terça-feira, agosto 27, 2013

A audácia de Putin.





por Herman Glanz















Enquanto o Presidente americano, Obama, considera importante um acordo de Israel com os palestinos para a paz no Oriente Médio, o presidente da Rússia, Putin, continua sua Guerra Fria dos tempos da ex-URSS. A cultura da Guerra contra o Ocidente não acabou, mesmo com a derrocada do comunismo soviético, pois Putin é remanescente do antigo regime, do qual foi chefe do Serviço Secreto, a KGB. Putin não só manda armas de ataque e de defesa para a Síria e Irã, como instiga e orienta as agressões desses países.

O recente ataque com gás Sarin aos rebeldes sírios, perto de Damasco, na quarta-feira 21 de agosto passado, seguido do lançamento de 4 mísseis Grad contra o norte de Israel, na quinta-feira, oriundos do Hizbollah, Líbano, e as explosões em Trípoli, no Líbano, na sexta-feira, não passaram de um teste do Irã, e porque não dizer, da Rússia, para observar a reação do Ocidente. A situação se mostra gravíssima, porque pode representar uma verdadeira ameaça aos objetivos de paz, não só da região, falando de Israel, mas da Europa e até os Estados Unidos caso não haja enérgica reação ocidental.

A França já se manifestou pela intervenção. Não podemos esquecer que o Irã se prepara com mísseis de longo alcance e seria uma lição para a Coréia do Norte também se posicionar. Israel e Estados Unidos estão em contato permanente para orientar os próximos passos. Por enquanto, Israel fez apenas uma incursão contra Líbano, em represália aos ataques que lá partiram contra sua região norte.

Até o momento, o Presidente americano, Obama, está decidindo o que fazer, porque sua idéia é evitar que americanos lutem em outras áreas. Obama acha que para combater o antiamericanismo o importante é se aliar à Irmandade Muçulmana, de onde se originou a al-Kaida, que perpetrou o ataque às Torres Gêmeas; seria uma forma de neutralizar esse antiamericanismo. Foi esse pensamento que o fez se descartar de Mubarak e permitir à Irmandade assumir o Egito, que os militares acabaram por afastar, quando Morsi se preparava para mudar a Constituição e assumir poderes ditatoriais; em todo o caso, pesquisa revela que 67% dos egípcios são favoráveis ao golpe e contra a Irmandade Muçulmana.

Obama parece menosprezar os russos, que ainda se beneficiam dos anos do comunismo, pois muita gente ainda não se deu conta de que acabou com a queda do Muro de Berlim. Muita gente, mesmo não sendo comunista, é contra os americanos, porque já se firmou um conceito. A competência da antiga URSS para a propaganda política era muito melhor do que a técnica americana de propaganda, que só sabe muito bem fazer marketing para vender produtos, mas não sabe fazer marketing político.

Falando num programa de TV, a Sra. Tahani al-Gebali, Vice-Presidente da Suprema Corte Constitucional do Egito, revelou que, segundo dados dos serviços de inteligência egípcios, o irmão de Barack Obama, Malik Obama, dirige uma ONG de apoio financeiro para a Irmandade Muçulmana.

A verdade é que a situação do Oriente Médio se deteriora. Não se sabe se os americanos passarão a agir, mas parece que se reunirão com os russos nesta semana entrante, o que significa que a resposta é lenta, enquanto os russos continuam audaciosos, promovendo os ataques diante de um ocidente inerte. O problema não se refere somente a Israel, mas ao Ocidente e nada indica que os Estados Unidos e a Europa estejam a salvo, embora para Israel o problema seja gravíssimo.

A situação se torna tão trágica que é necessário agir rapidamente, independentemente das Nações Unidas, onde o veto da Rússia impedirá qualquer ação. Espera-se que Estados Unidos, Inglaterra e França se reúnam para um ataque à Síria, visto que a Frota americana se acha no Mediterrâneo, se deslocando para perto da Síria. Pesam as pressões da Arábia Saudita, além de Israel, Jordânia e Turquia, estes três na linha de fogo síria, pois não se podem descartar reações sobre eles, tanto da Síria, que possui um arsenal de mísseis e também do Irã. Obama reluta na iniciativa. Afinal, as células de terror adormecidas podem atacar, embora atacarão independentemente, como foi o caso da Maratona de Boston.

Enquanto isso Irã continua vociferando, embora seu Ministro do Exterior falando em abertura e a Rússia se coloca em alerta, especialmente no seu próprio território. Como desdobramento, observa-se que Mahmoud Abbas quer se encontrar com Netanyahu e já declarou estar disposto a ceder em alguns pontos. Algo pode mudar.

Fonte: Pletz

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