por Eduardo Kohn (*)
O presidente Hugo Chávez, 58 anos, ex-policial militar, acredita que o “socialismo do século XXI”, venceu a eleição presidencial pela quarta vez consecutiva e foi felicitado imediatamente pelos presidentes Cristina Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador), Raul Castro (Cuba), Evo Morales (Bolívia) e Daniel Ortega (Nicarágua).
Na segunda-feira o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, enviou uma nota de felicitações ao seu “irmão” Hugo:
Teerã, 9 out (EFE).- O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, felicitou nesta terça-feira seu colega venezuelano, Hugo Chávez, por sua vitória nas eleições presidenciais realizadas no domingo, e ressaltou a disponibilidade do Irã para ampliar os laços entre os dois países. No texto de sua mensagem, publicado no site oficial da presidência, Ahmadinejad manifesta que a vitória de Chávez confirma "sua bem-sucedida liderança". Ahmadinejad disse que "o povo da Venezuela, ao dar-lhe a reeleição, garantiu a continuidade da revolução bolivariana e o processo de desenvolvimento social, econômico, cientista e cultural destinado a construir um país independente, avançado e baseado na capacidade nacional" "Quero ressaltar a disposição da República Islâmica do Irã para ampliar a cooperação com a República Bolivariana da Venezuela", indicou o presidente iraniano em sua mensagem. EFE ar/rsd
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Com quase 98% dos votos já contados, o Conselho Nacional Eleitoral, disse que Chávez recebeu 55% dos votos. Seu rival, o ex-governador Henrique Capriles Miranda, recebeu 44%.
A oposição afirmou que a votação foi auditada e não questionou os resultados. “Capriles de forma muito “civilizada” telexou para o presidente Chávez e exigiu o diálogo e respeito”.
Mas, pela primeira vez nos 14 anos sob o regime de Chávez houve uma oposição organizada e forte apoio a um único candidato. Mesmo com os partidários de Capriles sentindo a agonia da derrota, o resultado positivo é que quase sete milhões de venezuelanos se atreveram a votar em alguém diferente. Quarenta e cinco por cento dos eleitores mostraram que gostariam de mudança no governo.
A campanha estava cheia de difamação e ameaças contra Capriles e seus seguidores. Chavez chamou Capriles de tudo, de “porco” a “medíocre”, mas nunca o chamou pelo nome. O antissemitismo também foi usado contra Capriles. Seus avós foram vítimas da Shoah, porém, foi criado como e ainda é católico.
Por um lado, ninguém dentro ou fora da Venezuela está desconfiado em relação aos resultados da eleição. Nem Capriles, nem outros presidentes latino-americanos, e nem a OEA. Todos concordam que as eleições foram bem conduzidas. Isso é o que o povo da Venezuela têm falado.
Mas, por outro lado, Chávez negou acesso a monitores eleitorais internacionais, controlava o sistema judicial, os jornalistas independentes foram perseguidos, com o medo de quem recebeu todo o tipo de “presentes” em sua campanha.
A oposição terá uma chance de mostrar o quão longe eles podem ir em frente neste ambiente em dezembro, quando o país enfrentará eleições regionais e locais. Mais uma vez, Chávez tem o controle total, tornando grande o desafio para a oposição.
Sob Chávez, a Venezuela tornou-se o mais forte aliado do Irã na região e abriu a porta para a penetração do Irã na América Latina. Após esta eleição, o relacionamento entre os dois países crescerá tanto política quanto economicamente.(Chávez e Ahmadinejad fortalecem aliança e criticam EUA)
Embora as sanções econômicas isolem o Irã, Teerã se voltou aos regimes simpatizantes em uma tentativa de enfraquecer as sanções que procuram impedir a construção de armas nucleares. Explorando os sentimentos antiamericanos na América Latina, a República Islâmica tem aumentado o número de embaixadas na região e consolidou fortes laços com Cuba, Nicarágua, Bolívia e Equador.(Estados Unidos celebram reforço das sanções econômicas europeias contra o Irã)
O encontro entre os ministros argentino e iraniano na ONU, em Nova York, para discutir a questão legal referente ao ataque à AMIA na Argentina, em 1994, foi a mais recente manifestação da influência do Irã na região. É amplamente aceito que o ataque foi planejado em Teerã. (O mundo deve responsabilizar o Irã pelo ataque à AMIA)
Esta reunião chocou as famílias das vítimas do ataque à AMIA e as comunidades judaicas em toda a região. A influência venezuelana na Argentina já era forte, e esta mudança política inesperada só piorará após a reeleição de Chávez.
(*)Eduardo Kohn, diretor da B’nai B’rith para a América Latina.
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