por José Fighera Salgado (*)
A legalidade brasileira, em parte, tornou-se uma sarcástica palhaçada avalizada por falsos juristas. Um circo, onde os mesmos palhaços que pisoteiam as leis legítimas fiscalizam o cumprimento das leis ilegítimas.
Comunistas escrevem suas perversas biografias por cima das páginas dos códigos legais. Para os militantes de esquerda radical em início de carreira, uma temporada na cadeia não é uma prisão, e sim uma vitrine. Enquanto o ordenamento jurídico da nação reflete os preceitos morais básicos, os costumes, os direitos por excelência, enfim, as bases da nacionalidade, os revolucionários descumprem as normas legais, cometem crimes, e acusam de autoritarismo os agentes estatais que, fazendo cumprir as leis do Estado Democrático de Direito, defendem a continuidade de sua existência. Para os militantes, violar todas as leis possíveis é uma virtude e uma obrigação, até que o Estado revolucionário seja uma realidade, quando ferrenhamente passam a agir como pretensos “legalistas”.
Estando devidamente implantado o regime, da maneira mais hipócrita possível os militantes criminosos de antanho, convertidos em tiranos ou lacaios dos mesmos, tornam-se os mais obstinados defensores da nova legalidade, a guardar com unhas, dentes e fuzis a tão sonhada legislação draconiana. Muitos daqueles que, no passado, detonaram bombas em locais públicos, assaltaram, seqüestraram, torturaram, mataram pelas costas, enfim, espalharam o caos, o ódio e a desordem e violaram as normas legais em nome da revolução, passam a ser fiscais de leis dotados de uma postura absurdamente pseudo-moralista, que (aos olhos dos ingênuos) até mascara suas origens subversivas.
No Brasil, como em qualquer outro país submetido a um processo revolucionário, os agentes do caos aplicam estas duas visões oportunistas sobre as Leis: violam as leis legítimas (as da ordem anterior) e exigem o estrito cumprimento das leis ilegítimas (as novas normas criadas pela e para a revolução). As leis revolucionárias, que contam com a promoção glamourosa de mídias controladas, artistas engajados, ativistas de esquerda, ongueiros e diversas outras matizes de servidores da tirania, tem seu cumprimento rigorosamente fiscalizado pelos mesmos bandidos que violavam Leis no tempo em que todas tinham como fundamentos os princípios básicos da civilização e serviam à manutenção da ordem democrática. Ou seja: nada pode ser mais hipócrita do que o atual legalismo dos esquerdistas radicais.
A hipocrisia é de fato a grande marca destes novos guardiões das leis (saliente-se, daquelas que lhes interessam). O Estatuto do Desarmamento, maior golpe contra a liberdade da população brasileira, foi arquitetado e promovido, assim como tem seu cumprimento fiscalizado, pelos mesmos agentes (ou herdeiros ideológicos dos mesmos) que, armados com fuzis e metralhadoras ilegais, atiravam em nome da revolução comunista. O Marco Civil da Internet, novo instrumento censurador da esquerda, partiu dos que outrora bradavam contra a “censura” enquanto trabalhavam ativamente para expandir o comunismo pela via cultural. A aprovação de leis que impõem restrições despóticas a liberdade de pensamento é defendida pelos mesmos que sempre a utilizaram indevidamente em seus discursos demagógicos. As leis de restrição a substâncias tradicionais da sociabilidade ocidental são arduamente defendidas pelos mesmos que labutam pela legalização das drogas pesadas produzidas e traficadas por parceiros da camaradagem socialista, e causadoras de destruição da sociedade. Tribunais de exceção a serviço de terroristas de longa data que outrora pisavam nas verdadeiras leis, são constituídos para acusar, julgar e condenar de maneira parcial e arbitrária, embasados na legislação revolucionária. Enfim, a legalidade brasileira, em parte, tornou-se uma sarcástica palhaçada avalizada por falsos juristas. Um circo, onde os mesmos palhaços que pisoteiam as leis legítimas, fiscalizam o cumprimento das leis ilegítimas, com amplas e animadas platéias de canalhas e idiotas úteis a aplaudirem as palhaçadas.
As leis revolucionárias, obviamente, são em grande parte inconstitucionais, a exemplo da referida lei anti-armas. Não obstante, por todo o aparato que as promove e fiscaliza seu cumprimento, na prática, acabam se sobrepondo à Constituição Federal, criminosamente violada sem que o poder legitimado para defendê-la cumpra seu dever. Muitos tribunais da República, que deveriam observar estritamente a Carta Magna, não o fazem, e dão sucessivas demonstrações de seu comprometimento com a revolução comunista. Recentes julgamentos e suas respectivas decisões demonstram que as mais diversas cortes e os mais variados graus de jurisdição passam por cima da Constituição e da Lei Penal para beneficiar criminosos socialistas e todo o esquema de poder que eles integram e comandam.
No desenrolar deste tripúdio à Constituição Federal, às leis que nela tem fundamento e ao próprio Estado de Direito, os modernos (e falsos) legalistas ameaçam todos os que zelam pela ordem democrática constitucional, que já definha. O legalista de esquerda, que de maneira mais arrogante possível despeja ameaças de processo judicial em cima dos opositores da legalização dos absurdos, é uma figura típica nestes tempos de revolução no Brasil. Qualquer um que fuja dos estereótipos concebidos para o novo homem do “país de todos”, corre o perigo de ser acionado judicialmente em situações que outrora seriam irrelevantes para a Justiça.
Certos políticos já são experts na arte de espalhar ameaças de processo judicial a quem ouse afrontá-los, mesmo que dentro dos limites legais da liberdade de expressão e da imunidade parlamentar. Da mesma forma, militantes devidamente assessorados por advogados comprometidos com a mesma causa abjeta, ficam atentos a toda e qualquer “violação” aos ditames radical-esquerdistas convertidos em lei, tal qual raposas na espreita de galinhas, a fim praticarem a nova modalidade de “terror” que assola o Brasil. Sua maior motivação são pescoços dissidentes rolando pelos tribunais, para que sirvam de exemplo aos demais reacionários, ou seja, a nós que ainda estamos vivos, “porque só um cadáver não reage aos vermes que o corroem”, de acordo com as sábias palavras de Georges Bernanos.
Deste processo de violação da ordem constitucional democrática e das leis que a refletem, e de criação de novas leis revolucionárias, processo este assegurado por falsos jurisconsultos e operadores do direito assumidamente ou dissimuladamente comunistas, nasceram estas figuras detestáveis que disseminam ameaças a quem ouse discordar de suas trampas e mentiras convertidas em legislação, ou pior ainda, denunciá-las publicamente.
Assim são os novos “legalistas” de esquerda: tipos hipócritas, farsantes e velhacos ao extremo. Seu lugar apropriado seria a lata de lixo, o esgoto da história. Mas, infelizmente, a tendência é que acabem sendo premiados com as cátedras das mais prestigiadas universidades do país.
(*)José Fighera Salgado é bacharel em direito, especialista em ciências criminais e músico gaúcho
Fonte: Midia sem máscara
Nenhum comentário:
Postar um comentário