por Nilo Fujimoto
O que importa?
Segundo as concepções dos que vêem no Brasil trabalho escravo ou análogo à escravidão em simples irregularidades trabalhistas, há neles, uma nota peculiar.
Parecem sofrer de alguma disfunção visual que os leva a enxergar trabalho escravo apenas quando os acusados são grandes proprietários.
Apontado, no local de trabalho, qualquer fator de desconforto ao trabalhador – facilmente contornável, sem tomadas de medidas exorbitantes como a expropriação sem direito à indenização da propriedade rural ou urbana – imediatamente arma-se o banzé midiático em torno do assunto a fim de que, pela algazarra, se torne uma prova.
Que disfunção os leva a não enxergar o trabalho dos médicos cubanos no Brasil, realizado nas condições de ausência de liberdade de ir e vir; a discrepância trabalhista do salário menor que os demais colegas que exercem as mesmas atividades e funções; nem recebem diretamente do contratante (entra aqui a figura do “gato”, execrado pelas esquerdas), ou que não há um contrato assinado com o médico, nem Carteira de Trabalho assinada e não recebe os mesmos benefícios sociais?
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O Globo entrevistou o “Ministro da Saúde de Cuba, Roberto Ojeda, [que] reconheceu a diferença de tratamento dos profissionais cubanos e dos demais intercambistas do programa Mais Médicos no Brasil. Ojeda invocou o “princípio do internacionalismo proletário”, para justificar o fato de não ser permitido a contratação individual profissionais de Cuba”
Para “dourar a pílula” do injustificável regime de campo de concentração, ao qual estão submetidos os brigadistas cubanos, exercita o contorcionismo semântico, como segue o Globo:
Ao referir-se às limitações impostas aos profissionais do seu país que, ao contrário dos demais intercambistas, não podem trazer as famílias para o Brasil, ele explicou:
- Esses são médicos que têm um emprego em Cuba, um local de trabalho e famílias. Eles desfrutam de educação, atendimento de saúde e seguro social gratuitos. Quando eles retornam, se ocupam de suas famílias. Mas enquanto isso não acontece, o Ministério da Saúde e o governo de Cuba dão assistência e estão prontos a resolver qualquer problema que surja durante a missão internacional. Por isso, não falamos em exportação de serviços, mas de colaboração e de integração. Como disse o líder histórico da nossa revolução, Fidel Castro, só se pode salvar a humanidade da morte com paz e colaboração. O que fazemos, é colaboração – justificou o ministro, sem citar os valores que os cubanos estão recebendo em reais.”
Limitações”? Eufemismo para inexistência de liberdade.
Esses são médicos que têm um emprego em Cuba, um local de trabalho e famílias.” Não podem ficar no Brasil, estão obrigados a voltar porque as famílias são reféns da ditadura proletária!
Eles desfrutam de educação, atendimento de saúde e seguro social gratuitos.” Desfrutam mesmo? Por que tantos querem fugir desse paraíso?
Intercambio”, “colaboração”, “negócio”? Que realmente importa?
Importa saber se a ação que se pratica tem natureza e fim lícitos. Não são as características das quais se reveste o presente caso, dado que a colaboração com regimes comunistas não é lícito e o mesmo se diz dos fins da ideologia comunista.
Fonte: IPCO
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