Tempos difíceis.
Joenildo nasceu com um skate. Alguns até pensam que o skate é parte integrante de seu corpo. Joenildo foi aprendendo tudo sôbre o esporte e ganhando troféu e colecionando medalhas. E o momento máximo chegou. Joenildo iria disputar uma seletiva para o campeonato mundial. Ribeirão Preto seria o palco da seletiva. Ribeirão Preto é a cidade do chopp, do Sócrates e também do Palocci: o chopp se toma bem gelado, o Sócrates não desce desde a copa de 82 e o Palocci é a espuma que se joga fora, mas isso nem passou pela cabeça do Joenildo. Bem cedinho, Joenildo e seu pai estavam no aeroporto de Congonhas. Queriam chegar um dia antes do torneio, conhecer a pista, essas coisas de competidor sério. O equipamento do Cindacta pifou, o vôo atrasou, Joenildo chorou e o tempo passou. Meio dia e nada do vôo das dez sair. Cinco horas da tarde e neca de decolagens. Joenildo amargurado nem podia treinar no saguão: tinha mais gente do que fila do INSS. Às dezenove horas vem o aviso: por ordens superiores todos os vôos foram suspensos. Cinco minutos depois Joenildo sumiu. O pai desesperado procurou, avisou pelo alto falante, foi à delegacia dar parte do desaparecimento e voltou para casa. Noite terrível à espera de alguma notícia. Sete horas da manhã de hoje, o telefone toca. Joenildo do outro lado da linha, meio ofegante avisa: "Pai, já cheguei em Ribeirão Preto e estou mais do que treinado, vim de skate, ora bolas!"
Belo exemplo de persistência, não? Quem quiser passar o Natal e o Reveillon em outro estado, pode seguir o exemplo do Joenildo; ou esperar o Lulla comprar outro equipamento de contrôle de vôo: 2010 está chegando, passa rápido.
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