O DESABAFO DE ENRICO.
"Por mais que a gente tente amar nosso país e ter orgulho de sermos brasileiros, chega um momento que o desgosto e o nojo são inevitáveis. Acabo de receber a minha estatueta do GRAMMY, e junto com ela veio um DARF de recolhimento de 60% de impostos de importação, e mais 15% de impostos ICMS.
Definitivamente o governo brasileiro cultiva vagabundos. Para vencer no Brasil, tem que ter MUITA garra, porque o governo é SEMPRE nosso maior obstáculo.
Querido governo do Brasil, já que vocês não têm, eu tenho vergonha de vocês."
Enrico De Paoli
Engenheiro de Música e Produtor
O engenheiro de som Enrico de Paoli conquistou o Grammy latino de melhor disco de MPB de 2011, mas só recebeu seu prêmio após a Receita Federal e o governo do Rio de Janeiro cobrarem impostos sobre a estatueta.
O prêmio foi dado ao disco "Ária", de Djavan - Enrico trabalhou no álbum como engenheiro de som.
Nesta segunda, Enrico recebeu o Grammy pelo correio e teve uma surpresa: junto com a estatueta, veio uma guia de recolhimento de impostos. O detalhe é que o prêmio é gratuito.
Para cobrar as taxas, os fiscais da Receita tiveram que instituir um valor ao Grammy. Qual o valor? R$ 35.
"Não tenho ideia de onde tiraram esse valor", disse Enrico ao iG. "É um valor aleatório, até baixo, para o Grammy. Em cima disso, foram cobrados 60% de imposto de importação e 15% de ICMS." Assim, no total, os impostos totalizaram R$ 31,24.
O valor não foi pago por Enrico, mas pelo remetente, a Academia Latina de Artes e Ciências Discográficas. "Minha revolta não foi pelos trinta e poucos reais cobrados. Foi pela cobrança em cima de algo gratuito", explica.
Para expressar sua indignação, o engenheiro de som fotografou a guia de recolhimento de impostos e colocou a imagem em seu Facebook. Em menos de 24 horas, a foto já havia recebido mais de oito mil recomendações.
"Meu objetivo não era fazer polêmica, mas convenhamos: o brasileiro paga imposto o tempo inteiro", explica. "Para mim, receber um prêmio tão importante quanto esse e ser tributado por isso é um absurdo."
Este foi o segundo Grammy de Enrico. Em 2001, ele já havia conquistado uma estatueta por seu trabalho com o baixista de jazz americano Marcus Miller.
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