sexta-feira, dezembro 01, 2006


Dia Mundial de Luta Contra a Aids


Atualmente, há no mundo cerca de 39,5 milhões de soropositivos ou doentes de Aids, dos quais, aproximadamente, 25 milhões se encontram na África Negra. As estimativas foram divulgadas na semana passada pelo Unaids, programa da Organização das Nações Unidas (ONU) que monitora a síndrome da imunodeficiência adquirida.A Aids, que já matou mais de 25 milhões de pessoas desde sua detecção, em 1981, continua causando estragos, especialmente na África Subsaariana, onde as mulheres pagam um preço alto pela pandemia. Outras vítimas freqüentemente esquecidas são as crianças, com mais de 2,3 milhões de ocorrências, quase todas nos países pobres.

Um quarto de século depois do aparecimento da Aids, a pandemia continua progredindo a um ritmo de 11 mil novos contágios por dia e cerca de três milhões de mortos ao ano. O Dia Mundial de Luta contra a Aids, que transcorre em 1º de dezembro, essencialmente é destinado a chamar a atenção para a proporção que a doença ainda tem e multiplicar os esforços para deter sua progressão.

A cada minuto, uma criança com menos de 15 anos é infectada com o vírus. A síndrome causa a morte de 500 mil menores de idade ao ano, ou seja, uma criança a cada minuto. Milhões delas também se tornam órfãos da Aids, que causa mais de 8.000 mortes por dia."Stop Aids - Mantenham a promessa", diz o slogan criado para a data, que convoca os dirigentes a terem mais responsabilidade com seus compromissos. O objetivo fixado em 2003 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra, de tratar três milhões de doentes nos países pobres até o fim de 2005, para fazê-los sair do corredor da morte, deixou de ser alcançado, apesar de alguns progressos.


Em nações com baixos rendimentos, o número de pessoas que se beneficiam do coquetel anti-retroviral passou de 240 mil, em 2001, para 1,3 milhão em 2005, longe do objetivo, já defasado com relação às necessidades: mais de seis milhões de doentes precisam de triterapia de urgência para sobreviver.

Apesar disso, 1,6 milhão de doentes de países pobres seguiam essa terapia em junho passado. Entre eles, aproximadamente um milhão na África Subsaariana. "Duas vezes mais que em dezembro de 2003", destacou o Unaids. "Mas 75% das pessoas que precisam dele não podem ter acesso ao tratamento, sobretudo na África Subsaariana e na Ásia", advertiu a doutora Laura Ciaffi, da organização não-governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras (MSF).

O cientista Robert Gallo, um dos descobridores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), disse ontem que "ninguém pode assegurar quando uma vacina contra a Aids estará disponível".

O virólogo americano, em entrevista ao canal de televisão Sky TG24, disse que só é possível falar de "prováveis vacinas". "E todas ainda têm algum problema, nenhuma é perfeita", acrescentou. A pesquisa sobre vacinas ainda é muito lenta. "Para fazer um experimento, às vezes são necessários dois anos", destacou.

No entanto, Gallo explicou que, pela primeira vez em muitos anos, é possível ver um caminho até a vacina. "Há cinco anos não havia caminho algum."

Quanto aos fundos para pesquisas sobre a doença, o cientista disse que, nos Estados Unidos, "há muito dinheiro disponível", mas que seria necessário um programa a longo prazo.

Quanto aos fundos para pesquisas sobre a doença, o cientista disse que, nos Estados Unidos, "há muito dinheiro disponível", mas que seria necessário um programa a longo prazo.

Colaboração do Dr. David Zylbergeld Neto

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