segunda-feira, julho 15, 2013

A liberdade da tecnologia capitalista acaba com a esquerda.




Parlamento europeu rejeita proposta que limitaria liberdade na internet






por Herman Glanz – 




Os protestos que estão ocorrendo no Brasil ganham o noticiário mundo afora, ao lado dos protestos que ocorrem no Egito, Turquia e até na Arábia Saudita, apesar da censura, além da sangrenta guerra-civil na Síria.

O que está ocorrendo é fruto da liberdade que a tecnologia proporciona, especialmente aos jovens da nova classe média, ou daqueles que acabam chegando à informação que a Internet disponibiliza. E a Internet, com suas redes sociais, é o grande veículo da liberdade, onde cada um pode expor seu pensamento, sem se importar com as críticas e sem medo (onde a ditadura não impera absoluta).

E a Internet é o fruto da livre iniciativa disponível para todos, com incentivos ou não, mudando a visão do mundo. A esquerda, que tanto procurou criar uma nova classe, levou essa classe para o capitalismo e, assim, sucumbe diante da liberdade produzida pela tecnologia capitalista, que seduz a todos, como já sucumbia diante do automóvel, outro símbolo da liberdade, só que automóvel não informa o que vai pelo mundo.

Já lá se vai o tempo em que a imprensa era uma composição executada por tipógrafos, e o telégrafo trazia o noticiário de todo o mundo, e a rádio era o veículo mais rápido das notícias do telégrafo. Tudo, atualmente, é aqui e agora e ao vivo… E a garotada tem o domínio do computador que os mais velhos ainda penam para alcançar.

É esta Tecnologia da Informação, o TI, que fez com que os mais jovens tomassem conhecimento da corrupção, dos desmandos e da politicagem que assola os países, mundo afora, com o apelido de democracia, mas que não passam de ditaduras em proveito próprio dos governantes, eleitos, ou não. E assim ocorrem as manifestações que enchem as praças, porque a “praça é do povo como o céu é do condor”.

No Egito, novamente o povo, em especial os jovens, vão à Praça Tahrir para protestar no primeiro aniversário do governo Morsi, eleito pela Irmandade Muçulmana depois dos protestos na mesma praça, derrubando o ex-Presidente Mubarak. Mas o Presidente Morsi buscou assumir poderes absolutos, e conduziu o Egito à bancarrota, deixando o país até sem reservas de petróleo, mas tratando de introduzir a sharia sunita da Irmandade, com reflexos contra os cristãos, especialmente os coptas. E as manifestações pedem a saída de Morsi. O Exército já lançou ultimato para entendimento e Morsi poderá sair se o Exército mantiver sua exigência e não ocorrer acordo.

Na Turquia, a Praça Taksim continua agitada com o povo protestando contra a o retorno da islamização de governo, considerando que a Turquia possuía um governo laico, mesmo com a prática predominante muçulmana e o Primeiro Ministro, Tayyp Erdogan só pensa em mudar a Constituição para ter mais poderes… E os jovens protestam… Espera-se a presença de mais de um milhão nos protestos na Turquia.

No Brasil, os protestos já alcançaram algum progresso e fizeram a popularidade da Presidenta cair para 30%, despencando dos mais de 60% e demonstrando uma repulsa contra a classe política e os partidos políticos. Muitos dos atos de corrupção foram esquecidos nos protestos, servindo para adormecer os malfeitos.

Enquanto isso, a guerra na Síria pode produzir uma guerra na região e levar a uma guerra maior. Os xiitas e os alewitas do Presidente sírio, Bashar Assad, em conjunto com o Irã, Hizbollah e Iraque, contando com o ostensivo apoio da Rússia e também da China, lutam contra os rebeldes sírios do Exército Livre da Síria, sunita, incluindo grupos da al-Kaida e do Hamas, que têm a ajuda americana, da Jordânia e da Arábia Saudita e Israel ainda aguardando o desenrolar dos acontecimentos para enfrentar a possível guerra que lhe será imposta, mantendo-se em compasso de espera porque qualquer ação poderá “justificar” ser atacado, mudando as frentes da guerra-civil, podendo até unir rivais.

Ganhando a frente rebelde, desponta a al-Kaida como grande vencedora, não se sabendo como ficará a situação local, com mais um avanço da Irmandade Muçulmana, considerando que al-Kaida é um descendente da Irmandade, assim como o Hamas. Pode acabar incendiando a região. Por outro lado, e falando literalmente de lado, na região leste da Arábia Saudita, onde se situam os grandes reservatórios de petróleo, forças xiitas estão realizando protestos, já tendo sido morto um xiita, segundo se sabe, apesar da censura.

Conforme temos dito, tudo o que foi relatado nada tem a ver com Israel, que sofre as consequências. Veja-se que o Secretário de Estado americano, John Kerry, retorna à região, buscando reinstalar conversações entre Israel e palestinos, uma obsessão do Presidente americano, Barack Obama, pensando assim pacificar a região, pois acha que Israel cedendo, acalma-se a tensão, inclusive com o Irã.

No entanto, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, continua, internamente e em árabe, a falar contra a existência do Estado de Israel, com os livros escolares palestinos ensinando aos jovens que Israel não existe e que tudo é Palestina árabe. Em Gaza, o Hamas declara que nunca permitirá a existência de Israel. E o antissemitismo se recicla: na viagem do Presidente Barack Obama à África do Sul, surgiram protestos contra a sua visita, contra Israel e pró-Irã.

Eis toda a dificuldade, até que a Internet chegue aos jovens dos outros países árabes em conflito e eles promovam as suas manifestações, ampliando a Primavera Árabe, pois passarão a entender que os dirigentes árabes continuam uma política ditatorial em benefício próprio. A liberdade da Tecnologia da informação é infalível. É um bem que só o mundo livre pode proporcionar.




Fonte: Pletz

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