Após a ideologia de gênero ser rejeitada de modo retumbante no Plano Nacional de Educação, bem como nos planos regionais e municipais, o governo do PT insiste na agenda de gênero, instituindo, através do Ministério da Educação,o Comitê de Gênero (No Diário Oficial de 10 de setembro de 2015), no mesmo dia em que a feminista Judith Butler encerrava sua primeira visita ao Brasil. O governo quis com isso expressar seu compromisso com as organizações internacionais, dando apoio a uma agenda que há tempos tais organismos buscam implantar no país, a todo custo e de todo modo, apesar de encontrar enorme resistência no campo legislativo.
Cabe lembrar que tal empenho do governo vem se intensificando ainda mais, e que no Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) (Jornal União de 12 de abril de 2010), em 2009, havia decidido abarcar "todas as áreas da administração" e "fato inédito de ele ser proposto por 31 ministérios", "estruturado em seis eixos orientadores, subdivididos em 25 diretrizes, 82 objetivos estratégicos e 521 ações programáticas", feito para ser não uma política de governo, mas a política do Estado brasileiro, com o Ministério da Educação, de modo especial, colocado à frente de tal empreitada para disseminar uma ideologia anárquica, na rede pública de ensino, a contento das fundações internacionais e de agências da ONU, etc.
Tal ideologia é sustentada por organizações que “desfrutam de um retorno financeiro garantido e que se tornaram, no campo da sexualidade humana, uma fonte de lucro e um veículo da secularização planificada”, como explica Dorotas Kornas-Biela, e que o Estado favorece quando capitulado diante de tão vis interesses, que em nada dignificam, mas degradam a pessoa humana.
Diz ainda Kornas-Biela que
“a pornografia, a droga, a prostituição, a contracepção e o aborto são indústrias organizadas, cujo capital é posto a serviço de uma ideologia, que é contra a vida humana, a família e, frequentemente, contra a Igreja Católica. Os objetivos de tais indústrias são a destruição da família e a secularização, para alcançar os meios pelos quais se toleram alguma forma de depravação e violência sexual em relação às crianças. Estas forças operam secretamente no espírito da era pós-moderna. Publicamente, ao invés, o comportamento destas estruturas (mídia, organizações, resoluções tomadas em consequência de conferências nacionais e internacionais) é de forte recusa em relação a violência sexual contra as crianças, todavia, não é por acaso que este fenômeno, nas suas formas de depravação, está em contínuo aumento”.
Urge portanto que Comitê de Gênero, criado pelo MEC (G1 Globo de 10 de setembro de 2015), seja questionado pelo Congresso Nacional, ainda mais tendo em vista de que o parlamento brasileiro votou contra a ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação, pois aceitar a existência desse comitê é atentar contra a própria democracia, capitulando-se diante do Executivo, que age, dessa forma, à revelia do Legislativo. É preciso então a soma de esforços para mobilizar novamente os parlamentares e outros tomadores de decisão, para não apenas questionar o Ministro da Educação, como para vetar tal iniciativa.
(*)Hermes Rodrigues Nery, especialista em Bioética (PUC-RJ), é presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, .
E-mail: hrneryprovida@uol.com.br
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