domingo, maio 24, 2020

A indignação pediu licença para dizer Palavrão





por Paulo Slavenca (*)

Nada, na falas verificadas na reunião ministerial, atenta contra a liberdade do cidadão, seu direito de ir e vir. 

O Presidente demonstra total indignação com o algemamento de civis trabalhadores ou pequenos empresários por agentes dos Executivos estadual e municipal. O "ditador", o "genocida", o "homofóbico" indigna-se com prisões arbitrárias. E aí se vem falar dos... palavrões? Pois é!


Vi e ouvi o Presidente declarar-se indignado com a falta de informações. Errado? O cargo exige isso! Como se governa um país sem se estar a par de fatos que bem compete a órgãos de justiça e segurança colher, apurar, compilar, classificar e pôr nas mãos do Chefe de Governo e Chefe de Estado do País? Ai, mas... os palavrões... os palavrões!

Bolsonaro, com seus palavrões, não fez de alvo, com eles, homens e mulheres simples, trabalhadores honestos, empresários decentes, profissionais de categoria alguma. Os alvos foram dois governadores ávidos pela cadeira presidencial, que surfaram, nas últimas eleições, na onda do então candidato Jair Messias Bolsonaro. Os dois que, hoje, destacam-se como solapadores da ordem econômica de "seus" estados. Em certo momento, um estuprador é qualificado de "filho da p...ta", o mesmo que, na onda das liberações, por ordem de governadores, de presidiários, fez logo uma vítima.

Moro, que bem levou uma merecida chapoletada, quando o Presidente manifestou descontentamento com a inoperância do Ministério da Justiça diante do descalabro de algemar-se cidadãos comuns, nada declarou em termos de discordância com as posições de SEU CHEFE! E veio pedir "detalhamentos" de ações de segurança! Ora, se não estava sequer cumprindo com a obrigação de impedir injustiças e arbitrariedades de tiranetes estaduais e municipais, era para se mancar.

Não vi nem ouvi Bolsonaro desdenhar da gravidade da COVID-19, mas mostrar declaradamente preocupação com a falta de informações precisas acerca das mortes, salientando a necessidade de comunicarem-se as comorbidades.

Li uma semianalfabeta, nas redes sociais, declarar-se enojada com o nível da reunião. Claro, por causa dos palavrões. A criatura tem uma página no Facebook que é uma vitrina de vulgaridade, gente! Foto com a língua meio de fora, lambendo o canto do lábio superior, ao lado de outras fotos... com filhos pequenos??? E a peste é casada! Enojada - ou melhor, estarrecida - seria ela ter ficado com a declaração da Ministra Damares acerca da contaminação criminosa de indígenas, para que, morrendo de COVID-19, a culpa fosse de imediato jogada na gestão presidencial, por causa de insatisfações com uma política que cortou verbas para ONGS de araque.

E ler ou ouvir moções de repúdio aos palavrões de Bolsonaro justamente de quem vai ao delírio com Lula, o cara que zoou com os pelotenses, qualificando a cidade gaúcha de "exportadora de veados, o apologista do "gr...lo duro" das mulheres da bancada petista???





E a fala de Weintraub? O que disse acerca da bolha que é Brasília, um antro de burocratas agarrados a comodidades e privilégios, distantes do povo é mentira? Bastaria Dilma Rousseff não ter sido defenestrada, e estaríamos em uma situação de servidão, com o PT implementado sua agenda de controle total de hábitos, acesso à informação, principalmente por meio do que bem sabe fazer: aparelhar!



Bolsonaro ditador? Um homem que deseja que o povo se arme para bem resistir às ordens de um Estado totalitário? Como falou certeiro: o povo brasileiro deixou-se amedrontar, insuflado pela mídia (acréscimo meu), confinou-se apavorado. E os que ousaram sair foram algemados e postos em camburão por agentes de uma Gestapo oficiosa! "Um bosta de um prefeito faz um bosta de um decreto, algema e deixa tudo morrer dentro de casa"! BRILHOU, PRESIDENTE! Gado, os bolsonaristas? Gado é quem se deixa desarmar, para defecar-se de medo diante do agente do governo que vier buscá-lo para um campo de concentração ou de extermínio! Ai... eu tenho nojo de palavrão...

Bolsonaro um ditador dos palavrões? Veja aqui

Quer saber? Uma paradinha para comentar sobre o uso da linguagem. Aliás, vou concluir por aqui mesmo.

Ora, feio e nauseante é não falar com perfeita dicção e correção o palavrão ou deixar de escrevê-lo conforme as convenções ortográficas em vigor. Ridículo é colocar acento agudo na letra vogal da representação gráfica de um monossílabo tônico terminado em "u", seguido ou não de "s", como vemos tanto por aí, ao depararmos com o substantivo iniciado com a consoante, oclusiva, velar, surda representada pelo grafema "c", e terminado pela vogal oral, fechada, posterior, arredondada representada pelo grafema "u".

Feio é viver com livros à disposição e não se dar sequer o trabalho de ler um texto de dez linhas, mas ousar digitar sacrilégios e blasfêmias contra a norma culta da língua nas redes sociais. Pior, achar que se pode dispensar do trabalho de aprender só porque digita de um IPhone!

Meu voto continua sendo dele: um Presidente que, numa reunião fechada, mostrou-se preocupado com a liberdade do povo, ao contrário de quem nos quer ver desarmados, vulneráveis e desinformados!

(*) Paulo SValenca  é um cidadão consciente de que o Brasil precisa voltar aos trilhos. 


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