segunda-feira, outubro 31, 2016

Conservadores vs. Liberais.








por Leonardo Correa. 

Nota do Blogando: Esse artigo foi originalmente escrito em janeiro de 2014. Após o Impeachment da ex presidente Dilma os ânimos entre conservadores e liberais voltaram a "esquentar". Alguns conservadores até aprenderam a usar a mentira das esquerdas editando vídeos e falas para desacreditar um governo que mal começou, esquecendo-se que quase nada foi feito ainda para reconstruir o pais quebrado e roubado pelo PT.

A cada dia que passa fico mais perplexo com a obsessão de alguns liberais e conservadores em criar uma verdadeira frente de combate entre ambos. Não concordo com tudo o que cada linha de pensamento defende. Todavia, o núcleo ideológico dos conservadores é muito próximo ao dos liberais. A grande maioria concorda com a premissa de que a intervenção do Estado na esfera particular do indivíduo é nociva. Defendem, por um lado, que o livre mercado é a melhor escolha e que a liberdade de expressão é fundamental. Afirmam, por outro, que os princípios democrático e republicano, em conjunto com o direito de propriedade, são pilares de uma sociedade livre.

Os pontos de divergência, na minha opinião, são meramente acidentais e não essenciais – estão todos na periferia. Gastar tempo com essa batalha sem sentido é desperdício de energia e perda de tempo. No momento, como já disse diversas vezes, corremos sério risco de um totalitarismo de esquerda. O Partido dos Trabalhadores está a um passo de ficar, pelo menos, 04 (quatro) mandatos seguidos no poder. Isso, caso seu plano de dominação total e absoluta, por alguma razão, vá por água a baixo.

Nos últimos anos a esquerda foi gradativamente solapando as instituições democráticas e o princípio republicano. Enquanto isso, perdemos tempo em uma verdadeira picuinha entre liberais e conservadores. Ora bolas caçarolas, ao focar nessa frente deixamos a esquerda totalitária seguir placidamente em seu objetivo.

Colabore; sem isso o blog não será nem conservador
nem liberal, será apenas mais um no SPC


Faço uma simples indagação: antes de tomar o poder, alguém havia visto qualquer ataque entre os membros da esquerda? Eu nunca vi. Ainda que eles tenham divergências, isso nunca os impediu de unir as forças com vistas ao “plano maior de dominação e poder”.

No entanto, alguns liberais insistem em atacar conservadores (e vice versa). Isso, em um país no qual o espetro político é monopolizado pela esquerda em conjunto com puxa sacos fisiológicos que adoram a posição de “amigos do rei”. Ou seja, somos reféns de totalitaristas e aproveitadores.

Se continuarmos assim, sinceramente, seremos escravos da esquerda para sempre. Em artigo recente, apontei que o Brasil despencou da posição 58 para 114 no ranking de liberdade econômica da Heritage Foudation, desde que o Partido dos Trabalhadores assumiu o poder. Estamos marchando para algum lugar próximo à Coreia do Norte e Cuba, respectivamente 178 e 177. Enquanto isso, liberais e conservadores – sem qualquer representatividade política no país – perdem tempo e foco com batalhas inúteis.

Já está na hora de por as picuinhas de lado e criar uma oposição verdadeira. Se algum liberal ou conservador acha que devemos ser iguais, eles estão enganados e devem se juntar à esquerda imediatamente. Partindo da premissa de que somos todos diferentes, deveríamos nos concentrar no que é essencial: impedir que a ditadura totalitarista, atualmente em gestação, se concretize.

Estamos no momento de gastar tinta, megabytes, tempo e foco em debates periféricos? Acho que não. Repito o que disse linhas acima, não temos (liberais e conservadores) qualquer representatividade política! Com todo respeito, essa batalha me parece discussão de bêbados nos bares da vida. Não vamos a lugar nenhum com isso.

Fico imaginando a alegria que os esquerdosos sentem quando percebem que somos incapazes de nos unir em torno das questões essenciais. Eles devem gargalhar e dizer: “essa turma não traz qualquer risco para nós”. E, assim, nos tornaremos cúmplices do golpe por absoluta falta de tolerância e capacidade política para viver em um regime democrático, respeitando nossas diferenças e nos unindo em torno das semelhanças.

Aos “dinheiristas” de plantão, não se assustem e podem ficar bem tranquilos. A esquerda não vai acabar com o capitalismo, vai usá-lo em prol do Estado, tal qual os Chineses. Podem continuar tomando champanhe, comendo caviar, andando de Ferrari, usando roupas de grife… Nada disso mudará, afinal de contas, todos – pobres e ricos – precisam de “pão e circo”.

Fonte: Instituto Liberal

sábado, outubro 29, 2016

Quanto mais a livre iniciativa retira pessoas da pobreza, mais ela é desprezada









Empreender, ao contrário do que dizem os intelectuais, é uma das mais nobres e caritativas vocações



Ao longo de quase toda a história da humanidade, as condições humanas foram de penúria e pobreza abjetas. Sim, havia reis, príncipes e ordens religiosas que viviam melhor que todo o resto da massa humana. Porém, olhando em retrospecto o padrão de vida deles, mesmo o mais privilegiado e poderoso líder político ou chefe tribal viveu sob condições materiais que a maioria de nós, hoje, consideraria horripilantes, algo meramente acima da subsistência.

Por milhares de anos, essas foram as circunstâncias da raça humana. A pobreza dantesca era a norma; era a condição natural e permanente de cada ser humano. 

E então, começando a partir de menos de trezentos anos atrás, as condições humanas começaram a mudar — primeiro, lentamente e de maneira desigual, em pontos localizados da Europa; depois, na América do Norte. Desde então, essas melhorias foram se espalhando por todo o globo.

Historiadores econômicos já estimaram a intensidade em que a pobreza foi abolida ao redor do mundo. Há apenas 200 anos, em 1820, aproximadamente 95% da população mundial viva na pobreza, com uma estimativa de que 85% vivia na pobreza "abjeta". Em 2015, o Banco Mundial calculou que menos de 10% da humanidade continua a viver em tais circunstâncias.

Agora, 10% de 7,4 bilhões de pessoas que vivem neste planeta ainda equivalem a 740 milhões de homens, mulheres e crianças. É um número alto? Extremamente. Mas se levarmos em conta que, em 1820, toda a população humana totalizava um bilhão de pessoas, e que a vasta maioria vivia na pobreza absoluta, então aproximadamente 6,4 bilhões de pessoas foram acrescentadas à população global. Destas, "apenas" 740 milhões (três quartos de um bilhão) ainda têm de ser retiradas da pobreza, dentro de um total de 7,4 bilhões de pessoas.

O surgimento do capitalismo — e a revolução industrial gerada por este — foi o responsável por essa estrondosa melhoria na qualidade de vida das pessoas.

A feição característica do capitalismo que o distinguiu dos métodos pré-capitalistas de produção era o seu novo princípio de distribuição e comercialização de mercadorias. Surgiram as fábricas e começou-se a produzir bens baratos para a multidão. Todas as fábricas primitivas foram concebidas para servir às massas, a mesma camada social que trabalhava nas fábricas. 

Elas serviam às massas tanto de forma direta quanto indireta: de forma direta quando lhes supriam produtos diretamente, e de forma indireta quando exportavam seus produtos, o que possibilitava que bens e matérias-primas estrangeiros pudessem ser importados. Este princípio de distribuição e comercialização de mercadorias foi a característica inconfundível do capitalismo primitivo, assim como é do capitalismo moderno.

O capitalismo, em conjunto com a criatividade tecnológica, foi o que livrou o Ocidente do fantasma da armadilha malthusiana. Antes da Revolução Industrial, as populações crescentes pressionavam inexoravelmente os meios de subsistência. Porém, quando as fábricas de Manchester, na Inglaterra, começaram a atrair um volume maciço de pobres que estavam ociosos no meio rural, e quando elas passaram a importar trigo barato, Malthus se tornou um profeta desacreditado em sua própria Grã-Bretanha.

Como acabou ocorrendo, toda a criatividade e inventividade que o capitalismo desencadeou se refletiu nas estatísticas de natalidade: pessoas de classe média que não mais necessitavam gerar famílias grandes para ter filhos que trabalhasse e ajudassem no sustento começaram a limitar a quantidade de filhos.

Essa combinação entre famílias menores e uma aplicação mais engenhosa da ciência à agricultura acabou com o problema da inanição no Ocidente. A partir daí, a pobreza deixou de ser predominante e passou a ficar restrita a um número cada vez menor de pessoas.

Não obstante esse estrondoso feito na redução da pobreza e no aumento da liberdade e da dignidade de bilhões de pessoas ao redor do mundo, o clima político e cultural ao redor do mundo ainda é virulentamente anti-capitalista e anti-livre iniciativa. No entanto, foi exatamente onde as forças do capitalismo e da livre-iniciativa estiveram mais livres para operar, em conjunto com a aceitação e até mesmo respeito aos empreendedores, que os mais dramáticos avanços foram feitos em termos de abolir as piores e mais esquálidas condições materiais da humanidade.

A condenação moral dos empreendedores

A produção em massa se torna lucrativa quando o empreendedor demonstra saber como satisfazer as necessidades e desejos da população. No passado, a massa humana se mantinha presa às terras nas quais eram obrigadas a servir a seus mestres e senhores feudais, os quais, por meio da conquista e da espoliação, viviam como senhores de engenho. Hoje, sob o capitalismo e o livre mercado, aqueles que assumem o papel de empreendedores não possuem outra fonte de ganhos senão a sua competência em atender e satisfazer os desejos e necessidades do público, que voluntariamente opta por consumir seus bens e serviços. E este público somos todos nós.

Seria de se imaginar que um sistema econômico que gera um arranjo no qual os mais criativos, industriosos e inovadores membros da sociedade possuem incentivos para direcionar seus talentos e habilidades para a melhoria das condições de vida de terceiros — em vez de utilizar suas qualidades superiores para pilhar o que seus vizinhos produziram — seria aclamado e aplaudido como o maior dos arranjos institucionais já criados pelo homem.

Seria de se imaginar que um arranjo que é capaz de domar as pessoas mais egoístas, ambiciosas e talentosas da sociedade, fazendo com que seja do interesse financeiro delas se preocuparem dia e noite com novas maneiras de agradar terceiros, seria louvado por todos como uma brilhante criação.

No entanto, quanto mais os criativos e industriosos prosperam neste arranjo produtivo e pacífico, mais eles são condenados e acusados de cometer algum tipo de "crime contra a humanidade" por causa dos lucros que auferem ao melhorar as circunstâncias das pessoas ao seu redor.

Neste arranjo, aqueles que buscam a liderança nos negócios, aqueles que demonstram excelência empreendedorial em criar, dirigir e comercializar produtos melhores, produtos novos e produtos mais baratos se tornam alvos de condenação, escárnio e até mesmo ódio daquelas mesmas pessoas cujo padrão de vida foi melhorado substancialmente em decorrência destas criações empreendedoriais.

Os intelectuais, os acadêmicos, os jornalistas e os auto-proclamados "críticos" da atual condição humana estão sempre apontando dedos para os empreendedores como se estes fossem a fonte e a causa de todas as misérias, frustrações, decepções e insatisfações da humanidade.

As elites sociais e intelectuais sonham com "um mundo melhor", mas acreditam que este mundo melhor só virá se elas estiveram no comando de todos os arranjos sociais da humanidade. "O grande mal do mundo é que eu não estou mandando", pensam elas.

Para essas pessoas, empreendedores representam um obstáculo à utópica "revolução social" que tanto almejam, pois as instituições da propriedade privada e da acumulação de riqueza são um empecilho para aqueles que sonham ter livre acesso às posses e à riqueza de terceiros, e utilizá-la de modo a implantar sua própria "utopia".

Empresários e empreendedores honoráveis

A baixa estima que empresas usufruem perante várias pessoas ao redor do mundo é preocupante. Afirmo isso porque empreendedores que operam no livre mercado estão em uma dimensão completamente diferente da daqueles que ganham a vida por meio da política, isto é, por meio dos impostos confiscados da população.

Com efeito, digo que não há maneira mais honrada e moral de ganhar a vida do que sendo um empreendedor na arena concorrencial e competitiva do livre mercado, ganhando seu dinheiro exclusivamente por meio da satisfação das pessoas, e não por meio de privilégios, subsídios e proteções concedidas pelo governo — com o dinheiro confiscado de terceiros — a seus favoritos.

Utilizando uma frase bíblica, muitos são os chamamentos, mas poucos são os escolhidos para assumir o papel de empreendedor. Eleitores não vão às urnas para alçar o empreendedor à sua posição de líder de uma empresa. Ele ganha sua posição não por meio de promessas aos eleitores, mas sim por meio dos serviços efetivamente entregues aos seus consumidores.

Em uma economia de mercado, aqueles que imaginam, projetam, criam, implantam e dirigem empreendimentos não precisam, inicialmente, da aceitação, da aprovação ou do consentimento de um grande número de coalizões de indivíduos ou de grupos, como têm de fazer os políticos em um processo eleitoral.

O empreendedor que opera no livre mercado é, inicialmente, auto-escolhido e auto-nomeado. Com efeito, suas idéias — que o levam a criar, organizar e implementar suas atividades, levando assim à produção de bens e serviços — podem não ser nem sequer entendidas e acreditadas pela grande maioria das pessoas. Antes de seu produto estar finalizado e ser oferecido aos consumidores, que podem livremente rejeitá-lo, o empreendedor não tem a mínima ideia sobre se será bem sucedido ou um fracasso retumbante.

Aceitar a tarefa de liderança empresarial, portanto, requer visão, arrojo, confiança, determinação e disciplina. Acima de tudo, requer apoio financeiro: ou de sua própria poupança, ou daqueles que ele consegue persuadir a lhe emprestar os fundos necessários, ou de eventuais sócios que ele consiga convencer a se arriscar junto a ele para levar suas idéias ao mercado.

O empreendedor é, portanto, alguém que está disposto a correr riscos em busca de lucros. E que pode acabar perdendo tudo.

Em contraste, políticos e funcionários públicos, tão logo escolhidos, têm renda e até mesmo aposentadoria garantidas.

As qualidades dos empreendedores que operam no livre mercado

Ao contrário do processo político, o sucesso de um empreendedor não é mensurado pelas urnas, mas sim de acordo com o êxito do empreendedor em conquistar a preferência voluntária dos consumidores pelo seu produto. E o grau dessa preferência será mensurado pelo total de receitas em relação ao total de custos incorridos pelo empreendedor para levar seu produto ao mercado.

Será que esse empreendedor conseguirá antecipar a direção e a tendência das demandas futuras dos consumidores? Mais ainda: será que ele conseguirá fazer isso de maneira mais precisa que seus concorrentes no mercado? Será que ele está alerta às oportunidades de lucro que outros não conseguiram perceber? Será que ele saberá como introduzir novos e melhores produtos no mercado — ou então produtos bons e mais baratos — para assim conseguir os "votos" dos consumidores por meio do dinheiro que estes gastam?

Acima de tudo: será que ele conseguirá fazer com que os consumidores voluntariamente gastem seu dinheiro em seus produtos e não nos produtos de outros concorrentes?
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Não importa se um empreendedor vende geladeiras, pentes ou computadores: sua concorrência serão todos os outros empreendedores que estejam vendendo qualquer outro bem ou serviço no mercado. Para um empreendedor conseguir o dinheiro dos consumidores, estes terão necessariamente de abrir mão de algum gasto em alguma outra área.

Por isso, pode-se dizer que o mercado é uma democracia na qual cada centavo permite o direito de votar. Por meio de seus votos, mensurados em unidades monetárias, os consumidores determinam qual empreendedor continuará no mercado e qual perderá sua posição.

Embora o empreendedor inicialmente se auto-nomeie e se auto-escolha para incorrer o risco de uma atividade até então desconhecida, sem o consentimento prévio e o apoio financeiro do público consumidor, são os consumidores quem, em última instância, determinarão se ele manterá ou não sua posição empreendedorial nesta divisão de trabalho criada pelo mercado.

A determinação e o impulso empreendedorial

O líder empreendedorial tem de ser distintivamente obcecado e passionalmente dedicado ao seu papel na divisão do trabalho. Outros em sua empresa podem se dar ao luxo de chegar ao trabalho às nove da manhã e sair às 6 da tarde. Ele, não. Ele tem de trabalhar 24/7, mesmo quando está longe do seu local de trabalho.

A cadeia de fornecimentos da empresa está operando eficientemente? Os executivos e gerentes estão supervisionando corretamente suas divisões? Estas estão funcionando adequadamente? O que seus concorrentes estão planejando fazer? O que sua própria empresa está planejando fazer em termos de campanha publicitária, melhoria de produtos, inovações tecnológicas, e adaptação às constantes alterações no padrão de demanda dos consumidores?

O fardo de manter em dia a folha de pagamento de seus empregados — pelos quais ele é responsável e cujo salário tem de chegar pontualmente mesmo que a empresa tenha vultosos prejuízos — em conjunto com as obrigações que ele assumiu de entregar os bens e produtos aos seus consumidores e clientes significam que, como líder de seu negócio, sua mente simplesmente não pode descansar e desligar quando a jornada de trabalho de seus empregados acaba.

Uma grande parte da ética da livre iniciativa, portanto, é refletida na integridade, na disciplina, e na qualidade do caráter daqueles que optam por esse papel na divisão do trabalho.

Conclusão

Todos aqueles que já tiveram um negócio próprio, e fizeram grandes sacrifícios para isso, sabem bem o drama do primeiro dia: será que o mundo quer aquilo que tenho a oferecer? Seja um imigrante abrindo um simples salão de beleza ou Steve Jobs vendendo um computador da Apple, o sucesso está longe de ser garantido. Com efeito, a única coisa realmente garantida é o fracasso, o qual inevitavelmente ocorrerá caso você não saiba agradar aos outros.

Essas corajosas almas, os empreendedores que são a alma do capitalismo e que nos fornecem infindáveis benefícios materiais, desde caixas eletrônicos a remédios que salvam vidas, deveriam ser venerados, e não malhados.

São essas pessoas, por meio deste trabalho, que elevam o padrão de vida das massas. Foram elas, por meio de seus bens criados e serviços oferecidos, que reduziram a penúria das pessoas ao longo dos séculos, levando conforto, bem-estar e maior expectativa de vida para todos.

Acima de tudo, são elas que sustentam uma economia, que fornecem um meio de vida para todas as pessoas e que, de quebra, ainda têm de bancar toda a máquina pública.

Elas são seres humanos como eu e você, que utilizam o melhor de suas habilidades para servirem aos seus semelhantes e, com isso, moldarem seu próprio destino.

E são essas pessoas que são desprezadas pelos seus próprios beneficiários — os quais levam uma vida cada vez mais pujante.

Fonte: Mises.org.

sexta-feira, outubro 28, 2016

A destruição do último reduto petista.












O PT não se contentou em quebrar a Petrobras e a Eletrobras durante os governos Lula e Dilma. Esfacelou também a Embrapa, referência em pesquisas agropecuárias. E, pior: o partido continua administrando a estatal
por Ary Filgueira (Isto é de 14out2016)




A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) sempre foi considerada uma ilha de excelência técnica. Depois de mais de 13 anos sob administrações petistas, transformou-se em mais uma estatal que o PT teve a proeza de desmantelar. E essa não é a única má notícia para os que zelam pela aplicação correta dos recursos públicos. A ascensão de Michel Temer à Presidência não impediu que os petistas permanecessem até hoje no comando dos postos-chave da estatal. Ou seja, o horizonte é ainda mais nebuloso. Documentos obtidos por ISTOÉ retratam um cenário caótico. Desde dívidas tributárias milionárias, devido a uma péssima administração, a denúncias graves por desvios de recursos. A unidade da Embrapa em Brasília, por exemplo, até hoje paga parcelas de uma multa milionária por descumprir a legislação tributária. Uma auditoria interna do órgão também apontou que o dinheiro obtido com a venda das safras de milho cultivadas anualmente simplesmente tem desaparecido. O desfalque pode chegar a quase R$ 6 milhões.


O aparelhamento do PT na Embrapa começou no governo Lula, foi ainda mais acentuado com Dilma Rousseff e resiste até hoje, mesmo com a gestão do novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP). O presidente da estatal Maurício Antônio Lopes foi nomeado a pedido da própria Dilma. Já sua subordinada Vânia Beatriz Castiglioni, diretora de Administração e Finanças, não esconde de nenhum funcionário que é filiada ao PT e afilhada política da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Vânia é personagem principal em uma dessas irregularidades na gestão da Embrapa. Uma de suas decisões grosseiras custou aos cofres da empresa pública R$ 20 milhões referentes à multa por não recolhimento de tributos à Receita Federal. A dívida, originalmente, foi estipulada em R$ 40 milhões, mas a assessoria jurídica da Embrapa conseguiu reduzir para R$ 23 milhões. O montante foi parcelado em 60 vezes e, até agora, foram pagas cerca de 20 parcelas. Porém, por desleixo com os recursos públicos, as parcelas são sempre pagas com atraso e, por isso, corrigidos com juros altíssimos. Conforme está descrito no Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) de 22 de agosto de 2016 a dívida principal era de R$ 399 mil. Mas, devido ao atraso, passou para R$ 873 mil, mais que o dobro. Procurada para explicar o motivo da multa, a Receita Federal explicou que "devido ao sigilo fiscal, não comentaria o caso de contribuintes específicos".


A negligência petista


A Embrapa devia R$ 23 milhões em tributos à Receita que deveriam ser pagos em parcelas de R$ 399 mil, mas devido ao desleixo da diretora petista do órgão, que pagava com atraso, a prestação subiu para R$ 873 mil. Em sindicâncias internas, verificou-se também o desaparecimento de dinheiro arrecadado com a venda de alimentos produzidos nos campos experimentais


BARBEIRAGEM: Vânia Beatriz Castiglioni, diretora de Administração e Finanças da Embrapa, é afilhada da senadora Gleisi Hoffmann. Suas decisões equivocadas geraram um prejuízo de R$ 20 milhões à estatal


Móveis na fogueira


Em um episódio anterior, Vânia chegou a ser investigada pela Controladoria-Geral da União por supostas irregularidades na criação da Embrapa Internacional, nos Estados Unidos, que acabou interrompida pelo Ministério da Agricultura. A iniciativa foi feita sem ser submetida ao conselho de administração da estatal. No relatório, a CGU lança suspeita sobre uma empresa que financiou o projeto, a Odebrecht na Venezuela, que bancava as ações da Embrapa no país vizinho. O negócio teve apoio dos ex-president es Lula e Hugo Chávez. A CGU apontou a iniciativa como irregular.


Mesmo quando não aparece sua digital nas irregularidades, Vânia acaba pagando por omissão. Um parecer da assessoria jurídica da Embrapa obtido por ISTOÉ culpou a diretora por não acompanhar a sindicância que detectou desvio de recursos da venda de safras de milho cultivada em 70 hectares da Embrapa Hortaliças, situada na cidade do Gama. Além de desaparecer com o dinheiro, o chefe-geral da unidade, Jairo Vidal Vieira, este ligado ao grupo do ex-ministro Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula, também não revelava o montante arrecadado por ano com a venda do alimento. Servidores do setor contaram que cada hectare produz 150 sacas. Cada uma é vendida a R$ 50. Sob essa conta, o total vendido por ano seria de R$ 525 mil. A prática delituosa ocorre desde 2006, quando Lula era presidente.


Como se não bastassem esses prejuízos, a administração do departamento de hortaliças da Embrapa ainda queimou em uma fogueira, durante três dias, peças do mobiliário antigo que iria para leilão, como mesas, cadeiras e bancadas de laboratórios. A ordem era limpar o galpão para receber a ilustre visita da senadora Kátia Abreu,à época ministra da Agricultura. A PF investiga o caso - mais um exemplar, entre tantos, da delituosa gestão petista.

quinta-feira, outubro 27, 2016

Por que falta emprego se está sobrando trabalho a ser feito?.







Por que falta emprego se está sobrando trabalho a ser feito?.

por Autores Diversos do Mises




Há algum fator externo causando este descasamento




12 milhões de desempregados no Brasil. Ao mesmo tempo, o que não falta é trabalho a ser feito no país.

Isso, por si só, leva a um aparente paradoxo: como pode haver desemprego se há uma infinidade de serviços a serem feitos?

Donde vem o ditado: "Tá faltando emprego, mas tá sobrando trabalho!"

Pare pra pensar: vivemos em um mundo de escassez. Nenhum bem ou serviço surge pronto do nada. Todos eles precisam ser criados e trabalhados. Um carro não surge do nada. É preciso trabalhar o aço, o alumínio, a borracha e o plástico que vão formá-lo. E esses quatro componentes também não surgem do nada. Eles precisam ser extraídos da natureza ou fabricados sinteticamente. O mesmo é válido para todos os outros bens de consumo que você possa imaginar, de laptops a aviões, passando por parafusos, palitos de dente e fio dental. Todos precisam ser trabalhados.

Da mesma forma, o fato de você estar com fome não vai fazer com que uma pizza surja pronta para você. Alguém precisa trabalhar para fazê-la. E os ingredientes utilizados na fabricação dessa pizza, por sua vez, também não surgiram do nada. Todos eles precisaram ser fabricados ou plantados e colhidos.

Ou seja: não vivemos na abundância. As coisas não existem fartamente à nossa disposição. Todas elas precisam ser trabalhadas. Sendo assim, sempre haverá, em todo e qualquer lugar, algum trabalho a ser feito. Seja na fabricação de um bem de consumo, seja na prestação de algum serviço — nem que seja a limpeza de uma janela, a troca de uma lâmpada ou a limpeza de algum banheiro.

Esse é um fato inegável: vivemos em um mundo de escassez em que sempre há algum trabalho a ser feito. E a quantidade de pessoas para executar esses trabalhos é limitada.

O que nos leva ao ponto principal: por que há escassez de emprego se há uma infinidade de trabalho a ser feito e poucas pessoas para fazê-los?

Se a demanda por trabalho é infinita e a oferta de mão-de-obra é naturalmente limitada, por que não temos um pleno emprego?

Desemprego involuntário

Em um ambiente genuinamente livre, no qual as pessoas podem voluntariamente fazer qualquer acordo entre si sem sofrer a interferência de terceiros, não há desemprego involuntário. Ou seja, a pessoa que quer trabalhar não fica sem trabalhar. Todo o desemprego é voluntário: só fica sem trabalhar quem não quer trabalhar.



Por exemplo, em um mercado totalmente desimpedido, você encontraria facilmente alguém disposto a lhe pagar — sem medo da justiça trabalhista — para trocar uma lâmpada, varrer um chão, limpar uma janela, consertar um carro, instalar uma televisão, reparar algum eletrodoméstico, programar um computador ou mesmo projetar um prédio (caso você seja realmente bom).

No extremo, se essa demanda por mão-de-obra cair, então o preço dessa mão-de-obra também irá cair, até que toda a mão-de-obra disponível volte a estar empregada.

O desemprego involuntário, portanto, é um fenômeno inexistente em um mercado livre, pois segue a mesma lei da oferta e da demanda que se aplica a todo o resto da economia: se a demanda por um produto cai, então o preço deste produto tende a se reduzir o suficiente para que todas as unidades disponíveis sejam adquiridas.

Logo, se sempre há trabalho a ser feito, e se há mais trabalho a ser feito do que mão-de-obra para fazê-lo, por que então há desemprego involuntário?

Obviamente, esse descompasso só pode ser causado por algum tipo de interferência externa nesta arena em que a demanda por bens e serviços e a oferta de mão-de-obra para executá-los se equilibram.

Quem atrapalha tudo

Eis a nossa realidade: o mercado de trabalho não apenas não é livre, como é um dos mais regulados e controlados da economia. Pelo governo e pelos sindicatos.

A consequência disso é que, quando a demanda por mão-de-obra cai em decorrência de uma recessão, governo e sindicatos não permitem que o preço dessa mão-de-obra — no caso, salários e encargos sociais e trabalhistas — também caia.

A redução dos custos da mão-de-obra, essencial em um momento de queda na demanda por mão-de-obra, é obstaculizada por regulações governamentais, como salário mínimo e encargos sociais e trabalhistas, e por imposições sindicais, como acordos coletivos e dissídios coletivos.

Pior: a própria Constituição Federal arbitra sobre isso, estabelecendo que uma empresa só pode reduzir salários se o sindicato da categoria aprovar. Mesmo que o trabalhador aceite uma redução, ele é proibido disso, pois o governo decretou ser ilegal.

Todas essas imposições são feitas com a justificativa de "proteger os trabalhadores", mas logram apenas expulsar os mais fracos e menos qualificados do mercado de trabalho. Afinal, se o custo da mão-de-obra não diminuiu o suficiente perante uma queda na demanda empresarial por trabalhadores, o que inevitavelmente irá ocorrer é que o desemprego inevitavelmente aumentará.

E não se trata de uma consequência econômica extraordinária própria do mercado de trabalho: isso é exatamente o mesmo que ocorre com qualquer outro bem ou serviço. Se os consumidores de um produto deixam de querer comprá-lo, mas seu preço se mantém inflexível, então esse produto não será vendido para ninguém. Sem um ajuste em seu preço, o ajuste acaba sendo feito por meio da quantidade demandada.

Igualmente, a legislação que pretende proteger os trabalhadores de qualquer redução salarial e de qualquer redução nos encargos sociais e trabalhistas acaba por condenar uma boa parte desses mesmos trabalhadores ao desemprego, ou seja, ao corte salário completo.

Os números

Para empregar legalmente alguém no Brasil, o empregador terá de pagar, além do salário imposto pelo governo e pelos sindicatos, mais 102% do valor desse salário em impostos e encargos sociais e trabalhistas.

Dentre os encargos sociais, temos o INSS, o FGTS normal, o FGTS/Rescisão, o PIS/PASEP, o salário-educação e o Sistema S. Dentre os encargos trabalhistas temos 13º salário, adicional de remuneração, adicional de férias, ausência remunerada, férias, licenças, repouso remunerado e feriado, rescisão contratual, vale transporte, indenização por tempo de serviço e outros benefícios.

Este site mostra que, dependendo do caso, os encargos sociais e trabalhistas podem chegar a quase 102% do salário, o que faz com que um salário de R$ 880 gere um custo final total de R$ 1.777 para o empregador.

São exatamente essas regulamentações que governo e sindicatos impõem ao mercado de trabalho que provocam esse descasamento entre demanda por trabalho e oferta de mão-de-obra.

Os trabalhadores brasileiros são cheios de "direitos sociais" (encargos sociais e trabalhistas pagos pelos patrões); só que, para terem esses direitos, não só seus salários ficam cada vez mais achatados, como eles também ficam cada vez mais sem empregos.

Soluções empiricamente testadas

O leitor pode perfeitamente dizer que os argumentos apresentados até são coerentes e fazem sentido no campo das idéias, mas que jamais funcionariam na prática.

Mais: ele pode dizer que, em meio a uma crise econômica, se os salários pudessem ser reajustados para baixo, o resultado não seria mais empregos com menores salários, mas sim apenas menos empregos com menores salários. Os empresários, dirá ele, aproveitariam a oportunidade para aumentar seus lucros e não deixarão de demitir ainda mais pessoas, não importa que agora os salários estejam menores.

A realidade, no entanto, é bem distinta.

Em uma recente pesquisa feita sobre o mercado de trabalho italiano (um dos mais regulados do mundo) entre 2008 e 2013 — anos de intensa recessão —, os economistas Sergei Guriev, Biagio Speciale e Michele Tuccio compararam o comportamento dos salários e do nível de emprego tanto na extremamente regulada economia formal quanto na desregulamentada economia informal.

Os resultados obtidos realmente não são nada surpreendentes, pois corroboram bom senso: os salários se reduziram muito menos na economia formal do que na informal (caíram 20% na economia informal, e se mantiveram constantes na economia formal); porém, em contrapartida, o desemprego também aumentou muito mais na economia formal do que na informal: o número de pessoas ocupadas despencou 16% no mercado de trabalho regulado ao mesmo tempo em que aumentou 1,6% no mercado desregulamentado.

Com efeito, os três pesquisadores estimam que, se a flexibilidade houvesse sido estendida a todo o mercado de trabalho italiano, o emprego teria caído menos de 5% — e não os 16% vivenciados.

As opções do mercado de trabalho em meio a uma crise econômica não são confortáveis: a curto prazo, ou os salários diminuem ou os empregos diminuem. É absolutamente irreal querer que, ao mesmo tempo em que a economia esteja encolhendo e a produção esteja caindo, tanto o número de empregos quanto os salários pagos se mantenham constantes.

A massa salarial é o principal componente do PIB; e, se o PIB se contrai, então a massa salarial também irá se contrair: seja porque o número de pessoas recebendo salários cai ou porque o valor de cada salário pago diminui. Em meio a uma crise economia, não há uma terceira alternativa.

Daí que é necessário escolher entre um mercado de trabalho hiper-regulado que preserve os salários (e diminua os empregos) ou um mercado de trabalho liberalizado que preserve o volume de empregos (e diminua temporariamente ou os salários ou os encargos sociais e trabalhistas).

Conclusão

Se o governo e os sindicatos querem "fazer algo" para ajudar os trabalhadores de maneira definitiva, então eles realmente deveriam desonerar aquelas pessoas que estão dando emprego e dinheiro para os trabalhadores. É particularmente perverso que ambos queiram onerar exatamente aquelas pessoas que estão fornecendo oportunidades (e dinheiro) para os trabalhadores. 

A legislação trabalhista é uma ferramenta perversa que foi criada para (supostamente) ajudar os trabalhadores menos capacitados (que são justamente aqueles que recebem os menores salários). Na melhor das hipóteses, ela ajuda alguns poucos ao mesmo tempo em que penaliza drasticamente todos os outros — ao tornar impossível que eles encontrem um emprego legal. 

Pior: a legislação trabalhista perversamente joga todo o fardo exatamente sobre aquele grupo de pessoas que optou por ajudar esses trabalhadores, que são os empregadores — o único (e pequeno) grupo de pessoas que realmente está se esforçando para resolver o problema.

Eis, portanto, uma solução justa e funcional: um mercado de trabalho liberalizado, no qual trabalhadores e empresários sejam livres para negociar dinamicamente seus acordos sem serem obrigados a se submeter a normativas estatais e a imposições sindicais, as quais prejudicam exatamente aqueles a quem dizem beneficiar.

Se os políticos genuinamente se importam com o drama do desemprego, então a primeira medida que deveriam aprovar seria a revogação de todas atuais normas anti-trabalho e pró-sindicalismo, bem como o peso dos encargos sociais e trabalhistas, responsáveis diretos por multiplicar o número de desempregados durante a atual depressão econômica.

Enquanto isso não é feito, 12 milhões de pessoas continuam arcando com as consequências de tamanha irresponsabilidade.




Juan Ramón Rallo, diretor do Instituto Juan de Mariana e professor associado de economia aplicada na Universidad Rey Juan Carlos, em Madri. É o autor do livro Los Errores de la Vieja Economía.

Leandro Roque, editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.

quarta-feira, outubro 26, 2016

A verdadeira razão da grande mídia para proteger Hillary.








A verdadeira razão da grande mídia para proteger Hillary.
por David Kupelian (*)



É altamente perturbadora a tormenta causada pelas revelações do Wikileaks sobre ligações escusas entre a grande mídia e a campanha presidencial de Hillary Clinton, que juntos estariam trabalhando nos bastidores para destruir Donald Trump e conduzir os Clinton de volta à Casa Branca. Perturbadora, mas de modo algum surpreendente. Eis aqui os porquês.

A frequente caracterização que faz Rush Limbaugh da grande mídia como “uma extensão do Partido Democrata” não é nem uma metáfora nem um exagero. É literalmente verdadeira. Como vem há tempos documentando o Media Research Center [Centro de Pesquisa de Mídia], não apenas existe uma “porta giratória” virtual entre as administrações do Partido Democrata e a grande mídia – mas em larga medida as duas instituições são compostas pelas mesmas pessoas!

Muitos norte-americanos têm suspeitado disso, especialmente quando veem exemplos patentes como George Stephanopoulos, o vigoroso e leal apoiador dos Clinton, que atuou como Diretor de Comunicação da Casa Branca e consultor sênior de políticas para Bill Clinton, mas que mais tarde, como em um passe de mágica, passou a ser jornalista da grande mídia, além de principal âncora e correspondente político da ABC News, coapresentador do “Good Morning America”, apresentador do programa “Sunday Morning This Week”, da ABC, e apresentador substituto do programa “ABC World Tonight”.

Um dos milhares de e-mails da equipe de campanha de Hillary Clinton recentemente vazados sugere fortemente que a campanha dela conspirou com Stephanopoulos antes de sua entrevista no ano passado com o autor de “Clinton Cash”, Peter Schweizer (uma entrevista após a qual Stephanopoulos foi criticado por não ter revelado que ele pessoalmente havia doado 75 mil dólares para a Fundação Clinton).

Ainda mais flagrante foi outro email trazido a público pelo Wikileaks revelando que Donna Brazile, enquanto trabalhava na CNN, era literalmente a informante de Hillary Clinton que lhe fornecia informações sobre os ataques de Bernie Sanders durante as primárias e lhe dava dicas sobre perguntas que seriam feitas à candidata em futuros eventos públicos. Depois que Debbie Wasserman Schultz (graças a revelações anteriores do Wikileaks) foi demitida do posto de presidente do Comitê Nacional Democrata [DNC, na sigla em inglês] por sabotar a candidatura de Bernie Sanders nas primárias, ela foi substituída no cargo por Brazile.

Mas Stephanopoulos e Brazile são apenas a ponta do iceberg. Aqui, como cortesia do Media Research Center (MRC), temos mais alguns dos incontáveis exemplos, na era Obama, da larga porta giratória entre a grande mídia esquerdista e o governo de esquerda:

• Jay Carney, que já foi correspondente em Washington da revista Time, e posteriormente chefe do escritório da Time em Washington, tornou-se assistente da Vice-Presidência e diretor de comunicações para o vice-presidente Joe Biden; depois, veio a ser secretário de imprensa de Barack Obama. Em setembro de 2014, Carney voltou para a grande mídia, passando a atuar na CNN como comentarista político sênior.

• Samantha Power, correspondente no exterior do US News & World Report, do Boston Globe e da New Republic, tornou-se assessora especial do presidente e diretora sênior de questões multilaterais e direitos humanos do Staff de Segurança Nacional, mais tarde vindo a ser altamente influente como embaixadora dos Estados Unidos na ONU, sob o governo Obama.

• David Axelrod, que já havia sido repórter político do Chicago Tribune, tornou-se estrategista-chefe da campanha presidencial de Obama e, posteriormente, assessor sênior de Obama. Desde 2013, voltou à mídia, trabalhando como analista sênior de política para a MSNBC e, mais recentemente, para a CNN.

• Ronan Farrow, conselheiro especial para questões humanitárias e de ONGs no Escritório da Representação Especial para o Afeganistão e o Paquistão no governo Obama, e depois assessor especial da Secretaria de Estado, no Escritório de Assuntos Globais da Juventude, passou a ser apresentador do programa “Ronan Farrow Daily”, da MSNBC. Depois que o programa foi cancelado, Farrow tornou-se correspondente especial para a MSNBC e a Unidade Investigativa da NBC News.

• Aneesh Raman, correspondente da CNN para o Oriente Médio, trabalhou em comunicações para a campanha de Obama em 2008 e mais tarde tornou-se autor dos discursos do Secretário do Tesouro Timothy Geithner e finalmente autor dos discursos do próprio presidente Barack Obama.

• Jane Payey, coapresentadora do programa “Today”, da NBC, e posteriormente coapresentadora do “Dateline NBC”, fez campanha para Barack Obama em Indiana, em 2008, mas voltou para o programa “Today” em 2010. Depois, passou a trabalhar para a CBS News como colaboradora do programa “CBS News Sunday Morning”.

• Shailagh Murray, correspondente do Wall Street Journal e depois repórter política do Washington Post, tornou-se diretora de comunicações do vice-presidente Joe Biden e mais tarde se tornou assessora sênior do presidente Obama.

• Desson Thomson, critico de cinema do Washington Post, tornou-se autor de discursos da então secretária de Estado Hillary Clinton.

• Richard Stengel, editor administrativo da Time.com e mais tarde editor administrativo da revista Time, tornou-se subsecretário de Estado para diplomacia e relações públicas no governo Obama.

• Beverly Lumpin, que por longo tempo foi correspondente do Departamento de Justiça nos escritórios de CBS News e ABC News, em Washington, tornou-se secretária de imprensa no Departamento de Justiça na administração Obama.

• Warren Bass, editor sênior do “Book World”, do Washington Post, e editor-adjunto da seção “Outlook”, tornou-se diretor de discursos e assessor de políticas sênior para a embaixadora de Obama na ONU, Susan E. Rice.

• Glen Johnson, editor online de política do Boston Globe e jornalista da Associated Press, tornou-se assistente-adjunto da Secretaria de Estado, no escritório de relações públicas, e assessor sênior do secretário de Estado John Kerry.

• Peter Gosselin, correspondente de economia do Los Angeles Times, em Washington, tornou-se o principal autor de discursos para o secretário do Tesouro Tim Geithner, em 2009, mais tarde voltando para a mídia como analista sênior de políticas de saúde com o governo Bloomberg.

• Vijay Ravindran, principal oficial de tecnologia da Catalist, um provedor de dados sobre eleitores, trabalhou para a campanha “Obama para a América” em 2008, e mais tarde tornou-se a principal autoridade digital e vice-presidente sênior da Washington Post Company.

• Tara Sonenshine, produtora do escritório de Washington da ABC News, e mais tarde produtora de editorial para o programa “Nightline”, da ABC, tornou-se subsecretária de Estado para diplomacia pública e relações públicas no governo Obama.

• Desiree Rogers, secretária social da Casa Branca no governo Obama, tornou-se executiva-chefe da Editora Johnson, baseada em Chicago, dona das revistas Ebony e Jet.

Há ainda outros incontáveis exemplos disponibilizados entre os documentos do MRC, mas estes são suficientes para passar a mensagem.

Como escrevo na introdução da mais recente edição da revista Whistleblower:

“Apenas uma coisa pode ser mais bizarra, nos Estados Unidos, que eleger Hillary Rodham Clinton como presidente – uma senhora doente, que mente constantemente, nada valoriza além do seu poder e da sua riqueza, nada realizou de valoroso, advoga em favor de políticas desastrosas, e passou a vida toda oscilando entre criminalidade e corrupção – e levando todos ao seu redor para a mesma lama.

A única coisa mais bizarra seria o atual espectro de praticamente toda a grande mídia – que tradicionalmente fingia imparcialidade e isenção – agora entrar com unhas e dentes em uma campanha pública frenética para colocar os Clinton de volta à Casa Branca.”

Agora você sabe por quê. A grande mídia é cada vez mais apenas um pretexto, uma farsa, um show – apenas mais um grande empreendimento no qual os ativistas da esquerda dita progressista podem trabalhar juntos para transformar os Estados Unidos.

Quando eles se cansam de ser “jornalistas” e “analistas” – ou conseguem uma oferta de trabalho melhor – eles podem sempre voltar a ser parte da administração esquerdista. Afinal de contas, é tudo um mesmo show.

Assim como você assiste a um quadro do “Saturday Night Live”, com comediantes esquerdistas retratando jornalistas e políticos, a grande mídia está cheia de atores “progressistas” desempenhando também os seus papeis. A única diferença é que eles não são engraçados.

Tradução de Tânia Manzur, a pedido e com revisão dinâmica do colunista de VEJA Felipe Moura Brasil.


(*)Versão original: AQUI

terça-feira, outubro 25, 2016

Como garantir a perpetuação da pobreza.





Como garantir a perpetuação da pobreza.





por Autores do Mises(*)
Apenas siga as lições ensinadas pelo governo


Imagine que você pudesse voltar no tempo uns 50 anos. Suponha que a razão por que você está fazendo isso é para implantar políticas que irão garantir que os ricos se tornem mais ricos e que a pobreza seja perpetuada ao máximo. (Por que alguém iria querer fazer isso está além da questão).

Quais políticas você iria implantar?

1. Você iria querer adotar políticas monetárias e fiscais que destruíssem ao máximo possível o poder de compra da moeda. 

Os ricos, que têm acesso a aplicações bancárias e financeiras que lhes protegem contra a inflação, manteriam seu poder de compra protegido. Já os pobres, sem acesso a esses mecanismos, ficariam ainda mais pobres.

2. Você iria querer manter as pessoas menos capacitadas fora do mercado de trabalho. Para isso, você dificultaria ao máximo para que essas pessoas conseguissem um emprego. 

A imposição de um salário mínimo, em conjunto com uma cornucópia de encargos sociais e trabalhistas, faria com que fosse excessivamente caro contratar uma pessoa com poucas habilidades. Haveria oportunidades apenas para os mais qualificados. Afinal, se o preço mínimo a ser pago é o salário mínimo estipulado pelo governo, e se os custos adicionais gerados pelos encargos sociais e trabalhistas praticamente dobram o custo do salário, quem irá contratar uma pessoa pouco qualificada em vez de uma pessoa mais qualificada?

3. Você iria garantir favores especiais e privilégios exclusivos para os empresários mais ricos. 

Você iria lhes conceder subsídios diretos ou empréstimos subsidiados via bancos estatais (pagos com o dinheiro dos impostos pagos pelos mais pobres), iria criar tarifas de importação e desvalorizar a moeda para encarecer importações e lhes garantir uma reserva de mercado, e iria criar agências reguladoras que cartelizassem o mercado interno e impedissem a entrada de concorrentes externos em vários setores da economia, o que garantiria preços artificialmente altos e produtos de baixa qualidade.

4. Você iria reprimir ao máximo o surgimento de pequenos empreendedores por meio de uma burocracia esclerótica e de um código tributário ininteligível.

Você imporia inúmeros procedimentos para se formalizar uma empresa e criaria um emaranhado de leis, medidas provisórias, decretos e outros atos tributários aterrorizantes, você faria com que qualquer eventual erro de contabilidade fosse o suficiente para classificar como "sonegador e criminoso" aquele cidadão que só quer empreender e, com isso, gerar empregos. 

5. Você iria (literalmente) pagar as pessoas para que elas continuassem na pobreza e fossem eternamente dependentes do governo.

Agindo assim, toda e qualquer ética do trabalho seria suprimida e destruída.

6. Você tributaria absolutamente tudo o que é vendido na economia. 

Desta forma, você confiscaria grande parte da renda dos mais pobres.

7. Você entregaria ao governo a função de fazer a "sintonia fina" da economia, implantando políticas fiscais e monetárias expansionistas para aditivar o crescimento econômico.

Isso causaria frequentes ciclos econômicos, períodos de crescimento artificial da economia (o que enriquece os mais ricos) seguidos de períodos de profunda contração da economia (o qual empobrece os mais pobres).



Esses sete itens, combinados, fariam perfeitamente o serviço. 

Erija várias barreiras ao progresso dos pobres, pague as pessoas para continuarem pobres, crie um arranjo no qual os grandes empresários consigam vantagens econômicas artificiais, dificulte ao máximo que os pequenos consigam empreender, e você terá criado um sistema no qual a pobreza será perpetuada e os ricos serão cada vez mais ricos.

Como não tentar solucionar a pobreza

Desnecessário enfatizar que cada uma das políticas acima está hoje em total vigor neste país. 

Mas tudo piora. Ao perceberem que a pobreza está se perpetuando, raramente as pessoas se dão conta da contribuição dos sete itens acima. Consequentemente, em vez de defenderem substanciais alterações — ou mesmo a abolição — dos supracitados itens, elas simplesmente saem em defesa de medidas que irão aprofundar ainda mais o descalabro.

A principal medida — em torno da qual tudo gira — é a "original" ideia de aumentar imposto de renda sobre os ricos, como se tal ato, além de inócuo para a economia, fosse capaz de aliviar substantivamente toda a pobreza.

Quais seriam as consequências?

Em primeiro lugar, o aspecto mais importante a ser observado é que é impossível isolar os custos de qualquer imposto. A maioria das pessoas pensa que cada indivíduo rico paga, sozinhos, seus impostos diretos. Mas essa crença é demonstravelmente falsa. 

Se, por exemplo, a alíquota do imposto de renda que incide sobre as rendas mais altas fosse elevada em 20%, os trabalhadores de renda mais alta reagiriam a isso negociando um aumento salarial. Se essas pessoas conseguirem um aumento salarial de, por exemplo, 10%, isso significa que praticamente metade do aumento de 20% da carga tributária sobre pessoas físicas foi repassada às pessoas jurídicas, que são empregadores.

A exata divisão do fardo tributário entre empregados e empregadores vai depender do relativo poder de barganha entre eles no mercado de trabalho. O que interessa é que os empregados de maior renda irão repassar uma parte, se não a maior parte, de qualquer aumento em seu imposto de renda para seus empregadores.

Consequentemente, estes empregadores irão contratar menos empregados — ou tentarão contratar oferecendo salários bem menores, algo difícil —, e irão tentar repassar esse aumento havido nos custos trabalhistas para os consumidores, na forma de preços maiores. 

Os empresários irão tentar repassar estes maiores custos aos consumidores até o ponto em que possam elevar preços sem sofrer uma relativamente grande perda no volume de vendas. Desta forma, os consumidores que ainda continuarem comprando a estes preços maiores estarão pagando parte do aumento na carga tributária que supostamente deveria afetar apenas os "ricos".

Desnecessário dizer que, quanto mais pobre for o consumidor, pior ficou a sua situação. Qualquer aumento no imposto de renda da camada mais rica da população — seja o 1% mais rico ou os 5% mais ricos — irá acabar por elevar os impostos que toda a população paga indiretamente.

Mas ainda dá para piorar.

Por exemplo, caso o repasse para os preços desse aumento no imposto de renda fosse muito pequeno, o efeito de longo prazo será ainda pior. 

Se os empregadores tiverem de arcar com toda a elevação dos custos trabalhistas sem uma correspondente elevação de sua receita, suas margens de lucro diminuirão. Redução nos lucros significa menos investimentos. E menos investimentos significam menos crescimento econômico, menos emprego, menores salários e queda na renda de toda a população. 

Os pobres, de novo, foram os mais prejudicados.

Além de elevar o imposto de renda sobre os ricos, muito popular também é a ideia de se elevar o imposto de renda de pessoa jurídica, principalmente para as "grandes corporações". Demagogos sempre dizem que as grandes corporações não pagam sua "fatia justa" de impostos.

O principal problema, o qual até mesmo economistas de esquerda entendem mas não gostam de admitir em público, é que grandes corporações não pagam impostos. Pessoas arcam com os impostos, não entidades inanimadas. Uma importante área da ciência econômica, chamada de "incidência tributária, diz que a entidade sobre a qual um imposto é criado (ou elevado) não necessariamente irá arcar com todo o fardo deste tributo; boa parte do ônus pode ser transferida para terceiros.

Por exemplo, se um tributo é criado (ou elevado) sobre uma grande corporação, e caso ela queira se manter operando no mercado, há três coisas que ela pode fazer: ela pode elevar os preços dos seus bens e serviços, ela pode deixar de dar aumentos salariais ou deixar de contratar pessoas, e ele pode, no extremo, reduzir salários e demitir pessoas. Em cada uma dessas situações, uma pessoa de carne e osso ficou em pior situação. E os pobres, na melhor das hipóteses, não melhoraram em nada sua situação.

O ponto principal é que uma corporação é uma ficção jurídica e, como tal, não paga impostos. Repetindo: pessoas pagam impostos, e não entidades inanimadas. Na prática, corporações são meramente coletoras de impostos para o governo.

Políticos adoram ludibriar o povo dizendo que não irão criar impostos sobre ele, o povo, mas sim sobre alguma outra entidade. Suponha que você é o proprietário de um imóvel. Se um político lhe disser que não irá tributar você, mas sim apenas o seu terreno, você facilmente perceberia a trapaça. A terra não paga impostos e nem tem como pagar impostos. De novo, apenas pessoas físicas pagam impostos.

No entanto, essa artimanha utilizada pelos políticos segue seduzindo incautos.

Outra tramóia que está sempre em voga é a elevação dos impostos sobre herança, a qual quase sempre se dá na forma de transmissão de bens imobiliários. O imposto sobre herança existe apenas para aplacar o ímpeto dos invejosos; suas receitas são ínfimas. Mas seu poder destruidor é enorme. Seu impacto é grande porque, para que o recebedor da herança (majoritariamente na forma de um bem imobiliário) consiga pagar os tributos incidentes, ele normalmente tem de vender outros ativos que possui. Em muitos casos, ele tem de vender ações, debêntures e até mesmo seu ponto comercial e sua propriedade rurais. O efeito prático disso é que ativos que estavam sendo utilizados em atividades produtivas foram transformados em fonte de financiamento para as atividades destruidoras do governo.

Conclusão

A ignorância sobre os fatores que perpetuam a pobreza alimenta políticas de cunho invejoso e rancoroso que não apenas destroem ainda mais a economia, como também, e consequentemente, perpetuam ainda mais a pobreza.

Ao menos alguma porcentagem dos impostos que foram aumentados sobre os ricos e sobre as grandes corporações serão repassados a todos os consumidores — e isso prejudicará majoritariamente os mais pobres. Qualquer aumento de impostos sobre um grupo acabará sendo compartilhado por todos. E não há nada que as autoridades estatais possam fazer quanto a isso. Os indivíduos de mais alta renda irão arcar com apenas uma fatia do aumento ocorrido em suas alíquotas. E essa importante constatação quase nunca é reconhecida. E é dessa maneira que um imposto sobre um se transforma em um imposto sobre todos.

Enquanto as pessoas se mantiverem ignorantes sobre intervenções econômicas que perpetuam a pobreza, bem como sobre as consequências de medidas tributárias implantadas exatamente com a desculpa de se aliviar essa pobreza, charlatães e políticos espertalhões continuarão se esbaldando.

(*)Autores:

Max Borders foi editor da revista The Freeman e diretor de conteúdo da Foundation for Economic Education.

Leandro Roque, editor e tradutor do site do Instituto Mises Brasil. 

D.W. MacKenzie, professor assistente no Carroll College, em Montana, EUA.

segunda-feira, outubro 24, 2016

Hillary Clinton evidencia extrema postura pró-abortista: a criança no ventre não tem direitos.










Hillary Clinton evidencia extrema postura pró-abortista: a criança no ventre não tem direitos.




Hillary Clinton, candidata presidencial do Partido Democrata dos Estados Unidos e ex-secretária de Estado de Barack Obama, evidenciou recentemente sua extrema postura a favor do aborto, assegurando que o não nascido não tem direitos constitucionais. Há alguns meses, a multinacional abortista Planned Parenthood divulgou seu apoio a Clinton nestas eleições.

Entrevistada no dia 3 de abril no programa ‘Meet the Press’ da rede NBC, a pré-candidata presidencial foi consultada se a criança no ventre tem direitos constitucionais.

“Bom, sob nossas leis atualmente isso não é algo que exista”, disse. Ela reiterou que “o não nascido não tem direitos constitucionais”.

Para Mallory Quigley, diretora de comunicações da plataforma pró-vida americana Susan B. Anthony List, Clinton “está mostrando publicamente ao lobby do aborto que ela respalda o aborto e não apoia nenhuma restrição”.

“É uma grande contradição dizer que os não nascidos são pessoas, reconhecê-los ao chamá-los pessoas, mas insistir em que não têm direitos constitucionais”, disse Quigley ao Grupo ACI.

“Se reconhece que o bebê é uma pessoa, então é obvio que deveria ter direitos constitucionais”, disse.




Segundo Quigley, a postura de Clinton em relação ao aborto “se tornou crescentemente radical” ao longo dos anos. Isto, explicou, demonstra o que aconteceu no Partido Democrata durante os últimos anos.

“Os Clinton – em referência a Hillary e seu esposo, o ex-presidente Bill Clinton – foram famosos por normalizar o mantra de ‘seguro, legal e escasso’, mas com o passar do tempo o Partido Democrata se tornou mais extremo, tirando a palavra ‘escasso’ da plataforma do Partido e inserindo ‘sem importar a capacidade de pagamento’, o que, obviamente, significa pago à custa dos contribuintes”, assinalou.

Em seguida, Quigley recordou que tanto Clinton como seu adversário no Partido Democrata, Bernie Sanders, promoveram em sua campanha o “aborto e sem nenhuma desculpa”.

“Os Democratas, por muito tempo, perceberam que muitos contribuintes não podem suportar a ideia do financiamento federal para o aborto sem limites, mas (a posição de Hillary Clinton) é cada vez mais extrema em uma época em que é muito claro que há áreas de consenso quando se trata do aborto”.

Diversas pesquisas indicam que há um grande consenso sobre restringir o aborto irrestrito depois das 20 semanas, momento no qual os cientistas geralmente estão de acordo que um não nascido pode sentir dor no ventre.

Kristen Day, diretora executiva de Democrats for Life (Democratas pela Vida), assinalou que devido a muitos eleitores americanos favorecem restrições ao aborto depois das 20 semanas, a opinião mais extrema de Clinton parece desconectada da realidade com o povo americano.

Clinton, lamentou, “se envolveu com essas pessoas que lhe estão dizendo que todos apoiam o aborto, mas se trata de uma opinião minoritária, não é o que o resto do país acredita”.

“Se olhamos ao redor, todos estes estados estão aprovando leis de proibição nas 20 semanas e eliminando financiamento para a Planned Parenthood”, disse Day.

Vinte estados limitam o aborto depois da viabilidade fetal e 23 estados têm algumas formas de limitação ao aborto depois das 20 semanas de gestação. Em setembro de 2015, o Senado bloqueou um projeto de lei do Partido Republicano que buscava proibir o aborto depois das 20 semanas em todos os Estados Unidos.

Mallory Quigley indicou que havia sido a pressão da multinacional abortista Planned Parenthood o que teria levado Clinton a abraçar uma postura mais extrema. Pela primeira vez em seus 100 anos de existência, Planned Parenthood anunciou seu apoio a uma candidatura – de Hillary Clinton – durante as primárias, em vez de esperar a eleição geral.

“Já havíamos dito e o diremos novamente: Hillary Clinton é a mais aberta partidária da Planned Parenthood entre todos os candidatos presidenciais”, explicou a organização abortista ao anunciar seu apoio à candidata democrata em janeiro deste ano.

Outros grupos promotores do aborto como NARAL Pro-Choice America PAC também apoiaram a campanha de Clinton. O Grupo ACI tentou entrar em contato com a Planned Parenthood e NARAL Pro-Choice America a fim de conseguir suas declarações, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.

“Certamente, são um dos importantes aliados de Hillary Clinton, por isso, enquanto eles se tornaram mais e mais intransigentes, sem permitir nenhuma concessão sobre o aborto, os políticos foram obrigados a fazer o mesmo, porque há muito dinheiro que vem com essas garantias, dinheiro e poder”, disse Quigley.




Atualmente, a Planned Parenthood está no centro da polêmica nos Estados Unidos, porque desde julho de 2015 foi revelada uma série de vídeos que mostra o tráfico de órgãos de bebês abortados em suas instalações. Em distintas reportagens, difundidas pelo Center for Medical Progress (CMP, Centro para o Progresso Médico), pode-se observar diretores da organização negociando os órgãos e tecidos dos bebês abortados em suas instalações, por valores entre 35 e 100 dólares.

Em uma das reportagens do CMP, uma ex-funcionária de uma empresa que adquire órgãos e tecidos da Planned Parenthood revelou que em uma ocasião, dentro de uma clínica da multinacional, pediram-lhe extrair o cérebro de um bebê cujo coração ainda palpitava.

O Congresso dos Estados Unidos, com maioria do Partida Republicano em ambas as câmaras, empreendeu investigações contra a transnacional. Recentemente, tanto senadores como deputados aprovaram um projeto de lei a fim de cortar o financiamento público da multinacional abortista de mais de 550 milhões de dólares anuais. Este projeto foi vetado pelo presidente Barack Obama.

No formulário de pagamentos de 2014 da Planned Parenthood, 153 parlamentares do Partido Democrata receberam mais de 676 mil dólares. O mesmo Obama, em sua campanha de reeleição em 2012, recebeu cerca de 1,7 milhões de dólares da multinacional.

Para o PPFA, Clinton “é a mais eloquente e frequente defensora da Planned Parenthood, e a única candidata que está a favor da Planned Parenthood nos debates”.

Lila Rose, presidenta da plataforma pró-vida americana Live Action, questionou no Twitter o vínculo de Clinton com a Planned Parenthood e recordou que a multinacional “envenena e desmembra mais de 320 mil bebês por meio de abortos a cada ano. Isto é a que Hillary Clinton está ‘orgulhosa’ de defender?”.


Fonte:WASHINGTON DC, 07 Abr. 16 / 08:00 pm (ACI/EWTN Noticias)