mandado de Prisão do Juiz Sérgio Fernando Moro a lula

É a interferência governamental na vida do mais comum dos brasileiros que por o Mecanismo em funcionamento.

Precisamos reescrever a nossa constituição devolvendo a liberdade e a responsabilidade para cada um dos brasileiros que formam o Brasil.

Precisamos reescrever a nossa constituição separando o governo das ideias, da ciência, da saúde, da economia e principalmente da educação.

O Brasil precisa urgentemente fazer a sua Revolução Gloriosa, a sua Revolução Americana, a sua Revolução Industrial, a sua Revolução Digital, a sua Revolução Liberal.

Precisamos mudar radicalmente a governança do setor público brasileiro desconstituindo os políticos e burocratas estatais dos poderes que lhes foram outorgados.

Precisamos liberar o governo do chamado estado de bem estar social para que cada indivíduo fique livre para desenvolver o seu potencial e usar sua capacidade produtiva para atender por si as suas necessidades de vida.



Precisamos transformar o governo numa agência a serviço do bem, oferecendo os serviços que lhe competem exclusivamente, polícia e justiça e nada mais do que eles.

Vivemos uma revolução no Brasil, finalmente parece que os brasileiros estão acordando para a realidade que ensina não ser ético roubar, mentir e trapacear. Que diz não ser ético viver à custa do esforço alheio mediante coerção, diretamente, ou através do governo.

A prisão de Lula não pode ser apenas a prisão de Lula, deve transcender pelo seu significado. A prisão de Lula deve ser o estopim para a única revolução pacífica possível de acontecer, a revolução capitalista, racional, evolutiva, inclusiva, baseada na livre iniciativa, na propriedade privada, no estado de direito a proteger os direitos individuais que permitem a existência do livre mercado, de uma sociedade livre, civilizada, próspera e digna para se viver como seres humanos que somos e não como os bárbaros nos quais quiseram nos transformar.

Viva a prisão do Lula!

Viva a Revolução!

(*) Roberto Rachewski é empresário e articulista
Fonte - institutoliberal.org.br

terça-feira, abril 10, 2018

Manuela D’Ávila chama polícia para achar apoiador de Bolsonaro que tirou foto com ela.


por Flavio Morgenstern(*).



A comunista Manuela D'Ávila, que acha que Lula não deveria estar preso e que não deu um pio para os anti-petistas agredido, chamou a polícia para um apoiador de Bolsonaro


Os americanos chamam isso de White men problems. Os problemas de “branco”, no típico linguajar do racismo contra brancos ultra-permitido hoje. A deputada, candidata a presidente (riam à vontade, riam mesmo) e provável “Avião” na lista da Odebrecht Manuela D’Ávila, do PCdoB, está acampada em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso o ex-presidente Lula.



Quer dizer, não acampaaaaada, que pode estragar suas roupas de New York. Dá uma passada lá durante o dia, claro. Afinal, o que mais precisa fazer com o dinheiro que ganha do trabalhador brasileiro? Enquanto nós estamos aqui, proletariando, Manuela D’Ávila está na frente da PF, fazendo… bem, número. Só precisa estar lá. É assim que o PT e a esquerda fazem política atualmente. Você ganha algo por ser ou estar. Basta o verbo to be.

Eis que um transeunte, transeuntando pela rua, pediu para tirar uma foto com Manuela D’Ávila. Assim que a parlamentar sorriu, o transeunte disse: “Aqui é Bolsonaro, porra!” (huaheuheuhehueh). Manu não gostou.


Quer dizer, Manu não gostou nem um pouco. Puta merda, você não sabe como Manu não gostou. Chamou a polícia exigindo que ela o procurasse. A polícia respondeu o óbvio: 

“Pra quê?” Bem… bem… olha, bem, por que me abraçou, e ninguém tem o direito de encostar no meu corpo!

Fica-se imaginando como seria a vida de Manuela D’Ávila se ela precisasse pegar o metrô sentido leste 6 da tarde algum dia de sua vida. Imagine o chilique a cada curva de um ônibus saindo da M’Boi Mirim.

Manu chamou a polícia. Repetindo: Manuela D’Ávila chamou a polícia porque alguém tirou uma foto com ela. Exigindo que tinha o direito de descobrir o seu nome, RG e CPF. E bradando que tinha o direito porque “ele veio de lá” (sic).

Manu Adora fazer polêmicas e até as inventa quando não existem


Que país fascista é esse em que as pessoas podem dizer em quem votam em público e não tomarem um esculacho da polícia e serem fichados por comunistas?!

Óbvio que Manuela D’Ávila ou os petistas e esquerdistas ao seu redor não deram um pio sobre a quantidade de anti-petistas agredidos de todas as formas só nos últimos dias. Mas tirar uma foto com ela e dizer “Aqui é Bolsonaro, porra”? Onde já se viu um nazismo desses?



Como são bons os problemas de quem não tem problema na vida, não? O chilique foi registrado pela Folha com o título mais paliativo “Busca por seguidor de Bolsonaro marca manhã em frente a prisão de Lula” (sic). Assim dá até a impressão de que dentro do artigo estará descrito um crime horrendo de um seguidor do Bolsonaro. E a Folha, óbvio, precisa aprender a usar crase.

Fonte: sensoincomum.org


Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs" (ed. Record). No Twitter: @flaviomorgen

segunda-feira, abril 09, 2018

lula é inocente: 3 mil evidências, 13 casos e R$ 80 milhões em propina







por Diego Escosteguy(*).



No fim da tarde de uma segunda-feira recente, o ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu ao palco de um evento organizado pelo PT em Brasília. Empunhou sua melhor arma: o microfone. Aos profissionais da imprensa que cobriam o evento, um seminário para discutir os rumos da economia brasileira, o ex-presidente dispensou uma ironia:
“Essa imprensa tão democrática, que me trata maravilhosamente bem e, por isso, eu os amo, de coração”. 
Lula estava a fim de debochar. Não demorou para começar a troça sobre os cinco processos criminais a que responde na Justiça. Disse que há três anos ouve acusações sem o direito de se defender, como se não tivesse advogados. “Eu acho que está chegando a hora de parar com o falatório e mostrar prova. Eu acho que está chegando a hora em que a prova tem de aparecer em cima do papel”, disse, alterado. Lula repetia, mais uma vez, sua tática diante dos casos em que é réu: sempre negar e nunca se explicar. E prosseguiu: 

“Eu quero que eles mostrem R$ 1 numa conta minha fora desse país ou indevida. Não precisa falar que me deu 100 milhão, 500 milhão, 800 milhão... Prove um. Não estou pedindo dois. Um desvio de conduta quando eu era presidente ou depois da Presidência”. 


Encerrou o discurso aplaudido, aos gritos de “Brasil urgente, Lula presidente!”.

A alma mais honesta do Brasil, como o ex-presidente já se definiu, sem vestígio de fina ironia, talvez precise consultar seus advogados – ou seus processos. Há, sim, provas abundantes contra Lula, espalhadas em investigações que correm em Brasília e em Curitiba. Estão em processos no Supremo Tribunal Federal, em duas Varas da Justiça Federal em Brasília e na 13ª Vara Federal em Curitiba, aos cuidados do juiz Sergio Moro. Envolvem uma ampla e formidável gama de crimes: corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, crime contra a Administração Pública, fraude em licitações, cartel, tráfico de influência e obstrução da Justiça. O Ministério Público Federal, a Polícia Federal, além de órgãos como a Receita e o Tribunal de Contas da União, com a ajuda prestimosa de investigadores suíços e americanos, produziram, desde o começo da Lava Jato, terabytes de evidências que implicam direta e indiretamente Lula no cometimento de crimes graves. Não é fortuito que, mesmo antes da delação da Odebrecht, Lula já fosse réu em cinco processos – três em Brasília e dois em Curitiba. Também não é fortuito que os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, após anos de investigação, acusem Lula de ser o “comandante máximo” da propinocracia que definiu os mandatos presidenciais do petista, desfalcando os cofres públicos em bilhões de reais e arruinando estatais, em especial a Petrobras.


A estratégia de Lula é clara e simples. Transformar processos jurídicos em campanhas políticas – e transformar procuradores, policiais e juízes em atores políticos desejosos de abater o maior líder popular do país. Lula não discute as provas, os fatos ou as questões jurídicas dos crimes que lhe são imputados. Discute narrativas e movimentos políticos. Nesta quarta-feira, dia 10, quando estiver diante de Moro pela primeira vez, depondo no processo em que é réu por corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de receber propina da OAS por meio do tríplex em Guarujá, Lula tentará converter um ato processual (um depoimento) num ato político (um comício).


Se não conseguir desviar a atenção, saindo pela tangente política, Lula terá imensa dificuldade para lidar com as provas – sim, com elas. Nesses processos e em algumas investigações ainda iniciais, todos robustecidos pela recente delação da Odebrecht, existem, por baixo, cerca de 3 mil evidências contra Lula. Elas foram analisadas por ÉPOCA. Algumas provas são fracas – palavrórios, diria Lula. Mas a vasta maioria corrobora ou comprova os crimes imputados ao petista pelos procuradores. Dito de outro modo: existe “prova em cima de papel” à beça. Há, como o leitor pode imaginar, toda sorte de evidência: extratos bancários, documentos fiscais, comprovantes de pagamento no Brasil e no exterior, contratos fajutos, notas fiscais frias, e-mails, trocas de mensagens, planilhas, vídeos, fotos, registros de encontros clandestinos, depoimentos incriminadores da maioria dos empresários que pagavam Lula. E isso até o momento. As investigações prosseguem em variadas direções. Aguardem-se, apesar de alguns percalços, delações de homens próximos a Lula, como Antonio Palocci e Léo Pinheiro, da OAS. Renato Duque, ex-executivo da Petrobras, deu um depoimento na sexta-­feira, dia 5, em que afirma que Lula demonstrava conhecer profundamente os esquemas do petrolão. Existem outras colaborações decisivas em estágio inicial de negociação. Envolvem crimes no BNDES, na Sete Brasil e nos fundos de pensão. Haja prova em cima de papel.


Trata-se até agora de um conjunto probatório, como gostam de dizer os investigadores, para lá de formidável. Individualmente e isoladas, as provas podem – apenas – impressionar. Coletivamente, organizadas em função do que pretendem provar, são destruidoras; em alguns casos, aparentemente irrefutáveis. Nesses, podem ser suficientes para afastar qualquer dúvida razoável e, portanto, convencer juízes a condenar Lula por crimes cometidos, sempre se respeitando o direito ao contraditório e à ampla defesa – e ao direito a recorrer de possíveis condenações, como qualquer brasileiro. Não é possível saber o desfecho de nenhum desses processos.




Ainda assim, os milhares de fatos presentes neles, na forma de provas judiciais, revelam um Lula bem diferente daquele que encanta ao microfone. As provas jogam nova luz sobre a trajetória de Lula desde que assumiu o Planalto. Assoma um político que conheceu três momentos distintos. O primeiro momento deu-se como um presidente da República que decidiu testar os limites do fisiologismo e clientelismo da política brasileira. A partir de 2003, e com mais força em 2004, Lula começou a agir para beneficiar, em atos sucessivos, empreiteiras e grandes grupos empresariais, por meio de homens de confiança em postos-­chave no governo. Era, naquele momento, um político cujas campanhas e base aliada eram financiadas, comprovadamente, com dinheiro de propina desses mesmos empresários – entre outros. Era um político que caíra nas graças do cartel de empreiteiras que rapinava a Petrobras e comprava leis no Congresso.


O segundo momento sobreveio entre 2009 e 2010, conforme o tempo dele no poder se aproximava do fim – e, com Dilma Rousseff como sucessora, todos, em tese, continuariam a prosperar. Nesse ponto, assomou um político que, pelo que as provas e depoimentos indicam, passaria a viver às custas das propinas geradas pelo cartel que ajudara a criar. Entre 2009 e 2010, o cartel, em especial Odebrecht e OAS, passou a se movimentar para assegurar que Lula e sua família tivessem uma vida confortável. Faziam isso porque, como já explicaram, deviam propina ao ex-presidente e, não menos importante, pela expectativa de que ele usasse sua influência junto a Dilma Rousseff para manter o dinheiro do governo entrando nas empresas – como fez, de fato, em algumas ocasiões.


Nesse período de final de mandato, houve uma série de operações fraudulentas e clandestinas, comandadas pelo cartel, que resultaram na multiplicação do patrimônio de Lula. Usaram-se laranjas e intrincadas transações financeiras para esconder a origem do dinheiro dos novos bens do ex-presidente. Mas, hoje, esses estratagemas foram descobertos, com fartura de provas, pelos investigadores. Da Odebrecht, Lula ganhou o prédio para abrigar seu instituto, um apartamento em São Bernardo do Campo, onde mora até hoje, e a reforma de um sítio em Atibaia que, todas as provas demonstram, pertence ao petista, e não é somente “frequentado” por ele. Da OAS, ganhou o famoso tríplex em Guarujá, assim como as reformas pedidas por ele – o apartamento só ficou pronto após a Lava Jato, de modo que não houve tempo para que Lula e família se mudassem para lá. A mesma OAS passou a bancar o armazenamento do acervo presidencial do petista. Todas essas operações – todas – foram feitas clandestinamente, para ocultar o vínculo entre Lula e as empreiteiras. Todas foram debitadas do caixa de propinas que Lula mantinha junto às empreiteiras.


Além de dar moradia a Lula, as empreiteiras passaram a bancar o ex-presidente e sua família, além de pessoas próximas. Havia, segundo as provas disponíveis, pagamentos de propina da Odebrecht a um dos filhos do presidente, a um irmão dele, a um sobrinho e a Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e um dos assessores mais próximos de Lula. Havia pagamentos em dinheiro vivo e, em alguns, casos, por meio de empresas – como a de um filho e a de um sobrinho. Havia, ainda, os pagamentos à empresa de palestras de Lula e ao próprio Instituto Lula. Na maioria dos casos, segundo as evidências, não se tratava de doação ou contratação para palestras, embora essas tenham acontecido em alguns casos. Trata-se de propina disfarçada de doação. Até que a Lava Jato mudasse tudo, Lula e seus familiares receberam, de acordo com as evidências disponíveis e se obedecendo a um cálculo conservador, cerca de R$ 82 milhões em vantagens indevidas – bens ou pagamentos ilegais.


O terceiro momento de Lula, aquele que as provas revelam com mais nitidez, precipita-se em março de 2014, quando irrompe a Lava Jato. O petista, que sabia o que fizera e intuía o potencial da operação, preocupou-se. É esse Lula preocupado – quiçá desesperado – que aparece nos processos de obstrução da Justiça. Que, segundo depoimentos e documentos, tenta destruir provas. Tenta, em verdade, destruir a Lava Jato, para por ela não ser destruído. Há semanas, dias antes do discurso de Lula em Brasília, a voz rouca de Léo Pinheiro sacudira Curitiba. Diante do juiz Sergio Moro, Léo Pinheiro expunha segredos guardados por anos. 
“Eu tive um encontro com o presidente, em junho... bom, isso tem anotado na minha agenda, foram vários encontros.” Era 20 de abril e Léo falava de um encontro mantido há quase três anos, em maio de 2014, quando a Lava Jato começava a preocupar. 

“O presidente, textualmente, me fez a seguinte pergunta: ‘Léo’, e eu notei até que ele estava um pouco irritado, ‘você fez algum pagamento a João Vaccari no exterior?’. Eu disse: ‘Não, presidente, nunca fiz nenhum pagamento dessas contas que nós temos com Vaccari no exterior’. ‘Como é que você está procedendo os pagamentos para o PT?’. ‘Através do João Vaccari. Estou pagando, estamos fazendo os pagamentos através de orientação do Vaccari, caixa dois e doações diversas que nós fizemos a diretórios e tal’. ‘Você tem algum registro de algum encontro, de conta, de alguma coisa feita com o João Vaccari com você? Se tiver, destrua. Ponto. Acho que quanto a isso não tem dúvida’.”


Lula, como Renato Duque confirmou em depoimento a Moro na sexta-feira, estava se mexendo para descobrir quanto estava sob risco. No depoimento, Duque, que fora indicado pelo PT e pelo próprio Lula à Diretoria de Serviços da Petrobras, destruiu o antigo chefe. Disse, como Léo Pinheiro, que Lula “tinha o pleno conhecimento de tudo, tinha o comando”. Referia-se ao petrolão. Nas últimas semanas, Duque e o ex-ministro Palocci disputavam quem fecharia antes um acordo de delação premiada, em busca de pena menor. Ambos pretendiam entregar informações sobre Lula, pois suas defesas detectaram que a Lava Jato queria mais elementos para cravar que o então presidente não só sabia da existência, como comandava o esquema de corrupção na Petrobras. Palocci recuou duas ou três casas em sua negociação, após a libertação do ex-ministro José Dirceu. Duque aproveitou para avançar. Disse que encontrou Lula pessoalmente três vezes. “Nessas três vezes ficou claro, muito claro para mim, que ele tinha pleno conhecimento de tudo, tinha o comando”, disse Duque. No último encontro, em 2014, segundo Duque, Lula perguntou se ele tinha recebido dinheiro na Suíça da holandesa SBM, fornecedora da Petrobras. Duque diz que negou. Lula, então, perguntou: “Olha, e das sondas? Tem alguma coisa?”. Lula se referia a negócios da Sete Brasil, a estatal criada para turbinar o petrolão. Duque afirma que mentiu a Lula ao dizer que não tinha. Ouviu do então presidente, de saída do cargo: “Olha, presta atenção no que vou te dizer. Se tiver alguma coisa, não pode ter, entendeu? Não pode ter nada no teu nome, entendeu?”.




No ano seguinte, Lula prosseguiu em sua tentativa desesperada de sabotar a Lava Jato. Em maio de 2015, o então senador Delcídio do Amaral foi à sede do Instituto Lula, em São Paulo. Àquela altura, líder do governo no Senado, Delcídio era um interlocutor frequente de Lula sobre a situação precária do governo Dilma no Congresso, mas, principalmente, sobre o avanço da Lava Jato em direção ao coração petista. Na conversa, Lula se disse preocupado com a possibilidade de seu amigo, o pecuarista José Carlos Bumlai, ser engolfado pela operação. Delcídio percebeu que fora convocado para discutir o assunto. Avisou que Bumlai poderia ser preso devido às delações do lobista Fernando Baiano e do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Delcídio também tinha medo disso, pois recebera propina junto com Cerveró. Então, contou a Lula que, quatro meses antes, recebera um pedido de ajuda financeira de Bernardo, filho de Cerveró. Delcídio afirma que Lula determinou que era preciso ajudar Bumlai.




Assim, Delcídio passou a trabalhar. Dias depois, encontrou-se com Maurício, filho de Bumlai, e “transmitiu o recado e as preocupações de Lula”. Maurício topou a empreitada: era preciso bancar as despesas com advogado e sustentar a família para “segurar” a delação de Cerveró e, assim, tentar salvar o pai de Maurício. Nos meses seguintes, Maurício Bumlai entregou R$ 250 mil em espécie a um assessor de Delcídio, em encontros em São Paulo. O dinheiro era levado depois à família Cerveró. Quando, em setembro, ÉPOCA publicou que Cerveró fechara um acordo de delação, Maurício interrompeu os pagamentos. Em novembro de 2015, Delcídio foi preso, por ordem do Supremo, por tentar obstruir a Lava Jato.



Por meio de nota, o Instituto Lula afirma que “não há nenhum” ato ilegal nas delações dos executivos da Odebrecht e que as delações não são provas, mas “informações prestadas por réus confessos que apenas podem dar origem a uma investigação. Por enquanto, o que existe são depoimentos feitos aos procuradores, a acusação, divulgados de forma espetacular”. Sobre a “conta Amigo”, a nota afirma ser “a mais absurda de todas as ilações no depoimento de Marcelo Odebrecht”. “Se for verdadeiro o depoimento, Marcelo Odebrecht teria feito, na verdade, um aprovisionamento em sua contabilidade para eventuais e futuras transferências ou pagamentos. A ser verdadeira, trata-se, como está claro, de uma decisão interna da empresa. Uma ‘conta’ meramente virtual, que nunca se materializou em benefícios diretos ou indiretos para Lula.” Sobre a ajuda da Odebrecht a Luís Cláudio, um dos filhos de Lula, o Instituto Lula afirma que “mesmo considerando real o relato de delatores que precisam de provas, Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar relatam que a ajuda para o filho de Lula iniciar um campeonato de futebol americano foi voluntária e após diversas conversas e análises do projeto”. Sobre a mesada de R$ 5 mil que a Odebrecht pagou por anos a Frei Chico, irmão do ex-presidente, a nota afirma que “não só Lula não pediu, como não foi dito que Lula teria pedido”. Afirma que o principal assessor de Lula, Paulo Okamotto, “negou ter recebido qualquer ‘mesada’ de Alexandrino Alencar”. O Instituto diz que a Odebrecht não inventou Lula como palestrante e que “as palestras eram lícitas e legítimas”.


(*)DiegoEscosteguy é articulista da Revista Época
Fonte: epoca.globo.com

domingo, abril 08, 2018

Lula preso: talvez, o fim do começo da guerra contra a corrupção




por Lucas Baqueiro(*).



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva finalmente foi preso, depois de uma longa negociação para se entregar às autoridades. Depois de tetricamente se refugiar no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, lugar que simbolicamente marcou o início e o fim da sua longa e criminosa carreira política, agora ele está sob custódia da Polícia Federal. Só o futuro pode dizer se Lula não sairá mais do seu habitat natural, a cadeia.

Tudo se deu numa sequência muito rápida, para quem espera justiça há muitos anos. Na quarta-feira, foi a julgamento no Supremo Tribunal Federal um pedido de habeas corpus mixuruca, a última cartada da defesa do petista para impedir que ele iniciasse o cumprimento provisório da pena. O suspense tomou conta do país, pois o voto da ministra Rosa Weber era um mistério. Grande inquietação tomou conta do país, manifestações tomaram as ruas, e todos liam assustados reverberações sobre mensagens no Twitter do general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, que soaram como ameaça velada de golpe militar.

Em sessão longa, que atravessou tarde, noite e madrugada, o Supremo Tribunal Federal negou o habeas corpus. O voto de Rosa Weber foi computado contra o líder do Partido dos Trabalhadores. Apesar da ordem, ainda havia muita incerteza: como a prisão não era dada como certa pelos próximos dias, temia-se que Lula recebesse algum outro salvo-conduto do Poder Judiciário, ou que fugisse do país, ficando impune.

Na quinta-feira, brasileiros preocupados com os rumos políticos do país almoçaram sem apetite, não imaginando que o melhor viria na sobremesa: perto do meio-dia, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, incensado pela militância petista como algoz do ex-presidente, expediu ordem de prisão contra Lula. A ordem era clara: Lula tinha até as cinco da tarde da sexta-feira para se apresentar na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, na capital mais fria do Brasil.

Lula começou a ser monitorado pela Polícia Federal a partir daquele momento. Fugir deixou de ser uma opção. Como um ator nato, que se sustenta com base em narrativas, resolveu então encenar o seu último ato. O palco principal seria o prédio do sindicato que o revelou para o Brasil e o mundo.

Desde o seu último refúgio, recebeu visitas de todos os seus puxa-sacos. Ficaram com ele, lado a lado, Dilma Rousseff, sua sucessora e parceira de crimes; Eduardo Suplicy, a mulher violentada com síndrome de Estocolmo, que não cansa de apanhar; Guilherme Boulos, o candidato do PSOLula; Manuela d’Ávila, que diz que é candidata à presidência; Gleisi Hoffmann, que em breve frequentará a mesma carceragem do chefe; e grande elenco. Imensa massa de sindicalistas pelegos, militantes aloprados, petistas alucinados, membros do Movimento Sem-Terra, subcelebridades contaminadas pelo vírus do lulismo, amontoaram-se ao redor do bunker do Führer tupiniquim. “Resistir com Lula” era a senha.

Badalaram as cinco da tarde no relógio, na sexta-feira. Em aberta zombaria, a militância fez a contagem regressiva. Lula não se entregou: preferiu ficar comendo picanha e tomando cerveja, tentando ganhar mais um dia sem comer arroz ou feijão frio, macarrão sem molho, salsicha ou frango, prato típico do xilindró. Dava mais tempo para planejar o show final.

No sábado pela manhã, realizou-se uma missa-showmício, bastante apropriada para a religião lulista. Dizia-se que era em comemoração pelo aniversário da falecida Marisa Letícia, ex-primeira dama do presidente Lula, que escapou de cumprir pena graças à morte. A missa foi comandada por Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau, secundado por músicas de Gonzaguinha, Manuela d’Ávila fazendo o sinal da cruz, sob a assistência de Lula, reverentemente assistindo à eucaristia com um copo de cerveja na mão.

Terminado o ato religioso, era hora do discurso fúnebre, o último de Lula antes de sair da cela. Foi, honestamente, um dos mais patéticos já assistidos. Falou que a grande motivação de sua prisão era o fato de que “eles, os meninos do Ministério Público, não gostam que o pobre coma carne, que o pobre ande de avião, que o pobre vá para a universidade”. Disse que “eles querem Lula preso para não poder falar, mas Lula continuará falando pela boca de cada um”; que “mesmo que me matem, meu coração continuará batendo em cada um”. Que “nunca vão prender o Lula, porque Lula não é mais uma pessoa, é uma ideia”. Cada chavão bizarro da narrativa petista foi dito, por quase uma hora, para uma multidão ensandecida diante do messias da corrupção. Cônscio de que não havia escapatória, anunciou que iria se entregar.

Terminado o showmício travestido de missa, Lula tornou a se esconder dentro da sede do Sindicato. Ao anoitecer, num ato patético, fingiu que ia tentar sair, foi impedido por sua massa de manobra e voltou sorridente para dentro, como se magnanimamente dissesse que o povo estava disposto a resistir por ele. A farsa não durou muito, porque no microfone do palco, a senadora Gleisi Hoffmann anunciava: era melhor desmontar o circo, porque a Polícia Federal estava dando meia hora para que o bandido se entregasse; caso contrário, mais gente ia ser responsabilizada por obstrução da justiça.

Dali em diante, não tinha mais jeito: Lula seria preso. A pé, atravessou os portões do sindicato, soltando beijos e tchauzinhos para sua multidão de comparsas. E entrou, por fim, no carro da Polícia Federal, com direção ao aeroporto de São Paulo, para dali, iniciar sua pena cumprida em Curitiba. Às dez da noite, matou a saudade da cadeia, lugar de onde o Brasil espera que não saia até cumprir o último dia de sua condenação.

Com imensa desfaçatez, a militância petista proclamou: “para os coxinhas é o fim da corrupção no Brasil”. A única frase que podemos reservar é aquela célebre de Winston Churchill, quando de grande sequência de vitórias dos Aliados sobre o Eixo: “Agora, isto não é o fim. Nem sequer é o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo”.

O simbolismo de um ex-presidente da República preso por corrupção é imenso para toda a classe política. Ninguém poderá dormir tranquilo em seus travesseiros de pena de ganso, esperando impunidade e roubalheira até o último dos seus dias. É a verdadeira proclamação de que nenhum brasileiro, por mais que componha a seleta nobreza dos políticos, está acima da lei, máxima constitucional tão ignorada desde sempre. A república estende seus punhos crispados a cada malfeitor conforme o seu demérito.

É o fim do começo para inúmeros outros políticos que se valeram até agora de seus cargos para benefício próprio, em malefício do povo. Michel Temer, Aécio Neves, Moreira Franco, Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, Romero Jucá, entre outros bandidos que receberam voto popular e acreditam que, por isso, foram ungidos da lei, já não podem descansar em paz, sabendo que dificilmente escaparão do destino de Lula.

O fim, mesmo, é só para Lula, cujas esperanças de ocupar a presidência da República outra vez para rapinar, colocar o seu vezo caudilhista e ditatorial para fora, demolir a liberdade de imprensa, encher os bolsos de dinheiro público para si e seus filhos, acabaram hoje. Seu endereço não será mais o Palácio do Planalto, de onde comandou o maior saque jamais visto dos cofres do país; será, se Deus quiser – porque o Brasil inteiro quer! – algum presídio nos arredores de Curitiba. Que esquente a cela para seus comparsas de todos os partidos, que logo se somarão a ele.

Muita gente diz que é um momento triste, que não há o que comemorar, que é lamentável um ex-presidente do Brasil ser preso. Sentimos muito por quem acha triste. Para muitos de nós, é um momento de imensa alegria e júbilo. Comemoramos a verdadeira proclamação da república, porque todos os homens são a partir de hoje responsáveis pelos seus atos.

(*)Lucas Baqueiro -Liderança do Livres no sertão de Pernambuco
Fonte - Revista Amálgama (www.revistaamalgama.com.br)

sábado, abril 07, 2018

Lula soltou o monstro do Ódio.






por Diego Escosteguy(*).

Uma cascata colou como chiclete no debate público brasileiro nos últimos dias. Nela, o ex-presidente Lula não é um cidadão condenado por corrupção, mas uma liderança popular vítima de uma inominável injustiça - de uma caçada política travestida de processo judicial. Não há, contudo, teoria conspiratória e retórica biliosa que resista a um exame detido dos fatos do caso contra ele. Eis uma afirmação que deveria ser incontroversa, vivêssemos em tempos mais racionais: 

➤(por enquanto a primeira) condenação 

A condenação do ex-presidente obedeceu aos princípios largamente garantistes do nosso estado democrático de direito. Respeitou-se o devido processo legal - toda a ampla gama de garantias constitucionais concedidas a qualquer cidadão acusado criminalmente pelo estado. Ao contrário da vasta maioria da população carcerária brasileira, Lula aproxima-se da prisão após um processo examinado rigorosamente por nove dos mais preparados juízes do Brasil, espalhados por três instâncias - além dos ministros da Suprema Corte.

Sua recusa em aceitar a prisão, submetendo-se serenamente à lei, transforma-o num algoz da justiça brasileira. A insubordinação barulhenta de Lula ao estado democrático de direito estimula seus seguidores - e eles são numerosos - a desprezar igualmente a Constituição, o Judiciário e até mesmo as normas de conduta civilizadas que deveriam nortear o comportamento de qualquer cidadão. E, assim, substitui-se a voz legítima de protesto pelas pedras ilegítimas de ataques. Lula soltou o monstro do ódio. Ele já deixou São Bernardo, destruindo os inimigos que encontra pelo caminho. Por enquanto, com palavras e pedras, nas redes e nas ruas. Para imortalizar-se como vítima política, Lula mostrou-se disposto, e nisso não há surpresa, a sacrificar os outros - aqueles que lutam por ele e aqueles que por ele são combatidos.
➤Relembremos. 

Houve um processo público. Respeitou-se o direito à ampla defesa. Ao contraditório. O processo teve uma duração razoável. Lula foi tratado com cordialidade ao ser conduzido coercitivamente pela Polícia Federal a depor, no início da investigação, e também meses depois, quando depôs perante o juiz Sergio Moro. Pôde apresentar, diretamente ou por meio de sua defesa, suas razões, em face da acusação do Ministério Público Federal.

Sucessivos juízes, seja na segunda instância, seja na terceira instância, seja na quarta e última instância, no Supremo, analisaram a fundo recursos do petista, assim como seu pedido preventivo de habeas corpus. A discussão deste tomou duas sessões da Suprema Corte do país, e incluiu ministros indicados ao cargo pelo ex-presidente e por sua sucessora, Dilma Rousseff. Nunca houve, na história recente do Brasil, um caso criminal tão examinado, desde a primeira até a última instância. (O mensalão foi julgado somente numa instância, no Supremo.)

Lula e seus aliados, por mais que repitam o trololó da conspiração das elites, nunca ofereceram qualquer evidência da existência dela. Não poderia ser diferente agora, com a prisão iminente do ex-presidente e a consequente necessidade de emplacar a - eta palavra feia que político adora! - “narrativa” de perseguição política. À turma mais radical do PT, a que sobrou para defender Lula, restou gritar “golpe!” a cada cinco minutos, ao lado de cânticos de guerra que mobilizam, pelo ódio aos imaginários conspiradores, a massa de manobra que está correndo às ruas distribuir pancada em jornalistas. Sobrou até para a presidente da Suprema Corte, cujo apartamento foi alvejado por tintas vermelhas, num ataque do MST.

Não há falsa equivalência neste momento; não há dois lados opostos e igualmente culpados recorrendo à violência e ao ódio. Desde a decretação da prisão de Lula, a violência parte de quem defende o ex-presidente - e, sejamos claros, em função das palavras de ordem proferidas pelo petista ou por lideranças sob o comando dele. O ex-presidente esculacha o Judiciário e a imprensa desde que começou a ter problemas com a polícia. Ou seja, há um tempão. Este grave momento que sobressalta os brasileiros, em que não se sabe quando uma ordem de prisão contra o maior líder popular do Brasil será cumprida, oferece apenas a maior das plataformas para palavras que bordejam a violência verbal sejam amplificadas. O monstro aparece em seguida, nos socos dos militantes contra qualquer um e nas pedras contra jornalistas e prédios públicos. 

Uma conspiração - uma concertação nefasta para incriminar e aprisionar um homem inocente - exigiria a participação, ou cumplicidade, de dezenas de funcionários públicos de carreira. Além dos nove juízes das três instâncias e de seis ministros da Suprema Corte, estariam no barco do complô delegados da Polícia Federal, agentes da Receita, procuradores da República e um sem-número de assessores desses profissionais de carreira, distribuídos em diferentes instituições. No mesmo ajuntamento de canalhas, dezenas de jornalistas que acompanharam de perto o caso. Sério?

Segundo Lula, a razão da conspirata promovida, supõe-se, por essa ampla aliança de brasileiros, muitos dos quais nem sequer se conhecem, residiria no sempre citado “ódio das elites” a ele. Que se manifestaria no também mui repetido desejo de impedir o retorno triunfal ao poder do maior líder popular do Brasil. Quais os fatos apresentados por Lula e sua turma para sustentar os motivos desse complô? São desconhecidos como os comprovantes de aluguel do ex-presidente no apartamento de São Bernardo. (Fato: o imóvel foi comprado pela Odebrecht após operações de lavagem de dinheiro, e descontado da conta de propina do PT junto à empreiteiras.)

As palavras de Lula e de dirigentes do PT, repetidas dia após o dia, em palanques físicos e virtuais, mediante slogans repletos de palavras de ordem mas desprovidos de sentido lógico, chocam-se contra a rocha de fatos, provas e bom direito que constituem o processo contra o ex-presidente. São mísseis políticos que prescindem da verdade factual; estão armados de narrativas e ideologias. É um arsenal de octanagem emocional. Daí sua eficácia perante parcela expressiva da população - perante as pessoas que querem, até mesmo precisam, acreditar atavicamente não somente na inocência de Lula, mas em sua messiânica pureza moral.

É assim há quinze anos, independentemente do acúmulo cotidiano de fatos desfavoráveis e até mesmo criminosos envolvendo o petista. Os mísseis são políticos, essencialmente emocionais; a rocha é jurídica, essencialmente racional. Os mísseis não destroem a rocha, mas mantêm os defensores de Lula engajados na luta. A rocha aguenta o impacto dos mísseis, mas nada pode fazer a não ser existir - nunca convencerá quem não se dispõe a ser convencido, a quem não se entrega ao exercício racional do livre pensar e da análise desapaixonada de verdades factuais.

A principal vítima desses ataques não é o Judiciário. São os brasileiros, obrigados a assistir, impotentes, ao violento espetáculo promovido, com impunidade, pelo algoz da Justiça brasileira. O monstro estará nas ruas ao menos até segunda - até que a Polícia Federal execute finalmente o mandado de prisão contra o pai dele.


(*)DiegoEscosteguy é articulista da Revista Época
Fonte: epoca.globo.com

quinta-feira, abril 05, 2018

Inverdade Histórica





por Edilson Vitorelli(*).






O argumento mais repetido pelos críticos da prisão de condenados em segundo grau é que o texto da Constituição não a permite. Se está escrito, então não pode. O ministro Celso de Mello já afirmou: 

“Se a Constituição ou a lei diz trânsito em julgado, é trânsito em julgado, e não decisão de segundo grau que ainda não transitou em julgado”. 
➤Esse argumento é uma inverdade textual e histórica.

A Constituição não diz: 

“Ninguém pode ser preso para cumprimento de pena antes do trânsito em julgado da decisão”. 
Ela diz: 

“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. 
Dizer que “não ser considerado culpado” é sinônimo de “não poder iniciar o cumprimento da pena” não é texto. É interpretação. Não se pode agitar a Constituição para o ar e dizer que lá está escrito. Não está. 

Vamos para a interpretação. 
A Constituição de 1988 é a primeira do país a conter texto semelhante. Mas uma constituição não se escreve no vácuo, e é de se imaginar que dispositivos polêmicos da Constituição tenham gerado debate entre as múltiplas correntes que compuseram a Assembleia Nacional. 

Qual era o entendimento do STF sobre prisão após a condenação em segundo grau, em 1988, enquanto a Constituinte debatia? Fácil: o STF entendia que os condenados em segundo grau poderiam ser presos. Em 1987, o ministro Octávio Gallotti afirmou, reiterando uma longa linhagem de precedentes: 

“A interposição de recurso extraordinário é insuscetível de acarretar o beneficio de apelar em liberdade” (HC 64707). 
Se o STF admitia, em 1988, que condenados fossem presos antes do trânsito em julgado da decisão, interpretar o texto que diz “não será considerado culpado” como se dissesse “não pode ser preso” significa dizer que o constituinte pretendeu tornar inconstitucional o pensamento do STF até ali. 

Se a pretensão fosse essa, era de se esperar que tivesse gerado polêmica. Entretanto, quando se pesquisam os debates da Constituinte, percebe-se que o texto do artigo 5º, LVII, não gerou polêmica alguma. Ele já estava contido no Projeto de Constituição, foi mantido idêntico nas chamadas “emendas do centrão”, não recebeu qualquer proposta de alteração e não foi objeto de debate por qualquer dos constituintes. Até propostas para implantar a pena de morte foram debatidas, mas ninguém, absolutamente ninguém, se levantou para fazer um discurso contra ou a favor desse dispositivo. Nenhum dos constituintes imaginava uma revolução em prol dos condenados de segundo grau. 

A análise histórica descortina a verdade. Quem quer dizer que não se pode prender corruptos condenados depois da decisão de segundo grau não pode se esconder atrás do texto constitucional, porque isso lá não está escrito. Nem pode colocar esse retrocesso na conta dos deputados constituintes. Na Assembleia Nacional mais democrática da nossa história, onde tudo se debateu, isso não foi sequer cogitado. Para os constituintes, em 1988, o condenado podia ser preso depois da decisão de segundo grau, como sempre tinha sido possível até ali. 

(*)Edilson Vitorelli é procurador da República do Ministério Público Federal em Campinas (SP)


segunda-feira, abril 02, 2018

Por que ir às ruas no dia 3 de abril



por Lucas Berlanza(*).




O inimigo, em 2015 e 2016, era claro. O Brasil precisava se livrar de uma governante inepta que, representando um hediondo projeto de poder, cometeu crime fiscal e mergulhou o país em recessão profunda. Precisava reagir a um espúrio estelionato eleitoral. O alvo imediato era claro: Dilma Rousseff – e, ao mesmo tempo, o PT.

Alvo justo, necessário, prioritário e que precisava ser desesperadamente expurgado. Fomos às ruas de forma pacífica tomar a parte que nos cabia na História. Saímos triunfantes, o objetivo foi alcançado, a figura contra quem nos uníamos todos – conservadores, liberais, bolsonaristas, Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua, sociais democratas – foi removida. O país respirou ares de maior liberdade, aliviado por ter impedido os riscos imediatos que corria. Retificou o erro histórico primordial que havia sido confiar à quadrilha vermelha a sua condução.

Entrementes, apenas os muito iludidos suporiam que os esforços estariam então concluídos. Não nos referimos aqui apenas à necessidade de reformas estruturais, de projetos de nação que venham substituir o vácuo deixado pelos meliantes autoritários destronados. Não nos referimos também tão-somente à obviedade de que, à queda do PT, seguiu-se um incremento de disputas entre os diferentes poderes da República, invadindo-se mutuamente as prerrogativas. Tampouco unicamente ao fato de que, conquanto não esposem socialismos embolorados ou doutrinas genocidas e tenham conseguido resgatar alguma razoabilidade nos indicadores econômicos, os fisiológicos que permanecem no comando da política nacional não são exatamente as figuras mais recomendáveis.

O próprio PT, ou, por outra, a própria extrema esquerda, em seus artifícios de reinvenção, não deixaram de ser entrave, mesmo tendo perdido o Poder Executivo, mesmo sofrendo duras derrotas nas urnas. A sombra de Lula permaneceu esvoaçando sobre nós, desrespeitando a lei eleitoral desbragadamente, vociferando ameaças, tentando constantemente nos lembrar de que este país não pertence a ninguém senão a ele. Derrotamos sua criatura, obrigada a abandonar o Planalto antes do término de um mandato a que jamais deveria ter sido reconduzida. Ganhamos espaço, nós, os que divergem, os que contestam, os que se indignam, como poucas vezes o tivemos antes. Ele, por sua vez, decaiu de seu pedestal megalômano sob as bordoadas da verdade pura e simples, desnudada pelas investigações policiais e consagrada pelo juízo de duas instâncias.

E aí sobreveio o Supremo Tribunal Federal – em boa medida, na constituição de seu time atual, também ele criatura do lulopetismo. A instância máxima da Justiça, o guardião da Constituição: epítetos que se provam, a cada dia, tão hiperbólicos quanto despudoradamente falsos. Em aparente tentativa de tatear nosso senso de propósito e nossa tolerância ao escárnio público, os distintíssimos ministros decidiram deixar para depois, exatamente para o dia 4 de abril, a fim de saborearem as delícias de um feriado prolongadíssimo, a continuidade de uma votação de pedido de habeas corpus da defesa de Lula, concedendo-lhe um esquizofrênico “habeas corpus provisório” que impede a aplicação de sentença já definitivamente estabelecida. O tribunal “acovardado”, como o próprio Lula a ele se referiu, decidiu prestar um novo serviço ao mestre decaído, com uma deferência que, todos sabemos, não seria oferecida ao Zé das Couves se ele estivesse no lugar do ex-presidente.

Abate-se sobre nós o risco redobrado. Um ministro do STF pode simplesmente “pedir vistas” e permitir que o fantasma da impunidade sobre Lula se adense sobre nós, prolongando suas zombarias de nossa decência, revigorando as palavras de Rui Barbosa sobre a “vergonha de ser honesto”. O tribunal pode, por outro lado, conceder o habeas corpus – e, sem sombra de dúvida, se esforçar por abrir um perigosíssimo precedente, capaz de beneficiar, mais adiante, sobretudo se revisarem igualmente a prisão após segunda instância, outros caciques políticos criminosos de diferentes partidos, bem como outros tipos de crápulas, incluindo traficantes. Está nas mãos da suprema esfera do Judiciário, que já agiu de modo a privilegiar Lula, o poder de decretar o deboche institucionalizado, transformar a impunidade em cláusula única da Constituição brasileira e estabelecer de vez a insegurança jurídica.

O mesmo STF que aliviou as punições do impeachment para a presidente Dilma; o mesmo STF que dispõe de membros ávidos por legislar, por surrupiar competências que não lhes cabem; o mesmo STF, paradoxalmente, o Poder Judiciário, pode decretar o vale tudo. Pode estabelecer o caos completo. Pode aniquilar toda a previsibilidade e fomentar a ruptura institucional.

Pode fazer tudo isso se der um simples recado: a lei não é para todos. Alguns merecem mais cuidados do que outros. Lula não estava nutrindo delírios de grandeza: o Brasil é dele mesmo. Dele e de toda a excelentíssima escória que se beneficiará das deliberações arbitrárias de insanos de toga.

Essa situação periclitante nos encontra divididos, arrefecidos pela tímida melhoria do peso sobre os bolsos, mas enfrentando-nos uns aos outros por preferências eleitorais. Até certo ponto, tudo isso é naturalmente compreensível; até certo ponto. Para além deste, passará a ser irresponsabilidade. Passará a ser a mais completa falta de percepção de prioridades.

Ir às ruas no dia 3 – e no dia 4, em Brasília – não é apoiar esse ou aquele candidato. Não iremos às ruas para que tal ou qual plataforma triunfe. Não iremos para que tal ou qual movimento organizado tenha sucesso. O momento é de clareza cristalina, na mesma proporção em que dolorosa, e não demanda grande complexidade para ser compreendido: a manifestação para que Luiz Inácio Lula da Silva seja preso, para que o STF não nos subtraia os mínimos fundamentos de uma sociedade organizada sob a égide da lei, é uma manifestação tão ou mais importante, tão ou mais decisiva, quanto aquelas que empreendemos pelo impeachment.

Se há bandeira que nos deve unir, à revelia de partidos e desavenças por quinquilharias, é o combate a este drama capital. A hora é de sermos grandes, não de nos atarmos os pés e nos quedarmos na pequenez. O STF nos desafiou, mais uma vez. Ele desdenha de nós. Sente-se inteiramente fora do alcance do homem comum. Acredita que pode fazer, julgar e executar a lei, todo-poderoso, sem consequências.

Se não queremos que nossos descendentes olhem para trás e se envergonhem do silêncio desonroso com que teremos respondido, temos o dever de estar nas ruas novamente. O inimigo, desta vez, é mais poderoso que uma presidente da República e acredita que nosso grito não pode encontrá-lo. Acredita que suas chicanas medíocres tem o condão de pairar ilesas sobre a consciência do povo.

Pelo nosso futuro como nação, pelos nossos filhos, netos e bisnetos e, talvez de forma ainda mais gritante, pela nossa honra pessoal, é hora de provar que estão errados. É hora de declamar nosso apreço pela impessoalidade da lei. Hora de deixar registrado, em verde e amarelo, que nossa bandeira não é uma excrescência sobre a qual esses senhores têm o direito de cuspir, a que possam dar de ombros. 18h, dia 3, e em Brasília, dia 4, nós temos um compromisso. Não faltemos.

Fonte - www.revistaamalgama.com.br/

(*)Lucas Berlanza é Jornalista, colunista do Instituto Liberal e editor da Sentinela Lacerdista. Autor do Guia bibliográfico da Nova Direita.

domingo, abril 01, 2018

Mães lésbicas e crianças encontradas mortas no fundo de penhasco









por Jennifer Smith(*).

Dias antes de seus corpos serem encontrados no fundo de um penhasco na Califórnia, os vizinhos ligaram para a CPS em Washington para denunciar Jennifer e Sarah Hart (acima) por não terem alimentado seus seis filhos adotivos. Na sexta-feira, seu filho de 15 anos, Devonte (visto no centro, à direita) foi à casa de um vizinho implorando por comida. Eles fugiram horas depois, depois de se recusarem a abrir a porta para um funcionário do CPS


▶️Vizinhos alertaram serviços de proteção à criança depois que as crianças 'famintas' do casal de lésbicas imploraram por comida, dias antes de a família de oito pessoas mergulhar misteriosamente de um penhasco na Pacific Highway.
▶️Na sexta-feira, os vizinhos ligaram para o CPS em Washington sobre Jennifer e Sarah Hart
▶️Eles disseram que o filho adolescente do casal Devonte estava implorando por comida
▶️Ele pediu-lhes para deixar uma caixa para ele e seus irmãos e que suas mães estavam "punindo" ele por fome dele
▶️O trabalhador do CPS chegou, mas as duas mulheres nunca atenderam à porta, dizem os vizinhos
▶️Em vez disso, eles fizeram as malas e saíram de casa, levando as crianças consigo.
▶️Na segunda-feira, seus corpos foram encontrados na água depois de mergulharem em um penhasco a mais de 800 quilômetros de distância, na costa da Califórnia.
▶️A borda do penhasco não está na estrada e eles teriam que ter desligado a estrada do Pacífico para alcançá-lo
▶️Não houve marcas de patim ou freio no local, mas a polícia não vai dizer que foi uma missão suicida

Esta é uma vista aérea do penhasco que a família mergulhou em seu carro. Está em Mendocino, Califórnia, a 600 milhas de distância de sua casa em Washington. Para alcançar a extremidade do penhasco em um mirante onde a polícia estava baseando sua busca, a família teria que ter saido aa Pacific Highway e atravessado 75 pés de estrada de terra. O carro foi encontrado um pouco para o sul, não diretamente abaixo do penhasco. Não derrapou tampouco havia sinais de freio na estrada para sugerir que eles de repente saíssem da estrada


As mães lésbicas que morreram na segunda-feira, juntamente com pelo menos três de seus seis filhos adotivos depois de mergulharem 100 metros sobre um penhasco na Califórnia , foram denunciadas aos Serviços de Proteção à Criança dias antes por supostamente deixar seus filhos famintos.

Na sexta-feira, os vizinhos de Jennifer e Sarah Hart, ambos com 39 anos, ligaram para o CPS para informar que seu filho Devonte tinha vindo à casa deles pedindo comida todos os dias durante uma semana.

Os vizinhos Bruce e Dana DeKalb disseram que Devonte pediu que deixassem comida em uma caixa perto da cerca em volta de sua casa. Eles ligaram para a CPS na semana passada depois que ele chegou a eles dizendo-se com fome por vários dias seguidos. O casal também descreveu um incidente no ano passado, quando uma das crianças apareceu em casa às 13h30 pedindo "proteção" e dizendo: "Não me faça voltar". Eles descreveram outra garota, de 12 anos, como tendo a aparência de uma menina de 7 anos de idade.


Eles disseram que Devonte - que fez manchetes nacionais quando foi fotografado abraçando um policial durante um protesto de 2014 (leia aqui) - pediu que eles deixassem comida em uma caixa para ele e disse que suas mães o estavam 'castigando' por não alimentá-lo.

Em 2017, outra das crianças chegou à sua casa às 13h30 pedindo sua 'proteção' e alegando que as mulheres não a tratavam bem.

Eles também disseram que uma das filhas que tinha 12 anos parecia ter cerca de sete anos e não tinha dentes da frente.


Na sexta-feira, um funcionário do CPS chegou à casa e bateu na porta, segundo os vizinhos Bruce e Dana DeKalb, mas os Harts nunca responderam.

Em vez disso, eles fizeram as malas com pressa e fugiram com as seis crianças em seu caminhão GMC Sierra de 2003, disseram eles.

Na manhã seguinte, quando vimos que o veículo havia sumido e, na manhã de domingo, quando ainda não estava lá, percebemos que algo estava errado porque eles nunca iam a lugar nenhum.

"Eles vão até a loja e voltam, mas ... nós percebemos que eles viram o cartão de visitas (CPS) e carregaram as crianças o mais rápido que puderam e sumiram", disse DeKalb à KGW na quinta-feira.

Na segunda-feira, seus corpos foram encontrados no fundo de um penhasco em Westport, Califórnia, perto da Highway 1, junto com os corpos de três de seus filhos, Markis, 19; Jeremias 14; e Abigail, 14.

Hannah, 16 anos; Devonte, 15; e Sierra, 12, não foram encontrados.

Ainda não está claro se eles atravessaram o penhasco intencionalmente ou por acidente, mas a polícia disse que nenhuma marca de freio foi encontrada no local.

Para alcançar a beira do penhasco, as mulheres teriam que ter saído da estrada do Pacífico e atravessado 75 pés de estrada de terra acidentada.

Ainda não se sabe se eles pararam na borda antes de cair. 

Viajando para o norte, a família teria que ter virado à esquerda para alcançar o penhasco.

Na segunda-feira, um transeunte viu o carro no fundo do penhasco. Os corpos das duas mães estavam dentro junto com três das crianças, três outras crianças não foram encontradas

Imagem mostra onde o carro foi encontrado: entre dois penhascos


Sarah (direita) e Jennifer (esquerda), ambas com 39 anos. Em 2011, Sarah se declarou culpada de uma acusação de agressão doméstica em Minnesota. Como parte do acordo, outra acusação de punição maliciosa de uma criança foi rejeitada

Também foi revelado nesta semana na quarta-feira que em 2011, Sarah Hart se declarou culpada de uma acusação de agressão doméstica em Minnesota.

Seu apelo levou à rejeição de uma acusação de punição maliciosa de uma criança, segundo registros judiciais online.

Outro vizinho que morava perto da família em Oregon, anos atrás, disse que as crianças geralmente ficavam do lado de dentro e não podiam comer açúcar.


Devonte, 15 anos, ganhou as manchetes em 2014 nesta foto em que ele é visto abraçando um policial em um protesto em Portland sobre o tiroteio e morte de um homem negro. A família mudou-se para Washington em 2017. Ele é a criança que pediu comida aos vizinhos na semana passada e disse a eles que suas mães o estavam "castigando".


Bill Groener, 67 anos, era vizinho dos Harts quando moravam em West Linn, Oregon, e disse que as crianças ficavam dentro de casa a maior parte do tempo.

Ele disse que a família plantava seus próprios vegetais, tinha animais e ia acampar, mas nunca se preocupava com o bem-estar deles.

'Algo simplesmente não parecia certo. Eles estavam muito isolados em casa ', disse ele, acrescentando que se sentia' culpado por nunca ter chamado serviços (infantis) '.

As revelações feitas por autoridades em Woodland, Washington, sugerem que a família não era a unidade feliz e misturada que a polícia pintou, como quando seus corpos foram encontrados.

Nas fotografias de família, elas são a imagem da felicidade.





A polícia ainda não sabe se a família estava dirigindo para o norte ou para o sul quando eles se voltaram para a borda do penhasco.

Seu veículo foi visto na água por um transeunte na segunda-feira. Ninguém viu o limite, de acordo com a polícia.

'Eu não sei que eles estavam estacionados e continuaram a rolar. Eu não sei se rolou pela borda, se ela foi lançada sobre a borda.

"Nós não saberemos até recebermos todos os nossos testes e fotografias", disse um oficial da Patrulha Rodoviária na quarta-feira (28/03/2018).

No momento em que foram encontrados, a polícia disse que estevam na água por várias horas.

Em Woodland, Washington, a família morava em uma casa de US$ 400 mil, comprada em 2017.

A polícia está apelando para que qualquer pessoa com informações sobre o acidente se apresente.Eles estão pedindo para alguém que possa tê-los visto em um restaurante ou hotel nos dias anteriores para contatá-los.

As autoridades ainda consideram as três outras crianças que não foram encontradas como desaparecidas e dizem que na melhor das hipóteses, elas não estavam no veículo no momento do acidente. 



(*)Jennifer Smith - jornalista do DAILYMAIL.COM