sábado, fevereiro 03, 2018

Mulheres sob opressão islâmica:



...as verdadeiras heroínas lutando pela liberdade.

por Khadija Khan(*).

Manifestante segura hijab na ponta de um galho em sinal de protesto no Irã (2/2/18)


Tomem nota aqueles que querem ver as verdadeiras mulheres lutando pela liberdade. Dirijam seus olhares para as ruas do Irã ou ouçam a campeã de xadrez Anna Muzychuk.

Ao arriscarem suas vidas, as mulheres iranianas desmascaram aqueles que querem promover as burcas e as hijabs como se fossem “símbolos de libertação”.

A desesperada investida do povo iraniano que enche as ruas para protestar contra o regime islamista expõe o duro cotidiano que os cidadãos iranianos, especialmente as mulheres, são forçados a suportar por praticamente quarenta anos em nome da lei islâmica (Sharia).

Essas manifestações também mostram o lado sombrio dos islamistas que sequestram seu próprio povo mantendo-o refém para saciar sua sede de poder, por meio da repressão, prisão, tortura, execução, num vale tudo.

As mulheres iranianas, como muitas outras, estão fartas de viverem em diferentes formas de confinamento.

É nítido e notório que o regime do Irã se sente abalado pela determinação dos manifestantes: os dirigentes do Irã prometeram moderar as leis misóginas deixando de prender as mulheres em Teerã que aparecerem em público sem os véus.

Os manifestantes, ao que tudo indica, não estão entrando nessa conversa: eles querem o fim do extremismo no país. Indubitavelmente não se confia mais nas promessas do governo.

A bem da verdade, os céticos estão certos. Há aquela pegadinha. Apesar do governo ter anunciado que não iria prender as mulheres que não respeitarem as rigorosas normas dos trajes apropriados do Irã, o governo também afirmou que aquelas mulheres teriam que frequentar “aulas especiais sobre a moralidade” ministradas pela polícia da sharia.

Por que o governo iria exigir uma coisas dessas? Não poderia ser para que o governo possa cadastrar essas mulheres para mantê-las sob vigilância?

Os iranianos estão tentando se livrar precisamente daqueles grilhões que organizações como o CAIR e a “tropa de choque” de regimes islamistas, que conta com figuras como Linda Sarsour, se empenham em convencer o público ocidental serem símbolos de “moda” e “libertação”.

Os defensores desses regimes são apenas porta-vozes desses regimes extremistas, que não só escravizam seu próprio povo, como também distorcem seu desenvolvimento econômico e intelectual por meio de uma mentalidade de supremacia e ódio em todo o cenário mundial.

Quando os organizadores da Marcha das Mulheres nos Estados Unidos apresentaram a falácia dos “abusos”, deixaram um grande número de mulheres para trás, sem que fossem notadas, indesejadas, que há séculos vêm sendo tratadas de forma desumana.

Esses assim chamados “libertadores” das muçulmanas na realidade prejudicam as mulheres acorrentadas nas sociedades totalitárias, como as do Irã e da Arábia Saudita. Em nome da lei islâmica (sharia) essas teocracias simplesmente impõem regras contra a mulher.

Raramente encontramos ativistas verdadeiramente heróicas, como a grande mestra ucraniana, Anna Muzychuk. Ela explodiu a bolha criada pela marcha das mulheres que promoviam o uso da hijab: ela se recusou em participar de um campeonato na Arábia Saudita por causa dos maus-tratos às mulheres:

“Exatamente há um ano ganhei esses dois títulos e me considerava a pessoa mais feliz no mundo do xadrez, mas desta vez eu me sinto realmente muito mal. Estou disposta a defender meus princípios e não participar do evento, onde em cinco dias eu esperava ganhar de uma só vez mais do que eu ganharia em cerca de doze eventos”.

A coragem manifestada por Muzychuk é uma resposta às conservadoras sociedades religiosas no tocante à dura realidade que elas perpetram. Isso não pode ser encoberto com palavras bonitas, ávidos fornecedores de vestuário ou discursos insinceros.

Diante da recusa em se curvar às exigências dos extremistas muçulmanos, essa corajosa jogadora de xadrez mostrou mais sobre o ativismo dos verdadeiros direitos das mulheres em 2017 do que a soma de todos os ativistas do mundo juntos.

A maioria das mulheres muçulmanas, onde quer que estejam, tiveram que passar pelo inferno até conquistar um infinitesimal de igualdade, liberdade ou respeito por parte de suas próprias sociedades. Elas são submetidas a leis financeiras ou não, extremamente discriminatórias. Elas valem oficialmente, por exemplo, “metade do valor de um homem” se testemunharem em um tribunal (Alcorão 2:282, Sahih International) ou em caso de herança (Alcorão 4:11, Sahih International). Muitas vezes são coagidas a se submeterem à poligamia de até quatro esposas e podem ser divorciadas por meio do “triplo-talaq“, ou seja serem informadas da seguinte maneira: “eu me divorcio de você” três vezes (Alcorão, 2:222-286). Os homens podem forçar meninas pré-púberes ao casamento com ricos homens de negócios e condenar as mulheres à morte como “adúlteras” se elas forem estupradas, a menos que quatro testemunhas do incidente, do sexo masculino, testemunhem o contrário no tribunal (quais as chances disso acontecer?).

Tais leis meramente servem aos interesses dos islamistas maquiadores e outros muçulmanos extremistas, promovendo assim seus programas no Ocidente, inspirados na sharia.

As passeatas dos “direitos da mulher” no Ocidente defenderam o uso da hijab enquanto ignoraram o abuso diário de mulheres muçulmanas, como os assassinatos em nome da honra, tutela masculina, casamentos forçados, prevalência da mutilação genital feminina(MGF), abuso de mulheres por instituições religiosas como os Conselhos da Sharia tão populares no Reino Unido e a impostura de práticas como a halala.

Devido às normas rígidas, jamais passíveis de mudança nas sociedades muçulmanas, é negado a essas mulheres seus direitos básicos de autodeterminação e a uma vida livre.

O mundo deveria apoiar a luta dos manifestantes iranianos em nome da sua coragem de desafiarem, de frente, esses muçulmanos extremistas.

O povo do Irã, diferentemente de seus homólogos no Egito e na Líbia, estão tentando se livrar da teocracia rígida e totalitária e substituí-la pela democracia.

Para um sem-número de mulheres em sociedades religiosas conservadoras a liberdade continua sendo um sonho. Já está mais do que na hora do mundo começar a abordar com seriedade os verdadeiros problemas dos direitos das mulheres.



(*)Khadija Khan é jornalista e comentarista paquistanesa, atualmente radicada na Alemanha.

Publicado no site do Gatestone Institute – https://pt.gatestoneinstitute.org

Tradução: Joseph Skilnik

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