terça-feira, junho 30, 2015

Criada sob a guarda LGBT e contrária ao casamento gay.












Dawn Stefanowicz cresceu em uma casa onde os desejos sexuais dos adultos eram postos a frente das necessidades e do seu bem estar. Hoje ela luta pelo casamento tradicional e pelo direito da criança ter um pai e uma mãe.


A oficialização da união de casais mesmo sexo é acause célèbre de muitos políticos e celebridades e é extensivamente abordada nos noticiários. Enquanto aumenta o furor do debate, um aspecto central é muitas vezes esquecido segundo a autora e conferencista canadense Dawn Stefanowicz: como são afetadas as crianças que são criadas por casais do mesmo sexo?

Muitos estados (dos EUA) permitem casais homossexuais adotarem crianças. Essa é uma prática que será cada vez mais consolidada na lei conforme mais estados forem permitindo que casais homossexuais adotem. Além disso, alguns homossexuais têm crianças dos seus próprios relacionamentos passados com pessoas do sexo oposto. Dawn traz um ponto de vista raro na discussão pública; seu pai era ativamente envolvido no estilo de vida gay e ela se descreve como sendo “criada sob a guarda LGBT [lésbica, gay, bissexual e transgênero]”.

Dawn nasceu em Toronto. Seu pai se tornou um homossexual ativista já na juventude. Ele era um homem de negócios bem sucedido. Desejoso de ter crianças, ele casou e teve, além de Dawn, outros dois irmãos, sendo que um é gêmeo dela. Após Dawn e seu irmão gêmeo terem nascido, seu pai parou de ter relações sexuais com a esposa e buscou relações homossexuais em lugares conhecidos do público gay canadense e americano. Dawn foi frequentemente levada a muitos desses lugares, mesmo quando era criança. Seu pai teve muitos amantes gays e os trouxe até em casa. Aos 51 anos, ele morreu de AIDS em 1991.

Atualmente, Dawn vive em Ontario, Canadá. Ela é contabilista, cristã e defende abertamente que as crianças sejam criadas por casais heterossexuais casados à moda tradicional. Ela foi casada com um homem por 28 anos e teve duas crianças, que hoje são adolescentes. Em 2007 ela publicou Out From Under: The Impact of Homossexual Parenting, um livro sobre suas experiências de vida na fase de crescimento que se passaram no mundo GLBT. Por ocasião do quinto aniversário do lançamento do livro, ela falou com o Catholic World Report.

Por que você decidiu compartilhar suas histórias das épocas em que foi “criada sob a guarda LGBT” no seu livro e nas suas palestras?

Dawn Stefanowicz: Senti-me compelida. Fiz uma aparição ante a Comissão de Assuntos Legais e Constitucionais do Senado em Ottawa em 2004 pedindo para não colocarem “orientação sexual” na legislação vigente de crimes de ódio por conta das restrições à liberdade de expressão e religião. No fim daquele mês, compartilhei meu testemunho perante um conselho escolar. Quase imediatamente, os ativistas gays que haviam comparecido — devo dizer que não gosto de usar o termo “gay”, mas como ele é muito usado hoje em dia, eu usarei — começaram gritar tanto durante meu depoimento que eu mal podia ouvir minha própria voz. Fui interrompida uma meia dúzia de vezes. Estive preocupada com a minha segurança; então pedi ao segurança que me escoltasse até o carro. Fui para casa e comecei escrever o livro. Eu quis compartilhar minhas experiências adquiridas em um lar homossexual.

Uma das coisas que você enfatiza é que você não viu uma rotina de relacionamento monogâmico na sua casa enquanto você crescia.

Stefanowicz: Sim. Para as crianças, como eu à época, só porque nossos pais são "parceiros" não significa que eles são monógamos. A monogamia na comunidade gay significa “monogamia em série”, pois eles ficam com um mesmo parceiro por alguns meses e logo fazem a fila andar; ou senão eles estão em uma relação, mas mantêm múltiplos parceiros simultaneamente. Pesquisas mostram que a maioria dos relacionamentos homossexuais masculinos torna-se abertos já no primeiro ano. Um artigo recente do New York Timesconfirma isso: 50% das uniões homossexuais masculinas tornam-se abertas a outros parceiros sexuais já no primeiro ano. Meu pai podia estar “comprometido” em um relacionamento longo, mas havia um acordo com seu parceiro para poder ter relações sexuais com outros.

Enquanto crescia não estive cercada por casais heterossexuais comuns. Na minha casa tinha os parceiros dos meus pais e seus amigos homens; além disso, frequentemente eu era carregada para os locais de encontro da comunidade LGBT. Eu era apenas uma criança, mas estive exposta a manifestações patentes de atividade sexual. Por exemplo, quando eu tinha nove, meu pai me levou em um sex shop do subúrbio. Ele disse que queria me expor à sexualidade para que eu não fosse hipócrita. Não havia senso de privacidade quando se tratava de sexualidade. O sexo era público; isso era parte da cultura gay.

Ele me levava para ver o trabalho de artistas gays cujas pinturas e esculturas continham símbolos fálicos embutidos. Ele me levava para praias de nudismo onde homens gays se encontravam. Ele queria que eu tirasse minhas roupas, mas eu não tirava. Era nesses lugares que os homens estavam envolvidos em "cruzeiros", oferecendo-se uns para os outros para fazerem sexo. Havia áreas próximas dali onde eles iam para praticar sexo. Havia uma rede, de modo que se a polícia estivesse chegando, eles avisavam uns aos outros e assim paravam de fazer sexo.

Isso era antes da era da internet, mas mesmo assim havia uma incrível rede na comunidade gay que mantinha uma comunicação para seus membros marcarem locais de encontro para que pudessem marcar “rapidinhas”. Podiam ser praias públicas, ginásios e até mesmo parques onde crianças brincavam por perto. Meu pai cruzava todo o Canadá e também gostava muito de vir para os Estados Unidos; dentre suas cidades favoritas estavam São Francisco, Miami e Ft. Lauderdale. Ele viajava, achava alguém em questão de minutos e ambos iam para algum lugar fazer sexo. Meu pai também mantinha próximo do seu escritório um apartamento para ele poder ter um lugar de rápido acesso para fazer sexo.

Uma vez, quando estava na 10ª série, eu estava animada porque meu pai havia ido assistir minha performance musical, pois ele nunca fora antes. Eu vi seus olhos se arregalarem quando ele viu todos os garotos adolescentes no palco comigo. Então eu entendi que ele não estava lá por mim, mas para pegar garotos jovens.

Conforme você foi ficando mais velha, teu pai te usou como “isca” para atrair homens que ele tinha interesse em fazer sexo.

Stefanowicz: Sim. Ele dizia para eu me vestir provocativamente e vestir este ou aquele top, e então íamos “passear”. Um homem poderia se identificar como gay, mas meu pai sabia se eles ainda gostavam de jovens garotas. Além disso, isso poderia ser um modo de atrair homens bissexuais e heterossexuais.

Meu pai gostava de homens bem vestidos e de “fino trato”, cuja idade era cerca de 10 anos a menos que a dele. Era sempre um homem mais novo, jamais um da mesma idade ou mais velho. Eu conheci muitos homens gays que tinham preferência por garotos adolescentes que haviam acabado de entrar na puberdade. Eles [os homens gays mais velhos] procuravam garotos vulneráveis cujo pai estava ausente.

Você não fazia objeções quanto ao modo do teu pai te usar desse jeito?

Stefanowicz: Eu não gostava, mas eu estava dividida. Eu queria agradá-lo e estar com ele. No fim das contas eu estava buscando o amor e a aceitação dele. Mas, ao invés disso, eu é que tive de aceitá-lo.

E seu pai também trouxe vários homens para casa para fazer sexo

Stefanowicz: Sim, isso foi parte da minha infância num ambiente homossexual. Não era seguro para as crianças. Para começar, você é exposto a várias doenças. Não sei como dizer isso, mas o sexo homossexual é asqueroso. Eu via lençóis sujos de esperma, fezes e gel lubrificante. Camisinhas não eram parte do cenário, pois não se conhecia a AIDS até então. Com efeito, anos depois, quando descrevi minha situação ao meu médico, ele encomendou os mesmos testes sanguíneos feitos em homens envolvidos em relacionamentos homossexuais.

Diferentes homens vinham viver conosco durante algum tempo nas nossas dependências. Quando meu pai tinha cerca de 30 anos, um artista de 18 anos veio viver conosco. Eles tiveram relações sexuais e saíam por aí juntos buscando outras experiências. Ocasionalmente eles traziam homens para casa para fazer sexo grupal. Meus jovens olhos viram muito. Não foi nada alegre ou colorido.

Meu irmão gêmeo viu o sexo grupal uma vez. Ele não podia entender como nosso pai beijava outros homens, mas não podia mostrar afeição ao seu próprio filho.

Você foi abusada sexualmente?

Stefanowicz: Eu tenho imagens na minha memória sendo abusada sexualmente; eu tive pesadelos com essas imagens. Minha mãe confirmou que eu fui abusada sexualmente pelo meu pai quando eu era criança; entretanto, ela não pôde confirmar as imagens na minha memória que envolviam meu pai e outros homens comigo. Outros adultos que viveram a infância em ambientes homossexuais confidenciaram a mim que foram abusados. Há um risco maior de abuso sexual em tal ambiente.

Os parceiros do seu pai eram gentis com você?

Stefanowicz: Eles até cozinhavam ocasionalmente para mim, ajudavam no dever de casa ou me levavam para alguma atividade. Mas eles não estavam ali por mim ou pelos meus irmãos; eles estavam pelo meu pai. Meus irmãos e eu sentíamos que não tínhamos importância alguma. Além disso, embora diferentes homens viessem para viver conosco durante algum tempo, eles nunca eram como um pai ou membro da família.

Devo acrescentar também como mulher, que não me senti valorizada, apreciada ou amada. Era um ambiente humilhante para mim. Vi muita confusão sobre gêneros; meu pai, por exemplo, às vezes se vestia de mulher. Ou então algum dos parceiros do meu pai interpretavam um papel “pseudo-feminino”.

Você também viu muita morte.

Stefanowicz: Sim. Alguns dos amigos do meu pai cometeram suicídio. Outros morreram de AIDS. Eu vi meu próprio pai morrer de AIDS.

Onde estava sua mãe esse tempo todo?

Stefanowicz: Minha mãe estava seriamente enferma com diabetes crônica desde os 18 anos. Ela também era uma pessoa fraca. Ela estava magoada e solitária, mas não se opunha abertamente ao que estava acontecendo. Ela via as coisas e ia embora. Por causa da sua doença e da sua passividade eu já tive muita responsabilidade desde os oito anos de idade. Eu fazia boa parte dos serviços de cozinha e limpeza.

Quando eles casaram, meu pai nunca teve a intenção de ser fiel a ela. Ele se casou com ela apenas porque ele queria crianças. Após meu irmão gêmeo e eu termos sidos concebidos, o relacionamento sexual deles acabou.

Ela até se igualou ao meu pai ao visitar as subculturas. Ela se envolveu com uma mulher durante a minha adolescência. Eu me lembro dos parceiros do meu pai enfeitando e penteando os cabelos dela.

Você odeia seu pai?

Stefanowicz: Não, eu sempre amei meu pai, até mesmo a despeito do estresse, solidão e pesadelos que ele causou a mim. Eu tive raiva do meu pai, pois ele colocava suas necessidades acima da minha própria pessoa. Eu senti medo de ser descartada, assim como ele descartou muitos dos seus parceiros. Eu procurava o amor dele, mas ele não podia expressar afeição por mim.

Quando ele estava morrendo, eu rezei especialmente para ele. Eu queria perdoá-lo e ficar em paz: e assim o fiz.

Como foram os anos finais da vida dele?

Stefanowicz: Ele passou por momentos árduos, o que tornou difícil para ele ser aceito nos circuitos gays. A AIDS causou manchas rochas no rosto e no corpo, de modo que ele tentava ocultá-las com cosméticos, calças e camisas de manga longa. Ele começou a perder peso e energia. Ele sabia que estava a enfrentar uma grave situação.

Ele estava sozinho e eu continuava a dizer a ele que eu o amava. Às vezes ele não queria nada comigo. Mas eu o venci pelo cansaço. Ele compartilhou seus conflitos internos comigo. Ele foi abusado sexualmente quando era criança; seu pai era um alcoólatra violento. Ele saiu de casa quando tinha 15 anos. Assim, ele me ajudou a entendê-lo e perdoá-lo.

Entretanto, eu ainda guardava ressentimento dos seus parceiros, especialmente o último. Ele e meu pai tiveram um relacionamento “aberto” de 14 anos. Minha mãe não estava lá, então era ele quem cuidava do meu pai. Meu pai tinha muitos bens e seu parceiro sabia que poderia ganhar parte disso quando meu pai morresse. Nenhum dos parceiros do meu pai tinham conduta de protetor adotivo; com efeito, fiquei ressentida que meu pai tivesse gastado tanto tempo com seus amantes ao invés de ter gastado comigo. Esse último parceiro morreu de AIDS em 1996.

Eu vi meu pai um dia antes de morrer: ele estava fortemente dopado e em profunda dor. Ele teve dificuldades em me reconhecer. Eu segurei a mão dele e, enquanto isso, ele disse ao seu parceiro: “Diga a ela que a amo.”

Também notei que meu pai mantinha uma imagem de um barco num mar tranquilo que eu comprei para ele alguns anos antes. Eu estava contente que ele havia guardado; mostrou que ele dava valor. Eu rezava para que papai tivesse aquela paz da imagem.

E como foi que, na idade adulta, você se recuperou das experiências negativas dos seus anos de crescimento?

Stefanowicz: Por volta dos 30 anos de idade eu passei por uma terapia de 13 meses. Por décadas eu tive insegurança, depressão, insônia e confusão sexual. Minha cura incluiu coisas como encarar a realidade e oferecer perdão.

Como foi a recepção ao seu livro?

Stefanowicz: Muitos apoiaram. Mais de 50 adultos que cresceram em lares de casais homossexuais me contataram para dizer o quanto se identificaram com as minhas experiências. Homens que levam um estilo de vida gay escreveram para mim procurando respostas. “Como eu posso sair da comunidade gay”, pergunta um deles, “sem o suporte que eu preciso da minha família e da comunidade como um todo?”; Eles estão buscando amor, compaixão e ajuda. Eu digo a eles para não irem pelo mesmo caminho que meu pai foi.

Esses homens disseram que nunca haviam pensado em mais ninguém quando estavam sexualmente envolvidos com outros homens. Eles não viam o quanto suas escolhas machucavam os que viviam com eles. Eles estavam simplesmente aproveitando o prazer e ignorando as consequências.

Mulheres lidando com o problema do lesbianismo frequentemente perguntavam sobre a minha mãe.

E o que você diz aos seus críticos?

Stefanowicz: Muitos foram iludidos pela aceitação cultural da homossexualidade. Eles não pensaram nisso a ponto de considerar o impacto em longo prazo nas crianças.

Se as críticas forem sórdidas eu não respondo. Se forem respeitosas eu respondo. Digo a eles como meu pai nunca encontrou a felicidade. Mostro a eles que eu me importo e que entendo as circunstâncias e tenho compaixão por eles. Digo a eles que eles precisam achar uma comunidade de apoio onde eles possam ser honestos, buscar perdão e achar a salvação através de Cristo. Quando damos o testemunho de Cristo para os outros, eles ficam atraídos para Cristo.

Alguns críticos argumentam que nem todos os homossexuais são promíscuos como seu pai.

Stefanowicz: Verdade. Mas se você se envolver com a comunidade gay, há uma grande chance de se envolver com vários parceiros sexuais. Pesquisas indicam um alto nível de promiscuidade entre homens que se relacionam com outros homens; além disso, a incidência de doenças sexualmente transmissíveis é muito alta nesse grupo. Meu pai não era o único nessa história; há muitos homens gays com energia ilimitada para aproveitar os prazeres momentâneos.

Você também esteve em contato com o ministério católico para pessoas com atração pelo mesmo sexo, o Coragem.

Stefanowicz: Sim, o co-fundador, padre John Harvey, me deu muito apoio. Ele disse que sou uma mulher corajosa por compartilhar minha história.

O que você pensa sobre as pressões feitas para se reconhecer a união homossexual?

Stefanowicz: Eu dei meu testemunho para oficiais do Canadá, Estados Unidos e outros lugares. Eu abordei brevemente minha própria história e depois disse a eles que o casamento tradicional é significante historicamente e religiosamente. É o cimento que serve de base para nossa cultura e para nossa sociedade, pois forma um cenário pelo qual as crianças são melhores criadas e ficam em ambientes mais seguros.

Há também a questão da monogamia, que eu também discuti, além da importância de a criança ter tanto um pai quanto uma mãe, assim como parentes aos quais elas sejam biologicamente relacionadas. Nossa identidade, segurança e senso de descendência ancestral vêm por meio dos nossos pais; isso é perdido nas uniões homossexuais.

Toda criança quer ser criada por pais biológicos que sejam fiéis entre si. As crianças não querem passar pelo tremendo estresse de ter de crescer com pais que colocam suas preferências sexuais à frente. Por três décadas da minha vida eu vi meu pai indo de um relacionamento para o outro. Essa era a prioridade dele. Uma criança não pode satisfazer suas necessidades afetivas e espirituais em um ambiente desses.

Conforme eu disse, eu estava dividida enquanto criança: “Será que devo fazer as coisas imorais que meu pai pede? Como honrar meu pai em um ambiente desses? E as minhas necessidades? Meus sentimentos não importam, mas os do parceiro importam?”

Crianças não querem saber de o mundo ser “gay” ou amigável, elas querem passar o tempo com os seus pais. Elas precisam de uma casa com um casal heterossexual estável, uma comunidade e uma escola para compartilhar seus valores em comum. Elas também precisam de uma base religiosa. Eu sou atacada pelos ativistas por promover esse ponto de vista, mas eu não os odeio em retorno. Minha preocupação é com as crianças.

Eu nasci e cresci sob a guarda LGBT. Eu não escolhi isso. O caminho de saída desse ambiente foi solitário. Mas fazer isso me deu tal liberdade e alegria que eu quis compartilhar com os outros.



Publicada no Catholic World Report.

Tradução: Leonildo Trombela Júnior

sábado, junho 27, 2015

O empreiteiro conta tudo.

O empreiteiro conta tudo.
por Reinaldo Azevedo







A economia vai mal. Muito mal. Mas a política está muito pior. É discutível se a crise econômica piora a política, mas é certo que a crise política piora a economia. É a fraqueza do governo que dá as cartas. Dilma não sabe o que dizer, o que fazer, o que anunciar. E, um ano e três meses depois de iniciada a operação Lava Jato — depois de muitos desacertos, ainda em curso, protagonizados também pela Procuradoria Geral da República, sob o comando de Rodrigo Janot, e pelo juiz Sérgio Moro —, eis que cai a máscara, eis que a verdade se desnuda: UMA VERDADEIRA MÁFIA TOMOU CONTA DO ESTADO BRASILEIRO. E ELA PRECISA SER TIRADA DE LÁ PELA LEI.

Vá à banca mais próxima e adquira um documento: a edição desta semana da revista VEJA. Em 12 páginas, você lerá, no detalhe, como atuou — atua ainda? — a máfia que tomou conta do Brasil e como se construiu o establishment político que nos governa. O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e ex-amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu contar tudo. Ficou preso mais de cinco meses. Só fez o acordo de delação premiada depois de ter deixado a cadeia.ESTE BLOGUEIRO FALASTRÃO, COMO LULA ME CLASSIFICOU NO CONGRESSO DO PT, SENTE-SE, DE ALGUM MODO, VINGADO. Vingado também contra as hostes da desqualificação e do cretinismo da esquerda e da direita burra e desinformada. NÃO HÁ NEM NUNCA HOUVE CARTEL DE EMPREITEIRAS, COMO SEMPRE SUSTENTEI. O QUE SE CRIOU NO BRASIL FOI UMA ESTRUTURA MAFIOSA DE ACHAQUE.

É claro que as empreiteiras praticaram crimes também. Mas não o de formação de cartel. Insistir na tese do cartel CORRESPONDE A NEGAR A ESSÊNCIA DO MODELO QUE NOS GOVERNA.

Achaque Edinho




O achaque
VEJA teve acesso ao conteúdo da delação premiada de Ricardo Pessoa, homologada pelo ministro Teori Zavascki. É demolidor. Segue, em azul, um trecho do que vai na revista:

Em cinco dias de depoimentos prestados em Brasília, Pessoa descreveu como financiou campanhas à margem da lei e distribuiu propinas. Ele disse que usou dinheiro do petrolão para bancar despesas de dezoito figuras coroadas da República. Foi com a verba desviada da estatal que a UTC doou dinheiro às campanhas de Lula em 2006 e de Dilma em 2014. Foi com ela também que garantiu o repasse de 3,2 milhões de reais a José Dirceu, uma ajudinha providencial para que o mensaleiro pagasse suas despesas pessoais.

A UTC ascendeu ao panteão das grandes empreiteiras nacionais nos governos do PT. Ao Ministério Público, Pessoa fez questão de registrar que essa caminhada foi pavimentada com propinas. O empreiteiro delatou ao STF essas somas que entregou aos donos do poder, segundo ele, mediante achaques e chantagens. Relatou que teve três encontros em 2014 com Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro de Comunicação Social.

Nos encontros, disse, ironicamente, ter sido abordado “de maneira bastante elegante”. Contou ele: “O Edinho me disse: ‘Você tem obras na Petrobras e tem aditivos, não pode só contribuir com isso. Tem que contribuir com mais. Eu estou precisando”. A abordagem elegante lhe custou 10 milhões de reais, dados à campanha de Dilma. Um sservidor do Palácio chamado Manoel de Araújo Sobrinho acertou os detalhes dos pagamentos diretamente com

Documentos entregues pelo empresário mostram que foram feitos dois depósitos de 2,5 milhões de reais cada um, em 5 e 30 de agosto de 2014. Depois dos pagamentos, Sobrinho acertou com o empreiteiro o repasse de outros 5 milhões para o caixa eleitoral de Dilma. Pessoa entregou metade do valor pedido e se comprometeu a pagar a parcela restante depois das eleições. Só não cumpriu o prometido porque foi preso antes.
(…)


Edinho, claro, nega. Será preciso agora saber quem é o tal Manoel Araújo Sobrinho, que tem de ser convocado pela CPI nas primeiras horas da segunda-feira. Ricardo Pessoa sempre foi considerado o homem-bomba do caso, muito especialmente por Lula e pelo Palácio do Planalto. Ele é apontado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público como o coordenador do “Clube do Bilhão”. O nome é meio boboca, e duvido que tenha existido algo parecido. Mas é inegável que ele exercia uma espécie de liderança política entre os empresários.

Escrevi aqui umas quinhentas vezes que INSISTIR NA TESE DO CARTEL CORRESPONDIA A NEGAR A NATUREZA DO JOGO. Empresas, quando se cartelizam, fazem uma vítima do outro lado. Sim, as vítimas da roubalheira são os brasileiros, é inegável. Mas, do outro lado da negociação com as empreiteiras, estava a Petrobras, a contratadora única, que determinava os preços, e no comando da empresa, a máfia que tomou conta do governo e impunha as suas vontades.

Achque caneco




Máfia cachaceira
Quando falo em máfia, não forço a mão nem recorro a uma figura de linguagem. Havia até senha secreta para entregar dinheiro aos petistas, segundo Ricardo Pessoa. As palavras, nem poderia ser diferente, referem-se, vamos dizer, ao universo alcoólico. Tudo compatível com um Poderoso Chefão chamado “Brahma”. Leiam esta passagem da reportagem, em que o empreiteiro conta como era entregue O DINHEIRO VIVO AO TESOUREIRO DA CAMPANHA DE LULA, EM 2006.

Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, a UTC contribuiu com 2,4 milhões de reais em dinheiro vivo para a campanha à reeleição de Lula, numa operação combinada diretamente com José de Filippi Júnior, que era o tesoureiro da campanha e hoje trabalha como secretário de Saúde da cidade de São Paulo.

Para viabilizar a entrega do dinheiro e manter a ilegalidade em segredo, o empreiteiro amigo de Lula e o tesoureiro do presidente-candidato montaram uma operação clandestina digna dos enredos rocambolescos de filmes sobre a máfia. Pessoa contou aos procuradores que ele, o executivo da UTC Walmir Pinheiro e um emissário da confiança de ambos levavam pessoalmente os pacotes de dinheiro ao comitê da campanha presidencial de Lula. Para não chamar a atenção de outros petistas que trabalhavam no local, a entrega da encomenda era precedida de uma troca de senhas entre o pagador e o beneficiário.

Ao chegar com a grana, Pessoa dizia “tulipa”. Se ele ouvia como resposta a palavra “caneco”, seguia até a sala de Filippi Júnior. A escolha da senha e da contrassenha foi feita por Pessoa com emissários do tesoureiro da campanha de Lula numa choperia da Zona Sul de São Paulo. Antes de chegar ao comitê eleitoral, a verba desviada da Petrobras percorria um longo caminho. Os valores saíam de uma conta na Suíça do consórcio Quip, formado pelas empresas UTC, Iesa, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que mantém contratos milionários com a Petrobras para a construção das plataformas P-53, P-55 e P-63.

Em nome do consórcio, a empresa suíça Quadrix enviava o dinheiro ao Brasil. A Quadrix também transferiu milhares de dólares para contas de operadores ligados ao PT. Pessoa entregou aos investigadores as planilhas com todas as movimentações realizadas na Suíça. Os pagamentos via caixa dois são a primeira prova de que o ex-presidente Lula foi beneficiado diretamente pelo petrolão.

Até agora, as autoridades tinham informações sobre as relações lucrativas do petista com grandes empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato, mas nada comparável ao testemunho e aos dados apresentados pelo dono da UTC. Depois de deixar o governo, Lula foi contratado como palestrante por grandes empresas brasileiras. Documentos obtidos pela Polícia Federal mostram que ele recebeu cerca de 3,5 milhões de reais da Camargo Corrêa. Parte desse dinheiro foi contabilizada pela construtora como “doações” e “bônus eleitorais” pagos ao Instituto Lula. Conforme revelado por VEJA, a OAS também fez uma série de favores pessoais ao ex-presidente, incluindo a reforma e a construção de imóveis usados pela família dele. UTC, Camargo Corrêa e OAS estão juntas nessa parceria. De diferente entre elas, só as variações dos apelidos, das senhas e das contrassenhas. “Brahma”, “tulipa” e “caneco”, porém, convergem para um mesmo ponto.

Vaccari pixuleco

Pixuleco

Leiam a reportagem da VEJA. Ao longo de 12 páginas, vocês vão constatar que o país foi literalmente assaltado por ladrões cínicos e debochados. João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro do PT que foi objeto de um desagravo feito pela Executiva Nacional do partido na quinta, depois de um encontro de Rui Falcão com Lula, chamava a propina de “pixuleco”. Segue um trecho.


O empreiteiro contou que conheceu Vaccari durante o primeiro governo Lula, mas foi só a partir de 2007 que a relação entre os dois se intensificou. Por orientação do então diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, um dos presos da Operação Lava-Jato, Pessoa passou a tratar das questões financeiras da quadrilha diretamente com o tesoureiro. A simbiose entre corrupto e corruptor era perfeita, a ponto de o dono da UTC em suas declarações destacar o comportamento diligente do tesoureiro: “Bastava a empresa assinar um novo contrato com a Petrobras que o Vaccari aparecia para lembrar: ‘Como fica o nosso entendimento político?’”. A expressão “entendimento político”, é óbvio, significava pagamento de propina no dialeto da quadrilha. Aliás, propina não.

Vaccari, ao que parece, não gostava dessa palavra. Como eram dezenas de contratos e centenas as liberações de dinheiro, corrupto e corruptor se encontravam regularmente para os tais “entendimentos políticos”. João Vaccari era conhecido pelos comparsas como Moch, uma referência à sua inseparável mochila preta. Ele se tornou um assíduo frequentador da sede da UTC em São Paulo. Segundo os registros da própria empreiteira, para não chamar atenção, o tesoureiro buscava “as comissões” na empresa sempre nos sábados pela manhã.

Ele chegava com seu Santa Fé prata, pegava o elevador direto para a sala de Ricardo Pessoa, no 9º andar do prédio, falava amenidades por alguns minutos e depois partia para o que interessava. Para se proteger de microfones, rabiscava os valores e os porcentuais numa folha de papel e os mostrava ao interlocutor. O tesoureiro não gostava de mencionar a palavra propina, suborno, dinheiro ou algo que o valha. Por pudor, vergonha ou por mero despiste, ele buscava o “pixuleco”. Assim, a reunião terminava com a mochila do tesoureiro cheia de “pixulecos” de 50 e 100 reais. Mas, antes de sair, um último cuidado, segundo narrou Ricardo Pessoa: “Vaccari picotava a anotação e distribuía os pedaços em lixos diferentes”. Foi tudo filmado.

Retomo
Aí está apenas parte dos descalabros narrados por Ricardo Pessoa. E agora? Até havia pouco, parecia que o petrolão era fruto apenas de empresários malvados, reunidos em cartel, que decidiram se associar a três funcionários corruptos da Petrobras — tese de Dilma por exemplo — e a alguns parlamentares, a maioria de segunda linha, para roubar o país. Faltava o cérebro dessa operação, que sempre esteve no Poder Executivo.
Eis aí. Nunca houve cartel. Eu estava certo! O depoimento de Ricardo Pessoa — que não se deixou constranger pela prisão preventiva e que, tudo indica, confessou o que quis, não o que queriam ele confessasse — REVELA A REAL NATUREZA DO JOGO.
Ainda não terminei. Em outro post, vou chamar Rodrigo Janot e o juiz Sérgio Moro para um papinho sobre lógica elementar.
Leia na revista:
Achaque 15 milhões
Achaque Gim Argello
Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, junho 25, 2015

EU QUERO O FIM DAS URNAS ELETRÔNICAS.











por Felipe Moura Brasil (para a Veja.abril.com.br)

Impagável! Urna eletrônica contradiz ao vivo comparsa de Maduro e aumenta suspeita de fraude na Venezuela.




Onde está Dias Toffoli numa hora dessa?

Foi só o “ex”-advogado do PT e presidente do TSE maldizer a aprovação do voto impresso no Brasil que as urnas eletrônicas mostraram seu perigo na Venezuela, onde, segundo Lula, tem “democracia até demais”.

Em evento com o ditador Nicolás Maduro, aliado do PT, o prefeito socialista de Libertador, Jorge Rodríguez, do PSUV, foi mostrar à população como usá-las nas eleições primárias do partido em 28 de junho de 2015 e ignorou ter sido desmentido pelas próprias urnas.

Rodriguez, em sua explicação inicial, enfatizara que “o mesário não pode desbloquear a máquina porque o que desbloqueia a máquina é a impressão digital do eleitor”, ao que Maduro aproveitou para fazer propaganda do suposto “mais transparente” e “melhor sistema eleitoral no mundo”.

No entanto, após digitarem o número de identificação de um eleitor que não estava presente (Barnabas Audillo), uma ministra no papel de mesária (Maria Cristina Igreja) colocou a sua impressão digital e a máquina foi ativada.

O certo, claro, seria que a máquina não fosse ativada por detectar que a impressão digital não coincidia com os dados do eleitor.

Rodriguez ainda entrou com o número de identificação de outra eleitora, Justina del Carmen Hernandez, mas pediu que Diosdado Cabello colocasse a sua impressão digital, que novamente ativou a urna eletrônica sem quaisquer problemas.

As redes sociais explodiram em críticas e ironias ao vídeo, que põe mais uma vez em cheque a transparência da votação, comandada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Eleitores venezuelanos contrários à ditadura amiga do PT querem voto impresso também.

Mas Dias Toffoli não recomenda a “intervenção humana” (da oposição).


Acompanhe no Facebook o grupo EU QUERO O FIM DAS URNAS ELETRÔNICAS






Doutrinação de gênero nas escolas: o perigo vem de longe









por Julio Severo




Com intensa mobilização, grupos pró-vida e pais e mães estão lutando contra leis municipais que impõem a ideologia de gênero nas escolas. Um dos melhores alertas foi dado pelo Dr. Zenóbio Fonseca, num vídeo pessoal em sua página de Facebook:


A doutrinação de gênero não é um processo que vai começar com essa aprovação. É, na verdade, um processo que vem de muito longe, atrelado a um movimento internacional muito bem financiado que visa implantar e expandir a educação sexual, primeiramente de modo “informal” e depois de modo formal.
Em 1992 participei de um congresso internacional sobre essas questões, onde havia representantes de entidades brasileiras e internacionais, inclusive da ONU. A meta era uma frente ampla que incluía a ONU, o governo do Brasil e ONGs (organizações não governamentais) para alcançar professores e alunos com materiais que foram essencialmente o alicerce da atual onda de doutrinação de gênero no Brasil. Tudo começou na educação sexual.
Em escolas públicas e particulares da cidade de São Paulo, essas ONGs, com financiamento e know-how de entidades americanas, influenciaram, desde o início da década de 1990, gerações de professores e alunos.
Havia, pois, um relacionamento ”informal” entre essas entidades imorais e as escolas de São Paulo. Possivelmente, outras cidades do Brasil estavam tendo a mesma experiência.
Então, na década de 1990 as ideias de gênero já estavam, através de ONGs brasileiras financiadas e orientadas por ONGs dos EUA, chegando até os professores num proselitismo ideológico que visava transformá-los em agentes de mudança para os alunos sob sua influência nas salas de aula.
Essas ideias acabaram se tornando política oficial do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Na sua presidência, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), publicados pelo Ministério da Educação (MEC), deram destaque, pela primeira vez de forma oficial nas políticas federais de educação, às questões de gênero.
Entre muitas outras questões polêmicas, os PCNs, de implantação obrigatória nas escolas do Brasil, disseram:

O trabalho com Orientação Sexual supõe refletir sobre e se contrapor aos estereótipos de gênero… Implica, portanto, colocar-se contra as discriminações associadas a expressões da sexualidade, como a atração homo ou bissexual, e aos profissionais do sexo.
O conceito de gênero diz respeito ao conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir da diferença biológica dos sexos. O uso desse conceito permite abandonar a explicação da natureza como a responsável pela grande diferença existente entre os comportamentos e lugares ocupados por homens e mulheres na sociedade
.
O governo de FHC formalizou, 20 anos atrás, a ideologia de gênero no currículo nacional. Evidentemente, o governo do PT tem expandido o pioneirismo de gênero do PSDB. Mesmo assim, iludidamente alguns acham que com a remoção do PT do poder, a ideologia de gênero vai embora. Não vai. Essa ideologia não está ligada exclusivamente ao PT. Está atrelada a muitos partidos, inclusive o PSDB.
Muito antes do PT assumir o governo federal, meu livro, “O Movimento Homossexual,” publicado em 1998, já denunciava a doutrinação de gênero que estava presente no governo e escolas do Brasil. Meu livro mencionava que o alastramento da ideologia de facilitação homossexual está ligado a objetivos de controle populacional, que é o coração da ideologia de gênero. Meu livro, citando a Dra. Dale O’Leary, disse:

“A fim de serem eficazes a longo prazo, os programas de planejamento familiar não devem se concentrar apenas na redução da fertilidade dentro dos papéis de gênero existentes, mas principalmente na mudança dos papéis de gênero para diminuir a fecundidade”.

Mudança de papéis: Homens sendo incentivados e inspirados a assumir o papel das mulheres e vice-versa. O único propósito da ideologia de gênero é provocar mudanças de práticas e atitudes sexuais a fim de reduzir a fertilidade, isto é, reduzir a população.
Os pais não enviam seus meninos para a escola pública a fim de aprenderem a ser meninas, e vice-versa. Mas a ONU, as ONGs nacionais e internacionais, atuando de modo “informal” ou não, têm essa meta. Tudo para reduzir a população.

A existência e atuação da ideologia de gênero ocorreu na década de 1990 sem estardalhaço no Brasil. O MEC do governo FHC estipulava que em vez de uma aula específica focada na educação sexual, as questões de gênero deveriam ser tratadas como temas transversais, isto é, o professor de matemática, a professora de português e professores de outras matérias introduziriam sutilmente as questões de gênero em suas aulas que nada tinham ou deveriam ter a ver com gênero e ideologia.
O golpe do gênero foi aplicado de uma forma que não despertou reação durante duas décadas.

Hoje, a sacralização em leis municipais da ideologia de gênero seria apenas a formalização de um relacionamento imoral e antigo que já existe entre escolas brasileiras e entidades sustentadas e inspiradas por entidades depravadas dos EUA, com a total aprovação do governo do PSDB e PT. Seria apenas implementar o que o governo de FHC já estava fazendo nas escolas, sem grande repercussão e oposição.
Com a legalização municipal, o processo de doutrinação existente há 20 anos pode avançar muito mais. Mas a rejeição das leis de educação de gênero, embora detenha o processo municipal formal, não vai deter o processo “informal” que já vem ocorrendo há décadas no governo federal.

É como o caso de um homem e uma mulher amigados há duas décadas. A formalização de seu relacionamento em casamento facilitará muita coisa na vida deles, mas a falta de formalização não anulará o relacionamento que já existe.
Há um antigo relacionamento promíscuo entre o governo do Brasil e as agendas mais imorais da ONU e entidades americanas.

Há um relacionamento promíscuo entre as escolas brasileiras e instituições brasileiras e americanas que querem atrelar a educação das crianças a uma lavagem cerebral ideológica pró-homossexualismo, para o objetivo de controle populacional.

Acabar com as leis que formalizam isso é bom.
Melhor ainda seria extinguir o relacionamento promíscuo.
Na formalidade, eles ganham. Na informalidade, eles não perdem.
Na formalidade municipal, eles perdem. Na formalidade federal, eles sempre avançaram.
Mas escolas nas mãos do governo não foram criadas para promover a autoridade e respeito aos valores dos pais e muito menos aos valores morais. Foram criadas para promover a autoridade e respeito aos valores estatais, por mais imorais que sejam.

Qualquer mudança sempre será puramente cosmética. Nunca será possível uma vitória verdadeira nas escolas públicas, pois são agentes do socialismo e sempre se conduzirão conforme sua natureza.

Se os pais quiserem uma educação de fato livre de ideologias, é preciso se libertar da doutrinação travestida de educação do Estado.

O caminho é a adoção da educação escolar em casa para quem pode e igrejas abraçando a visão de estabelecer escolas cristãs particulares para salvar suas crianças do Estado. Educação não compete ao Estado, mas à família e, com o consentimento dela, à igreja.
Na França, o povo realizou manifestações de mais de 1 milhão de pessoas contra o “casamento” homossexual em 2013. O assunto fervilhou. O governo deixou a poeira baixar e agora, com o povo sem ânimo para prosseguir nos protestos, tal “casamento” fajuto está avançando.

Entregar os filhos às escolas estatais e lutar contra a ideologia de gênero do Estado tem muito pouco efeito a longo prazo. Quando a poeira baixar, o que era informal durante duas décadas será formal e legal nos municípios.

O único modo de passar por cima do desprezo estatal pela vontade e autoridade dos pais é escolher a educação escolar em casa ou a escola cristã particular.

As escolas públicas continuarão, como agentes socialistas que foram criadas para ser, produzindo alunos com mentalidade socialista e imoral. A ideologia de gênero na educação pública não vai parar. Vai continuar avançando, com estardalhaço ou não, do jeito que já vinha avançando durante 20 anos.

A diferença é que quando o avanço é feito pelo PT, gera oposição. Quando é feio pelo PSDB e outros marxistas diplomáticos, gera apatia.

Na educação escolar em casa, não existe os dois riscos.
Na escola cristã, não deveria existir esses dois riscos.

Escolha o melhor para seu filho. Salve-o da ideologia de gênero. Salve-o da educação pública.

terça-feira, junho 23, 2015

Jihad contra igrejas.


Jihad contra igrejas.
por Raymond Ibrahim(*)




Domingo, 15 de março, enquanto as igrejas cristãs ao redor do mundo estavam celebrando a missa matinal, duas igrejas no Paquistão, uma católica a outra protestante, foram atacadas por homens bomba islâmicos. Pelo menos 17 pessoas foram mortas e mais de 70 ficaram feridas.

O Talibã assumiu a responsabilidade. Acredita-se que o grupo esperava por muito mais mortes, já que havia cerca de 2.000 pessoas em ambas as igrejas no momento das explosões.

De acordo com testemunhas oculares, dois homens bomba se aproximaram dos dois portões das duas igrejas para nelas ingressarem. Ao serem barrados em uma das igrejas, um jovem cristão de 15 anos de idade impediu a entrada deles com seu próprio corpo, o jihadista islâmico acionou o detonador. Testemunhas viram "partes dos corpos voando pelos ares".

De acordo com uma declaração oficial da Comissão de Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Paquistão, apesar de todas as ameaças recebidas pelas igrejas, as autoridades providenciaram apenas um "mínimo" de segurança.

Como já acontece em outros países de maioria muçulmana, as igrejas no Paquistão estão sendo atacadas. Em 22 de setembro de 2013 em Peshawar, homens bomba islâmicos invadiram a Igreja de Todos os Santos logo após a missa dominical, detonando a si mesmos no meio de aproximadamente 550 fiéis, matando cerca de 90 crentes. Muitos deles eram crianças da escola dominical, mulheres e membros do coro. Pelo menos 120 pessoas ficaram feridas.

Um paroquiano lembra como "restos humanos ficaram espalhados por toda a igreja". (Para se ter uma ideia de como ficaram as igrejas após os ataques suicidas, veja essas imagens fortes).

Em 2001, um pistoleiro islâmico invadiu a Igreja Protestante São Dominique, abrindo fogo contra os fiéis matando pelo menos 16 crentes, em sua maioria mulheres e crianças.

O restante da rodada da perseguição muçulmana aos cristãos do mês de março ao redor do mundo, inclui, mas não está limitado aos seguintes relatos listados em ordem alfabética, por tema e país, não necessariamente de acordo com a gravidade do caso.


Ataques muçulmanos contra igrejas e mosteiros cristãos
República Centro Africana: pelo menos oito igrejas foram queimadas em um município ao norte de Nana Grebizi, depois que vaqueiros Fulani muçulmanos, fortemente armados, atacaram diversas aldeias. Dois cristãos, inclusive um pastor, foram mortos no ataque, outro cristão foi torturado com requintes de crueldade. Depois da carnificina os vaqueiros islâmicos incendiaram e saquearam a população local. O incêndio destruiu grandes extensões de terra, pelo menos oito igrejas, centros de missionários e um número desconhecido de lares cristãos.

Egito: nas primeiras horas da madrugada do dia 9 de março, a Igreja Católica Copta de Kafr el-Dawar foi atacada por homens armados que fizeram uso de explosivos contra o templo de oração. Dois policiais foram hospitalizados após o ataque. Em outra ocasião, o Dr. Yusuf al-Burhami, destacado clérigo do movimento salafista do Egito, apareceu em um vídeo em março, dizendo que "destruir igrejas é permissível, contanto que a destruição não prejudique os muçulmanos, como por exemplo, falsas alegações de que os muçulmanos estão perseguindo os cristãos, levando a ocupações (estrangeiras)". Ele ainda acrescentou que "a razão pela qual nós concordamos que as igrejas sejam construídas, aplicando o artigo da constituição que trata dos cultos e também a razão pela qual nós não cobramos a jizya (imposto) dos cristãos, é porque a condição dos muçulmanos na era atual é bem conhecida por todas as nações do mundo, é porque elas estão fracas e deteriorando entre os povos". Burhami explicou que quando os árabes muçulmanos conquistaram o Egito no século VII, a antiga nação era cristã e pelo fato de haver poucos muçulmanos, as igrejas dos cristãos coptas foram autorizadas a permanecerem de pé, "assim como o profeta permitiu aos judeus permanecerem em Khaibar após ele tê-la aberto (conquistado), porém à medida que os muçulmanos foram crescendo em número e poder, o (segundo califa) Omar al-Khattab os expulsou de acordo com o comando do profetaExpulsem os judeus e os cristãos da Península".

Alemanha: um ataque jihadista em potencial contra a catedral e a sinagoga em Bremen foi evitado graças a ação da polícia. A polícia deu proteção à catedral e à sinagoga vasculhando um centro cultural muçulmano.

Iraque: militantes do Estado Islâmico explodiram uma Igreja Católica Caldeia do século X ao norte de Mossul devastando o cemitério adjacente. De acordo com Nineveh Yakou, arqueólogo assírio e diretor do patrimônio cultural e assuntos nativos da A Demand for Action, o mosteiro foi "totalmente destruído" pelo Estado Islâmico. A edificação foi fundada pela Igreja Assíria no século X e depois reconstruída como seminário pela Igreja Católica Caldaica em 1846. "O mosteiro atual foi construído sobre um sítio arqueológico contendo milenares ruínas assírias. Era uma mostra importante da continuidade da cultura assíria até a nossa", disse Yakou. "O EIIS está devastando o patrimônio cultural do Iraque. O mosteiro foi classificado como patrimônio cultural. É uma limpeza étnica e cultural".

Quênia: na tarde de 28 de fevereiro em Maramande, muçulmanos da vizinha Somália incendiaram uma igreja cristã. Essa mesma igreja foi incendiada em 5 de julho de 2014, sendo reconstruída em janeiro de 2015. De acordo com seu pastor "essa gente não quer o cristianismo nessa região... Eles querem acabar comigo, de modo que o cristianismo não possa mais ter continuidade nessa região. Mas eu continuarei levantando meus olhos a Deus por ajuda". De acordo com o jornal Morning Star News a "violência na região costeira do Quênia vem se acelerando nos últimos anos. Em 11 de janeiro na região de Mombasa, um homem armado baleou e matou um cristão em frente ao portão que leva à igreja, ao que tudo indica por tê-lo confundido com o pastor da igreja. Segundo consta, a polícia disse que os agressores podiam ser membros de uma célula extremista islâmica ativa em Mombasa acusada, no passado, de ter cometido ataques com armas e granadas".

Líbano: desconhecidos invadiram Mar Elias, uma milenar igreja maronita no Vale Bekaa. Além de danificarem uma das janelas da igreja, eles destruíram parte do assoalho ao escavarem um enorme buraco perto do altar. Segundo o bispo maronita Joseph Mouwad, muitos dos itens sagrados da igreja foram deixados intactos e não foram roubados. Preferiram "quebrar os ladrilhos fazendo escavações, ao que tudo indica, procurando alguma coisa, mas não sabemos o quê". Foram encontradas impressões digitais e bitucas de cigarros.

Massacre Muçulmano de Cristãos Infiéis
República Centro Africana: uma discussão entre um motorista de táxi e seu passageiro muçulmano levou aomassacre de pelo menos 16 cristãos em Bangui, a capital daquele país. Um homem muçulmano conhecido como Aladji chamou um mototáxi pedindo para ser levado a um bairro de nome Bangui, dominado por muçulmanos. Ele carregava uma sacola com granadas. O mototáxi quebrou, o motorista parou para consertá-lo, porém o agitado passageiro puxou uma faca tentando esfaqueá-lo. Mas o motorista dominou Aladji matando-o. Depois que seu corpo foi encontrado, os muçulmanos marcharam até o setor cristão da cidade onde massacraram ao menos 16 cristãos, alguns por decapitação. As autoridades detiveram 10 membros do Seleka, um grupo formado praticamente só de muçulmanos, após os assassinatos.

Líbia: dois meses depois que o Estado Islâmico na Líbia divulgou um vídeo no qual 21 cristãos coptas tiveram suas cabeças decepadas por serem "infiéis" e adoradores da cruz", os coptas continuam a ser visados e assassinados. Desde que o vídeo foi divulgado em meados de fevereiro, pelo menos outros 35 cristãos coptas desapareceram na Líbia. E não para por aí, em 2 de março, o corpo de outro cristão copta egípcio que teve a cabeça decapitada foi descoberto nos arredores de Mechili no leste da Líbia. Em relação a esses acontecimentos, um professor egípcioalega que o Estado Islâmico tem a legitimação de massacrar cristãos na Líbia baseado em um livro intitulado (sendo traduzido), Cristãos e o Alcorão. O autor do livro é Mahmoud Lutfi 'Amr, presidente do Ansar al-Sunna al-Muhammadiya de Damanhur, o que significa "Os Defensores do Exemplo de Maomé". O livro estava sendo vendido livremente em livrarias espalhadas pelo Egito.

Nigéria: transtornados porque os seguranças da Igreja Católica de São Pedro no estado de Kaduna ousaram erguer uma barreira como medida de segurança contra ataques jihadistas, em 8 de março soldados nigerianos abriram fogomatando cinco membros da igreja durante a missa dominical. De acordo com Christopher Mamman, membro da paróquia, "um soldado se aproximou dos assistentes do pastor que tinham montado uma barreira durante a missa de domingo no caminho que vai até a nossa paróquia ordenando que eles a desmontassem. Os assistentes do pastor disseram ao soldado que a missa estava em andamento e que eles a removeriam tão logo a missa terminasse, mas o soldado ficou inconformado com a explicação". Vale a pena lembrar que centenas de igrejas cristãs têm sido atacadas e cristãos atacados durante os serviços religiosos de domingo, esta é portanto a razão para a montagem da barreira em frente à igreja. Sem levar isso em consideração, o soldado voltou 10 minutos depois com mais soldados: "invadiram a paróquia, atirando nos fiéis dentro da igreja", disse Mamman. "Cinco dos nossos membros foram atingidos e mortos, enquanto muitos outros ficaram feridos. Outro cristão, de outra igreja, também foi morto quando a situação saiu do controle se espalhando pela cidade".

Paquistão: uma mãe cristã acusou a polícia de torturar seu filho até a morte na tentativa de obter dela a confissão de um roubo que ela diz não ter cometido. Zubair Masih foi enterrado em 8 de março em um cemitério cristão em Lahore, em meio a um forte esquema policial. Ele tinha 20 anos de idade. Seu corpo mutilado foi encontrado na noite do dia 7 de março, em frente a sua casa na região de Shamsabad de Lahore. Sua mãe Aysha Bibi trabalhou como doméstica até 20 de fevereiro na residência de Abdul Jabbar. Ela disse que seus salários foram pagos integralmente ao sair do emprego de Jabbar. Mas em 4 de março ela recebeu um telefonema da esposa de Jabbar para voltar para efetuar algumas tarefas: "logo na minha chegada Jabbar me levou à Delegacia de Harbanspura, onde me disseram que eu tinha roubado objetos da residência de Jabbar", disse Bibi. "Jabbar me espancou na delegacia enquanto outros policiais me xingavam, forçando-me a confessar que eu havia roubado 35.000 rúpias (aproximadamente US$350) além de enfeites de ouro pesando cerca de 100 gramas". Em 6 de março, segundo ela, "a polícia deteve meu filho Zubair, torturou-o na frente dos meus olhos. Quando Zubair gritou de dor, eles lhe disseram que ele só seria solto se eu confessasse o roubo... Repeti inúmeras vezes para a polícia que eu não tinha nada a ver com o roubo, em seguida me expulsaram da delegacia, mas meu filho Zubair continuou detido. No dia seguinte o corpo de Zubair foi encontrado em frente à nossa casa". Ativistas dos direitos humanos dizem que a alegação do seu ex-patrão muçulmano é suspeita pelo fato dele ter esperado uma semana para prestar queixa à polícia.

Uganda: uma menina de 16 anos de idade que fugiu de um primo muçulmano que a espancou e também à sua irmã por elas terem se convertido ao cristianismo, morreu em circunstâncias misteriosas em 8 de março, um dia depois dela ter sido encontrada por parentes que estavam à sua procura. Namwase Aisha morreu no Hospital Iganga onde estava se recuperando de malaria após ter dado entrada no hospital em 5 de março, também estava se tratando de ferimentos na cabeça sofridos em 1º de fevereiro, ela e sua irmã foram espancadas pelo tio com um pedaço de madeira, além de ficarem trancadas em um quarto por três dias sem comida. De acordo com uma fonte "no sábado, 7 de março, parentes muçulmanos descobriram o paradeiro dela e a visitaram no hospital após semanas de procura... Naquela ocasião Aisha estava respondendo muito bem à medicação, mas na manhã de domingo, após receber a medicação matinal, ela ficou agitada e nós nos perguntamos o poderia ter acontecido".

A condição dela continuou a piorar até sua morte, afirmou o pastor que cuidava dela: "suspeitamos que a morte da nossa irmã Aisha pode estar relacionada à medicação ministrada a ela na manhã de domingo, o que coincide com a chegada de seus parentes muçulmanos no sábado". Líderes religiosos pensaram em mover uma ação contra o hospital mas acharam que poderia levar a mais atrito com os muçulmanos, segundo eles.

Aisha teve um enterro cristão perto da região para onde ela tinha fugido. "No trajeto em que Aisha foi levada para o túmulo, seu corpo estava inchado e cheirando a drogas, indício que ela poderia ter sido injetada com algum tipo de droga desconhecida", segundo o pastor dela. Dois anos antes, outro convertido ao cristianismo em Uganda foi atacado pela família muçulmana, inclusive uma tia que envenenou a bebida dele com inseticida.

Dhimmitude: Hostilidade e Desprezo Generalizado
Egito: "desconhecidos" incendiaram o carro estacionado do Pe. Ayub Yusif, padre da Igreja Católica Cóptica São George na aldeia de Dalga, Minia, Alto Egito. Quando os bombeiros conseguiram apagar o fogo, o carro já estava completamente destruído. Dalga já foi palco de diversos ataques contra cristãos. Em setembro de 2013, por exemplo, partidários da Irmandade Muçulmana forçaram os lares cópticos a pagarem a jizya, "dinheiro de proteção" islâmicoextorquido dos cristãos e de outros não-muçulmanos do estado islâmico. O Pe. Ayub, o mesmo cujo carro fora recentemente incendiado, se queixou de como a Irmandade Muçulmana estava abusando dos cristãos da aldeia.

Cazaquistão: um centro de reabilitação para drogados e alcoólatras dirigido por cristãos na aldeia de Sychevka, Região de Pavloda, foi multado e fechado por três meses depois que uma ordem do tribunal alegava que o centro "conduzia atividades ilegais", incluindo cultos religiosos. A acusação, que o centro nega, foi feita depois que a polícia confiscou 18 livros cristãos e outros materiais em uma batida policial em 9 de março. O centro acolhia 14 residentes, sendo que todos optaram por morar no centro e podiam sair se assim o desejassem. Oito residentes, assustados por terem sido questionados diversas vezes, decidiram sair do centro após a batida policial do ano passado.

Quênia: muçulmanos da Somália atacaram dois irmãos cristãos, um irmão e uma irmã dentro da residência deles. De acordo com o irmão (nome omitido): "os agressores bateram na porta, quando minha irmã abriu a porta, foi golpeada perto da testa com um objeto cortante. Minha irmã caiu no chão aos gritos, eu saí correndo para ajudá-la. Já na porta, eu também fui golpeado na minha mão direita e caí no chão". Quando os vizinhos correram para ver o que estava acontecendo, os agressores falando o idioma somali fugiram. No meio da confusão um dos vizinhos ouviu-os dizer "nós não queremos cabelos duros (termo depreciativo usado para os cristãos quenianos) na nossa região, eles deviam voltar para o lugar de onde vieram. Voltaremos em breve". Menos de um ano antes do ocorrido, o pai dos irmãos foi assassinado, também por muçulmanos que falavam o idioma somali.

Síria: A International Society of St. Vincent de Paul, uma organização católica, reportou que alguns de seus membros na Síria foram sequestrados pelo grupo terrorista Estado Islâmico e avisaram que se os adultos não negarem a religião cristã, serão decapitados e "seus filhos serão queimados vivos em jaulas". De acordo com a Irmã Monique, da Vincentian Daughters of Charity: "domingo à tardezinha em 1º de março de 2015, eu recebi uma mensagem de M. Francoise, uma emissária da International Society of St. Vincent de Paul (em Roma), eu consegui falar com ela pelo telefone. Ela estava saindo de Paris e sofreu um colapso diante das notícias que acabara de receber: membros da Society of Saint Vincent de Paul na Síria foram sequestrados, juntamente com suas esposas e filhos. Os filhos foram isolados e colocados em jaulas. Os adultos que não negaram sua religião foram decapitados e seus filhos queimados vivos nas jaulas". O destino da maioria dos cristãos sequestrados, bem mais de 200, continua desconhecido.


Sobre essa Série de Artigos
Embora nem todos, nem mesmo a maioria dos muçulmanos esteja envolvida, a perseguição aos cristãos está aumentando. A série "Perseguição Muçulmana aos Cristãos" foi desenvolvida para reunir algumas, nem todas, as instâncias de perseguição de aparecem a cada mês.

Ela documenta o que a grande mídia frequentemente deixa de noticiar.

Ela postula que esse tipo de perseguição não é aleatória e sim sistemática, e que ocorre em todos os idiomas, etnias e lugares.

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(*)Raymond Ibrahim é o autor de Crucified Again: Exposing Islam's New War in Christians (publicado por Regnery em cooperação com o Gatestone Institute, abril de 2013).

Publicado no site do Gatestone Institute.

Tradução: Joseph Skilnik


domingo, junho 21, 2015

Não há salvação na negação e muito menos no desarmamento.







Não há salvação na negação e muito menos no desarmamento.por Bene Barbosa(*) para o Mídia Sem Máscara




Como já disse algumas vezes, o cheiro de sangue inocente causa verdadeiro frisson entre os desarmamentistas, e isso fica mais uma vez comprovado com o recente ataque de um jovem racista à uma igreja nos EUA.

Dylann Roof sentou-se calmamente entre o rebanho do Rev. Clementa Pinckney e ali ficou aproximadamente uma hora antes de abrir fogo contra mulheres, homens e idosos absolutamente indefesos. Imediatamente, Obama e outros desarmamentistas correram aos ávidos repórteres para falar sobre armas e como os EUA eram uma nação violenta e racista. Centenas de reportagens foram geradas e exibidas e da boca deles nem uma só linha, nem uma só palavra de alguns fatos que narro a seguir.

Uma das nove vítimas fatais foi o próprio Rev. Pinckney, que também era senador estadual pelo partido Democrata no estado da Carolina do Sul. Foi ele, como senador estadual e líder religioso, um dos principais responsáveis, em 2011, pela rejeição de uma lei que permitiria que pessoas frequentassem armadas igrejas e outros locais naquele estado. Em defesa da proibição, Clem, como era chamado, afirmava que pessoas armadas em igrejas trariam riscos aos outros frequentadores e que a paz não poderia ser garantida por meio da violência.

Dylann Roof, que guarda mórbida semelhança com outro assassino, o jovem perturbado Adam Lanza, era declaradamente racista, defendia a hegemonia branca nos EUA, tinha também duas passagens pela polícia, uma por posse de drogas e outra por invasão. Informações que ele teria sido expulso de um grupo neonazista por ser excessivamente violento não corroboram com a descrição de pessoa calma e amável de alguns amigos mais próximos. Mas quem declararia “sim, ele era violento, racista, um verdadeiro psicopata, mas era meu amigo?” Difícil acreditar nas descrições...

A lei da Carolina do Sul manteve então a proibição do porte de armas para qualquer pessoa dentro de igrejas, entre outros locais. E os frequentadores, óbvio, respeitavam a lei. Dylann Roof, não. Não só essa, como também a que proíbe qualquer pessoa que tenha envolvimento com drogas e crimes de possuir armas, sejam compradas ou fruto de presente, como parece ser o caso dessa, uma vez que o tio afirmou que o pai do assassino havia lhe presenteado com uma pistola quando ele completou 21 anos. O pai, conivente com um filho problemático – para dizer o mínimo – também quebrou a lei e pode ser condenado, merecidamente, a 10 anos de prisão.

As lições, mais uma vez, são claras e dolorosas: não há proteção na negação; loucos e criminosos não seguem a lei; as forças de segurança do Estado só estarão lá para recolher os corpos e atender os feridos - caso haja algum sobrevivente -, e, principalmente: a inexistência de um cão pastor zelando pelo rebanho sempre será um convite aos lobos: "o banquete está servido".


(*)Bene Barbosa é especialista em segurança, autor do livro Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento e presidente da ONG Movimento Viva Brasil.

sexta-feira, junho 19, 2015

Crianças brasileiras: as potenciais cobaias da ideologia de gênero.








Crianças brasileiras: as potenciais cobaias da ideologia de gênero.

por Orley José da Silva







É provável que a compreensão dos vereadores e deputados estaduais acerca da Ideologia de Gênero seja confusa e imprecisa, como tem sido na sociedade. Isto porque há uma cortina de fumaça discursiva, instalada intencionalmente e muito bem articulada, para dificultar a chegada das diferentes informações às pessoas e formar um consenso sobre o tema. Esta dificuldade é posta ao público pela escolha lexical, a interdição de dizeres, uma rala e puída roupagem científica, além de um intrincado labirinto semântico para os seus conceitos, termos e nomenclaturas.

Caso os políticos ainda não dominem todos os discursos envolvidos, é bom que rompam o nevoeiro estabelecido e conheçam urgentemente as diferentes visões acerca do assunto, para o voto consciente e sintonizado com os interesses majoritários da população. Esta matéria permanecerá nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores até o próximo dia 24, tempo limite para que os Planos Municipais e Estaduais de Educação (PME e PEE, respectivamente) sejam votados e sancionados. 

O leitor deve ter acompanhado a votação do Plano Nacional de Educação (PNE) no Senado, em 2012, e na Câmara dos Deputados, em 2014. Em ambas as casas legislativas a Ideologia de Gênero foi apresentada, por iniciativa do Governo Federal, mas rejeitada pelos dois plenários. O Congresso deu a seguinte redação final à Lei 13.005/2014, em seu art. 2, inc. III: dizendo que o Estado deve garantir "a superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação", sem, no entanto, especificar e/ou privilegiar grupos sociais. 

Agora, a mesma matéria ressurge nas votações dos Planos Municipais e Estaduais de Educação, trazida pelo relatório final da 11ª Conferência Nacional de Educação (CONAE), do Ministério da Educação (MEC). Este relatório comumente usado pelas prefeituras e estados para construírem seus planos, ignora a decisão do Congresso e faz 35 referências à Ideologia de Gênero. O relatório traz, por exemplo, palavras e termos rejeitados no PNE, a saber: Gênero, Identidade de Gênero, Ideologia de Gênero, Diversidade Sexual, Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Homofobia e Orientação Sexual. Ao trazer de volta estas expressões, o texto do CONAE induz prefeituras e estados a também ignorarem à vontade do Congresso manifestada no texto do PNE. Além do mais, abre espaço nos planos educacionais para a inclusão do ensino da Ideologia de Gênero, no decorrer dos 10 anos de validade desses documentos.

Por trás da insistência governamental, está a intenção de normatizar e incrementar o ensino do Gênero que, incluído nos temas transversais, já faz parte da rotina pedagógica de várias escolas. O MEC e as secretarias estaduais e municipais de educação realizam cursos para a formação de professores em cooperação com universidades, movimentos sociais em defesa dessa causa e editoras de livros didáticos e paradidáticos. Mesmo sendo notório que o assunto choca e incomoda uma parcela considerável de pais, alunos e professores que se sentem indefesos diante da força de imposição que esta visão opera no sistema de ensino. 

Afinal, o que prega a Ideologia de Gênero? 
De acordo com a Ideologia de Gênero, os seres humanos não se dividem em dois sexos e as diferenças biológicas e naturais não contam para a definição do homem e da mulher, mesmo diante das diferenças anatômicas. As pessoas tornam-se homens ou mulheres, ou adquirem esses papéis, com o passar do tempo, de acordo com o contexto histórico, social e cultural.

Em vista disso, as crianças devem ser criadas e educadas de forma “neutra” para que elas mesmas escolham o Gênero no futuro, independente da identidade dos seus corpos. A escolha, no entanto, nem sempre é definitiva porque é visto como normal ao homem gostar de mulher em determinado período da vida, de homem em outro momento, ou gostar de ambos. Da mesma forma, é considerado normal que o mesmo fenômeno ocorra também com as mulheres. 

Essa ideologia recomenda à escola a não classificar os alunos em meninos ou meninas, mas crianças. As roupas e suas cores, brinquedos e banheiro, é melhor que sejam compartilhados igualmente por ambos os sexos, sem as conhecidas diferenciações marcadas pela cultura tradicional. Todas essas medidas são consideradas importantes porque propiciam um ambiente de igualdade e neutralidade necessário ao processo de definição do Gênero por parte das crianças. 

A construção do conceito de Ideologia de Gênero
A palavra “gênero” é usada desde os anos de 1980 em estudos de grupos feministas, gayzistas e marxistas sobre família e sexualidade, baseados nas teses de Karl Marx e Friedrich Engels. Mas foi a partir de 1990, impulsionadas pela publicação do livro “O problema do gênero”, de Judith Butler, professora da Universidade de Berkeley (EUA), que essa palavra e essa ideologia gradativamente evoluíram para a atual configuração. 

Um momento importante para o reconhecimento e desenvolvimento dessa ideologia foi a IV Conferência Mundial sobre a Mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz, de Pequim, em 1995. Constava no programa que se falasse sobre “discriminação sexual”, mas os grupos feministas conduziram astutamente a discussão para a “discriminação de gênero”. Com essa estratégia, introduziram este tema na agenda da Organização das Nações Unidas. 

A confusão semântica causada pela palavra “gênero” durante a Conferência de Pequim, e nos anos subsequentes, teve culminância na Conferência de Yogyakarta, na Indonésia, em 2006, quando se produziu um consenso acerca dos termos “Identidade de Gênero” e “Orientação Sexual”. Nesta Conferência, além de resolverem o problema semântico, os grupos feministas e agora também os gayzistas, conseguiram incluir a Ideologia de Gênero no programa de direitos humanos da ONU para os países membros. 

Desde então, os esforços da ONU acentuaram-se para que os países membros adotem, por um lado, a clara política de “desconstrução da heteronormatividade”, ou seja, para deixar de ser normal o masculino e o feminino e também a família formada por homem, mulher e seus filhos. Por outro lado, recomenda a “construção da homonormatividade”, ou seja, para se considerar como normais a existência do gênero neutro, à diversidade sexual e à diversidade familiar.

Essa causa ganhou mais força com a subida de Barack Obama ao poder, nos Estados Unidos, em 2009. Desde então, ele trabalha para quebrar a resistência do tradicionalismo americano contra essa ideologia e usa a diplomacia e as relações comerciais para promover a agenda de Gênero no mundo. Ele criou, por exemplo, a função informal de “embaixador gay” com a finalidade de divulgar a causa no mundo e nomeou Randy Berry para o posto. Este diplomata, inclusive, veio prestigiar a última parada gay de São Paulo.

A eleição presidencial de François Hollande, na França, representou mais um ganho extraordinário para esse movimento. O presidente francês empenha-se em implantar essa agenda em seu país e influenciar os países membros da Comunidade Europeia a tomarem decisão semelhante. Em abril passado, numa clara intenção de desafiar e ao mesmo tempo provocar desconforto à Igreja Católica, o presidente francês indicou o diplomata Laurent Stéfanini, gay assumido, para o cargo de embaixador no Vaticano. O papa Francisco não o aceitou.

O Brasil foi um dos primeiros países a seguir essa orientação da ONU quando, em 2009, o presidente Lula assinou o Decreto 7037/2009 que aprovou o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Em seu eixo orientador III, diretriz 10, objetivo estratégico V, ação programática d, o Decreto estabelece a meta de: “reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com base na desconstrução da heteronormatividade.” (grifos nossos). Ou seja, o Governo não quer somente o reconhecimento das outras configurações familiares e da diversidade sexual, como se propaga ao senso comum, mas a desconstrução do status de normalidade para a família tradicional, ainda contemplada na Constituição. 

Para que as mudanças ocorram efetivamente, é necessário mudar a Constituição. Os governos Lula e Dilma bem que tentaram, mas não venceram a resistência do Congresso. O último exemplo foi a tentativa de incluir a Ideologia de Gênero no PNE. Ciente da pouca chance de cumprir com sua agenda no Congresso, o governo vale-se da estrutura de secretarias especiais, ministérios, autarquias e estatais para estabelecer sua vontade, driblando a Constituição e o Legislativo. Dessa forma, empreende ações por meio de decretos, portarias, resoluções e até circulares. Além do mais, oferece estrutura, cargos, financiamento e dá liberdade para que defensores dessa ideologia exerçam o lobby dentro do próprio Governo e também em estados e municípios com a finalidade de implantar políticas do interesse deles. Foi assim, driblando a vontade do Congresso, que o CONAE/MEC inseriu em seu relatório todos os interesses da Ideologia de Gênero. 

Argumentos favoráveis e contrários
A professora Ângela Soligo, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) entende que os gêneros devem ser debatidos com as crianças em sala de aula. Segundo ela, a criança precisa alargar os horizontes e obter conhecimentos diferentes daqueles recebidos em casa. Para tanto, “não se pode negar que o gênero diferente do sexo exista. A escola tem que fornecer ao aluno subsídios para que ela pense e construa suas próprias opiniões.” O cientista social Alípio de Sousa Filho, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), demonstra a construção histórica da sexualidade humana para relativizar a crença na heteronormatividade: “(...) no longo processo de colonização do imaginário de nossas sociedades, ganhou força uma concepção que corresponderia a uma naturalização da sexualidade humana, cujo efeito mais destacado é ter criado a ideia segundo a qual a heterossexualidade seria inata (a natureza daria os exemplos em todas as espécies), sendo então natural e normal, e a homossexualidade seria uma tendência adquirida, nem natural nem normal.”

O discurso de resistência ao Gênero nas escolas ecoa em algumas vozes. O juiz de direito Antonio Pimenta, de Guarulhos (SP), questiona a fonte dessa teoria: “Você querer colocar na cabeça de um ser humano que ele pode ser mulher se ele nasceu com corpo masculino é negar a biologia.” O pastor Franklin Graham tenta desconstruir o principal fundamento dessa visão ideológica: “Ensinar que não há diferença entre meninos e meninas nada mais é do que uma mentira. Somos diferentes porque Deus nos fez diferentes.” O Papa Bento XVI sintetiza a visão comum aos cristãos: “De acordo com a ideia bíblica da criação, a essência da criatura humana é a de ter sido criada homem e mulher. Esta dualidade é um aspecto essencial do que é o ser humano, como definido por Deus. Esta dualidade, entendida como algo previamente dado, é o que está a ser agora colocado em causa.”

Uma ideologia que se estabelece com força de verdade para governos e mercados
Talvez o leitor questione por que uma ideologia sem consenso na sociedade e na Ciência, mesmo nos campos científicos nos quais estabeleceu, ganha status de verdade absoluta a ponto de influenciar leis e forçar a mudança de paradigmas sociais cristalizados. Uma ideologia que embora trate do corpo, não se firmou nos estudos biológicos e genéticos, mas acomodou-se nas ciências sociais e humanas, sobretudo nos limites do discurso e do comportamento. Uma ideologia que não consegue se equilibrar no critério cartesiano de verdade. Que para vestir-se no manto científico, orienta-se nos terrenos movediços do desconstrutivismo e do relativismo filosófico. Muitos dos seus achados importantes vieram pelo método científico de pesquisa-ação, que é livre de preocupação objetiva e predominantemente subjetivo como nenhum outro método. Este é, aliás, um método científico ideal para a pesquisa engajada e de legitimação para a militância de causas. 

É possível que haja bem mais relações de interesse do que é percebido pelo senso comum sobre o esforço global para a troca da heteronormatividade pela homonormatividade nas sociedades. Este não é, portanto, um fenômeno somente brasileiro. Algumas perguntas em forma de resposta, inclusive, podem ser arriscadas a partir da análise dos ditos e não ditos encontrados em vozes de autoridade para essa ideologia e também das Nações Unidas. 

Merecem estudos aprofundados, por exemplo, as motivações da ONU, dos governos, das universidades e grandes empresas em apoiar e promover a Ideologia de Gênero, elaborada a partir dos ideais feministas e gayzistas. Pode-se especular que atende aos interesses globais pelo controle demográfico, por razões óbvias; da indústria turística e do entretenimento, porque aumenta a liberdade e o desprendimento individual para viagens; o maior consumo de bens e serviços de uso individual porque se gasta menos com o sustento e a fixação da prole; maior volatilidade dos bens e recursos individuais; reflexos diretos nos sistemas de previdência pública e privada e de seguros; menor apego à cultura e aos valores locais e familiares em atendimento à cultura e valores universais; menor compromisso do indivíduo com o núcleo familiar, em benefício do coletivo; menor necessidade de acúmulo de capital para investimento na família ou herança; fortalecimento dos governos e do mercado sobre a vontade dos cidadãos, pelo enfraquecimento e/ou derretimento do modelo de agregação familiar tradicional; tentativa de quebrar a espinha dorsal das culturas judaica e cristã, (e o consequente enfraquecimento da influência dessas culturas neste novo mundo que se desenha) visto que são baseadas nos conceitos de heteronormatividade e de família tradicional. Pelo visto, o apreço que essa ideologia alcança principalmente dos governos, dos mercados e da cultura é porque ela serve muito bem ao projeto de construção de uma Nova Ordem Mundial. 

Uma ideologia que se beneficia da interdição dos discursos
Infelizmente, não há na Academia espaço para vozes contrárias à essa ideologia, onde especulações como as listadas acima pudessem ser confirmadas ou não. Isto porque, como estratégia de proteção contra as contestações, estabeleceu-se a interdição discursiva, ou seja, esse tema foi colocado no campo dos assuntos tabu e do politicamente incorreto. O lema é não discutir, mas aceitar incondicionalmente o que se diz. Com isto, a universidade deixa de contemplar a pluralidade de ideias para satisfazer-se num projeto que estabelece nela e na sociedade uma hegemonia discursiva. 

O espaço para a contestação acha-se cada vez mais escasso também no restante da sociedade. Pode-se considerar que a influência formadora da pesquisa engajada que é produzida na universidade, atravessou os seus muros. Hoje, centros acadêmicos, sindicatos, partidos políticos, entidades representativas de classe e imprensa, com raríssimas exceções, acham-se submissos à essa ideologia. Os recursos argumentativos de defesa e ataque criados e desenvolvidos pelos que seguem essa visão, cumprem o efeito de calar os que se opõem. Mesmo que sejam manifestações pacíficas de opinião e respeitosas. Não escapa nem tese acadêmica. Tudo isto é feito com a intenção promover uma agenda positiva sem a necessidade de enfrentar o debate de ideias.

Na própria universidade, há questionamentos sobre os gastos públicos com disciplinas ligadas ao Gênero criadas para espalhar a ideologia nos mais diversos cursos de graduação, especialmente nas licenciaturas, e também na pós-graduação. As interpelações internas à universidade são mais contundentes quando se analisa a função dos grupos de pesquisa e da produção de dissertações e teses. Em parte, essa produção acadêmica é financiada pela CAPES e pelo CNPq, além de agências de fomento estaduais. A crítica corrente diz respeito à necessidade de racionalizar a aplicação do escasso dinheiro público para a pesquisa científica, haja vista que o país carece, prioritariamente, é de encontrar o rumo para o desenvolvimento educacional, científico e tecnológico. 

Os deputados estaduais e vereadores precisam também interpretar o sentido da mensagem veiculada pela máquina de propaganda dessa ideologia. A ideia repetida à exaustão, que hoje é quase senso comum, empresta aos contrários ao ensino da Ideologia de Gênero para as crianças, o título de preconceituosos. Segundo a propaganda, essas pessoas interferem na opção sexual de terceiros e impedem a realização de seus direitos. Mas esta não é a regra. Pelo menos os bem intencionados defendem às liberdades para todos, sem privilégios, o respeito entre as pessoas e que todos usufruam igualmente dos benefícios do estado democrático de direito. 

O que está em discussão neste momento é a possibilidade de se aprimorar e tornar compulsório o ensino da Ideologia de Gênero para crianças e adolescentes em creches, CMEIs de escolas públicas e privadas. Uma ideologia ainda em desenvolvimento, muito controversa, que substitui a heteronormatividade (eixo no qual as crianças são criadas em nossa sociedade) pela homonormatividade. É justamente esta substituição que se constitui no principal ponto de discórdia entre os dois grupos. Outro ponto de discórdia igualmente importante é a proposta de fazer com que as crianças educadas pela escola nessa ideologia, assumam a tarefa de mudar a visão de suas famílias e da sociedade. Visão esta que os defensores da ideologia considerada desatualizada, preconceituosa e constituída de tabus. Uma pergunta que surge neste final é quais as consequências e conflitos um projeto como esse, de reengenharia social, pode trazer aos alunos e às famílias visto que eles são culturalmente entranhados no modelo tradicional de família.


Orley José da Silva, é professor em Goiânia, mestre em letras e linguística (UFG) e mestrando em estudos teológicos (SPRBC).